A feliz iniciativa de criar em Uberaba a ALTM – Academia de Letras do Triângulo Mineiro partiu dos idealizadores José Mendonça, Edson Prata e Monsenhor Juvenal Arduini, em reunião realizada na própria residência do primeiro, no mês de setembro de 1962.
No mês outubro, daquele mesmo ano, um número expressivo de intelectuais reunia-se na sede da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, atual ABCZ, à época localizada na Rua Manoel Borges, 84, para as primeiras deliberações.
Os idealizadores da ALTM (Dr. José Mendonça, Edson Prata e Monsenhor Juvenal Arduini).
Foi assim que, oficialmente, em 15/11/1962, no mesmo local, sob a presidência do Dr. José Mendonça, em presença dos 27 primeiros fundadores, foi apresentada a sugestão e, em seguida aprovado seu estatuto, sendo criado oficialmente esse nobre sodalício triangulino e, posteriormente, ocupadas paulatinamente as vagas restantes.
Nos mesmos moldes de nossa augusta ABL, Academia Brasileira de Letras, a recém inaugurada casa de cultura passou a contar com um total de 40 cadeiras, cujos próximos ocupantes seriam eleitos em escrutínio secreto, por ocasião do falecimento do respectivo titular.
Os ilustres membros da ALTM são tidos por imortais, graças à vitaliciedade que alcançam com a investidura, pois, a partir de então, seus respectivos nomes permanecerão ligados “ad aeternum” à respectiva cadeira para qual foram eleitos.
Reconhecida de Utilidade Pública Municipal, pela Lei nº. 1.125, de 21 de setembro de 1963; e Utilidade Pública Estadual pela Lei nº. 9.470, de 21 de dezembro de 1987, a ALTM é hoje um inegável marco na vida cultural da cidade de Uberaba e toda a região do Brasil central.
Nas palavras de um de seus idealizadores e seu primeiro presidente, José Mendonça:
“(...) Os motivos que me levaram a coordenar o movimento são baseados principalmente na necessidade de congregar a intelectualidade triangulina em torno de um centro de convergência comum, para melhorar estudo e debate dos problemas literários científicos e sociais do mundo atual”.
Uma meta plenamente alcançada ao longo desses 60 anos de sua meritória existência e a merecer especial registro em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira
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0S FUNDADORES
Conforme dispõe o estatuto da ALTM, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, a candidatura a uma vaga ocorre através de inscrição espontânea do candidato ou por indicação de cinco acadêmicos, posteriormente submetida ao parecer de uma comissão constituída de cinco membros e nomeada pelo presidente da instituição.
Fundadores da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Ao respectivo acadêmico fundador coube a escolha do patrono de sua cadeira, devendo essa opção, preferencialmente, recair em ilustre figura de intelectual das letras brasileiras, quiçá mineiro ou vinculado a região triangulina.
E foi assim que em Assembleia para Criação da Academia, ocorrida em 15/11/1962, na Sala de Reuniões da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, Rua Manoel Borges, 84- hoje ABCZ, foram definidos os ocupantes das 27 primeiras cadeiras e, posteriormente, as demais, conforme a ordem cronológica de ingresso, da esquerda para direita e de cima para baixo:
01 – José Mendonça 02 – Santino Gomes de Matos 03 – Victor de Carvalho Ramos 04 – Padre Thomaz de Aquino Prata 05 – Monsenhor Juvenal Arduini 06 – Ruy de Souza Novaes 07 – Ari Rocha 08 – Padre Antônio Thomás Fialho 09 – César Vanucci 10 – Antônio Édson Deroma 11 – Raimundo Rodrigues de Albuquerque 12 – João Rodrigues Cunha 13 – Augusto Afonso Neto 14 – Maurillo Cunha Campos de Moraes e Castro 15 – Georges de Chirée Jardim 16 – Lúcio Mendonça de Azevedo 17 – Quintiliano Jardim 18 – João Henrique Sampaio Vieira da Silva 19 – Lauro Savastino Fontoura 20 – Mário de Ascenção Palmério 21 – Dom Alexandre Gonçalves Amaral 22 – Jacy de Assis 23 – José Soares de Faria 24 – João Edson de Mello 25 – José Pereira Brasil 26 – Lycídio Paes 27 – Edson Gonçalves Prata 28 – João Alamy Filho 29 – Eurico Silva 30 – Leonardo Paulus Smeele 31 – João Modesto dos Santos Filho 32 – Edelweiss Teixeira 33 – Frei Francisco Maria de Uberaba 34 – Gabriel Toti 35 – Antônio Severino Muniz 36 – Valdemes Ribeiro Menezes 37 – José Marçal Costa 38 – José Soares Bilharinho 39 – Dom José Pedro Costa 40 - Guido Mendonça Bilharinho
Nesse mês de novembro em que se comemora os 60 Anos da ALTM, destaco os nomes de cada um desses ilustres e imortais fundadores para que figurem, com especial destaque, nos registros das Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira Fonte: site da ALTM
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GALERIA DOS PRESIDENTES
Criada oficialmente em 15 de novembro de 1922 a ALTM, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, foi exemplar na seleta escolha de luminares nomes entre os maiores intelectuais das letras, ciências e artes.
Galeria dos Presidentes da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
E para dirigir essa augusta instituição foram eleitos, entre os seus acadêmicos, aqueles que teriam a subida honra de ocuparem e de exercerem o importante cargo de sua presidência.
Assim, de cima para baixo e da esquerda para direita, assumiram, cronologicamente, o elevado e distinto cargo de Presidente da ALTM os seguintes e ilustres acadêmicos abaixo discriminados:
1º. – José Mendonça (1963 a 1968).
2º. – Augusto Afonso Neto (1968, em decorrência do falecimento do Presidente José Mendonça, falecido em 4/6/1968).
3º. – Edson Gonçalves Prata (1969 a 1974). 4º. – Guido Luiz Mendonça Bilharinho (1975 a 1976). 5º. – Maurillo Cunha Campos de Moraes e Castro (1977 a 1978). 6º. – Jacy de Assis (1979 a 1980). 7º. – José Soares Bilharinho (1981 a 1986). 8º. – Mário Salvador (1987 a 2008). 9º. – Terezinha Hueb de Menezes (2009 a 2010). 10º. – José Humberto Silva Henriques (2011 a 2012). 11º. – Jorge Alberto Nabut (2013 a 2014). 12º. – Ilcea Sônia Maria de Andrade Borba Marquez (2015 a 2016). 13º. – João Eurípedes Sabino (2017 a 2022).
Honrosamente eleitos por seus pares e tornados imortais, ao assumirem suas respectivas cadeiras na ALTM, incluo os seus nomes na Galeria dos Presidentes para que figurem, ora em diante e com especial destaque, em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira Fonte: site da ALTM
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PALAVRA DO PRESIDENTE
Muitos manifestaram ao longo do tempo a necessidade premente de criarmos uma entidade que congregasse os escritores de Uberaba e de toda a região do Triângulo Mineiro, considerando que o nosso seleiro literário sempre se destacou como centro vanguardista.
João Eurípedes Sabino - Presidente da ALTM.
Tal desejo coletivo remonta aos anos trinta do século passado, todavia, se arrastou pelo tempo, talvez por necessitar de intrépidos timoneiros munidos de coragem, vontade e decisão. Naqueles tempos, Uberaba mesmo tendo uma gama de expoentes literatos, tinha as suas dificuldades naturais para aglutiná-los.
No ano de 1953 o jovem José Rodrigues de Resende, escreveu na Revista do Estudante, editada pela então União Estudantil uberabense, o artigo: “Academia Triangulina de Letras”, no corpo do qual reclamou da demora para criarmos o sodalício. Inclusive citou nomes de escritores exponenciais que poderiam integrá-lo, tais como: Santino Gomes de Matos, José Mendonça, Quintiliano Jardim, Fidelis Reis, Ruy de Souza Novais, Jacy de Assis, prevendo ainda a participação de outros ícones das letras.
É de se notar que José Rodrigues de Resende previu tal fato nove antes da fundação oficial da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, que só viria a ocorrer no ano de 1962. Todos os nomes mencionados por ele, integraram a ALTM, à exceção de Dr. Fidelis Reis que faleceu antes, mas foi homenageado como patrono da cadeira n°1.
O irrepreensível Dr. José Mendonça, advogado, foi o primeiro Presidente.
Merece destaque o fato de que, o trio de frente, formado por ele, e mais; Dr. Edson Prata e Monsenhor Juvenal Arduíni, em face dos seus inquestionáveis talentos e conduta moral, conseguiram aglutinar outros consagrados escritores e assim, no dia 15 de novembro de 1962, há 60 anos, portanto, realizaram a primeira Assembleia para a criação desta que seria considerada, como hoje é, uma das mais creditadas Academias de Letras do Brasil.
Tal evento histórico ocorreu na Sede da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro (hoje ABCZ), então situada `a R. Cel. Manoel Borges, 74 em Uberaba /MG.
Para nossa cidade se dirigiram notáveis intelectuais de várias regiões do País e assim, testemunharam o nascimento da Casa de Letras que ora recebe o honroso título de sexagenária.
Durante todos esses 60 anos, nossa querida ALTM funcionou sempre e ininterruptamente.
Trajetória física: este repositório literário, berço de ilustres imortais, funcionou por algum tempo na residência do seu primeiro Presidente Dr. José Mendonça, à Rua Segismundo Mendes, 408. Depois ficou por longos anos em salas pertencentes à Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães-R. Alaor Prata, 317. Sequenciando, usou como locatária a então sede da 14ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil-Rua Dr. Lauro Borges, 88. Finalmente, há seis anos a ALTM está sediada à mesma Rua Dr. Lauro Borges, 347, no imóvel que lhe foi cedido em comodato pela Universidade de Uberaba.
Falar da Academia de Letras do Triângulo Mineiro no ensejo dos seus 60 anos, é enaltecer o valor dos seus Membros que estiveram no instante do seu nascimento e também daqueles, cujos nomes deixaram e deixarão gravados com letras eternas e suas devoções nunca deixaram ou deixam arrefecer, razão pela qual num gesto afetivo, damos nossas mãos para dizer: a ALTM não tem um dono. Ela é de todos nós; dos Acadêmicos, dos Associados Correspondentes e toda a comunidade.
JOÃO EURÍPEDES SABINO
Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
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SEDE ATUAL
Até consolidar e conquistar um espaço físico onde pudesse funcionar com regularidade a ALTM, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, percorreu uma longa e árdua trajetória.
Imagens: ABCZ (acervo Uberaba em Fotos); Coloridas:
1 – Casa de José Mendonça, 2 – Biblioteca Pública, 3 – sede da OAB em Uberaba, 4 – sede atual da ALTM (por Antonio Carlos Prata).
Os primeiros encontros informais ocorreram na residência de José Mendonça, então localizada na Rua Segismundo Mendes 408, onde ele, em companhia dos outros dois idealizadores, Edson Prata e Juvenal Arduini, esboçaram o meritório projeto.
A viabilização da ideia se daria por ocasião de uma Assembleia Geral, ocorrida em 15/11/2022, na sede da antiga Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, atual ABCZ, à época ainda na Rua Manoel Borges, 74, e onde os seus fundadores assinaram ata formal de sua criação.
A partir de então e por longos anos, na falta de uma sede própria, a ALTM funcionaria em salas pertencentes à Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães, Rua Alaor Prata, 317. Depois, na condição de locatária, passaria a ocupar sala na sede da 14ª. Subseção da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, Rua Dr. Lauro Borges, 88. Por último, desde o ano de 2016, passaria a funcionar em imóvel que lhe foi cedido em comodato pela UNIUBE, Universidade de Uberaba, em seu endereço atual localizado na Rua Dr. Lauro Borges, 347.
No mês em que essa augusta casa de cultura completará 60 ANOS de profícua e laboriosa existência faço minhas as palavras de William Shakespeare para dizer:
“Pois a natureza não nos faz crescer apenas em forças e tamanho. À medida que este templo se amplia, se amplia dentro dele o espaço reservado pra alma e pra inteligência.”
E nesse solene momento é preciso que registremos essa auspiciosa conquista da ALTM em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira
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PARA ENTRAR NA ALTM
Adentrar as dependências da ALTM, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, não é difícil já que as suas portas estão abertas para os amantes das belas artes literárias.
Sede - Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Mas para ingressar nos quadros desse tabernáculo da cultura e assumir a condição de imortal terás que cumprir certas exigências como bem explicitado por seu presidente, João Eurípedes Sabino, atual ocupante da Cadeira 32, no poema intitulado:
QUERES ENTRAR NA ACADEMIA?
Faças então por merecer Conduza-te correto pela vida Cultives o pendor de escrever Tua vaga poderá ser conseguida Pelos umbrais da Academia Poderás passar se vencer Ela te receberá com fidalguia E tu deverás corresponder Se o teu coração não palpitar E dele sentimentos não nascer Para o seu nobre título avalizar “Sou acadêmico” não basta só dizer Podes entrar na Academia Casa de quem ama a cultura Serás imortal não só por um dia Nela edificarás a tua sepultura O que a Academia fará por mim? Pergunta que não deves formular O que posso fazer por ela? Sim Eis a tua prova de amor secular E por que não acrescentar, quiçá também uma forma de inscrever o seu próprio nome “ad aeternum” em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba Moacir Silveira Imagens: fachada e detalhes em fotos de João Eurípedes Sabino Fonte: Revista Convergência n. 32 – site da ALTM
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Clique em:
Hino - ALTM.
Para ver e ouvir a bela homenagem prestada por Arahilda Gomes Alves a ALTM, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, que no próximo dia 15/11/2022 completará 60 anos de existência. Na condição de atual ocupante e titular da Cadeira 33 da ALTM ela esbanja talento, engenho e arte ao reger o Grupo Coral Sounds, em música e letra de sua própria autoria.
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ATUAL DIRETORIA
No comando das festividades do sexagésimo aniversário da ALTM, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, a ser completado e comemorado no próximo dia 15 desse mês, estão os ilustres imortais de sua atual diretoria a saber, da esquerda para a direita e de cima para baixo:
Atual diretoria - Academia de Letras do Triângulo Mineiro
- Arahilda Gomes Alves, Vice-presidente
- João Eurípedes Sabino, Presidente
- Olga Maria Frange de Oliveira, 1ª. Secretária
- Antônio Pereira da Silva, 2º. Secretário
- Consuelo Pereira Resende do Nascimento, 1ª. Tesoureira
- Dimas da Cruz Oliveira, 2º. Tesoureiro
Ao ensejo de uma data tão especial na vida dessa gloriosa casa de cultura é preciso que os seus nomes figurem com elevado destaque e distinção em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
A maioria dos grandes cinemas das grandes capitais não tiveram dinheiro suficiente para investir nas novas tecnologias de exibição de imagens e propagação sonora. A década de oitenta do século passado viu a chegada dos vídeo cassetes o que causou mais um abalo nas finanças das salas de exibição. O golpe final foi a compra de várias dessas salas para servirem de local de culto religioso.(Cine Uberaba Palace). Com a chegada dos shopping centers (malls em inglês), as salas de exibição migraram para tais espaços devido as possibilidades de modernização e segurança.
Interio do extinto Cine Teatro São Luíz. Hoje (Loja Doce). Foto Antônio Carlos Prata.
Com a deterioração das possibilidades de diversão e entretenimento dos centros das grandes cidades, devido principalmente a insegurança noturna, a possibilidade de reavivamento cultural de tais prédios tornou-se impraticável. Quanto a arquitetura tanto externa quanto interna das salas que tive oportunidade de visitar em suas épocas de funcionamento, não acho as salas com grandes apresentações arquitetônicas ou decorativas. No que pese a inserção histórica de tais prédios, eles simplesmente sofreram o processo de degradação e disfunção pelo qual passaram vários centros de cidade ao redor de todo mundo. 06/10/2022 às 09h40.
Para ver e ouvir uma homenagem especial prestada ao saudoso Edson Quirino, em narração de Paulo Sarkis, sonorização de Helcio Vittorazzi e gravação do estúdio Canarinho Produções.
Fotos do Acervo da família Quirino de Souza.
No início da década de 1970 era grande a resistência dos dirigentes da então Rede Tupi de Televisão e demais emissoras de Tv da época em incluir programas sertanejos na grade de suas programações. E em Uberaba isso não foi diferente. Só depois de muito insistir é que Edson Quirino conseguiu convencer o então diretor local da emissora, Paulo Cabral Júnior, a abrir espaço para apresentação de seu programa no então recém inaugurado Canal 5, TV Uberaba.
Então, pela primeira vez na história da televisão brasileira, a música sertaneja ou rural conquistava o seu espaço no mais novo e moderno meio de comunicação social do Brasil Central. Foi assim que Edson Quirino de Souza, o popular Edinho, passou a receber de braços abertos músicos, cantores e compositores dedicados ao universo do homem do campo.
Somente anos depois é que o consagrado Rolando Boldrin lançaria o seu Som Brasil, consolidando em definitivo a presença da música rural ou caipira na tv brasileira.
O que aconteceu depois já faz parte da história. A música sertaneja consagrou-se de forma definitiva, conquistou seu merecido lugar no meio artístico e hoje reina em lugar de destaque em nossa MPB. E foi assim que música sertaneja foi aos poucos ocupando o seu espaço no meio artístico televisivo. Como num processo evolutivo começou pelo primário, passou pelo colegial e hoje conquistou seu diploma superior com o Sertanejo Universitário, líder inconteste nas paradas de sucesso. E quem diria que tudo isso teria início nos estúdios do Canal 5, TV Uberaba, em princípio dos anos de 1970.
E para homenagear o nosso estimado Edson Quirino de Souza e os valorosos homens do campo, faço minhas as palavras de Flávio Mattes, para dizer:
“Por isso estamos cantando pra ti grande guerreiro / Que alimenta o mundo inteiro com frutos puros do chão / Não estou falando em vão, é com certeza que eu falo / Tu provas isso com calos que maltratam tuas mãos. / Também sou homem do campo, conheço o cabo da enxada / E hoje de vida mudada me tornei um cantador / Receba esta homenagem que pra ti eu escrevi / Enquanto eu existir serei o teu defensor.”
E é por isso que faço questão de incluir o nome de Edinho como o pioneiro em divulgar a música sertaneja na tv brasileira e a merecer especial registro em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
É com pesar que comunicamos a morte do médico, orador e médium, Dr. Jorge Antônio Bichuetti.
O psicoterapeuta já estava doente, com hipertensão e diabetes. No domingo (2), foi internado e faleceu na madrugada desta quarta-feira (5). Além da capacidade mediúnica, consagrou-se também pelo intenso e ininterrupto trabalho de assistência e promoção social, além do atendimento espiritual a milhares de pessoas.
O velório será às 16h no Salão da funerária LIV,
Av. Edilson Lamartine Mendes, 137 - Parque das Américas. Às 19h seguirá para cidade de Conceição das Alagoas, onde será sepultado pela manhã.
Jorge Bichuetti. Foto/Divulgação.
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Alguns de nós trazem dons e poderes para serem exercidos no Mundo Material, o dito mundo dos “vivos”. Apresento a vocês a história de Jorge Antonio Bichuetti em entrevista no programa DNA, da TV Bandeirantes, com o professor e jornalista André Azevedo da Fonseca.
Clique no Vídeo:
Viveu muito, viveu bem. Foi feliz e assim será. Aos que ficaram, decerto a saudade se amparará no tesouro que ele deixou. Um rastro de bondade e um mundo de gratidão.
Dr. Jorge Bichuetti, que bom que o senhor agora está vendo, do outro lado, o quanto vale uma vida dedicada ao bem, com dignidade e amor ao próximo.
Antônio Carlos Prata
O Grupo Coisas e Fatos Antigos de Uberaba apresenta sinceros pêsames à família de Jorge Bichuetti.
Cartão postal da antiga Praça Rui Barbosa, na década de 1970.
Foto: Acervo Uberaba em Fotos.
Observe que a praça ainda estava com o seu belo obelisco em estilo Art Déco, do renomado artista plástico Humberto Cozzo, erguido em homenagem ao então governador de Minas Gerais Benedito Valadares e inaugurado pelo presidente do Brasil, Getúlio Vargas, durante visita a Uberaba em 1941. No mesmo sentido (abaixo), a loja Notre Dame de Paris, a estátua de Major Eustaquio, fundador de Uberaba. (Antônio Carlos Prata)
Nome: Jorge Henrique Marquez Furtado *1923 +1990 Naturalidade: Uberaba/MG Filiação: Henrique Fernandez Perez (Imigrante espa nhol) Georgelina Marquez Fernandes Casado com: Victória Guiraldes (filha de argentinos) nascido no Rio de Janeiro Profissão: Médico. Professor. Político (Prefeito de Uberaba entre 1959 e 1963)
Jorge Henrique Marquez Furtado. Foto: Arquivo Público de Uberaba.
Participação na Comunidade: Sua mãe faleceu logo após o parto, em que nasceram ele e seu irmão gêmeo Raymundo. Foi, então, adotado como filho legítimo, por sua tia materna, Maria Augusta Marquez Furtado (Filhinha), casada com Durval Furtado Nunes, o que explica os seus nome e sobrenome. Com 8 anos, transferiu-se, com os pais para a cidade de Niterói, onde, em 1942, iniciou seus estudos de Medicina. Em 1943, seus pais retornaram a Uberaba, deixando-o com o tio paterno Alyrio Furtado Nunes. Concluiu o curso de Medicina em 1947. em Niterói e em 1948. voltou para Uberaba, onde montou o Laboratório de Análises Clínicas Jorge Furtado. No mesmo ano, colaborou com o Professor Mário Palmério na fundação da Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, tornando-se titular das cadeiras de Microbilogia e Imunologia daquela Faculdade, cargos que exerceu até 1974. Foi. também, diretor da mesma Faculdade, entre 1950 e 1958. Foi o primeiro diretor do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência - SAMDU (órgão público de grande importância para a população carente), e um dos fundadores e professor das disciplinas: Histologia e Embriologia e de Microbiologia da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, que começara a funcionar em 1954. Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi candidato a prefeito de Uberaba, em 1958. Eleito, governou o Município de Uberaba entre 1959 e 1963. Em seu governo deu prioridade à construção de estradas na zona rural e às obras de infraestrutura obras escondidas, como se costuma dizer: rede de águas e esgoto. Inaugurou uma nova adutora no Rio Uberaba, conseguindo resolver o crônico problema da falta d'água, que castigava a cidade há longo tempo. Após este período como prefeito, Jorge Furtado praticamente abandonou a politica partidária, dedicando-se exclusivamente à sua profissão em seu laboratório e na Faculdade de Medicina. Faleceu em 1° de agosto de 1990.
"A memória é quem constroi a História"Jacques Le Goff
Colaboração Arquivo Público de Uberaba, Associação Cultural Casa do Folclore e Marília Cicci Resende e Uberaba em Fotos.
São muitas as datas que podem ser comemoradas em relação à Uberaba. A primeira seria, naturalmente, a data de seu nascimento, quando aqui fincou raízes, próximo ao córrego das Lages, o sargento-mor Antônio Eustáquio da Silva Oliveira. Todavia, não existem documentos apontando a data exata em que ocorreu este fato histórico.
Vista aérea da cidade de Uberaba.
Foto: Arquivo Público de Uberaba.
Relatam alguns historiadores, que a 1ª Bandeira organizada em Desemboque pelo sargento-mor Antônio Eustáquio para desbravar a região de Uberaba ocorreu em 1810. Dizem ainda que, por solicitação desta autoridade, em 1811, o povoado foi elevado à condição de Distrito dos Índios.
Para o historiador Guido Bilharinho, não há documentos comprobatórios desta elevação.
Mesmo assim, a Prefeitura Municipal, em 03 de maio de 1911, em parceria com as lideranças econômicas da região, promoveu a 1ª Exposição Agropecuária nas dependências do hipódromo do Jockey Clube, localizado no bairro de São Benedito e organizou, ainda, uma grande festa na cidade para comemorar a elevação de Uberaba da condição de povoado para a de Distrito.
Coincidência ou não, desde a década de 1950, as aberturas das exposições da ABCZ são realizadas na data de 3 de maio.
Curiosamente, em 1810 ou 1811 não pertencíamos ao estado de Minas Gerais e sim ao estado de Goiás. As disputas sangrentas entre os dois estados, que já duravam mais de cinquenta anos conforme relato do historiador Hidelbrando Pontes, tiveram fim em 1816.
Conta ainda este historiador que foi por um acontecimento fortuito é que pôs termo à velha questão de divisas entre os dois estados. Joaquim Inácio Silveira Mota, Ouvidor Geral da Comarca de Paracatu, indo a Araxá, ao conhecer Ana Jacinto de São José, mais conhecida como Dona Beija que passava a cavalo pela praça da Matriz com seu pajem, foi tomado de violenta paixão e mandou raptar a donzela.
Como foi processado pela família da vítima e seu caso seria julgado pelo governo de Goiás, seu desafeto. Para evitar esta situação, ele passou a interceder também junto a D. João VI, pela passagem dos julgados de Araxá e Desemboque para Minas, onde o seu julgamento seria, como efetivamente foi, coisa sem importância.
E assim, em 4 de abril de 1816, a região foi incorporada ao Estado de Minas Gerias. Deixamos de ser goianos e passamos a ser mineiros.
Minas das Alterosas incorporou os cerrados e os chapadões dessa imensa mesopotâmia que se chamava Desemboque e que passou a se chamar Triângulo Mineiro. Interessante que, o primeiro jornal a ser criado em Uberaba já nasceu separatista, conforme relata Guido Bilharinho.
Em 02 de março de 1820, por decreto assinado pelo imperador Dom João VI, Uberaba foi elevada à condição de “Freguesia”, ou seja, de “Distrito” passou à “Paróquia”. O objetivo deste decreto foi o de diminuir a distância de 60 léguas que separavam o novo povoado da “Freguesia de Desemboque”, facilitando, assim, o “socorro e pasto espiritual”.
O poder estava dividido entre a Igreja e o Estado, que só vieram a se separar na Constituição de 1891, transformando o Brasil em um país laico.
Em 22 de fevereiro de 1836, o Presidente da Província, Manuel Dias de Toledo, na cidade imperial de Ouro Preto, assinou o decreto aprovado pela Assembleia Legislativa Provincial, elevando Uberaba à condição de “Vila”. Foi o nascimento do município de Uberaba, que se desmembrou da Vila de Araxá, a qual estava vinculada desde 1831. Foi a criação da Câmara Municipal de Uberaba.
Em dezembro de 1836, tomou posse perante a Câmara Municipal de Araxá o vereador mais votado nas eleições de Uberaba, Capitão Domingos da Silva Oliveira. Em janeiro de 1837, o Capitão é empossado em Uberaba como o primeiro Presidente da Câmara Municipal e Agente Executivo (Prefeito).
O prédio que ele construiu para servir de Câmara e Cadeia, foi, por longas décadas, sede da Prefeitura Municipal e depois, sede da Câmara Municipal e é hoje patrimônio histórico de destaque na Praça Rui Barbosa.
Para comemorar o centenário da emancipação política de Uberaba em 22 de fevereiro de 1936, grandes festas foram realizadas na cidade. Bandas, passeatas, foguetórios, salvas de 21 tiros, discursos e direito a um grande baile oferecido pelo prefeito Paulo Andrade Costa. Foi inaugurado um marco comemorativo no Córrego do Lajeado, próximo ao bairro rural de Santa Rosa, onde teve início o povoamento da cidade.
Em 1840, Uberaba passou a sediar uma Comarca para distribuir justiça, denominada Comarca do Rio Paraná, desmembrada da Comarca de Paracatu do Príncipe. Não há, porém, registro de comemorações no centenário desta conquista, no ano de 1940.
Em 02 de maio de 1856, Uberaba foi elevada à condição de “Cidade” em reconhecimento do Rei e da Igreja, trazendo a emancipação em assuntos atinentes à ordem civil, militar e religiosa.
Para comemorar o Centenário desta elevação de “Vila” para “Cidade”, Uberaba se vestiu de gala em 1956, no governo de Arthur de Mello Teixeira. Novas comemorações aconteceram em 2006, no governo de Anderson Adauto, quando Uberaba completou 150 anos.
Nesta ocasião, a Fundação Cultural, então comandada por Luiz Gonzaga de Oliveira, homenageou em solenidade ocorrida no Cine Metrópole, 150 personalidades da cidade, escolhidas em comissão presidida por Gilberto Rezende.
Foram festejados três centenários, 1911. 1936, 1956, um sesquicentenário, 2006 e um bicentenário, comemorado em 2020, no governo de Paulo Piau.
Não encontramos referências sobre as comemorações do centenário da elevação de Uberaba à condição de “Freguesia”, ocorrido em 1920.
Ao longo destes 200 ou 210 anos, a verdade é que passamos de um pequeno povoado à uma grande cidade, hoje com cerca de 350.000 habitantes. Todas estas datas são, realmente, motivo de júbilo para todos nós. Todas elas podem e devem ser comemoradas.
Gilberto de Andrade Rezende – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Nome: Gabriel Toti 1889-1967 Naturalidade: Uberaba-MG Filiação: Pascoal Toti e Artemida Toti Casado com: Maria Rosa BiIharinho Toti Profissão: Empresário e jornalista
Gabriel Toti. Foto: Arquivo Público de Uberaba.
Participação na comunidade: For aluno de primeiras letras da Professora Emelina des Genettes, filha de Henrique Raimundo des Genettes, fundador da imprensa em Uberaba. Estudou em diversos co legios de Uberaba, em São Paulo e na Itália, pais onde permaneceu três anos. De volta à cidade dedicou-se a atividades industriais e co merciais, participando, no decorrer dos anos, da fundação de inumeras entidades de classe e clubes sociais e esportivos, a exemplo da Associação dos Empregados no Comércio, Associação Comercial e Industrial. Joquei Clube e Uberaba Sport Club. Militou ativa mente na imprensa, colaborando, desde 1914 em quase todos os jornais e revistas aqui editados, tendo dirigido, por muitos anos, a Gazeta de Uberaba. Compositor, historiador, poeta, contista e pro jetista, deixou inúmeras obras em todas essas atividades. Compôs diversas músicas entre elas o Hino de Uberaha, com letra do jornalista Ari de Oliveira. E autor, entre outras poesias, de duzentos sonetos so sobre as rosas, além de diversos ensaios sobre a história de Uberaba, a exemplo de Homens (que Ajudaram Uberaba a Crescer. A Música, em Uberaba, A Medicina em Uberaba e Histórico das igrejas de Uberaba. Organizou e publicou duas edições do Álbum de Uberaba, Foi sócio correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos de Minas Gerais e São Paulo. Membro da Academia de Letras do Triángulo Mineiro, ocupou a Cadeira 34, cujo patrono e Dom Eduardo Duarte da Silva.
"A memória é quem constroi a História"
Jacques Le Goff
Colaboração Arquivo Público de Uberaba, Associação Cultural Casa do Folclore e Marília Cicci Resende e Uberaba em Fotos.
Nasceu em Uberaba (MG), em 17 de maio de 1924, onde faleceu em 10 de julho de 1994.
Estudou Meteorologia nos Estados Unidos, tendo sido presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia. Residiu no Rio de Janeiro nos anos 50, onde, como empresário, produziu e di- rigiu, em junho de 1958, a revista musical "Peguei um Ita no Norte", que mereceu critica bastante favorável da imprensa local.
Maurílio Cunha Campos de Morais e Castro.
Foto: Acervo da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Nos anos 60, já residindo em Uberaba, foi tabelião e teve atuação importante na vida da sociedade ubera- bense.
Liderou a campanha para erradidicação da paralisia
infantil, tendo conseguido a adesão de entidades liga- das à saúde, contribuindo para que a cidade fosse um dos primeiros municipios do interior a receber a vacina Sabin. Batalhou também pela fundação e manutenção do Hospital do Folclore. Pênfigo.
Foi grande fomentador da cultura e arte nesta cidade. e um dos fundadores do Teatro Experimental de 1977/1978. Uberaba (TEU), em abril de 1965, conseguindo re- gistrá-lo em cartório em 30 de junho de 1969 e tornan- do-se seu primeiro diretor- presidente.
Sob o pseudónimo de Mon-tenegro, manteve, durante alguns anos, uma coluna de
textos vanguardistas no jornal "Lavoura e Comércio".Juntamente com Edelweis Teixeira e Edson Prata, fundou o Instituto de Folclore do Brasil Central, que realizou, durante alguns anos, a Semana do Folclore.
Foi fundador da cadeira 14 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, da qual foi presidente no biênio
Bibliografia
História da Academia de Letras do Triângulo Mineiro- Ed. 2014 - Maria Antonieta Borges Lopes
Fonte: Site Academia de Letras do Triângulo Mineiro - Colaboração Acadêmico Gilberto Rezende
mais famoso do Brasil estréia 20 anos depois de sua morte.
Vinte anos após a sua morte, o mineiro Chico Xavier tem sua vida contada no longa metragem documentário Chico Para Sempre, com direção e roteiro de Wagner de Assis (Nosso Lar, Kardec, A Menina Índigo) e participação do jornalista Marcel Souto Maior, autor de uma das biografias mais bem sucedidas do médium.
O filme estreia nos cinemas no dia 13 de outubro e conta com mais de 50 entrevistas, algumas raras, relembrando não só fatos cronológicos da vida do médium mais importante do Brasil, mas principalmente traçando um painel das diversas vertentes que o acompanharam em sua vida: a mediunidade que impactou o Brasil desde os seus 17 anos, as crises com a fama, as reportagens polêmicas, o fato de ser uma celebridade de “dois mundos”, as histórias “sobrenaturais”, até o legado de sua obra literária que, hoje, já conta com 536 títulos publicados (quando morreu, em 2002, chico tinha oficialmente 412 livros).
Com participações de artistas como Ana Rosa, Wanderléia, Carlos Vereza, Renato Prieto, além de médicos, cientistas, críticos literários, historiadores, pesquisadores, autoridades do movimento espírita, outros médiuns e amigos pessoais, além de pessoas que simplesmente o conheceram e mudaram suas vidas, e muitos que acompanharam por anos o médium, Chico Para Sempre apresenta também momentos inéditos como o depoimento de Juselma Coelho, amiga particular que estava dentro do quarto de hospital quando uma luz sobrenatural foi captada por uma câmera que estava do lado de fora do prédio. Horas depois deste fenômeno, o testemunho da entrevistada relata como foi a “melhora súbita” de Chico. Há também entrevistas inéditas de alguns parentes diretos, que aceitaram participar do filme, como a sobrinha de Chico, Cidália Xavier.
A produção visitou as cidades de Pedro Leopoldo e Uberaba e encontrou materiais que estavam num sótão durante anos – numa chuva, o local cedeu e originais, recortes de jornais e até um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer para Chico Xavier estavam guardados ali por décadas. Há entrevistas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e alguns locais no exterior, como Miami e Nova York – quando o assunto é o legado internacional do médium. O filme não deixa de abordar temas polêmicos, como a questão das vidas passadas de Chico.
Com 2h20 de duração, o documentário revive também momentos icônicos do médium na televisão, como o famoso programa Pinga Fogo – um dos maiores recordes de audiência de toda a história da TV Brasileira, e depoimentos antigos, como o do cantor Roberto Carlos falando sobre sua amizade com o médium - ou ainda quando o astro Fabio Junior compôs uma música para ele. “Não é uma homenagem porque o Chico mesmo diria que não precisa de uma. Mas é uma constatação: sua presença na vida do país, mesmo 20 anos depois de ir embora, só aumenta, se intensifica e não é errado afirmar que é praticamente imensurável”, avalia o diretor e roteirista Wagner de Assis.
Com participações de Marcel Souto Maior, Ana Rosa, Fábio Jr, Haroldo Dutra Dias, Jorge Godinho, Cidalia Xavier, José Carlos De Lucca, Alexandre Caldini, Juselma Coelho, Geraldo Campetti, Oceano Vieira de Melo, Eurípedes Higino, Geraldo Lemos Neto, Dora Incontri, Guiomar Albanesi, Nena Galvez, Saulo Cesar, Cesar Perri, Jhon Harley, Celia Diniz e mais outros 50 participantes, num momento inédito que só um homem como Chico Xavier poderia proporcionar.
A produção é da Cinética Filmes E Produções (Página Oficial) !
Neste momento nossos corações quase não são capazes de suportar tanta dor. Ter uma pessoa tão querida levada de nós de forma tão brusca e inesperada é algo que nos paralisa, e nos fazer sentir impotentes diante daquilo que o destino nos reserva. Mas cada um de nós tem uma missão, e se ainda estamos aqui é porque a nossa ainda não está cumprida. O nosso amigo de muitos anos o “delegado” da Casa do Agricultor, cumpriu a sua missão, e sua missão sempre foi de trazer alegria, paz, amizade, generosidade e muitos aprendizados para os seus amigos e familiares, ele cumpriu com perfeição.
É impossível não lamentar a sua falta. O que conforta nossos corações é saber que ele era um ser que iluminava as nossas vidas, e que continua sendo um anjo, mas foi convocado para voltar para o lado do Senhor.
A sua luz é tão forte que ela vai continuar guiando os nossos passos, e aquecendo os nossos corações com o seu amor. Que ele esteja em paz ao lado do Senhor. Nossos sentimentos aos familiares do nosso sempre querido “delegado”. (Paulo Nogueira)
Ele parou, fez pose especial, olhou diretamente para a lente da câmera e sequer poderia imaginar que essa foto pudesse alcançar os dias atuais, tendo já decorridos quase 130 anos da época em que foi batida. Nela é possível ver um condutor de gêneros se preparando para transportar sacas de sal grosso que acabara de retirar junto à Casa Comercial de José Severino Soares, mais conhecido por Juca Severino, autor da foto, em 1894. Na imagem superior temos o local exato em que a carroça foi estacionada, ou seja, na Rua Municipal, 13, atual Manoel Borges, bem defronte ao comércio mantido pelo fotógrafo.
Rua Manoel Borges (acervo APU – Arquivo Público de Uberaba) e 2 – Condutor de Gêneros (acervo Arquivo Público Mineiro)
Fonte: Jorge Henrique Prata Soares (Pratinha)
De relho na mão esquerda, barba por fazer e gorro na cabeça, o carroceiro se prepara para transportar pesada carga pelas ruas e becos da cidade. Usa traje simples, mas apropriado e tem nos pés sua indefectível botina mateira. Tudo indica ter sido previamente avisado que seria fotografado.
Será seu destino o Beco dos Aflitos, depois convertido em José Solé, no bairro do Fabrício? Ou a mercadoria seria destinada ao abatedouro? Nesse caso, era preciso sair em direção à Rua do Boi, atual Afonso Rato. Pode ser que a esteja levando-a ao Beco Zé de Sousa, hoje prosseguimento da Rua Veríssimo. Talvez ao Beco do Braga, no alto do São Benedito! Ou seria para o Beco do Bezerra de Menezes, perto do Centro Espírita!? Quem sabe ao da Liberdade, próximo ao Fórum Melo Viana!? Se entrega fosse na rua das flores, atual João Pinheiro, ele certamente teria que passar pela Coronel Ataliba, hoje Artur Machado, pois ali existia ponte favorável e resistente, a permitir o traslado sobre o Córrego das Lajes. Vai saber!
Penso então nas sábias palavras de Max Aub para dizer “Há três categorias de homens: os que contam a sua história; os que não a contam; os que não a têm.” E em seguida passo a imaginar: qual seria a história desse pobre trabalhador, cujo nome o registro fotográfico não anotou? E nessa hora me vem a memória os tristes versos de Chico Buarque, em “Gente Humilde”, que dizem:
... “E aí me dá / Como uma inveja dessa gente / Que vai em frente / Sem nem ter com quem contar / ... / E aí me dá uma tristeza / No meu peito / Feito um despeito / De eu não ter como lutar / E eu que não creio / Peço a Deus por minha gente / É gente humilde / Que vontade de chorar.”
Mas creio que lamentar não é o bastante. Melhor será retribuir o seu distante olhar, perdido no tempo, para fixá-lo, de forma indelével, em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
À direita, a loja Notre Dame de Paris (antiga casa de Major Eustaquio, fundador de Uberaba), demolida para a construção do Hotel Chaves, hoje Hotel Monte Carlo. O prédio seguinte é o cine Politeana, também demolido. Hoje o terreno abriga uma filial das Lojas Têxtil.
Rua Cel. Manoel Borges, em foto da primeira metade do século XX.
Rua Coronel Manoel Borges
“Começa no canto inferior direito da Praça Rui Barbosa e finaliza na praça Dom Eduardo. É atravessada em ponte de cimento armado pelo Córrego da Manteiga e pelas ruas Senador Pena e Das Mercês. Antes da primeira destas sai, à esquerda, a rua Major Eustáquio. Pertence à colina da Matriz até ao córrego e daqui até ao fim ao alto das Mercês. É a segunda mais importante da cidade, toda calçada a paralelepípedos e arborizada a partir da Senador Pena.
Teve, primitivamente, o nome de ‘Rua Grande’, ou ‘Direita’, com a extensão das atuais ruas Vigário Silva e Cel. Manuel Borges até a das Mercês, somente, pois era aí o limite.
A Comissão recenseadora de 1880 contemplou-a com o nome de – ‘Antiga Rua Grande’ e dividiu-a em três: ‘Vigário Silva’ (até a Praça Rui Barbosa), ‘Municipal’ (até a Senador Pena) e ‘Tiradentes’ (a parte restante que, mais tarde, se conheceu pelos nomes de rua das ‘Monteiras’, do ‘Felício’ etc.)
Nos primeiros anos da República a Rua Municipal tomou o nome de ‘Quinze de Novembro’.
Pela nomenclatura de 1900, esta e a Rua Tiradentes passaram a chamar-se ‘Municipal’. Arquivo Púbico de Uberaba este nome se mudou para – rua ‘Coronel Júlio Bueno Brandão’, em homenagem ao mesmo, quando presidente de Minas, em visita a Uberaba, inaugurou naquele ano a Exposição Agropecuária, no dia 03 de maio.
Fumanchu tinha alguns cachorros, mas um era lhe especial, o “Brinquinho”, e eles ajudavam a vigiar a Biblioteca.
Fumanchu adoeceu e foi levado para o Hospital Escola. Chegou a voltar, mas dias depois veio a falecer, com problemas cardíacos. Logo em seguida, seu cachorro
preferido, morreu também, atropelado na Avenida Leopoldino de Oliveira.
Após a morte do Fumanchu, o mato cresceu, o jardim sumiu e a Biblioteca foi
assaltada várias vezes.
José Estanislau de Jesus era conhecido como
"FUMANCHU".
Fumanchu e estagiárias do Lavoura e Comércio. Elas eram estudantes de jornalismo
e se formaram em julho de 1979.
Deixou saudades, fez muita falta a todos nós. Deve estar cuidando de “algum
jardim lá no céu...”.
Maria Elena Carvalho
Ex-funcionária da Biblioteca
“José Estanislau de Jesus era conhecido como FUMANCHU, Torcedor do Uberaba Sport Club, trabalhava como engraxate na Rua Manoel Borges.
Em 1º de maio de 1980 tive o prazer de conhecê-lo e tornar- me sua amiga.
A partir desta data, convivi com ele anos e anos. Era um homem humilde de muito respeito, que morava nos fundos da Biblioteca Municipal na Rua Alaor Prata. Trabalhava em troca de moradia, era devoto de Medalha Milagrosa, Santa Bárbara e do Menino do Pastoreio.
Devido à sua fé, nada lhe faltava. Ele recebia alimentação de uma senhora caridosa, todos os dias. Ele tinha dois cachorros de estimação. Os comerciantes do Mercado Municipal davam alimento para seus cães.
FUMANCHU era alcoólatra, mas não prejudicava ninguém. Ficava alegre e conversava muito.
Deixou seus pais quando ainda era criança. Os seus pais conviveram com o regime de escravidão e ele herdou deles a comemoração da data de 13 de maio.
Foi um uberabense que deveria ser lembrado, mas foi esquecido.
Gostava de agradar às pessoas com flores e frutas que ele plantava.
Quando faleceu em janeiro de 1988, senti muito a sua perda e sempre trago suas
lembranças”.
Marivone Fernandes Matias
Ex-funcionária da Biblioteca
Ela sabe muito bem o tanto que lutou para chegar onde chegou. As esquinas dobradas, os obstáculos enfrentados, os muros de indiferença e discriminação enfrentados. Sobretudo por trilhar por um caminho que, para muitos, é reto, suave e quase sempre bafejado por posição social privilegiada.
Imagens: fotos do álbum de família em sua página no Facebook.
Filha de família humilde, mais velha dentre seis mulheres e um único irmão homem, teve que trabalhar e estudar para ajudar nas despesas da casa. Mulher de fibra, guerreira, ainda jovem prestou concurso para o serviço público, logrando classificar-se entre as primeiras colocadas. Trabalhou quase a vida toda na Prefeitura de Uberaba, até alcançar sua merecida aposentadoria nos quadros da Procuradoria Municipal. Antes disso e, paralelamente, com garra e muita força de vontade, cursou a Escola Normal, hoje Castelo Branco, onde graduou-se com louvor. Mas isso não seria o bastante para ela. Só o emprego público não era o suficiente para ajudar no sustento da família. Foi quando então descobriu ser portadora de um excepcional timbre vocal e dele resolveu tirar proveito profissional. Desde então passou a atuar também como locutora da Rádio 7 Colinas e, posteriormente, como apresentadora de telejornal no extinto Canal 5, TV Uberaba.
Não fora sua personalidade tímida, avessa à badalação dos meios artísticos, poderia muito bem ter alcançado o estrelato nacional só com a força de seu inegável talento e voz marcante.
Ana Amália Matheus me faz lembrar as muitas mulheres guerreiras desse nosso imenso país, aquelas brilhantemente lembradas nos versos da canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, que dizem:
“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia / Uma força que nos alerta / Uma mulher que merece viver e amar / Como outra qualquer do planeta / Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor / É a dose mais forte e lenta / De uma gente que ri quando deve chorar / E não vive, apenas aguenta / Mas é preciso ter força, é preciso ter raça / É preciso ter gana sempre / Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria / Mistura a dor e a alegria / Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça / É preciso ter sonho sempre / Quem traz na pele essa marca possui / A estranha mania de ter fé na vida” ...
E é por ter lutado com garra, com raça, demonstrando sua inabalável fé na vida é que Ana Amália Matheus merece figurar em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
O nome já indica: "Um time de cobras". Esse time foi criado pelo Tetente (Joaquim Vicente Prata Cunha) e amigos, no final dos anos 60. Era um time varzeano, que jogava amistosamente nos fins de semana.
Em pé da esquerda para direita. Nenê (meu Pai), Tonho, Hugo, Djalma Cruz, Vicentinho e Romeu. Agachados: Evaldo, Gilberto, Nifan, Tetente e Zé Teófilo. Foto: Celso Coelho
Uniforme Preto (Calções e camisas, Meias brancas). E cujo distintivo para fazer jus ao nome, era uma cobra. Neste dia o jogo foi no saudoso Estádio Boulanger Pucci.
Que saudade desse tempo. Eu e meus irmãos ainda adolescentes acompanhavamos quase sempre os jogos. Com a missão de cuidar das bolas, das chuteiras (principalmente às de nosso Pai) e da água e refrescos nos intervalos dos jogos. Tempo Bom. (Celso Coelho)
Como num conto de fadas ou em um romance de amor, ele tinha um real motivo para voltar quando foi em busca de seu sonho. Pena que o cruel destino tinha outros planos para ele.
Antes de partir para Calcutá, na Índia, onde pretendia comprar bois da raça zebu, João Martins Borges depositou em mãos de sua amada um belo anel de brilhante. E o fez como imorredoura prova de seu amor e sua firme intenção em desposá-la, quando voltasse. Infelizmente isso acabou não acontecendo, em face de sua morte inesperada naquela cidade, em 1918.
Fotos: 1 – Dulce Guaritá (álbum de família); 2 - João Martins Borges
(Acervo do Museu do Zebu, Uberaba, MG); 3 – Anel de brilhante.
Ante fatídico acontecimento, num gesto de recato, pudor ou por entender não ser justo reter tão valioso presente, a nobre donzela resolveu devolver a joia aos familiares de seu falecido noivo.
Essa valiosa peça, que deveria ser símbolo de uma eterna aliança, encontra-se muito bem guardada e em poder de Dulce Guaritá, feliz sobrinha de ambos os noivos, pois na linha de descendência das duas famílias.
Tão linda, embora trágica, história de amor não concretizado me fez lembrar versos de Vinicius de Moraes, em seu “Soneto da Fidelidade”, que diz:
“De tudo, ao meu amor serei atento / Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto / Que mesmo em face do maior encanto / Dele se encante mais meu pensamento / Quero vivê-lo em cada vão momento / E em seu louvor hei de espalhar meu canto / E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento / E assim, quando mais tarde me procure / Quem sabe a morte, angústia de quem vive / Quem sabe a solidão, fim de quem ama / Eu possa me dizer do amor (que tive) / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure”
E para que a beleza de tão nobre gesto não seja esquecida é que eu o registro entre as Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Edifício Rio Negro, em estilo Moderno. É um prédio comercial. Localizado na avenida Leopoldino de Oliveira, 3490.(centro). Foi inaugurado em novembro de 1967, com seus 11 andares, e uma galeria com várias lojas comerciais de diferentes segmentos. Antônio Carlos Prata
“Superlua de esturjão”- Foto: Antonio Carlos Prata.
Uma noite agradável de “Superlua de esturjão” brilhando no céu sobre Uberaba. Com temperatura amena marcando 14°C . O flagrante abaixo foi clicado por volta das 20h11 – em 11/08/2022.
(Clique na foto para ampliar e na tecla Esc para voltar ao normal)
A fotografia é uma das invenções mais extraordinárias da história da humanidade e que revolucionou a sociedade a partir de meados do século XIX, assim como a cultura, a economia, as arte e etc. Normalmente, durante este dia, acontecem palestras, workshops e demais atividades relacionadas à fotografia. As fotografias podem ser utilizadas para informar, recordar ou como uma expressão artística. Sejam fotógrafos profissionais ou amadores, no Dia Mundial da Fotografia, todos os amantes desta arte comemoram a data fazendo muitas fotos.
Antiga 'Mata do Carrinho - Foto: Paulo Nogueira.
Os brasileiros ainda celebram o dia 8 de janeiro como o Dia Nacional da Fotografia, também conhecido como o “Dia do Fotógrafo”. Na imagem abaixo, clicada por Paulo Nogueira. Na antiga 'Mata do Carrinho, que era localizada do lado de traz do Aeroporto local, foi premiada pela TV BBC de Londres, em um concurso realizado mundialmente no ano de l984, em originalidade. O referido concurso solicitava mostrar a pobreza vivida na época nos países da América do Sul, e o Jornalista Paulo Nogueira enviou a matéria (texto e foto) como jornalista e repórter fotográfico do Jornal da Manhã) UBERABA EM DESTAQUE MUNDIALMENTE
... Aeroporto de Uberaba foi leiloado nesta quinta-feira, 18/08/2022. Agência Nacional de Aviação Civil/Anac realizou a sétima rodada do programa de concessões aeroportuárias, com a venda de 15 terminais, entre os quais, aquele que é considerado a “joia da coroa” da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária/Infraero: o Aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul da capital paulista, um dos mais movimentados do país.
Aeroporto de Uberaba - Foto Antônio Carlos Prata.
O leilão aconteceu na Bolsa de Valores de São Paulo.
BLOCOS
O Bloco SP-MS-PA-MG, liderado pelo Aeroporto de Congonhas, incluiu ainda os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul; Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará; e Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais. Esse bloco foi arrematado pelo grupo espanhol Aena, por R$ 2,45 bilhões.
O Bloco Aviação Geral foi formado pelos aeroportos de Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
O Bloco Norte II foi integrado pelos aeroportos das capitais do Pará, Belém, e do Amapá, Macapá
(Matéria extraída do Facebook da jornalista Giselda Campos)
O experiente e competente repórter fotográfico Peixotinho, do saudoso jornal Lavoura e Comércio, enviou-me essa foto para lembrar que hoje, 15 de agosto, é o Dia Mundial da Fotografia.
A escolha da data está vinculada a Niepce e Daguerre que, no longínquo ano de 1837, nesse mesmo dia, comunicaram ao mundo que tinham conseguido fixar numa laje fotossensível o que fosse colocado diante de uma câmera fotográfica.
Da esquerda para a direita, em cima, os fotógrafos: Alfredo, Jesus, Akira, Jair, Lindomar, Amadeu; Em baixo: Hélio Silva, Moacir Silva, Nelson, Peixotinho, Zezinho e Amadeu.
Dois anos depois Talbot, com seu calótipo, permitiu que esse tipo de registro pudesse ser reproduzido ou copiado. Embora muitas pessoas associem o início da fotografia com o nascimento do negativo isso não procede pois, como dito, o dia 15/8/1837 é o marco inaugural da fotográfia.
Nesse belo registro fotográfico, de 1979, aparecem, da esquerda para a direita, em cima, os fotógrafos: Alfredo, Jesus, Akira, Jair, Lindomar, Amadeu; Em baixo: Hélio Silva, Moacir Silva, Nelson, Peixotinho, Zezinho e Amadeu.
Tive o imenso prazer de conhecer quase todos esses grandes profissionais da arte fotográfica e posso dizer, repetindo Roland Barthes que:
“A Fotografia não fala (forçosamente) daquilo que não é mais, mas apenas e com certeza daquilo que foi”.
Alfredo, Jesus, Akira, Jair e Amadeu já não estão mais entre nós, mas saibam que os vejo e deles me lembro exatamente como aparecem nessa foto, cheios de vida e sorridentes, e é por isso que recebo a foto e a registro, com especial destaque, em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira
Imagem: segundo o fotógrafo Zezinho essa foto foi clicada pelo colega Ricardo Prieto em um intervalo de solenidade de formatura no Santuário da Medalha Milagrosa.
É bem provável que tenha pensado nas palavras do general romano Pompeu, “navegar é preciso, viver não é preciso”, quando empreendeu viagem por mais 18.000 km, distância a separar Uberaba da cidade de Calcutá, na Índia e para onde se dirigiu em 1914. Para tal era preciso vencer o Atlântico, passar pelo Mediterrâneo, atravessar o Canal de Suez, singrar o mar Vermelho, enfrentar a barreira da língua, as exigências sanitárias e longos períodos de quarentena. Tudo isso em busca de um sonho. Era o que faziam os jovens de então ao partir em busca de redenção econômica representada pelo majestoso gado zebu. Vale lembrar que tais viagens chegavam a durar até três longos anos.
Imagens: - 1 e 2 (no alto): os irmãos Virmondes, João e Otaviano; - 3 e 4 (ao centro):
Virmondes e Otaviano em solo indiano; e - 5 e 6 (em baixo): lápide e cerimônia de sepultamento em Calcutá, Índia (acervo do Museu do Zebu).
E foi assim que ele, aos 27 anos, viajando sozinho e com saúde frágil, saiu em busca de seu destino. Chegou, viu, gostou, selecionou e comprou o mais belo lote de animais que encontrou. Mas, infelizmente, não pode trazê-lo em face da eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial. Saudoso de casa, após longa espera, resolveu voltar ao Brasil.
Tempos depois, em 1917, comunicou sua intenção de retornar à Índia para recuperar seu vultoso investimento. Seus familiares impuseram-lhe uma condição, teria que viajar escoltado por dois irmãos. Assim foi feito e, embora fluente na língua inglesa, idioma corrente nas repartições públicas indianas, muito penou ante os inúmeros entraves burocráticos exigidos para a liberação. Como num sonho premonitório ou em uma tragédia anunciada, ele tanto sofreu que acabou falecendo no ano seguinte, 1918, sendo velado e enterrado na distante cidade de Calcutá.
Decorridos quase 60 anos desse infausto acontecimento e reconhecendo a grandeza do empreendimento levado à efeito por um dos primeiros pioneiros na introdução do Zebu no país, a ABCZ resolve transladar, em 1975, seus restos mortais para o Brasil. E o faz com pompa e circunstância pois, na chegada à Uberaba, feita em carro aberto do Corpo de Bombeiros, ladeado por pelotão dos Dragões da Independência da PMMG, foi finalmente sepultado no jazigo da família, no cemitério local de São João Batista.
Ante tão grandioso feito, fazendo minhas as palavras de Kethlene Vanzeler, eu diria que: ... “Tudo bem deixar o tempo passar... / ou viver apenas a espera do que virá... / Tudo bem se afastar, ir bem longe... voar! / Desde que você tenha sempre um lar para voltar!”
Embora trágico, entendo que merece registro e é por isso que incluo os nomes do pioneiro João Martins Borges e de seus irmãos Virmondes e Otaviano Martins Borges nas Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira
Para maiores detalhes dessa história clique no Vídeo:
O prédio ao lado esquerdo; funcionou o Salão Globo, do barbeiro, português "Seu" Eurico. Depois de um pequeno beco, (Bilhar do Manogra). À direita; a tradicionalíssima Padaria Brasil, na rua Cel. Manoel Borges de “Seu” Clarimundo e D. Thomázia, que infelizmente fechou as portas na década de 1980. Antônio Carlos Prata
Última foto dos dois casarões históricos (já demolidos) nas décadas de 80/90) onde funcionou a farmácia São Sebastião, Roma pizzaria, loja de calçados Calce Bem e Sorvete Italiano, na rua Cel. Manoel Borges. Localizados em frente o bar do Mosquito, Tabacaria Sumaré e Grutinha Santa Luzia e Sociedade Rural.