quinta-feira, 12 de setembro de 2024
PAULO EDSON ARAÚJO, "FIFITA", "O HOMEM QUE CONSERTA O TEMPO"
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
NOVO LIVRO SOBRE A FAMÍLIA PRATA E UBERABA
José Raimundo Gomes da Cruz
terça-feira, 20 de agosto de 2024
José Vitor Aragão
José Vitor Aragão, nascido em Uberaba em 27 de novembro de 1944, foi um empresário e engenheiro civil. Filho de Victor Aragão e Emília Henrique Aragão, ele aprendeu sobre o mundo dos negócios com seu pai, contribuindo para as empresas Brasilar Móveis e Decorações e Indústrias de Cadeiras Margareth. Em 1968, fundou sua própria empresa de móveis e decoração, continuando a tradição familia5r de empreendedorismo.
José Vitor casou-se com Luci Araújo, com quem teve quatro filhos: Victor Aragão Netto, Luciana, Pedro e Luiz Gustavo Araújo Aragão. Após a trágica perda de sua esposa em 2007, ele continuou a apoiar seus filhos, que seguiram seus passos no mundo empresarial.Além de sua atuação empresarial, José Vitor teve um papel importante no associativismo, destacando-se como presidente da ACIU e diretor da FIEMG Regional. Também foi um grande apoiador da APAE de Uberaba, onde contribuiu significativamente para a construção da sede da instituição.
Seu compromisso com o desenvolvimento de Uberaba, tanto no setor empresarial quanto no social, fez de José Vitor Aragão uma figura respeitada e admirada. O Grupo JM de Comunicação lamenta a perda e se solidariza com todos os amigos e familiares de José Vitor Aragãovelório acontece nesta terça-feira (20) na Liv a partir das 07:00.
sábado, 3 de agosto de 2024
2 de agosto de 1924: Mercado Municipal de Uberaba completa 100 anos!
Este é um momento importante para reconhecermos, honrarmos e valorizarmos todas as pessoas que fizeram e fazem parte desta história.
quinta-feira, 1 de agosto de 2024
BAZAR RIBEIRO: mais de 70 anos de história em Uberaba (MG)
Frequentadores assíduos colecionam lembranças do Mercado
Um dos frequentadores do Mercadão é o reitor da Universidade de Uberaba (Uniube), Marcelo Palmério, 82 anos, que na sua infância e adolescência morava praticamente nos fundos do local, onde foi o antigo Colégio Triângulo. "Desde muito cedo, eu gostava de frequentar o Mercado, encontrar as pessoas e participar daquela muvuca, que achava bastante interessante, com figuras marcantes das bancas tradicionais", lembrou.
Outro frequentador assíduo, desde a década de 60, é o aposentado Antônio Carlos Pereira Prata, 60 anos. "O Mercado representa muita coisa na minha infância, pois eu chegava a fugir de velocípede e depois de bicicleta para ir pra lá brincar e conversar".
Antônio conheceu os antigos permissionários que já faleceram ou que passaram o ponto para os filhos e netos. Ele se lembrou de dona Maria Madeira, uma portuguesa que vendia verduras, especialmente palmito, usava roupas típicas e lenço na cabeça. E se recordou de figuras como Cordeiro, Xibiu, Dona Irene da Pastelaria, Coquinho, Pernambucano e Melão. Além deles, citou o peixeiro que ficava do lado de fora do prédio antigo. A venda de galinhas caipiras que chegavam em bicicletas e carroças, o cocho do lado de fora para que os cavalos tomassem água e os caminhões Chevrolet velhos, caindo aos pedaços, tocados à manivela, que quase não andavam e serviam para vender frutas do lado de fora. Tudo isso ainda está presente na sua memória.
Também faz parte da história do Mercado Municipal, o grupo Roda de Prosa, que acontecia aos finais de semana, comandado pelo empresário Tião Silva, que reunia políticos, lideranças, intelectuais, comerciantes e até religiosos para discutir política. Teve música ao vivo, na época do professor Antônio Carlos Marques, e os carnavais que eram realizados no entorno do Mercadão.
Muitas famílias que residem em outros municípios fazem questão de visitar o Mercado quando vêm a Uberaba e não deixam de levar iguarias, como queijos, doces, cachaças, carnes e peixes. Esse é o caso do engenheiro Carlos Freitas, 70 anos, que frequenta desde criança o local e estava com a família comendo um pastel e levando delícias para Igarapava (SP), onde reside. "Esse é um lugar que tem de tudo e a gente se sente muito acolhido, como se estivéssemos em casa", concluiu.
Jornalista Maria Cândida Sampaio
Gerações cresceram e prosperaram no Mercadão
As famílias continuam o legado dos pioneiros do Mercado Municipal de Uberaba e nas barras do tempo deixam marcadas a história de muitas gerações. Todo mundo reconhece o Mercadão como parte da própria história na existência. Uma referência.
Professora durante 43 anos, Dalva Botta, 82 anos, é descendente de italianos e seu avô, Giúlio Botta, foi um dos primeiros permissionários a se instalar no Mercado Municipal com uma banca de frutas, verduras e hortaliças. Vinda da Itália do pós-guerra, a família viajou por 50 dias nos porões de um navio à procura de trabalho. Desembarcou em Santos e saiu em busca de trabalho nas plantações de café.
A família Botta foi para Conquista (MG). Giúlio e Hernesta Vinhadelli Botta tiveram quatro filhos, entre eles, o pai de Dalva, Egídio Botta, que seguiu os passos do patriarca e deu continuidade ao negócio por cerca de 50 anos. Constituiu família com Tereza Rossi Botta, filha de Bernardo Rossi, que foi o primeiro comerciante da Rua Tristão de Castro. Ao todo, o casal teve cinco filhos.
Num tempo em que não havia supermercados, shoppings ou varejões o ponto central de compras era o Mercado, ao qual toda a população recorria. A dedicação ao trabalho era intensa, porque o local funcionava de domingo a domingo. "Tínhamos o nosso pai em casa somente aos domingos, após o meio-dia, uma vez que ele saía de madrugada para levar as mercadorias para o box. Herdamos essa dedicação ao trabalho dos italianos", contou.
No Açougue do Toninho, o proprietário Dídimo Antônio de Oliveira está no local desde 1993. Com três filhos para criar e separado da ex-esposa, não tinha com quem deixar as crianças, ainda pequenas, no período da tarde, para trabalhar no seu comércio de carnes. Quando aconteceu a primeira reforma, o comerciante viu a oportunidade de ser um permissionário e começou a levar os filhos para o Mercado. "Tive confiança de trazer, porque percebi que aqui é uma família, onde uns tomam conta dos outros e todo mundo ajuda a olhar". Formou um arquiteto, um administrador de empresas e uma professora, e se emociona ao declarar que o Mercado “me deu a oportunidade de criar meus filhos com dignidade e segurança. Foi uma das melhores coisas que aconteceram em minha vida quando consegui trabalhar aqui", afirmou.
O atual presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Municipal, Sérgio Henrique Manzan, está no local há 26 anos no ramo de açougue. A princípio, a Casa de Carnes era do sogro, José Fernandes de Carvalho (Zé Coquinho). "Sempre gostei muito de trabalhar nesse lugar, deste fluxo de pessoas de todos tipos, que trazem cada vez conhecimento sobre o ser humano. Uma bênção. Aqui a gente encontra aconchego e família", salientou.
Natural de Lagoa Formosa (MG), o comerciante Ednei Eduardo de Souza (Dinei) atua no Mercado há 33 anos e é um dos cases de maior sucesso em Uberaba. Numa família de oito irmãos, que moravam na zona rural, junto com o irmão Edson, da Banca do Edson, conseguiram trazer todos para Uberaba. Primeiro, forneciam produtos para outros permissionários e, por fim, arrendaram o box de Zé Pernambuco, no “mercado velho”.
De uma delicatéssen, com frios, queijos, especiarias, bebidas, doces, e as mais variadas iguarias Dinei abriu sua própria loja há 15 anos. Além de duas filiais, hoje a Banca do Dinei se tornou uma franquia, em 2023, levando a marca para outros estados, como Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais.
Jornalista Maria Cândida Sampaio
A família Mercado Municipal conta sua história
Espaço democrático, plural e diverso, que há 100 anos é referência turística, comercial e de convivência em Uberaba, o Mercado Municipal recebe em média 10 mil pessoas, diariamente, em seus cerca de 40 boxes, onde se encontra “de um tudo”. Mais do que prédio histórico e comércio pujante, o “Mercadão” é um lugar de encontro, principalmente de calor humano e uma boa prosa. Ao percorrer os corredores, conversando com os frequentadores, turistas e comerciantes, foi possível sentir sua pulsação como espaço vivo. Um lugar de sons, aromas e beleza que é entregue, agora, totalmente reformulado. A entrega da revitalização do Mercado Municipal aconteceu em 22 de junho último.
O Mercadão é uma família. Ao ouvir permissionários, trabalhadores e frequentadores, esse é o sentimento comum. Família com muitas histórias que passam de geração em geração. Um bom exemplo é o Bazar Ribeiro, fundado por Antônio Ribeiro dos Santos, herdado pelo filho Lauro Ribeiro dos Santos, 80 anos. Hoje o mais antigo permissionário do Mercado. Em 1965, abriu o seu comércio de miudezas, paralelo ao comércio do pai, e juntaram os dois bazares em 1970. Com sete anos levava comida para o pai no local, e ficava por ali.
Um dos filhos, Anderson Rodrigues dos Santos, é o sucessor no Bazar e o outro, André Luiz Rodrigues dos Santos, herdou a vocação do pai e também é permissionário. "É uma vida inteira, somos uma família. A roda da vida girou e de todos os colegas antigos que a gente tinha, somente eu estou por aqui", lembrou, com saudade, Lauro dos Santos.
Uma das figuras mais emblemáticas e tradicionais do Mercadão é o Pelé (Benedito Sebastião de Souza Coelho), entregador desde 1965, quando tinha 15 anos. São 73 anos de vida, sendo 59 dedicados ao trabalho. Nascido em Nova Odessa (SP), recebeu o título de Cidadão Uberabense há 12 anos. O entregador aprendeu a andar de bicicleta aos 23 anos e percorre cerca de 60 quilômetros por dia na cidade das Sete Colinas, mesmo com algumas limitações físicas.
Dono de uma memória prodigiosa para datas, o sempre animado Pelé fez entregas a pé por oito anos, até comprar sua primeira bicicleta, em 1973, com ajuda do povo e do radialista e colunista Ataliba Guaritá Neto (Netinho), que abriu uma lista de contribuição para ajudar nessa compra. Arrecadaram mil e quarenta cruzeiros na época. Um dos permissionários, Ailson de Oliveira (Xibiu), foi até Ribeirão Preto (SP) buscar a "magrela", utilizada de 1973 a 1979. Como era uma bicicleta comum, logo estragou por conta do peso das entregas e, novamente, a comunidade ajudou Pelé a comprar uma bicicleta de carga, usada de 1979 a 1991, quando foi roubada. Para que conseguisse trabalhar, ganhou uma bike usada e, contando com ajuda, reformou e usou até 2012, quando ganhou uma nova. Hoje, essa relíquia faz parte do acervo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).
Jornalista Maria Cândida Sampaio
sábado, 22 de junho de 2024
Prestes a completar 100 anos, o Mercadão reabre as portas ao consumidor
A manhã deste sábado, dia 22 de junho, foi marcada pela cerimônia de reinauguração das obras de requalificação e reforma do Mercado Municipal de Uberaba, no bairro Abadia. O ato ocorreu às 9h.
A reinauguração contou com a presença de autoridades da cidade, da prefeita Elisa Araújo, além da população, diversas autoridades políticas, militares e representantes de entidades de classe do município.
Popularmente conhecido como Mercadão de Uberaba, ele tem grande relevância para a cidade, pois além de fazer parte da história, ultrapassando gerações, e sendo uma organização comercial formada por antigos empreendedores do ramo alimentício, é considerado um ponto de encontro para os uberabenses que apreciam um bom bate papo acompanhado dos famosos pasteis.
História
Em 27 de dezembro de 1879, o vereador Capitão-Mor, José Bento do Valle, apresentou um projeto de construção de um Mercado Municipal. O local escolhido foi o Alto do Rosário ou, mais propriamente, a Rua Alegre (atual Lauro Borges), onde, hoje, está localizado o extinto Fórum Melo Viana. (Atual) Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Seds). Apesar de algumas autoridades irem contra a instalação do mercado na rua Alegre, ele ali foi instalado e permaneceu até 1923.
Sede provisória
No mesmo ano foi instalado, provisoriamente, no prédio localizado na esquina da Praça Manoel Terra com a Rua Padre Jerônimo.
Atual sede
Em 1922, na gestão do Agente Executivo Dr. João Henrique Sampaio Vieira da Silva, começaram as obras de construção de um novo Mercado, na praça Cel. Manoel Terra, pois o da rua Alegre, não satisfazia mais a população, devido ao pouco espaço físico.
A sua inauguração só se deu na gestão de Geraldino Rodrigues da Cunha em 02 de agosto de 1924.
A penúltima
A penúltima grande reforma do prédio do Mercado Municipal ocorreu no final do segundo governo do prefeito Hugo Rodrigues da Cunha, sendo entregue em 1993, já na administração do então prefeito Luiz Guaritá Neto.
Em arquitetura eclética, estilo inglês, em muitos detalhes dos 1.400 metros quadrados da construção em forma de octógono, é tombado e foi protegido pela Lei de tombamento nº 5.350 ratificada pelo decreto 1903, de 19/08/1999, instituído pelo condephau conselho deliberativo municipal do patrimônio histórico, artístico de Uberaba.
Em 19 de junho de 2024
A obra de revitalização do Mercado Municipal foi executada pela Construtora Toubes, com recursos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). As gestões foram do próprio ministro da Agricultura, na época, ex-prefeito e ex-deputado federal Marcos Montes, da prefeita Elisa Araújo e do vereador Ismar Marão, naquela ocasião presidente da Câmara Municipal de Uberaba.
Com modernas instalações com mais conforto e acessibilidade para a população, melhorias nas rampas de acessibilidade para facilitar a vida de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Além de mais segurança aos fregueses, permissionários e funcionários que atuam no local.
Contemplaram a mudança total da cobertura de novas telhas de cerâmica. Antes de iniciar a colocação das telhas foi feito o tratamento e pintura da madeira que suporta o telhado.
Melhorias e impermeabilização do piso, assim como instalação de elevador.
Pintura interna e externa, modernos banheiros e recomposição das esquadrias.
Foi construída ainda uma nova rede de energia elétrica, um sistema de renovação do ar climatizadas, instalação hidráulica de proteção de incêndio e ainda um sistema de proteção contra descargas atmosféricas.
No primeiro andar a ideia foi trazer para o público a oportunidade de conhecer a beleza e grandiosidade do pavimento com uma moderna Choperia (em licitação) e várias lojas de artesanato e mais dois banheiros públicos coletivos, um masculino, com três boxes, três mictórios e outro feminino, com três boxes além de banheiros individuais para pessoas com necessidades especiais. (Antônio Carlos Prata).
terça-feira, 12 de março de 2024
O TROTE DOS CALOUROS
As vezes soltavam um foguete de três tiros pela manhã, outro ali pelo meio-dia, mas estes eram anúncios antecipados do evento, que só se realizaria à tardinha.
Os de maior fluência eram na calçada dos prédios das faculdades de Direito, Odontologia e Engenharia na Avenida Guilherme Ferreira, com o Córrego das Lages ainda aberto, talude vegetado, e as flamboyants floridas. O outro, da Medicina ali na Praça do Mercado, era muito concorrido mas não tão alegre, faltava a mise en scene que suscitava a curiosidade.
Sempre depois das quatro os foguetes pipocavam e nós largávamos os brinquedos e corríamos para assistir à esbórnia, e os mais reservados ficavam no lado ímpar da Avenida: da esquina da Carlos Rodrigues até a casa do Dr. Augusto. Do outro lado, os temíveis veteranos bradavam nomes inexistentes na segunda folha dum bloco de papel grampeado. Tambores com água, óleo, vermelhão ou negro-de-fumo, polvilho, fubá eram reservados e um chapa do Mercado seria contratado para fazer a mistura. Haviam também muitas tesouras curtas e de ponta redonda.
Volta e meia um dos veteranos ia ao prédio central onde funcionava a Secretaria Acadêmica, punha um envelope pardo no guichê, tirava e colocava papéis e depois saia correndo até a calçada, onde os veteranos se aglomeravam abraçando como um time de rubgi. De outra feita subia até uma janela e sacudia o envelope: era a deixa para acender uma bateria de foguetes.
Mas a lista mesmo – para ser crível - só saía das mãos de um funcionário mais antigo, que entregava a verdadeira lista dos aprovados no vestibular à vista de todos, fruto de um acordo entre a Direção e o Diretório Acadêmico.
A partir dessa hora a tensão aumentava, corria eletricidade! E cadê os bichos? E funcionava assim, o vestibulando suspeitando ter sido aprovado, tinha que ir perguntar aos veteranos do DA, tinha que dar o nome dele, e aí lhe tiravam a camisa e os sapatos para doação, faziam caminho-de-rato nos cabelos (poupavam os casados), cortam a calça, amarravam à uma longa corda, e só depois pintavam o indivíduo com aquela loção do tambor. Aí já corria umazinha. Irmão, cunhado, vizinho, e namorado que aparecia curioso, era “preso” até o candidato chegar. Eu mesmo com 10 anos fui detido por querer saber se meu primo havia sido aprovado, mas ele estava ausente da cidade e era casado: escapamos. E os foguetes pipocavam.
A esta altura a Rádio Sociedade PRE-5 ou a Difusora-ZYV-57 já irradiavam a ocorrência, e um corso se formava causando engarrafamento nas vias de acesso. Um só fotógrafo era chamado - Prieto ou Akira – que dias depois estampavam as “provinhas” nos seus quadros envidraçados.
E ao final do expediente, próximo do pôr do Sol, a caminhada: amarrados, pintados, carecas, com lágrimas nos olhos, com odor de cachaça, a maralha saía pelas ruas principais, ás vezes indo até a Praça dos Correios, a pedir dinheiro aos transeuntes, que era destinado a ressarcir a despesa da farra: foguetes, corda, tesouras, tinta, óleo, fubá, e a branquinha. Todas as calouras tinham que pagar mico, como pedir em casamento os coroas no Marabá, Buraco da Onça, ou Tip-Top. Já os bichos mendigavam às senhoras na Drogasil, Pernambucanas ou Riachuelo.
Não sei de registro de agressão ou abuso, era um folguedo inocente promovido pelos DA’s: uma cerimônia de introdução ao círculo acadêmico despindo toda e qualquer soberba. Depois com vestibular a cada semestre, turmas de cem alunos, e acabou aquela expectativa, o controle sócio-político dissolveu os DA’s, e os trotes ficaram mais raros e menos concorridos.
Leonardo José Teixeira
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024
JORGE ALBERTO NABUT (1947-2024)
Quem tem hoje seus 30 anos de idade, provavelmente conheceu Jorge Nabut como colunista social, tarefa à qual ele se dedicou por décadas no Jornal da Manhã e – mais recentemente – nas redes sociais. A partir da estreia, nos tempos em que ainda assinava a coluna "Iago", Nabut criou um estilo próprio, no qual se consagrou como concorrente e digno sucessor do "Observatório de Galileu" – a coluna do Ataliba "Netinho" Guaritá, publicada no Lavoura e Comércio.
Mas, nessa hora em que Nabut nos deixa de surpresa, o UBERABA EM FOTOS gostaria de destacar que o jornalista foi também "antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto" um batalhador múltiplo e incansável da cultura e do patrimônio histórico uberabense. Arriscou-se como diretor num grupo de jovens que fazia teatro de vanguarda na Uberaba conservadora e careta dos anos 1970, dirigiu e produziu filmes de curta-metragem, escreveu peças, prosa e poesia, organizou festas memoráveis.
Numa época de "milagres econômicos", em que políticos, autoridades e colegas da imprensa saudavam com entusiasmo o "progresso" que jogava ao chão os belos casarões do centro histórico da cidade, Nabut propunha a criação de museus, defendia o tombamento das igrejas e dos nossos marcos históricos e arquitetônicos. No início de 1976, ele foi pioneiro em idealizar a criação de um Museu do Boi, iniciativa que se concretizaria, oito anos depois, no Museu do Zebu da ABCZ. Foi também um defensor da fundação de um Museu de Arte Sacra na igrejinha de Santa Rita, museu esse que ele teria a felicidade de dirigir, décadas mais tarde.
Nas páginas dos jornais dos anos 1970, Nabut (re)apresentou aos uberabenses a esquecida Vila do Desemboque, a mais antiga povoação do Triângulo Mineiro. Pesquisou e divulgou a tradição musical erudita, mas também a cultura e a religiosidade populares. Contou casos de mascates, de imigrantes, de boiadeiros, de lanterninhas de cinema, bordadeiras e de jogadores de futebol. Essa obra múltipla se esparrama, como um caleidoscópio, nos vários livros que Jorge publicou ao longo da vida – começando com o clássico "Coisas que me contaram, crônicas que escrevi", uma coletânea de seus artigos na imprensa, lançado em 1978 (e hoje disponível em PDF na internet).
Como é usual acontecer com aqueles que fazem muito na vida, Nabut era sagaz, irônico, suavemente vaidoso e, com frequência, controverso. Colecionava com facilidade amigos e admiradores, mas também desafetos e bajuladores baratos. Para mim, ele foi, por décadas, uma figura folclórica e pouco mais que um conhecido distante. Só nos últimos quatro ou cinco anos, tivemos a oportunidade de um contato mais próximo e frequente, por conta de parcerias em áreas afins e de interesses comuns. Essa experiência foi tão interessante quanto divertida. Lamento, mais ainda agora, que ela não tenha começado alguns anos mais cedo.
Numa das nossas últimas conversas, Nabut me enviou uma resenha escrita pela educadora Vânia Maria Resende sobre "O Livro de Elias", obra sua, lançada em 2023. Tomo a liberdade de destacar um trecho especialmente bonito:
"Nesse livro-poema para o pai, a vida se confronta com a morte; a arte dribla a finitude, precisa vencê-la, e o filho deseja estar com o pai, de novo, de outra forma. Entre sutilezas afetivas e certas nuanças contundentes e aflitivas, a forma feita de fragmentos (com lacunas e incompletudes) gera o espaço novo, portador da significação do reparo compensador e do fulgor da “alforria”. Nele, o escritor tem o condão de fazer, pela palavra, o retrato do pai em versos, e frente a frente com ele, como nunca antes, restaurar o encontro, a proximidade, o afago."
Pois é, Jorge! Vai lá dar aquele abraço merecido no Seu Elias.
(André Borges Lopes)
sábado, 3 de fevereiro de 2024
DR. NEWTON RONALDO DA CUNHA PRATA
*DR. NEWTON RONALDO DA CUNHA PRATA*.
A geração à qual pertenço tem sofrido seguidos solavancos ditados pela Lei Universal de Separação.
Hoje, 02/02/2024, vimos partir Dr. Newton Ronaldo da Cunha Prata. Quem o conheceu há de recordar para sempre do homem de bem e do bem, que como poucos, exerceu a Medicina imbuído do verdadeiro ideal de servir.
O atendimento de urgência que dele recebi no dia 02/06/1980, me autoriza afirmar que a conduta e o estilo de Dr. Newton Prata junto a não muitos colegas ( me perdoem por assim dizer) está certamente em extinção.
Nossa amizade iniciada e cultivada por mais 60 anos me faz reportar ao craque do Nacional Futebol Clube, cuja dedicação nunca decaiu. O acadêmico de Medicina conseguia tempo para ser titular absoluto na sua posição no alvinegro.
Na politica Dr. Newton foi respeitado por todos os seus pares. Soube fazer dos mandatos a ele conferidos pelo povo, grandes oportunidades para, de fato, servir ao ser humano.
Registramos aqui os nossos sentimentos, ao tempo em que lamentamos também pela falta que Dr. Newton fará para a sua querida Uberaba.
Abraço fraterno a todos os familiares do querido amigo de sempre, que na trajetória de sua existência deixou marcado o seu nome com letras indeléveis.
Até um dia querido amigo Dr. Newton Ronaldo da Cunha Prata.
Ass: João Eurípedes Sabino.
Uberaba/MG/Brasil.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
*Secult recebe representantes do Geoparque para tratar sobre evento da chancela*
Na tarde desta quarta-feira (24), representantes das instituições signatárias do Aspirante Geoparque Uberaba - Terra de Gigantes participaram de agenda na Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), em Belo Horizonte. O grupo foi recebido pelo subsecretário da Secult, Igor Arci Gomes. O intuito da reunião foi alinhar o evento de anúncio da chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Representando a Prefeitura de Uberaba participaram a chefe do Executivo, Elisa Araújo, com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, Rui Ramos, e o chefe de Gabinete, Caio Presotto. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) foi representada pelo diretor de Pecuária Leiteira, Rodrigo Simões; já a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), pelo pró-reitor de Extensão Universitária, Helder Barbosa Paolini e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), pelo analista Marcius Mendes. Também esteve presente a presidente da Associação Geoparque Uberaba, Paula Cusinato.
O anúncio oficial da chancela do Aspirante Geoparque Uberaba está previsto para a segunda quinzena de março deste ano. Nesse sentido, a Secult, junto ao Município e às instituições signatárias, trabalha para promover um evento de comemoração do título, que trará visibilidade não só para Uberaba, como para o Estado e o país.
“A perspectiva é de que a chancela do Geoparque deva ocorrer no final de março. Por isso, viemos tratar da organização para esse dia, da forma que iremos fazer a divulgação e o evento. A reunião foi ótima, traçamos algumas estratégias e vamos prosseguir no planejamento", explicou Rui Ramos. Ainda conforme o secretário, está prevista uma videoconferência para a próxima semana, para dar andamento ao assunto.
*Secretaria Especial de Comunicação*
quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
Morreu nesta terça-feira (26), a apresentadora e psicoterapeuta Eliana Barbosa.
Uberaba perde uma de suas filhas admiraveis. Eliana Barbosa era o símbolo da dedicação ao trabalho que desempenhava.
Sempre foi extremamente profissional e, em matéria de conferências e mensagens motivacionais, estava entre as melhores do Brasil.
Divulgou o nome de Uberaba em nosso país e mundo afora, sem se vangloriar da posição de destaque que ocupava. Excelente apresentadora de TV, exímia articulista, cronista e demonstrou seu acurado senso literário ao conceber vários livros de autoajuda.
Assisti ao lançamento do seu ótimo livro “O ENIGMA DA BOTA” que ocorreu no ano de 2006 nas dependências do Shopping Uberaba.
Escrevemos durante anos no diário Jornal da Manhã às sextas-feiras na mesma página e muitas vezes, coincidíamos na eleição dos temas, porém com abordagens paralelas. Impressionante!
Amigo Fernando Ferreira Vieira da Silva Júnior receba o nosso abraço de solidariedade nesse momento difícil, quando sua amada Eliana lhe dá adeus e parte para a eternidade. Peço-lhe que estenda esta manifestação a todos os seus demais entes queridos.
Abraço afetuoso.
João Eurípedes Sabino.
Uberaba/MG/Brasil
26/12/2023
sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
Morre o professor José Thomas da Silva Sobrinho
Morreu nesta sexta-feira (01) O professor José Thomáz da Silva Sobrinho, aos 91 anos. ele lutava contra um câncer. José Thomáz deixa esposa, três filhos e sete netos. O velório será a partir das 13h, no Centro Espírita da avenida Capitão Manoel Prata.
O sepultamento está programado para hoje (01/12), saída às 16h40, com chega ao cemitério São João Batista às 17h.
*Atualizando
quinta-feira, 9 de novembro de 2023
"SEM CONHECER O PASSADO NÃO SE ENTENDE O PRESENTE"
A PRIMEIRA SALA DE CINEMA DE UBERABA
A VELHA SALA DE CINEMA QUE RESISTE AO TEMPO
UMA FOTO HISTÓRICA, DOIS GRANDES FOTÓGRAFOS E UM MEMORIALISTA
https://ims.com.br/cadernos-de-marc-ferrez/maquinas-e-acessorios-para-fotografia/
Sampaio foi amigo e cliente de Severino, a quem encomendou a produção de inúmeras fotos da nossa cidade, algumas das quais foram enviadas à imprensa das capitais e aos institutos históricos e geográficos do Brasil e de Minas Gerais. Nos dias 11, 12 e 18 de janeiro de 1895, o Jornal do Comércio publicou três notas onde a história da foto é contada em detalhes.
IGREJA DE SANTA RITA DE CÁSSIA

(34)3331-9200

(34)3331-9200
Endereço: Praça Manoel Terra S/Nº – Centro – Uberaba/MG.
Contato: Telefone: (34)3331-9200 – imprensa.fcu@gmail.com
Horário de Visitação: Terça a sexta das 12h às 18h e sábado e domingo das 8h às 12h
quinta-feira, 20 de julho de 2023
Morre o médico Dr. José de Castro Gomes. Conhecido como Dr. Zequinha
Faleceu aos 93 anos em São Luis.
Dr. José de Castro Gomes
Faleceu hoje na Capital São Luis o médico Dr. José de Castro Gomes. Conhecido como Dr. Zequinha. Estava Internado na Clínica Ibirapuera e depois de completar neste domingo dia 16 seus 93 anos Faleceu de causas naturais.
O corpo está sendo transladado para Pinheiro, onde será velado por familiares, amigos e conhecidos em sua residência em frente do Armazém Paraiba fundo das Lojas Americanas. O sepultamento se dará amanhã a partir das 9 horas no Cemitério de Santo Inácio de Loiola.
Dr. Zequinha formou - se na 1ª turma de medicina da Universidade Federal de Uberaba MG, e foi um dos fundadores. Fez especialização em Ginecologia na França e na Alemanha. Morou e trabalhou por mais de 60 anos na cidade mineira e além de Médico muito conceituado foi Diretor do Hospital e professor da Faculdade onde se aposentou.
De volta pra sua terra atendia seus amigos e conhecidos e não deixava de visitar a chapada, de onde contava muitas estórias da juventude. Dono de uma memória privilegiada gostava de ler muito, escutar boa música e fazer palavras cruzadas, além de boas prozas. Quem o conheceu e teve a oportunidade de conviver, diz que vai deixar saudades!!!
Antônio Carlos PrataCidade de Uberaba
Morre Jaime Moisés
Com muita tristeza que comunico a vocês o falecimento do Sr. Jaime Moisés na madrugada desta quinta-feira (20/07) um dos homens mais íntegros e honrado de Uberaba.
Empresário da Comunicação, ex-Governador do Lions Club International, Contador, Professor e Diretor dos Colégios Dr. José Ferreira e São Judas Tadeu.
Cidadão Uberlandense e Comendador no Grau de Cooperador da Maior Honraria de Uberlândia, a "Comenda Augusto César".
Jaime, que no sábado passado (15) havia completado 93 anos de idade, infelizmente já internado no hospital São Marcos devido a complicações de um quadro de pneumonia.
Jaime foi fundador e diretor do Jornal de Uberaba; diretor do jornal O Triângulo em Uberlândia; vereador e presidente da Câmara Municipal de Conquista-MG e era natural de Santa Juliana-MG.
Apesar de separados nunca saiu de perto de D. Alice. Pai do Abrão Moisés Neto e do Daniel Angotti Moisés e da saudosa Luciene. Avô e bisavô extremamente dedicado e o melhor amigo, sem dúvida.
Seu corpo será velado durante toda esta quinta-feira na Funerária LIV na Av. Edilson Lamartine Mendes, 137 - Parque das Américas em Uberaba.
Jaime Moisés combateu o bom combate, terminou a corrida e guardou a fé.
Vá com Deus e Descanse em Paz.