O Anfiteatro da Escola foi construído por duas razões: A primeira foi para acabar com a “escadinha do céu” onde as crianças subiam e de lá de cima pulavam num monte de areia que nunca foi utilizado servindo apenas para enganar que seria construído e ou terminado, “sem perceberem” que muitas crianças estavam quebrando pernas e braços ali; A segunda razão foi por desafio do então superintendente regional de educação que aquilo ali jamais seria terminado, ficando eternamente no esqueleto.
Tive uma idéia de mutirão e pensei: Quantos pais, avós, tios e amigos são pedreiros e poderiam nos ajudar? Foi aí que lembrei do Zé Pretinho da Monte Alverne, grande pedreiro amigo do Elmo Vieira, meu compadre e diretor da EM Boa Vista onde também trabalhei e nesse sistema construímos uma quadra poliesportiva com ajuda de todos. Assim como lá fiz no Castelão, pois o Zé Pretinho tinha filhos e netos alunos da nossa Escola Castelo Branco. Ao mostrar a ideia a ele, de imediato ele me propôs o seguinte: “Eu arrumo a turma e você nos dá Cachaça, não prá mim e sim prá turma, e almoço. Trabalharemos, de graça, nos finais de semana.
Os recursos, como sempre, saíram dos bailinhos, festinhas e das contribuições voluntárias de pais, aqueles 10 reais por mês. Do Estado nada e muito menos da superintendência. O Joãozinho Bill fez dois bailes com a sua Banda Union e foram suficientes. O Zé Pretinho reuniu mais de 20 voluntários e eu ia para cozinha fazer a macarronada regada a molho de tomate e carne moída. No Santos Guido comprávamos matérias com bom desconto além de não nos cobrar fretes. Foram 8 (oito) finais de semana e o anfiteatro foi concluído com o salão superior e três salas no inferior. Ninguém acreditava, mas acabamos com a “escada para o céu” além de criarmos cursos de inglês e música, a princípio violão, com professores independentes ao custo de 10 reais por aluno.
Hoje passo por lá, por fora claro, e vejo todo nosso esforço jogado por terra, pois ficou a Escola sob a régia do Estado, nada mais podendo fazer com a participação comunitária. Porém faço questão de enfatizar que a partir da administração do prof. Ademar Agrelli até à minha gestão todos os diretores foram honestos e dedicados à causa escolar. Antes disso houve aqueles que se endeusaram tanto que a comunidade nunca soube o que se passou “por baixo dos panos”. Em um certo dia um dos nossos colegas, professor antigo da escola infelizmente morto precocemente, me alertou: “Cuidado... Pare de fazer tanto, pois quanto mais você fizer mais podres do passado serão revelados e esses promotores dos podres do passado hoje ocupam cargos no Estado e ou no Município superiores ao seu e podem te prejudicar!!!” Não deu outra. Mas entrego o julgamento a Deus e ando de cabeça erguida na cidade, enquanto o “maioral” vive em prisão domiciliar e se esconde no espiritismo como “falso profeta da erraticidade”. No próximo “causo” falarei sobre o Cursinho. Até lá!
A ação faz parte das comemorações dos 200 anos de Uberaba
A restauração da locomotiva é a primeira etapa da revitalização do Complexo Turístico da Praça da Mogiana. A ação vem de encontro às comemorações dos 200 anos de Uberaba e faz parte do projeto Geopark Uberaba -Terra de Gigantes. A criação do complexo turístico histórico e cultural da Mogiana é um trabalho em equipe da Prefeitura com envolvimento de secretarias de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação (Sedec), Planejamento e a Fundação Cultural de Uberaba. Inclui o restauro e a proteção da locomotiva e a posterior reforma da Praça que terá pista de caminhada, playground e novo paisagismo.
Foto - Anne Nóbrega
O recurso para a reforma da Praça é proveniente do Edital de Apoio a Projetos de Infraestrutura Turística publicado pelo Ministério do Turismo por meio de convênio assinado com a Prefeitura. O prefeito Paulo Piau ressaltou a importância dessa ação já que Uberaba é considerada rica no contexto histórico. “Se tem uma coisa importante na cidade de Uberaba é a sua história. Uberaba é diferenciada de muitas cidades do seu porte ou até de cidades de porte maior. Nós temos jornais centenários que poucas cidades têm no Brasil, como é o caso do Lavoura e Comércio. A locomotiva que agora está sendo restaurada, por exemplo, segundo informações de especialistas, é um modelo raro, existindo apenas cinco no mundo”, pontua Piau.
Foto - Anne Nóbrega
“Chegando a Uberaba, serviu ao nosso desenvolvimento e se aposentou. Então, é importante valorizarmos essa história, cuidando desse patrimônio com a execução dessa restauração. Mas não só isso, pois é preciso aqui uma cobertura para protegê-la e valorizar seu entorno, para que as pessoas queiram visitar o espaço, conhecer essa história e a Maria Fumaça, que vai estar livre para a foto, trazendo a família e a criança para vivenciar melhor o local. O restauro é um resgate. Estamos muito felizes por preservar a história da nossa cidade”, afirma o prefeito.
Foto - Anne Nóbrega
De acordo com a diretora de Turismo da Sedec, Erika Cunha, no credenciamento da proposta ao Ministério do Turismo, houve o reconhecimento da importância do local que será mais um sítio histórico e cultural integrante do projeto Geopark. “Esse ponto da Mogiana conta parte da história da cidade. A linha férrea trouxe sonhos, pessoas e negócios. Por meio da criação de novos roteiros e da importância do projeto Geopark Uberaba, que almeja a chancela da Unesco, a reforma da praça e restauro da locomotiva Mogiana permitirá agregar mais um sítio histórico e cultural para a cidade. O restauro que é feito pelo Grupo Oficina de Restauro de Belo Horizonte é o pontapé para o resgate dessa história. O prazo previsto para a restauração é de três meses e o processo licitatório para a reforma da Praça já está aberto”.
Foto - Anne Nóbrega
Para a presidente da Fundação Cultural de Uberaba, Jaine Basílio, um marco nas comemorações de 200 anos da cidade que não devem ser esquecidas. “Por causa da pandemia, estamos nos esquecendo dessa grande comemoração na cidade e que a Prefeitura continua com a programação normal. Temos que comemorar mais essa grande ação”.
Foto - Anne Nóbrega
Em 1993, pela Lei 5.347 de 13 de maio, foi tombada como Patrimônio Histórico da cidade. Maria Fumaça é o nome dado a locomotiva movida à carvão, pela fumaça que a combustão do carvão provoca. Foi importada da Inglaterra e identificada por “tipo 301” (Decreto n.º1901/1999). É uma das cinco máquinas tipo A-6-0/Tenwheel, fabricada por BeyerPegcock, que a Companhia Mogiana possuía.
Banca de Revistas Rio Negro encerra oficialmente suas atividades no dia 15 de maio, de 2019. Evaldo Fernandes Pereira com seus cunhados. Joaquim Mauricio Vitor dos Santos e Mauro Vitor dos Santos.
Evaldo, proprietário explica o motivo do encerramento das atividades da banca. -"Ultimamente era o ponto de encontro de amigos que não perdiam a chance de trocar ideias com quem chegasse. Tinha até um banco improvisado de ferro. Era disputadíssimo (risos). A banca passou na mão de vários proprietários durante 50 anos. Iniciou dentro da Galeria, e terminou em minhas mãos. Deu o que tinha que dar. Hoje, as bancas de revistas como que desapareceram. Não são mais pontos de encontro, nem vendem revistas famosas ou simples histórias em quadrinhos. Muitas delas fecharam as portas ou simplesmente passaram o ponto adiante para outro tipo comercial. Preferem negociar com outras coisas, não mais com veículos de imprensa. As revistas e jornais parecem não interessar muito a esses negociantes que deixam vazios pontos de vendas. Não é por falta de interesse na leitura, porque as revistas enquadradas ficaram muito caras. A venda diminuiu muito. O motivo principal: Essa tal de internet. Mesmo em cidades do interior, as venda em bancas também caíram e muito. Donos pensam em trocá-las ou simplesmente vendê-las para não deixar acabar. As vendas ou trocas dos chamados: gibis ,figurinhas, sorvetes, chaveiros, cartões de telefone, recarga via maquininha, cartão para ônibus coletivo”. Finalizou. (Antonio Carlos Prata)
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Evaldo Fernandes. Foto Antonio Carlos Prata
✤11
de agosto de 2020
É com muito pesar e grande tristeza que recebi a notícia do falecimento do meu querido amigo Evaldo Fernandes Pereira. O Evaldo, da Banca de revistas Rio Negro. Estamos vendo pessoas sendo levadas por essa doença, cujas peculiaridades ainda desconhecemos. Que Deus conforte os corações de todos.
PASSOU o primeiro de maio, sem alarde de manifestantes; dois de maio, sem comemoração tradicional do aniversário da cidade; três de maio, sem inauguração da Exposição no Parque Fernando Costa, sem baile do governador no Uberaba Tênis Clube, sem Schroden, nem Prieto ou Akira explodindo flashes e tirando fotos de políticos que eram ídolos do país – pasmem, mas naquele tempo existia isso! – acenando para multidões ou levando às pistas de dança as moças mais lindas da cidade, no dois-pra-lá, dois-pra-cá ou nos rodopios embalados pelas melhores orquestras do país e da cidade.
JK com Daça Rodrigues da Cunha, hoje Barbosa, em desfrute no Baile do Presidente, Jockey Club de Uberaba
Mas ainda é dia cinco de maio e, se me permitem, podemos entrar no clima daquelas festividades que se prolongavam até dia 10. Portanto, estamos dentro do período festivo e, usando de artifício – uma janela para a história –, retomamos a época de ouro que fez de Uberaba referência nacional de elegância e savoir vivre.
Adalberto Rodrigues da Cunha com o presidente Getúlio Vargas
Para resumir o período, os anos de 1940, 1950 e até 60 foram fascinantes para a classe média alta uberabense – mulheres de longos e homens de smoking, levando o glamour ao apogeu – e tiveram como ícones dois dos maiores políticos brasileiros: Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Ambos se encontravam em Uberaba durante as exposições de gado, arregimentando profissionais de todas as áreas, da segurança aos bufês, no rigoroso sistema de segurança, no caso do Pai dos Pobres (Vargas).
Tancredo Neves, Celuta Leite Rodrigues da Cunha, Juscelino Kubitschek e o prefeito Antônio Próspero
Para quem os viveu, aqueles momentos foram “coisa de cinema”. Para quem não fez e aconteceu por lá, entre beldades e autoridades, a salvação vem através do acesso que eu tive, e agora o leitor, em versão reduzida, aos álbuns de fotografia de Dadaça Barbosa – guardiã da memória da família. Estas relíquias trazem de volta a memória da casa paterna. Era na residência de seus pais que Getúlio Vargas se hospedava e a magia dos anos 50 ressoa através das imagens congeladas em papel de qualidade.
A residência de Celuta e Adalberto Rodrigues da Cunha - Foto Antonio Carlos Prata.
Elegância dos homens de smoking em jantar chez Celuta e Adalberto
A residência de Celuta e Adalberto Rodrigues da Cunha, presidente por 15 anos da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro (leia-se ABCZ), tinha aspecto cerimonioso no período da Exposição, pois lá se hospedava o presidente Getúlio Vargas, amado pelas mulheres, que com ele alçaram o direito a voto, e admirado pelos homens, que, com ele, obtiveram carteira de trabalho e aposentadoria. Tido por vários historiadores como o maior estadista brasileiros de todos os tempos, Getúlio chegava com seu entourage, incluindo militares de destaque, seguranças e a guarda montada, que fazia a ronda, 24 horas/dia, pelo quarteirão compreendido entre Segismundo Mendes, Alaor Prata, praça Manuel Terra e Leopoldino de Oliveira, local da residência.
Três mesas para o banquete; confiram os detalhes
Os hostess se adaptavam muito bem às exigências protocolares do hóspede famoso. Getúlio ocupava a suíte do casal – o quarto, propriamente dito, mais quarto de vestir (closet), banheiro e terraço, com vista para os jardins e para a avenida [não seria boulevard o nome correto?] –, por onde corria o córrego a céu aberto, arborizada por imensas tipuanas. Gregório, o homem de confiança do presidente, depois ditador, hospedava-se no quarto ao lado, dito “das crianças”. No anexo da casa, que, no futuro, seria transformado em boate, se juntavam os vários seguranças.
1956 – Chiquérrimo Adalberto com JK, no Parque Fernando Costa
Crianças, em casa, nem pensar. Antônio Carlos, Soninha, Dadaça, Luiz Carlos e Rosinha (Joãozinho ainda não era nascido) chispavam para a casa da avó, Lídia Leite. As empregadas domésticas entravam com Getúlio e só podiam sair da casa na despedida dele. Nada de entrar pela manhã e sair à noite.
Outro momento de JK e Adalberto no Parque de Exposição
A casa, projetada e construída pelo arquiteto austríaco Carlos Simoneck, em torno de 1942, se adequava, perfeitamente, aos jantares oferecidos a Getúlio Vargas e demais personalidades do mundo político nacional. Às vezes, à mesa de jantar se somavam duas outras, no formato de U, criando o aspecto tradicional de banquete. Sobre o toalhado de linho bordado em richelieu, vindos da Ilha da Madeira, os grandes arranjos de crisântemos, replicados nas corbeilles, ao fundo das salas, ampliavam o requinte da decoração.
Celuta e Adalberto recebiam como poucos e procuravam descontrair o ambiente em momento de cerimonial rigoroso.
Luiz Carlos, Renato e Soninha, Rosinha, Juscelino e Dadaça no Baile do Presidente, Jockey Club de Uberaba
Vargas não era homem de pista de dança, mas, numa das exceções, enlaçou Vitória Helena pela cintura, no salão do Jockey Club, no embalo de alguns ritmos da época; um bolero, possivelmente.
Rodney, fi lho de Maria Alice e o médico Carlos Smith
Os filhos de Celuta e Adalberto só tiveram acesso aos bailes quando, já grandinhos, Juscelino Kubitschek, que antes se hospedava na mansão de Marico Rodrigues da Cunha (Hotel Tamareiras), ocupou a Presidência da República, num dos períodos mais vertiginosos da vida brasileira. JK, sim, era pé-de-valsa, e queria dançar, de preferência a noite toda, com todas as belas do baile.
Estatueta do presidente Getúlio Vargas: coleção historiadora Sônia Fontoura
Que seja agradável a viagem do leitor ao futuro do pretérito desta história! Eu gostaria... eu poderia... Mas não pode mais. Uma pena! Viajar neste futuro somente Woody Allen, em “Era uma Vez em Paris”. Pois vamos às fotografias e desfrutemos delas, com agradecimentos à Dadaça!
(Jorge Alberto Nabut _Uma primeira versão desse texto foi publicada no Jornal da Manhã, em 05/05/2020 )
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TAPETE VOADOR
• Preservação - A residência de Celuta e Adalberto foi salva da destruição ao ser comprada, restaurada e adaptada para atender à Boticário. Um dos raros exemplos bem-sucedidos de utilização do patrimônio arquitetônico da cidade.
• Uma árvore de lembrança - Como lembrança da avenida de sua infância e juventude, Dadaça plantou em sua residência uma tipuana. Nada mais coerente com sua história de vida.
• Caindo na real - Agora, sim, podemos fechar o álbum, respirar fundo e retomar a realidade, tão exasperadora do período em que nos encontramos, dominados por um inimigo comum e invisível, possivelmente criado para nos devastar da face da Terra e denominado Covid-19.
• Choradeira – O amor do brasileiro por Getúlio Vargas era tamanho que, no dia em que ele se suicidou – 24 de agosto – a confeiteira que fazia o bolo para um aniversário saiu chorando e foi um custo para trazê-la de volta ao ofício.
• Bonequinho – Paixão por Getúlio levava brasileiros a colocarem foto dele na sala de visitas e a adquirir imagens do presidente, como fizeram os pais da historiadora Sônia Fontoura, que a conserva como preciosidade.
• Morte de Getúlio – O país praticamente entrou em pânico com a morte de Getúlio Vargas. As revistas traziam na capa a inumerável multidão que acompanhou seu corpo até o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Minha mãe guardou o exemplar da Manchete como relíquia.
• Getúlio no carnaval – Getúlio Vargas foi tema de várias marchinhas de carnaval e uma delas o leitor poderá se deliciar na nossa edição online de hoje. Trata-se de “A Menina Presidência” (1937), de Nássara e Cristóvão Alencar, na interpretação de Sílvio Caldas.
• A Menina Presidência - A marchinha brinca com as idas e vindas da campanha eleitoral de 1936/37. No momento em que a música foi gravada, duas candidaturas pareciam destinadas a polarizar a disputa: a do paulista Armando Salles, seu Manduca, pela oposição, e a do gaúcho José Américo de Almeida, seu Vavá, um dos principais nomes da Revolução de 30, pelo governo.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do JORNAL DA MANHÃ e UBERABA EM FOTOS
O conteúdo é de responsabilidade exclusiva do autor.
A equipe do Uberaba em Fotos informa com imenso pesar o falecimento do radialista Renato Lima. Todos os comunicadores estão sensibilizados, lamentam e enviam muita força para toda a família e muita luz para Renato.
Eis que, por razões que fogem à razão, num dia agourento de 2018 o pior aluno da escola foi alçado ao cargo de diretor. Zé Peidola, que estava há 28 anos sem conseguir passar da quinta série, tinha este apelido por conta de sua ocupação favorita: liberar gases durante as aulas. Os amigos do fundão riam muito e diziam que o Zé Peidola era “mó zoeiro!”.
Após ser empossado, a primeira atitude do Zé Peidola foi demitir todos os professores e colocar em seus lugares os amigos do fundão. No lugar da Fátima, professora de física formada pela USP, entrou o Mosca, que era bom de Lego. Gilberto, de geografia, formado pela Unicamp, foi trocado pelo Horroroso, que já tinha viajado pra Disney e pra Bariloche. Chris, a professora de português, com dois livros de poesia publicados, foi trocada pelo Língua Presa porque Zé Peidola achou muito engraçado colocar alguém de língua presa para ensinar uma língua. No lugar do professor de artes não entrou ninguém, porque segundo Zé Peidola arte é coisa de viado. Mó zoeiro, o Zé Peidola!
O único adulto colocado como professor foi o Teles, pra ensinar matemática. Teles tinha feito faculdade nos Estados Unidos 50 anos antes e ainda era membro de uma antiga seita que ninguém mais seguia –nem nos Estados Unidos– segundo a qual a escola não tinha que dar nenhuma orientação, era pra deixar os alunos fazerem o que quisessem e eles se entenderiam.
Depois, Zé Peidola trocou a fruta do lanche por Cheetos sabor churrasco. A média para passar de ano foi de seis e meio para dois. Zé Peidola cortou todas as árvores do pátio e colocou no lugar televisões passando Silvio Santos. Na biblioteca, Zé Peidola instalou TVs passando Tom & Jerry e botou os livros para serem usados como papel higiênico. O laboratório ele e os amigos destruíram a marretadas, salvando só o clorofórmio pra fazer lança-perfume. Mó zoeira!
A escola, sob os desmandos de Zé Peidola, foi se desmilinguindo. Ninguém aprendia nada com aqueles professores. Os bons alunos passaram a sofrer bullying. Por medo, as alunas só iam ao banheiro em bando. Um dia o Zé Peidola viu uma aluna pedindo pras amigas irem ao banheiro com ela e disse que ela não precisava ter medo porque era feia e não merecia ser estuprada. Mó zoeira!
Então, no começo do segundo ano de Zé Peidola na direção, surgiu na escola uma epidemia. O médico consultor da escola sugeriu algumas medidas profiláticas. Zé Peidola disse que quem mandava ali era ele, demitiu o médico e botou um amigo no lugar.
Os alunos começaram a morrer. Zé Peidola disse, com visível raiva das vítimas, que só morria aluno com problema de saúde. (Ele pensou, satisfeito, mas não disse, que ia morrer muito preto e pobre, também). Morreu um. Morreram dez. Cem. Mil. Dez mil. Quinze mil. Zé Peidola pediu pro amigo médico receitar aos doentes Cheetos sabor churrasco –tinha visto no Twitter que curava a doença. O amigo recusou-se. Zé Peidola o demitiu também.
Chegou uma hora em que morriam mil por dia. Morriam sem ar. Afogados, com os pulmões inundados. Roxos. Sós. Eram enterrados sem velórios, em valas comuns. E os adultos –você se pergunta–, não faziam nada?! Nada. Aqui e ali, publicavam umas notas de repúdio e enquanto viam seus pais morrerem, seus irmãos morrerem, seus filhos morrerem, as paredes da escola ruírem e o teto desabar, diziam que não era o caso de tirar Zé Peidola da direção. Vinte mil. Trinta mil. Cinquenta mil. Cem mil? Mó zoeira!
Antonio Prata
Escritor e roteirista, autor de “Nu, de Botas”
Uma primeira versão desse texto foi publicada no Jornal Folha de São Paulo em 16/05/2020.
COMO disse ontem no Tapete Voador, o pesquisador André Borges Lopes está se aventurando, com resultados excelentes, pelas histórias do cinema em Uberaba. Já encontrou documentos raros, desde 1907, ano mais remoto a que chegou. Enquanto vasculha os primórdios, não dá trégua ao tempo presente. Entre lá e cá, entre preciosidades de todos os tipos, uma delas, que não se limita ao cinema, merece nosso desfrute. Trata-se de reportagem feita pela revista Cinelândia, do Rio de Janeiro, na edição de 29 de maio de 1949, assinada por certo Pedro Lima. De sabor inigualável, a matéria, de nome Snapshot de Uberaba, nos eleva ao patamar top do país. O texto é também uma crônica da cidade daquela época e vem completo somente na edição online.
A pandemia nos permite retroagir ao passado, em larga escala.
• “Uberaba é uma cidade de Minas Gerais, conhecida no mundo, tanto quanto o Rio de Janeiro ou São Paulo. Possui uma população de cerca de 70 mil almas, sem contar os zebus. A religião predominante é o ‘zebuísta’, dividida em quatro cismas: a Nelore, a Gir a Guzerá e a Indubrasil.
Não se fala outra língua que não a do ‘plantel de animais’. Possui um clima ameno e é uma terra de mulheres belas, de porte esbelto e de sorriso mais bonito que os lábios deixam ver através de dentes alvos e uniformes.”
• “São quatro os cinemas de Uberaba. Dois deles, o Metrópole e o Vera Cruz, estariam melhor na Cinelândia carioca. São casas amplas, bonitas e as preferidas de todos do lugar e forasteiros. Pertencem à Empresa São Luís, que, apenas do nome, não tem nada com o trust que domina a maioria dos cinemas do país.”
• “O cinema Metrópole talvez seja o único do Brasil que oferece matinées dançantes aos domingos e feriados. As moças chegam uma hora mais cedo e, antes do início da sessão, uma orquestra na sala de espera embala os pares ao som das músicas mais modernas. De quando em vez, um cantor faz ouvir sua voz ao microfone e, por tudo isso, muita gente desejaria que as exibições começassem atrasadas...”
• “Outro costume interessante: todas as moças nas sessões em que não se dança entram com a revista O Cruzeiro na mão; é chic, na sala de espera, folhear a revista, até que a sineta marque que a sessão vai principiar. Depois do programa, que consta de uma única função, meia hora de footing na calçada do cinema, onde, no mesmo prédio, funciona o Grande Hotel, e a cidade volta ao sossego, exceto para os grupinhos que fazem roda separadamente, não para falar da vida alheia e de política, mas do zebu.”
• “Vendo-se as moças de Uberaba, conhecendo-se as fazendas, pelas suas belezas naturais e pelos ricos plantéis de gado, fica-se admirado porque nossos produtores ainda não se lembraram de fazer filmes com um material tão nosso e tão rico, ao invés de fitinhas com cheiro de suor, sambinhas e sambistas, piadas de Otelo e de Oscarito, para só se falar no que temos de melhor.”
• “Vimos alguns filmes projetados nas telas dos grandes cinemas locais. Os da Warner, então, estão em péssimo estado. Faltam cenas, estão arranhados, deixam muito a desejar. Vimos, lá, Os Últimos Dias de Pompéia, da RKO Rádio. Parece um filme salvo do terremoto de Pompeia, depois do Vesúvio.”
• “E o que falar, então, dos shorts nacionais. Até pura propaganda é exibida dentro da obrigatoriedade. Alguns filmezinhos ‘novos’ apresentam o presidente Getúlio sob o regime Dipearo (relativo ao DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda do governo Vargas).”
• “Uberaba, afinal de contas, é uma cidade que não pertence a Minas, porque é um dos orgulhos da pecuária nacional que atrai os estrangeiros para o Brasil, com seus plantéis de zebu que fizeram cair o queixo dos ganadeiros e do ministro da Venezuela.”
Jorge Alberto Nabut
Escritor e colunista/Uma primeira versão desse texto foi publicada no da Jornal da Manhã em 03/06/2020)
Popularizado na Europa a partir de 1895, pelos irmão franceses Auguste e Louis Lumière, o cinema chegou ao Brasil logo no ano seguinte, mas demorou um bom tanto para dar as caras em Uberaba. No seu livro “Coisas que me contaram, crônicas que escrevi”, o jornalista Jorge Nabut relata que as notícias mais antigas de exibições de filmes na cidade datam de 1908 – ocasião em que o Sr. José Pires Monteiro, da vizinha cidade de Franca, teria feito algumas projeções na sala do então Teatro São Luiz, na praça Rui Barbosa. Nas décadas seguintes, a cidade conviveu com diversas salas de espetáculos, a maioria de vida curta. Uma das famosas foi o Cine Teatro Polytheama, instalado num amplo galpão do início da Rua Manoel Borges, local onde hoje funciona a Lojas Brasileiras. O próprio São Luiz sofreu extensa reforma e foi convertido em cine-teatro: sobreviveu por décadas, até ser definitivamente fechado em 2008.
Nos 20 anos seguintes, o mundo viveu o apogeu do cinema mudo. Nas produções mais sofisticadas, enquanto as imagens eram projetadas na tela, músicos executavam ao vivo partituras especialmente compostas para acompanhar as películas. Vários instrumentistas que mais tarde se consagraram garantiam assim parte do seu ganha-pão. Nas melhores salas de cinema, algumas orquestras chegaram a ganhar fama. As películas vinham em rolos que tinham duração de 15 a 20 minutos e, como a maioria dos cinemas dispunha de apenas um único projetor, as sessões tinham breves intervalos para troca dos rolos e pausa para a orquestra. Os primeiros filmes com trilha sonora integrada surgiram só no final de 1927, nos Estados Unidos.
Segundo o pesquisador e cinéfilo Guido Bilharinho, autor da obra “Uberaba: dois séculos de história”, o cinema “falado e sincronizado” teria estreado na cidade em 7 de março de 1930. O Brasil estava na ocasião em plena ebulição política. Após uma acirrada disputa, o candidato situacionista Júlio Prestes, ex-governador de São Paulo, acabara de derrotar a chapa de oposição formada pelo gaúcho Getúlio Vargas e o paraibano João Pessoa, numa eleição presidencial permeada por denúncias de fraudes e arbitrariedades. Vargas havia ganho em Uberaba e em boa parte de Minas Gerais. A Velha República estava prestes a ruir.
Bilharinho, com base em notícia publicada pelo jornal local “A Concentração” nos conta que a novidade cinematográfica foi apresentada pela primeira vez no Cine Alhambra, que funcionava desde outubro de 1928 no primeiro quarteirão da rua Artur Machado. Propriedade da empresa Damiani, Bossini & Cia, era então a sala mais sofisticada da cidade. O filme exibido foi “Paris de Contrabando” (The Rush Hour), comédia da Paramount com Marie Prevost e Harisson Ford. A notícia procede, mas a história é um pouco mais complicada.
Produção de 1928, The Rush Hour é na verdade um filme mudo. Segundo o jornal “Lavoura e Comércio”, após a exibição desse filme o artista Umberto Marsicano, contratado pelo Alhambra, iria apresentar uma série de curta-metragens sonoros. O público, que lotou a sala para conhecer a novidade, teve enorme decepção ao descobrir que tratava-se de um simulacro: quatro filmes mudos sincronizados de forma rudimentar com uma trilha sonora precária que saía de um gramofone. A ira só não foi maior porque Sebastião Braz e Teobaldo Bosini, donos do Alhambra, convenceram o público de que eles também haviam comprado gato por lebre.
Seis meses depois, em 1º de agosto, o Brasil recebeu atônito a notícia do assassinato do ex-candidato João Pessoa, levando a tensão política às alturas. Nesse mesmo dia, os donos do Alhambra anunciaram que haviam comprado por 90 contos de reis um equipamento completo de cinema falado da marca “RCA Photophone”, com dois projetores e capacidade de sincronização com discos e fitas sonoras. O mesmo equipamento que já era usado com sucesso no glamoroso Teatro Pedro II, em Ribeirão Preto. A estreia em Uberaba foi programada para o final de setembro, mas o país pegou fogo com a escalada das tensões, que logo desaguaram nas batalhas armadas da Revolução de 1930.
Getúlio Vargas já havia tomado posse à frente do governo provisório quando, finalmente, a promessa frustrada em março pode ser concretizada. Em duas sessões lotadas, às 7h30 e 9h30 da noite de 13 de novembro de 1930, o filme “Alvorada de Amor” (The Love Parade) – uma comédia musical norte-americana com o astro Maurice Chevalier, Jannet Mac Donald e Lillian Roth – marcou a entrada da Princesinha do Sertão na era do cinema sonoro.
(André Borges Lopes / Uma primeira versão desse texto foi publicada na coluna Binóculo Reverso do Jornal de Uberaba em 24/05/2020)
O final de 1968 foi um período marcado por passeatas estudantis e a retomada das mobilizações políticas. Setores mais duros do regime militar decretaram, na noite de 13 de dezembro, o AI-5 (Ato Institucional número 5). O Congresso Nacional foi fechado, recrudesceu a censura e reuniões políticas foram proibidas, entre outras ações autoritárias. A medida conferia ao presidente da República poderes totais para perseguir e reprimir as oposições. Imprensa, teatros, escolas, sindicatos, fábricas, toda a sociedade sentia a ‘mão-de-ferro’ da ditadura.
Numa tarde ensolarada de abril de 1969, uma forte explosão estremeceu o bairro Estados Unidos, parte do Boa Vista e o Centro de Uberaba. Eram 16 horas, do dia 10. Uma nuvem de fumaça, em forma de cogumelo, pôde ser vista à distância. O estouro ocorreu, justamente, em frente à casa onde Prestes hospedara 10 anos antes, na residência do conhecido comunista Babá, da Farmácia Globo, situada ao lado de sua casa, na esquina das ruas Martim Francisco, 43, e Padre Zeferino, 439, onde, em 2008, funcionava a Loja São Luiz Tecidos.
O fato ficou popular como “A Explosão do Bar do Antero”, devido o estouro ter ocorrido numa loja de armarinhos, ao lado do botequim famoso por seu sanduíche de pão com bife e por ser local frequentado por universitários. Os bairros Estados Unidos e Mercês foram os dois principais redutos comunistas, na cidade, nas décadas de 1940 a 1960. Logo surgiram as suspeitas de que o fato talvez fosse um atentado político.
Contudo, o inquérito policial contrariou a suspeita de subversão ou de ataque a militantes do partido que frequentavam o bar e também jogavam baralho até de madrugada, ao lado, num depósito de material de construção. Há quem desconfie de que houvera engano ao se armar a “bomba-relógio” que possivelmente deveria explodir às quatro horas da manhã, porém, foi disparada às quatro horas da tarde. Entretanto, a polícia concluiu que a explosão foi acidental, após averiguação assinada pelo delegado regional de Segurança Pública, José Aparecida Vicentini.
O Ministério Público propôs o arquivamento, em 31 de outubro, do inquérito – com laudo número 171/69, datado de 6 de agosto - considerando impossível esclarecer o fato, devido à morte do estudante de química industrial José Cussi, 26, que estava na loja de armarinhos, em fase de instalação, onde ocorreu o estouro. O comércio pertencia ao seu irmão Vicente Paulo Cussi, 19, que o deixara vigiando o local para ir treinar no Independente Atlético Clube, de acordo com a informação da irmã Rossana Cussi Jerônimo, advogada. Após esse fato, foi instalada uma unidade da Polícia Federal, no Triângulo Mineiro, em Uberaba, dirigida pelo delegado Guilhermino Conceição Corrêa.
A explosão foi provocada, supôs o chefe da perícia Antônio Orfeu Brauna, pela queda de caixas de foguetes carregadas da casa da família Cussi, próxima ao local, até a loja. A empresa estocava pólvora branca para fabricar fogos de artifício com vista às festas juninas, segundo Edem Araujo Borges, balconista da Farmácia Globo. Nada menos que 2.136 foguetes e rojões, apreendidos pela polícia, não explodiram.
Rossana contestou essa versão e questionou sobre o que teria detonado a explosão, considerando a quantidade de mercadoria recolhida intacta pelas autoridades. Todavia, o perito avaliou que bastaria a queda de 15kg do produto, confeccionado com pólvora branca – de alto poder explosivo -, da altura de l,5m para causar o acidente. Caso semelhante ocorrera em Pinhal (SP), na Fábrica de Fogos de Artifício Santo Antônio, conforme recorte de reportagem de jornal anexado ao processo.
Foram oito vítimas fatais: José Cussi, as crianças que brincavam no passeio, Edson Curi, 9, e Douglas da Cruz, 10, neto de Antero Antônio Alves, 58, dono do bar; o comerciante Lauro Lombardi, 28, que passava pela rua e ficou com o corpo dilacerado; Izaura de Sousa Cruz, 48, Ivone Alves Martinelli, 29, respectivamente, irmã e filha de Antero, que estavam no interior do estabelecimento; Gilberto Pinto Colares, 25, da Barbearia Colares; e Antônio Paulo Cury, 67. Quatro pessoas ficaram feridas: Tereza Cristina de Freitas, 4, que brincava no passeio; o contabilista da farmácia, Edmo de Oliveira, 23, que atravessava a rua em direção ao bar, foi atingido por estilhaços e ficou internado em hospital por seis meses; Jorge Paulo Cury, do depósito de material de construção; e o dono do açougue, no número 85, José Antônio Cury, 38.
Sete prédios foram destruídos: na rua Martim Francisco, o nº 42, o depósito de material de construção pertencente à família Cury; na rua Padre Zeferino, o nº 81-A, o Bazar Dominique; o nº 83, a Barbearia Colares; o nº 85, o Açougue do Jorge; o 87, a loja de armarinhos que ainda não tinha nome; o 89, o Bar e Restaurante do Antero; e o 86/88, a Feira das Louças. Vidros de janelas da vizinhança como os da Escola Estadual Castelo Banco, na rua Padre Leandro, foram quebrados até a 500m de distância, conforme o diário Correio Católico, de 11 de abril, em reportagem intitulada “Catástrofe enluta Uberaba”. Vidraças da estação ferroviária, no bairro Boa Vista, foram atingidas.
Durante cerca de 30 anos os escombros da explosão permaneceram e nem um muro isolando o local foi construído de frente para as ruas. Um prédio com salas comerciais no térreo e três andares de apartamentos foi erguido, no início dos anos 2000, naquela esquina com o endereço indicando para a rua Padre Zeferino, sob o número 415.
Trecho - com foto integrante do inquérito policial - do capítulo "Explosão Mata 8 nos Estados Unidos, o "Bairro Vermelho", do livro "Lucilia - Rosa Vermelha" [2011], de Luciana Maluf e Luiz Alberto Molinar, da Editora Bertolucci.
Além de pandemias e outros males, mais letal do que elas e eles, muito mais letal, total e definitivamente destrutivo da vida no planeta constitui o permanente e onipresente perigo nuclear. Desde que os cientistas, movidos e pagos pelas classes dominantes e seus representantes legais dos países mais desenvolvidos (e mais ambiciosos), estabeleceram a “cizânia entre os átomos” conforme o poeta de Patos de Minas, Ricardo Marques, a terra perdeu sua incolumibilidade e possível infinitude, passando a correr perigo, real e factível.
Conforme o diplomata Sérgio Duarte, “uma das maiores autoridades mundiais no tema” (Folha de S. Paulo, 06/03/2020), em depoimento ao citado jornal, “embora a quantidade total dessas armas [nucleares] tenha diminuído consideravelmente ao longo do tempo, os arsenais existentes são suficientes para inviabilizar completamente a civilização humana caso sejam utilizados, por desígnio ou acidente”. Não obstante, por meio de acordos e convenções, o arsenal nuclear tenha diminuído, “o mundo hoje corre mais riscos de ver um conflito atômico do que há 50 anos [....] não há dúvida de que nos tempos de hoje o mundo é mais perigoso do que em qualquer época desde o início da era nuclear”, afirma ainda o citado especialista.
Com o término, por volta de 1990, da Guerra Fria entre E.U.A. x URSS, pensava-se que o latente perigo nuclear teria passado e o mundo caminharia para distensão, destruição de arsenais e mísseis e, finalmente, desarmamento. Isso, no entanto, não ocorreu, demonstrando que a situação de animosidade e beligerância entre nações não foi nem é decorrência da antinomia entre regimes econômicos (capitalismo x “soi-disant” socialismo), mas, é endógena, de dentro do próprio capitalismo, o que a torna permanente enquanto esse regime subsistir e predominar. E quem irá pôr o guizo no pescoço do gato? A rivalidade entre os EE.UU. e a Rússia capitalista continua acesa, não apenas retirando-se os EE.UU. de acordo de contenção nuclear celebrado com a Rússia como, ainda, acelerando a produção de artefatos nucleares e aperfeiçoando cada vez mais a eficácia e alcance de mísseis transportadores. A efetiva ocorrência dessa contradição intercapitalista tomou vulto e ganhou ênfase com a atual “guerra” comercial abertamente declarada e implementada pelo Governo dos EE.UU. contra a capitalista China (só nominalmente denominada “socialista”), “guerra” que nada tem de ideológica ou de divergente cunho organizacional. A concorrência, princípio básico e até certo ponto salutar do capitalismo, possui efeitos colaterais (ou até centrais) perniciosos quando exacerbados, como vem sendo o caso por parte dos declinantes EE.UU., que não querem perder sua hegemonia mundial, econômica e militar.
Que o caso não é nem nunca foi ideológico nem de princípios (morais, religiosos e democráticos), basta lembrar a sincera afirmação de John Foster Dulles, antigo ministro das Relações Exteriores dos EE.UU. (lá denominadas Departamento de Estado), de que “os EE.UU. não tem amigos, tem interesses”. As assertivas de “mundo livre”, “democracia”, “valores cristãos” e outras não passam de meros chavões pretextuais para encobrir e disfarçar as verdadeiras razões de campanhas publicitárias e intervenções militares, que visam defender interesses econômicos e/ou estratégicos concretos, dos quais seus detentores não abrem mão em hipótese alguma. Aí é que mora o perigo! Tais interesses é que dominam, direcionam e encaminham o mundo para ultrapassar os extremos limites da autodestruição planetária, ponto a que se está sempre muito próximo, como o citado embaixador Sérgio Duarte adverte: “Todos os nove [nove já!] possuidores de armas nucleares, sem exceção, vêm aumentando seus arsenais ou acrescentando novas tecnologias destruidoras, como mísseis várias vezes mais velozes que o som, uso de técnicas cibernéticas, lasers, inteligência artificial e outras inovações, numa verdadeira
proliferação tecnológica.”
*
Diante desse quadro macabro e dantesco, o que fazer? Essa a questão, já que a necessidade de se fazer alguma coisa se impõe, sob pena de omissão suicida.
Mesmo assim, como se nota no mundo todo, ninguém se move ou, se se move, constitui apenas (e por enquanto?) movimentos isolados, desconectados de rede internacional de organizações pacifistas e desarmamentistas, sem a indispensável divulgação e apoio de uma mídia interesseira, oportunista e negocista. Essa omissão deriva do desinteresse, que se diria mórbido, por qualquer coisa que ultrapasse a luta pela sobrevivência pessoal e familiar e, também, por comodismo e preguiça, sob a conveniente alegação de que não se tem poder nem influência sobre a questão. O primeiro caso é de difícil solução, já que tirar a população de sua crônica letargia e pasmosa indiferença para o que não seja imediato e restrito, seria o décimo-terceiro trabalho de Hércules. Já a preguiça e o comodismo podem ser superados pela conscientização e pela introjeção de objetivo realmente grandioso para vidas desmotivadas. Apesar disso, e até por isso, é necessário que se faça alguma coisa para tentar interferir e obstaculizar o desatino e a loucura de inúmeros detentores do poder econômico e de seus representantes na direção (executivos, legislativos e judiciários) das nações, cada vez mais armadas. Enganam-se os que julgam impossível influenciar e redirecionar esse e outros desvarios. Contudo, é necessário, primeiro, que se interessem e se importem com o problema. Segundo, que se informem, minimamente que seja, sobre ele. Depois, que partam para se organizarem em grupos de debates e atuação, em cada cidade ou em cada bairro, visando batalhar (essa, sim, batalha humanística) pelo desarmamento mundial, primeiro, de armas nucleares e, numa segunda etapa, quem sabe?, até mesmo de armas convencionais, com as quais os países gastam bilhões sob o pretexto de defesa, que poderiam e deveriam ser direcionados à infraestrutura, saneamento, saúde, educação e outros gastos imprescindíveis. Armas não são imprescindíveis. Aliás, tais grupos poderiam ser organizados para debates, estudos e atuação não apenas em torno do desarmamento, porém, visando todas as questões fundamentais para a sociedade: políticas, econômicas, organização administrativa,
sistema partidário-eleitoral, democracia, drogas, saúde, educação, segurança, etc., etc.
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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, fotografia, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog:https://guidobilharinho.blogspot.com.br/
Recebi recentemente a crônica “As primeiras farmácias e os primeiros médicos”, de autoria do nosso confrade, o Acadêmico uberlandense Antônio Pereira da Silva, profundo pesquisador da nossa história.
Relata ele embasado e de forma isenta que: “Na metade do século XIX, Uberabinha não tinha nada: apenas um aglomerado de casebres cobertos por palhas de Buritis nos arredores da capela de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião Mártir, no largo da Matriz”. Leitores, recordem que a metade do século XIX ocorreu em torno do ano de 1850.
E prossegue o Douto Acadêmico: “Só em 1852 foi criado o Distrito de Paz e a igreja criou a Paróquia. Havia então 44 casas construídas...”. Antônio Pereira da Silva desce a detalhes estatísticos descrevendo a localização das casas, inclusive nomeando os logradouros públicos. Não é segredo que a São Pedro Uberabinha (depois Uberabinha e hoje Uberlândia) foi Distrito de Uberaba (vide atas da nossa Câmara).
Peço a atenção dos mais e dos menos informados para os seguintes detalhes expostos por aquele historiador: “A primeira botica foi instalada em 1850 por Miguel Jacinto de Melo, no Largo da Matriz”. E mais: “Sete anos depois da instalação da primeira farmácia, em 1857, chega o “Pintão” (Antônio Maximiano Ferreira Pinto), boticário prático também, mas com a vantagem do licenciamento concedido pelo Imperador d. Pedro II”. E outras farmácias foram instaladas, mas o primeiro médico, Dr. Carlos Gabaglia (itinerante) só chegou em Uberabinha depois de 1906
Fato curioso: “Sempre que alguém adoecia e os práticos não conseguiam resultados, ou o doente tinha que ser removido para Uberaba, ou era chamado um médico de lá. De qualquer forma, doente e médico transportavam-se em lombo de burro ou carro de bois”.
Meus caríssimos leitores, nossa conversa já está no ponto para que eu lhes faça sem rodeios a pergunta: como pode Uberaba ter sido fundada em 1856, segundo propalam alguns, se aqui, há tempos, existiam médicos vindos de diversas partes do país? O Acadêmico José Soares Bilharinho esbanja seus nomes em sua magnífica obra “A história da Medicina em Uberaba”. Só mesmo tendo “nascido” em 1820 (36 anos antes) para experimentar tanto avanço. Uberaba estava na rota do grande Anhanguera que seguia para Goiás em busca de pedras preciosas!
É simples para se concluir que o título de Freguesia (à época avançando) oficializada por Dom João VI pelo decreto de 02 de março de 1820, único documento probatório conhecido, é a Certidão de Nascimento de Uberaba. Tudo mais, a meu modesto ver, em termos de aniversário da cidade é mera especulação.
Existe a ordem cronológica: 13/02/1811 - Criação do Distrito dos índios, sertão imenso esse comandado por Major Eustáquio. 22/02/1836 - Elevação do lugarejo a Vila. 23/03/1840 - Elevação da Vila a Comarca. 02/05/1856 - Elevação de Comarca a Cidade¹־²־³. Ditas datas existem, mas não abalizam a ninguém para afirmar que nessa ou naquela nasceu Uberaba. Arquivos públicos e particulares foram consultados Brasil afora sem êxito. Nosso aniversário é, portanto, em 02 de março. Quanto vivi enganado!
Fontes de Pesquisa: Hildebrando de Araújo Pontes, Antônio Borges Sampaio, José Mendonça, José Soares Bilharinho, Renato Muniz Barretto de Carvalho, Antônio Pereira da Silva, Longino Teixeira, Tito Teixeira e Atas da Câmara Municipal de Uberlândia. Arquivo Público de Uberaba. Atas da Câmara Municipal de Uberaba (1857/1900).
1 - Título honorífico que Franca/SP também recebeu em 1856.
2 - Idem para Ribeirão Preto/SP.
3 - Idem para Juiz de Fora/MG.
(*) - João Eurípedes Sabino.
Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Uberaba/MG/Brasil.
“Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência.
Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra.
Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário.”
Eis o juramento lapidar do médico, ditado pelo filósofo grego Hipócrates (460 a.C), considerado o pai da Medicina. Tendo o médico como referência, as palavras que direi a seguir, são dedicadas a todos os profissionais da saúde.
Quando tudo está perdido, vamos encontrar a esperança nas mãos daqueles que, doutrinados para servir, se expõem como se a vida do outro fosse a própria. Não têm o direito de escolher o que querem, se diante de si estiver o semelhante a implorar para que lhe acalme a dor. Doar é a única opção e, na maioria vezes, um segundo de tempo a mais ou a menos pode fazer a diferença. Não têm pressa, mas não podem demorar.
Temos visto médicos e seus colegas correlatos darem suas vidas na batalha contra o coronavírus. Eles e elas se jogam no front sem a menor noção de onde surgirá o inimigo. Ao saírem de seus lares, beijam seus entes queridos, feito o soldado que parte para a guerra, não sabendo se voltará vivo para beijá-los novamente.
Se há uma profissão que vai além, com o perdão das outras, inclusive da minha, é a do profissional da saúde. Ao prestarem o juramento, todos os integrantes da área se disponibilizam em fazer do nosso último momento a chance de não deixar a nossa esperança morrer. Esse é o ir além.
As palavras de Hipócrates, ditas há mais de 2.000 anos, se tornam atualíssimas quando o mundo se curva diante da Covid-19 e os zelosos da saúde, nesse momento crucial, ao contrário, emergem de si mesmos com coragem titânica! Não fossem eles, o que seria de nós?
De talentosas inteligências surgirá o stop ao coronavírus. Em consonância com outros seres iluminados, os profissionais da saúde estarão na primeira fileira dos nossos heróis. Assim eles devem ser reconhecidos.
(*) - João Eurípedes Sabino.
Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Uberaba/MG/Brasil.
Minhas palavras ditas há uma semana ficaram velhas como eu havia previsto. Não lhes peço para torna-las sem efeito, mas solicito que carreguem a dose porque as previsões que fiz, além de superadas tiveram alguns elementos a mais e não há como ignorá-los: a cisma e o medo fazem a festa nas mentes indefesas. É o Coronavírus!
Lembro-me como se fosse hoje, na década de cinquenta, quando um boato “viralizou” dando conta de que o mundo iria acabar! Num belo domingo, certo asteroide(!?!) riscou o céu deixando mega imagem vertical. O jornal Lavoura e Comércio mostrou a foto em primeira página. “De um mil, passamos, mas a dois não chagaríamos”, segundo Nostradamus. Estávamos a menos de 50 anos do ano 2000! Espertos deitavam e rolavam.
Religiosos visitavam casas, Bíblias eram vendidas, terços rezados em profusão, novenas idem, cartomantes vendiam suas visões, etc., e o assunto proliferava de mamando a caducando. Houve pessoas que chegaram à loucura, tal a força do vírus mental disseminado na massa.
O Coronavírus aí está e os fatos, guardando as devidas proporções ou alcances, se repetem, com um detalhe: o bichinho invisível rasga o mundo em segundos! Ou seja; a cisma e o medo de contraí-lo cobrem a terra. Daí seja necessária a vigília mental.
E o que é vigília mental? É evitar o assunto? Ignorar a letalidade do Coronavírus? Fazer de conta que não é comigo? Ser indiferente? Ou é tudo isso ao contrário? Sim, tudo ao contrário, exatamente.
Há os que só falam do assunto. Há os que o ignoram. Outros fazem de conta que não é com eles e há os indiferentes. Todos estão nos extremos, que são perniciosos. Aí é que mora o perigo, pois as portas de entrada do vírus mental podem estar abertas e ocorrer auto caos. Nessas portas devemos colocar agentes mentais vigilantes encarregados da defesa. A casa mental, sob ordens de um pensamento-autoridade, proporciona excelente grau de consciência. Um fortíssimo pensamento a ser barrado é o do pânico. Dominá-lo e não o passar à frente é a melhor técnica.
Os idosos estão merecendo capítulo especial. Filhos e netos os assediam para que se cuidem preventivamente. Há males que vêm pra bem e, não fosse o Coronavírus, muitos vovôs e vovós estariam esquecidos.
Que possamos extrair dessa experiência sombria os elementos positivos para convivermos melhor em família e na comunidade.
(*) - João Eurípedes Sabino.
Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Na última quinta, pela manhã, minha amiga sai de casa e da calçada oposta um homem abaixa as calças, mostrando-lhe o pinto. Ela corre até o guarda da esquina. “Moço! Um homem acabou de abaixar as calças pra mim, ali, bem na frente da minha casa!”.
O guarda, sentado em sua cadeira de plástico, a olha com enfado: “Não posso fazer nada, senhora, a rua é pública”. Ela então acrescenta, à guisa de experimento sociológico: “Ele quebrou o vidro do meu carro”. O guarda se levanta num salto, pega o cassetete e fala, com sangue nos olhos: “Onde?! Cadê?! Pra que lado ele foi?!”.
O acontecimento me parece uma dessas histórias talmúdicas ou contos chineses, cheios de significados. Agredir uma mulher, na visão do guarda, é um direito do cidadão. Agora, quando quebra o vidro de um carro é um absurdo que deve ser combatido imediatamente. #mexeucompatrimôniomexeucomtodos!
O “guarda da esquina” é um personagem antigo da política brasileira. Na reunião em que foi proposto o AI-5, o vice-presidente Pedro Aleixo teria dito a Costa e Silva: “O problema deste ato não é o senhor, nem os que com o senhor governam o país, é o guarda da esquina”.
Queria dizer que se do alto vem a mensagem de que dane-se a lei, lá embaixo a turma pode, veja só, entender exatamente o que foi dito e sair barbarizando.
A frase geralmente é citada como uma ponderação razoável, mas me soa reveladora do autoritarismo nacional. Uma coisa é o alto escalão mandar às favas a civilidade, fechar o Congresso, avacalhar com o Estado de Direito. Isso aí tá ok, ok? Agora, o pobre, não.
O pobre tem que obedecer. O fazendeiro que queima a Amazônia é empreendedor. O MTST que invade um prédio abandonado é terrorista.
A atitude do guarda da esquina na história da minha amiga ecoa a de boa parte da elite brasileira nas últimas eleições.
Durante a campanha, Bolsonaro abaixou as calças diante da lei, dos direitos humanos, da Amazônia, da educação, da cultura, das minorias, dos oponentes, mas garantiu que com Paulo Guedes ninguém iria quebrar o vidro do nosso carro. Fiesp, CNI, igrejas evangélicas, Hebraica do RJ, mercado financeiro, agronegócio, parte da imprensa, todos riram, aplaudiram e disseram: vamos nessa!
Bolsonaro segue abaixando as calças, todos os dias, para a democracia, o Estado de Direito, os jornalistas (e principalmente as jornalistas, covarde que é), mostrando a arminha para qualquer noção de civilidade e dignidade, esgarçando o tecido já puído das nossas instituições.
E o primeiro andar continua de olho, exclusivamente, no vidro do carro. Ou, no máximo, suspeitando que Paulo Guedes subiu no telhado, manifestam-se alguns, aqui e ali, supostamente assustados, como se despertassem do sono da mosca tsé-tsé e descobrissem que Bolsonaro segue falando e fazendo o que sempre falou e fez durante a vida toda.
Sabe o que é pior? Se houver manifestações de rua e quebrarem um único vidro de carro, apedrejarem uma agência bancária ou um McDonald’s, os mesmos que o apoiaram nas eleições vão apoiar medidas de exceção que, veja bem, não são um golpe, dirão, mas ações extraordinárias diante de uma situação extraordinária.
A miséria, a falta de saneamento básico, o abismo entre brancos e negros, entre homens e mulheres, a violência policial nas periferias, as milhões de crianças cuja educação está entregue às mãos de um ministro cujo analfabetismo é um dos menores defeitos: nada disso é motivo de escândalo. Mas vai meia dúzia de moleques mascarados quebrar uma vitrine pra ver o que acontece.
Eis o grande patrimônio nacional, nosso maior orgulho, nossa instituição mais sagrada: sua majestade, o vidro.
Nos seus vinte anos de existência, Dimensão obteve grande repercussão, como demonstram as manifestações que se seguem.
“Muito bonita a revista, aliás, como sempre. Ótimo nível.” (MARIA JOSÉ GIGLIO, São Roque/SP, 13/01/1986)
“Só encontro, mesmo, uma palavra: milagre. Não acho qualquer outra maneira para definir esta maravilha em estado puro – Dimensão, alumbramento.” (UILCON PEREIRA, Araraquara/SP, 20/01/1986)
“Dimensão é um prazer de leitura e para os olhos também.” (ROSWITHA KEMPF, São Paulo/SP, 04/12/1986)
“Dimensão faz uma proeza incrível. Surge, a cada vez, melhor. A revista está uma potência.” (ARICI CURVELO, Jacaraípe/ES, 23/01/1987)
“Desta vez, com 12/13, você conseguiu realizar um feito quase impossível: superar-se. Revista perfeita, em todas as dimensões: gráfica, qualidade dos textos, seleção das traduções, radicalidade geral do seu projeto cultural, internacionalismo.” (UILCON PEREIRA, Araraquara/SP, 06/03/1987)
“A revista passou dos limites: é, como eu disse no ‘Taturana’, a melhor em matéria de poesia, no Brasil.” (CLÁUDIO FELDMAN, Santo André/SP, janeiro de 1987)
“Estou impressionado com a qualidade de Dimensão [....] Li de uma ponta a outra, curtindo cada página.” (NIRTON VENÂNCIO, Brasília/DF, 08/04/1987)
“Dimensão melhora a cada número e já é uma publicação com personalidade própria. Uma referência obrigatória quando se falar em poesia e tradução de poesia no Brasil.” (EDSON NEGROMONTE, Jundiaí/SP, dezembro de 1987)
“Revista tão exemplar que se chama Dimensão, onde se trata e se aborda assuntos que estão no núcleo da coisa literária, poesia, tradução, crítica, ensaísmo, etc. com uma leveza de ser e consciência estética pouco comum aqui nos trópicos.” (MARCOS DE FARIAS COSTA, Maceió/AL, 21/07/1988)
“Fiquei encantado com a revista e imagino que, no Brasil hoje, nem de perto exista nada parecid0.” (SEBASTIÃO NUNES, Sabará/MG, 31/08/1988)
“Revista de poesia Dimensão - sobrevivente, forte, saudável, mantendo acesa a chama da verdadeira criação.” (CARLOS NEJAR, Vitória/ES, 21/02/1989)
“O último número de Dimensão está esplêndido [....] Quando pensamos que não vai sair a próxima, ela sai e ainda melhor que a anterior.” (ELOÉSIO PAULO DOS REIS, Alfenas/MG, 11/07/1989)
“Dimensão está admirável como texto e como arte gráfica. Gostei muito de tudo.” (ABGAR RENAULT, Rio de Janeiro/RJ, 31/07/1989)
“Registro o meu entusiasmo pelo nº 16/17 da revista Dimensão. Excelente em tudo.” (GERALDO DIAS DE CRUZ, Goiânia/GO, 13/08/1989)
“Dimensão 16/17. Fiquei deveras impressionado com a excelente qualidade gráfica da revista, com a beleza da capa, com o bom gosto e o refinamento da matéria impressa e com outras particularidades técnicas que ao longo do tempo têm assegurado o prestigio da revista.” (FRANCISCO CARVALHO, Fortaleza/CE, 21/08/1989)
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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/