terça-feira, 28 de abril de 2020

Verdade verdadeira (*)

E a luta contra o Coronavírus continua em todos os quadrantes da terra! Cada um a seu modo tem dado sua cota de sacrifício para vermos tombado esse microrganismo, tão letal à espécie humana. Estou fazendo a minha parte mesmo recolhido ao grupo de risco marcado pelos janeiros. Alinhavar estas palavras faz parte do trabalho que me permite chegar a lugares onde o vírus não vai; no coração das pessoas.

Não devemos pagar o preço para ver o resultado da imprudência. Se nos aconselham o uso dos equipamentos de proteção individual, por que não usá-los e darmos o exemplo aos que fazem pouco dessa necessidade? Estamos num jogo em que ganhar ou perder envolve a todos indistintamente.

Ouvi por via rádio, os reclamos de uma integrante do Circo Khronos, então montado no interior do Parque de Exposições Fernando Costa, aqui em Uberaba. Estão lá 56 pessoas, dentre as quais, 16 são crianças que; além de viajar como nômades, agora enfrentam o drama de não poder bater em retirada por falta de recursos. As necessidades fecham o cerco e, tentando exercer a nossa marca de uberabense, fui levar a eles a minha solidariedade alimentícia. De carro fechado, usando boné, luvas e máscara, adentrei-me à noite ao recinto do parque, escoltado por uma moto vigilante.No local, mantendo segura distância, os circenses retiraram do carro a minha modesta ajuda. Distanciamento estranho para mim que sempre cultivei o hábito de apertar a mão do meu semelhante. Sei que você uberabense, fará a sua parte também!

Saí feliz por ter exercido o bem, mas entristecido diante do fato de que; depois de ininterruptos 78 anos, nossa Associação Brasileira dos Criadores de Zebu não realizará o tão sonhado evento de 2020. Tudo por precaução diante do avanço do Coronavírus. Decisão acertada do presidente Rivaldo Machado Borges Júnior e sua diretoria.

Enquanto isso, os prudentes e imprudentes seguem por caminhos inversos e paralelos. Uns obedecem à risca os protocolos preventivos e outros subestimam a força do bichinho invisível a olho nu que, uma vez instalado, faz estragos. Não lamentemos depois sem ter um ombro amigo!

Segui dois grandes jornais paulistas na última semana. Em todas as edições, mais de 90% delas continham notícias sobre o Coronavírus e, percentual maior, ficou por conta das redes de televisão. Queira Deus que, passada a pandemia, a realidade não nos traga outra verdade: a verdade verdadeira.

(*)- João Eurípedes Sabino - Uberaba/MG/Brasil.

Cidade de Uberaba


DOUTOR GUERRA.

Apesar do nome era um homem que transpirava a paz. Conheci Dr. Francisco Mauro Guerra Terra há mais de 50 anos quando meu saudoso pai iniciou uma amizade com ele movida por um tratamento médico que varou os tempos. Ambos tinham uma paixão em comum que eu também tenho:o cavalo mangalarga marchador. 

 Francisco Mauro Guerra Terra. Foto/Divulgação.

O pai, o mestre, o super neuro cirurgião, o cidadão caridoso, o homem de bem, o amigo, a simplicidade em pessoa e outras virtudes, faziam de Doutor Guerra o ser humano extremamente respeitado mundo afora. Daí ser acatado por onde passava. 

Estive ao lado dele no dia 30/05 do ano passado quando foi inaugurado o centro de assistência psicológica que recebeu o seu nome em Uberaba. Senti-me extremamente honrado ao ver o exemplo do homem de extrema grandeza e elevada humildade. Recebeu a homenagem confessando não merecê-la...

Essa é uma fagulha do que sei sobre o grande Doutor Guerra.
A medicina perde um de seus baluartes e a humanidade segue seu curso à procura de seres semelhantes a Doutor Guerra. Terça, 03 de Março de 2020

Uberaba está de luto.
João Eurípedes Sabino - Uberaba/MG. 

Cidade de Uberaba

quinta-feira, 5 de março de 2020

GENEALOGIAS UBERABENSES


Guido Bilharinho


Desconhecidas ou ignoradas pela maioria das pessoas, as genealogias têm dado importante contribuição à História, visto que essas pesquisas e levantamentos familiares implicam indivíduos e gerações que compuseram, participaram e contribuíram com sua existência e atuação para a formação histórica no tempo e no espaço.

Uberaba, pelo seu posicionamento espácio-temporal e as peculiaridades que condicionaram e direcionaram seu desenvolvimento, atraiu e reuniu consideráveis núcleos familiares, que, alguns dos quais, paulatinamente, por meio de um ou outro de seus membros mais qualificados que se propuseram a tais pesquisas, tiveram procedidos seus levantamentos genealógicos.

Em consequência disso, inúmeros já são os livros atinentes ao assunto, aqui referenciados, pela ordem cronológica de suas publicações, os que chegaram às nossas mãos, dos quais, pelo momento, apenas se fornecem breves informações.

A primeira obra nesse sentido de que se tem notícia deve-se ao incansável historiador Hildebrando Pontes, que se não limitou a proceder à genealogia de apenas uma família, o que já seria digno de encômios, mas se lançou a produzir toda uma série delas, que intitulou de “Genealogia Mineira”, da qual publicou o TÍTULO I – RODRIGUES DA CUNHA, em 1929, composto de 87 (oitenta e sete) páginas, não obstante a tenha iniciado em maio de 1905, conforme informa na introdução ao livro. 

Após o pioneirismo de Hildebrando Pontes é editado, em 1956, o livro HISTÓRIA VERÍDICA, de Dalila Soares de Azevedo, levantamento da descendência do capitão Domingos da Silva e Oliveira, irmão do major Eustáquio e primeiro agente executivo (prefeito) do município, precedida a obra de “Sinopse da Vida de Uberaba”.

Trinta e quatro anos depois surge o livro DO SILVA AO PRATA, de autoria de Délia Maria Prata Ferreira, editado em 1990 com 175 (cento e setenta e cinco) páginas e diversas ilustrações, que provavelmente serviu de incentivo à série de outros que lhe seguem em breves intervalos nos anos seguintes.

Nem bem seis anos são transcorridos, Paulo Medina Coeli edita MEDINA COELI – HISTÓRIA E GENEALOGIA, com 160 (cento e sessenta) páginas, no qual, ao invés do tradicional quadro familiar sucessório, expõe a genealogia dos Medina Coeli por meio de narrativas contextualizadas e ilustradas.

Da mesma forma, Jorge Alberto Nabut edita em 2001 o livro FRAGMENTOS ÁRABES, com 278 (duzentas e setenta e oito) páginas e inúmeras ilustrações, no qual, para além dos limites do estrito levantamento familiar, enfoca poética e contextualmente a chegada e atuação de várias famílias árabes na região.

Quatro anos depois, em 2005, vem à lume o livro NOSSO PASSADO E NOSSA GENTE, de Fausto de Vito, com 214 (duzentas e catorze) páginas, concernentes à família De Vito, reportada à sua origem italiana.

Encurtando cada vez mais o intervalo entre uma e outra das publicações do gênero, é editada em 2008, em dois alentados volumes, a obra OS RODRIGUES DA CUNHA – A SAGA DE UMA FAMÍLIA, de Antônio Ronaldo Rodrigues da Cunha e Marta Amato, contendo no primeiro, em 584 (quinhentas e oitenta e quatro) páginas, a genealogia familiar e, no segundo, expressivo álbum fotográfico de membros da família.

Já no ano seguinte, 2009, Marta Junqueira Prata lança o livro OS REIS – HISTÓRIA E GENEALOGIA DE UMA FAMÍLIA, com 152 (cento e cinquenta e duas) páginas e abrangente índice onomástico.

Nem bem discorridos dois anos desse último lançamento, Plauto Riccioppo Filho publica, em 2011, a obra RAÍZES ARBËRESCHË – HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DA FAMÍLIA RICCIOPPO, também em alentado volume de 614 (seiscentas e catorze) páginas, fartamente ilustradas. 

Após um tanto dilatado período intervalar, eis que há dias, precisamente em 21 de dezembro de 2019, é lançado no Museu do Zebu, na presença de centenas de Borges de diversas gerações, A ODISSEIA DOS BORGES, de Carla Mendes Bruno Brady e Randolfo Borges Filho, em projeto ideado e coordenado por Leila Borges de Araújo e Randolfo Borges Filho, em portentoso volume de nada menos de 980 (novecentas e oitenta) páginas ilustradas, focalizando os troncos e ramos familiares: Martins Borges, Borges de Araújo, Gonçalves Borges, Alves Borges, Borges de Gouveia e Antônio Borges Sampaio, o célebre historiador.

*

Além dos livros acima mencionados, existem diversas outras genealogias, veiculadas por enquanto em edições mimeografadas.

A mais longeva delas consiste na GENEALOGIA DA FAMÍLIA SILVA E OLIVEIRA, efetuada por ninguém menos do que o múltiplo historiador Hildebrando Pontes, elaborada nos inícios do século XX e composta de 222 (duzentas e vinte e duas) páginas, justamente sobre a família Silva e Oliveira, a fundadora de Uberaba na pessoa de Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, o major Eustáquio, mas, na verdade, família Távora, perseguida pelo marquês de Pombal e impedida, até sua reabilitação pela rainha Maria I, de utilizar seu legítimo nome, ao qual o pai do major não quis voltar.

A GENEALOGIA DA FAMÍLIA FERREIRA DE ARAÚJO é também da lavra de historiador Hildebrando Pontes, constituindo o Título II da série Genealogia Mineira que se propôs a fazer, composta de 90 (noventa) páginas manuscritas.

Por sua vez, em 1990, José Carlos Machado Borges (Juquita Machado) publica em mimeógrafo, em 244 (duzentas e quarenta e quatro) páginas, sua múltipla genealogia intitulada GENEALOGIAS por se referir, conforme explica o Autor em prêambulo, a seus quatro distintos troncos familiares: Machado dos Santos, Pepino, Borges de Araújo e José Bernardes.

Outras genealogias e histórias familiares provavelmente devem existir prontas ou em vias de elaboração, cumprindo apenas que sejam dadas à divulgação, como necessário.

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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


Cidade de Uberaba

REVISTA DIMENSÃO: 40 ANOS (I)

Guido Bilharinho 


Há quarenta anos foi lançado em Uberaba o primeiro número da revista de poesia “Dimensão”, editada durante vinte anos (1980 a 2000), cujo coleção completa encontra-se no blog http://revistadepoesiadimensao.blogspot.com/, graças à digitalização procedida pelo ativo e participativo Curso de Letras da UFTM, publicação eletrônica acompanhada de índices onomásticos de seus 635 colaboradores de 31 países. 

No decorrer de sua vintenária trajetória, nacional e internacional, a revista colheu manifestações de centenas e centenas de intelectuais, jornais, revistas e periódicos, do Brasil e do exterior, divulgando-se a seguir algumas delas: 

“Parabéns pela bela revista de poesia.” - (PEDRO NAVA, Rio de Janeiro/RJ, 21/01/1981) 

“Acabo de ler Dimensão 1 [....] Há muito que admirar no primeiro número e muito que esperar dos próximos.” -(ANTÔNIO HOUAISS, Rio de Janeiro/RJ, 14/02/1981) 

“A revista está digna e sóbria, como convém a uma revista de poesia.” - (OLGA SAVARI, Rio de Janeiro/RJ, 10/03/1981) 

“Recebi, li e gostei. O segundo número de Dimensão está excelente.” - (CÉSAR VANUCCI, Belo Horizonte/MG, 09/06/1981) 

“Felicito o Conselho Editorial pela excelência dessa publicação.” - (ABGAR RENAULT, Rio de Janeiro/RJ, 22/10/1981) 

“Recebi o nº 2 de sua impecável revista. Excelente o nível dos poemas.” - (MANUEL LOBATO, Belo Horizonte/MG, 27/11/1981) 

“Meus agradecimentos pela oferta do nº 4, de 1982, da excelente Dimensão, que tão bom serviço vem prestando à poesia brasileira.” – (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, Rio de Janeiro/RJ, 06/06/1982) 

“Excelente publicação, que honra não apenas Uberaba, senão também o nosso Estado e o próprio Brasil” - (ABGAR RENAULT, 14/06/1982) 

“Obrigado pelo envio de mais um número da bela revista que você edita.” – (RUBEM FONSECA, Rio de Janeiro/RJ, 30/06/1982) 

“Dimensão é uma excelente revista.” – (PLÍNIO DOYLE, Rio de Janeiro/RJ, 02/07/1982) 

“Meus agradecimentos pela remessa de Dimensão, que com tanta dignidade e agudeza de vista se consagra ao serviço da poesia brasileira.” – (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, 05/06/1983) 

“Acuso o recebimento de Dimensão (nº 8!) (ano IV), que sempre me deixa estupefata: manter durante quatro anos uma revista de poesia é, neste Brasil de crises várias, um ato heroico.” - (ILKA BRUNHILDE LAURITO, São Paulo/SP, 22/06/1984) 

“Recebi Dimensão 10 – uma beleza gráfica e uma instigação cultural. Devorei – e degluti – os textos.” – (UILCON PEREIRA, Araraquara/SP, 23/06/1985) 

“Guardo com carinho todos os números de Dimensão, a meu ver a melhor e mais importante publicação brasileira no gênero.” – (JOSÉ AFRÂNIO MOREIRA DUARTE, Belo Horizonte/MG, 27/06/1985) 

“Cumprimentos pelo nº 11, realmente excelente.” – (NÉLSON WERNECK SODRÉ, Rio de Janeiro/RJ, 24/11/1985) 


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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


Cidade de Uberaba


SÁBADO NA UNIUBE, CÂMPUS CENTRO

Fiz a parte sobre a trajetória de Djalma em Uberaba, revisão e edição 

A biografia autorizada do bicampeão Djalma Santos, que morou em Uberaba por mais de 25 anos, será lançada no próximo sábado, 7, às 19h, no auditório da Uniube, no câmpus Centro. A viúva de Djalma, Esmeralda Rodrigues Silva, participará do evento, que contará com exposição defotos, no formato 1m x 0,60m, da trajetória do ex-atleta. A obra tem a apresentação do jornalista Juca Kfouri.

"Djalma Santos: biografia autorizada"

Ao participar da mostra dessas fotografias em 2011, em Sacramento (MG), a 70km de Uberaba, Djalma se tornou amigo do autor da obra, o memorialista Carlos Alberto Cerchi, então presidente da Câmara de vereadores e promotor da exposição. Embora mantivesse amizade com inúmeros jornalistas Brasil afora, o bicampeão mundial escolheu o novo amigo para relatar sua vida dentro e fora de campo.

Corinthiano na infância, com apelido de Nego, quando ingressou na Portuguesa passou a ser conhecido por Santos. Se comunicava em quatro idiomas, consequência de viagens constantes ao exterior e por ter morado em quatro países. Fotos do acervo pessoal, entre outras,integram a obra que relata as passagens de Djalma também pelo Palmeiras e Athetico Paranaense. 

Um capítulo é dedicado ao período em que residiu em Uberaba. As “peladas” aos domingos no Uberaba Country, a escolinha de futebol, o curto prazo como técnico do Uberaba Sport e a época de secretário municipal de Esportes. Uma curiosidade, entre outras, que consta do livro:Djalma morreu no mesmo quatro que faleceu Chico Xavier, no Hospital Hélio Angotti.

O livro de 227 páginas, da Editora Bertolucci, de Sacramento, está à venda a R$ 50, e será lançado também em Curitiba(PR) e em São Paulo (SP). O autor é membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro e secretário de Cultura e Turismo de Sacramento. Outras três obras dele:“Bondes de Sacramento” (1991), “Antologia Poética” (1995) e “Memória Fotográfica de Sacramento” (2004). 


Luiz Alberto Molinar - Matrícula sindical nº 2.509



Cidade de Uberaba

UM VIVA À WILMA CESARINI!


Luiz Alberto Molinar

“Me segura!”, era seu bordão para algo tido como segredo revelado ou assunto constrangedor. Minha professora particular nos anos 70 e companheira de mesa na Choperia do Mário, nos 90. Ao som do Trio Irakitan, Nelson Gonçalves e Orlando Silva, que ela cantarolava junto, com alegria, degustávamos porções e sucos. Gostava de ouvir suas histórias. A levei aos shows de Inezita Barroso e dos Demônios da Garoa.

Wilma Cesarini

Wilma Cesarini (18/12/1929-4/3/2020), desde a década de 1930, morou na rua Artur Machado. No final de tarde, ficava debruçada sobre seu portãozinho, vigiando a vizinhança e cumprimentando comerciários que voltavam do trabalho.

Afilhada do líder espírita e psiquiatra Inácio Ferreira, era também adepta da mesma doutrina. Se sentia ofendida com convites a missas e festas católicas. Solidária, contribuía com casas assistenciais. Ranzinza, vez ou outra entrava em conflito com vizinhos.

O marido de Wilma, Alaor Araújo, adquiriu da viúva do memorialista Hildebrando Pontes seu acervo de jornais. Com a morte do companheiro, ela doou a mim esse tesouro. Parte dele, edições dos anos 1960 do “Lavoura & Comércio”, decorou paredes do primeiro endereço da Choperia do Mário.

Gostava de sua casa na qual permanecia 24 horas por dia. Guardava orgulhosa móveis antigos e porcelanas de seus pais. Um incêndio destruiu tudo em 2017, quando ela já morava em hotel geriátrico. Por sorte a casa foi apagada de sua memória, nunca quis voltar lá ou sequer perguntava por ela. 

Restou um banco de jardim e um suporte de vaso, de madeira entalhada, e com pernas curvas, que ficavam no alpendre. Os bombeiros retiraram para combater as chamas e deixaram no passeio. Ficaram lá, abandonados...

Além das lembranças, foi o que ficou da minha vizinha – desde 1964 -, estão no meu jardim, e bem guardados! 


*Paixão pelo Uberaba Sport*


Aos domingos à tarde, quando se ouvia – em alto e bom som - a “Marcha Uberaba Sport”, no quinto quarteirão da rua Artur Machado, principalmente nos anos 1970, época áurea do clube, era o anúncio e comemoração de gol do USC. Antes do hino, o grito do narrador esportivo da rádio já prenunciava a música. 

Nas manhãs vitoriosas de segunda-feira, a vitrola lembrava comerciantes e comerciários da vizinhança o êxito do dia anterior, principalmente se havia torcedores do arquirrival Nacional Futebol Clube por perto. E se o triunfo fosse sobre o Naça, a música era tocada inúmeras vezes.

Os ruídos de alegria partiam da residência número 615, da Wilma. Apaixonada, acompanhava o seu Uberaba desde a década 1940 pela Rádio PRE-5, a Sociedade do Triângulo Mineiro. Do programa diário às 10h, o “Parada Alvi-rubra”, nos anos 1970, era ouvinte cativa. Gazeteiro do “Lavoura” entregava todo dia o exemplar da torcedora, que buscava mais informação sobre o USC.

Aos 90 anos, residia no Recanto Hotel Geriátrico, na rua José de Alencar, 184, São Benedito, há cinco anos. A incomodava morar no bairro do Nacional. Ficava contrariada, quando passeava pelas redondezas, ao ver o comércio mais ativo que o da sua Artur Machado. Continuava firme, por rádio e pelo “Jornal de Uberaba”, acompanhando a paixão de uma vida. A alegrou ao ler, em 2017, a revista “Replay” comemorativa do centenário do USC.

Cidade de Uberaba


terça-feira, 3 de março de 2020

Curiosidades sobre Uberaba

1. Documento assinado por Dom João VI, de 02 de março de 1820, marca a elevação do Arraial de Santo Antônio e São Sebastião à condição de Freguesia (Paróquia). Este é o documento mais antigo de Uberaba.

2. Major Eustáquio é considerado o fundador de Uberaba. Major Eustáquio constatou que Uberaba tinha três condições para o povoamento: recursos hídricos, terras férteis e posição estratégica favorável. Estabeleceu-se, em 1809, próximo ao Córrego das Lajes, e, ao redor de sua residência, surgiu Uberaba, onde foi chefe político até sua morte em 1832, quando foi substituído no comando de Uberaba por seu irmão Domingos da Silva e Oliveira.

3. Em 1856, o Arraial da Farinha Podre foi rebatizado de Santo Antônio de Uberaba. Desde o início, o local se desenvolveu com base nas atividades pecuária, comércio e indústria.

4. O primeiro aglomerado populacional de Uberaba foi no povoado de Santa Rosa. Produtores foram para a região em busca de água e boas pastagens.

5. O documento da elevação do Arraial de Santo Antônio de Uberaba à Vila de Uberaba está datado de 22 de fevereiro de 1836.

6. Os quatro sinos da Catedral Metropolitana pesam 1,4 tonelada e foram construídos pelo artesão uberabense José Carlos Onofre.

7. As ruas paralelas à Catedral Metropolitana foram batizadas pelo povo. Na época, a igreja era um dos poucos imóveis da região central e, dentro do imóvel, tinham as imagens de Santo Antônio e São Sebastião. Então, as pessoas se localizavam dizendo que iriam na rua ao lado de Santo Antônio ou ao lado de São Sebastião.

8. Diz a lenda que o processo mais antigo do Fórum de Uberaba teria durado 70 anos no processo entre a Fábrica da Matriz de Uberaba e a Câmara Municipal relativo ao recebimento do seu patrimônio eclesiástico. Porém, o processo se arrastou por apenas quatro anos.

9. José Francisco de Azedo falsificou um documento em nome de Tristão de Castro Guimarães o qual doava terra para a igreja Matriz de Uberaba. Tratava-se de uma vingança contra Major Eustáquio que não estava morando na sede de suas sesmarias. Por sentença de 11 de junho de 1838, José Francisco Azevedo perdeu a causa e faleceu pouco tempo depois, em 03 de setembro de 1839.

10. Criminosos capturados pela polícia trabalhavam na construção de muros, casas de taipas e serviços em roças.

11. Na segunda década do século XX, registrou-se a disparada de um grupo de gado zebu que os uberabenses traziam da Índia, pelas ruas da cidade francesa de Marselha.

12. O primeiro comércio de Uberaba foi instalado na Praça Rui Barbosa, em 1818 por Joaquim Gonçalves Pimenta.

13. A primeira escola pública provincial foi instalada pelo professor público Joaquim Marques Rodrigues nas imediações do atual Mercado Municipal, em 1828.

14. A primeira formação da Câmara Municipal aconteceu em 1837. Por muitos anos, a cidade era governada pelo poder Legislativo. Não existia a figura de Prefeito. A Câmara foi instalada em prédio na Praça Rui Barbosa, que também abrigou a cadeia, uma tradição dos tempos coloniais. Os primeiros vereadores eleitos eram comerciantes prósperos, fazendeiros e representantes do clero.

15. Uberaba, em 1840 passou a sediar uma Comarca pela Lei provincial mineira nº 171, com a finalidade de implantar a justiça na região, tendo como primeiro juiz de Direito Joaquim Caetano da Silva Guimarães.

16. Em 1840, um jovem ficou famoso por desfilar pela rua Artur Machado engraxando cascos de bois zebus que desfilavam acompanhando os fazendeiros.

17. Os primeiros médicos de Uberaba foram os suecos André Regnell e Augusto Westin. Eles fizeram os atendimentos até 1850.

18. Em 1850 teve início a industrialização, com a implantação da fábrica de chapéus por Luís Soares Pinheiro.

19. O papel da imprensa em Uberaba começou em 1853 com Antônio Borges Sampaio. Ele registrava os acontecimentos e enviava correspondência ao Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro.

20. A primeira escola pública feminina de Uberaba foi criada em 1953 e o engenheiro Fernando Vaz de Melo funda em 1854 o 1º estabelecimento de ensino Secundário de Uberaba.

21. Cândido Justiniano de Lira construiu a igreja de Santa Rita como pagamento de promessa para livrar-se do vício da embriaguez.

22. Igreja de Santa Rita foi a primeira capela de Uberaba, fundada em 1854.

23. O Livro de Doca (Orlando Ferreira) foi incinerado em praça pública, a mando da Justiça, ao perder processo impetrado pela igreja.

24. Devido ao seu grande crescimento de Uberaba que era uma vila, mereceu o título de Cidade em 02 de maio de 1856, pela Lei Provincial Mineira nº 759.

25. Em maio de 1864 foi inaugurado o primeiro prédio dedicado ao teatro, o Theatro São Luiz (mas só recebeu esse nome após 1871, com a criação da Associação Dramática Uberabense), ao lado direito da igreja Matriz. O prédio foi inaugurado com duas apresentações de grande sucesso: “Os Dois Renegados”, uma peça dramática, e a comédia: “A Feira de Sorocaba”, ambas dirigidas e encenadas por diletantes. Em 1926, decreto municipal transferiu a propriedade do terreno do antigo Theatro São Luiz aos empresários Orlando e Olavo Rodrigues da Cunha, para que nele fosse construído um cineteatro, que foi inaugurado em 1931.

26. Em 1865 passou a funcionar o primeiro Centro Espírita de Uberaba, por iniciativa do professor João Augusto Chaves.

27. O primeiro gado zebu chegou no Triângulo Mineiro em 1875 comprado em Santa Cruz, Rio de Janeiro, pelo Major Inácio de Melo França.

28. O jornal Gazeta de Uberaba foi fundado em 27/04/1879 por João Caetano de Oliveira e Sousa e Tobias Antônio Rosa.

29. Hidelbrando Pontes deu grande contribuição para contar a história de Uberaba lançando 28 livros. Reconhecendo o legado do historiador, a Prefeitura de Uberaba o homenageou em 2019, nomeando o Arquivo Público com seu nome. Hildebrando de Araújo Pontes nasceu em Jubaí, distrito de Conquista (MG), em 1879, mudando-se no mesmo ano para Uberaba e passando a residir na rua Vigário Silva.

30. O primeiro projeto de construção de um Mercado Municipal foi apresentado pelo vereador Capitão-Mor, José Bento do Valle em dezembro de 1879. O local de sua primeira instalação foi na Rua Alegre, atual rua Lauro Borges, onde anos depois esteve localizado o Fórum Melo Viana. Por ter pouco espaço físico ali, o Mercado Municipal precisava de outra sede, inaugurada em 1924. O Mercado passou por duas reformas, sendo a mais emblemática inaugurada no governo do então prefeito Hugo Rodrigues da Cunha, em 1993.

31. Entre 1881 e 1882 foi construída a igreja em homenagem a Nossa Senhora da Abadia, padroeira de Uberaba. A primeira festa ocorreu em 15 de agosto de 1882 e as obras foram concluídas em 1899. Em 2020, o santuário foi transformado em Basílica.

32. Em 1882 foi inaugurada a iluminação pública por meio de vinte e cinco lampiões a querosene.

33. O primeiro registro meteorológico em Uberaba começou em 1885 por frei Germano de’Annecy.

34. No mesmo ano, chegam à cidade as seis irmãs dominicanas vindas da França para estabelecer em Uberaba sua casa matriz no Brasil.

35. O sobrado de Francisco Sebastião da Costa é o primeiro prédio da cidade construído inteiramente de tijolos.

36. A Companhia Mojiana inaugurou-se, em Uberaba, no dia 23 de abril de 1889. Devido ao crescimento de Uberaba, a Estação Férrea localizada no final da rua Artur Machado já não comportava mais o crescimento da cidade. Em janeiro de 1946, deu início à construção da nova Estação Férrea. O descontentamento dos moradores da rua Artur Machado, obrigou-os a proceder um abaixo-assinado contra a mudança da Estação. Apesar disso, Cia. Mogiana transferiu-se para a Praça Doutor Rebouças, neste mesmo ano. O engenheiro responsável pela construção do novo prédio foi o Dr. Abel Reis. Em 1971, a Mogiana foi incorporada à Fepasa. A 1ª Estação Férrea de Uberaba localizava-se no alto da Boa Vista, na atual Rua Menelick de Carvalho, onde atualmente funciona a Engeset.

37. Em 1890, o governador de Minas Gerais, João Pinheiro da Silva, institui um decreto para organizar “corpos militares” com o objetivo de dar maior segurança para as regiões de Minas Gerais. Uberaba ficou responsável por toda a região do Triângulo Mineiro, abaixo apenas do corpo da capital, em Ouro Preto.

38. Em 1894 foi instalada a Sub-Administração dos Correios e Telégrafos de Uberaba, na Praça Henrique Krugger. O prédio atual teve seu marco inicial na gestão do Prefeito Carlos Martins Prates, com o lançamento da pedra fundamental, em 06 de dezembro de 1944. A inauguração se deu em 1955, no governo do Presidente da República Eurico Gaspar Dutra.

39. Os primeiros protestantes de Uberaba foram os metodistas, cujos missionários iniciaram seus trabalhos em 23/08/1896 nas casas de fiéis e amigos. O templo foi inaugurado em 1924, na Rua Moreira César, no bairro Fabrício.

40. Leopoldino de Oliveira teve a ideia de abrir uma avenida principal em Uberaba – que atualmente leva o seu nome.

41. Fidelis Reis foi responsável por construção de banco e escola em Uberaba porque se incomodava com o fato da cidade ser pequena.

42. O nome da cidade significa: ''Água cristalina'' derivado da língua Tupi. Anteriormente a região central era cortada pelo ''Córrego das Lages'', que hoje é canalizado com a rede de esgotos da cidade.

43. Após fundada, Uberaba se desenvolveu rápido graças à navegação fluvial do Rio Mojiguaçu até o Rio Grande como o caminho do sal estabelecido por Major Eustáquio.

44. Uberaba já teve 46 prefeitos. O primeiro prefeito de Uberaba foi Capitão Domingos da Silva e Oliveira.

45. Alexandre Barbosa cultivava mais de 3 mil árvores na avenida que hoje leva seu nome. Antiga rua Cassu – atualmente avenida Alexandre Barbosa – era conhecida como Chácara das Mangas. As frutas eram vendidas em mercado do Rio de Janeiro e São Paulo.

46. A luz elétrica chegou a Uberaba em 1905 implementada pela empresa Ferreira, Caldeira & Cia.

47. O Calçadão é conhecido como “coração de Uberaba” porque a primeira residência da cidade foi construída lá.

48. Em 1902 foi inaugurado o primeiro asilo de Uberaba, o Asilo São Vicente de Paulo. Um ano depois era inaugurado o pavilhão que os conferencistas de São Vicente de Paulo mandaram construir junto ao Asilo dos Pobres, para tratamento dos portadores de moléstias transmissíveis.

49. A penitenciária de Uberaba era no prédio que posteriormente se transformou na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Os presos ficaram abrigados lá de 1905 a 1910.

50. A primeira exposição de gado zebu aconteceu na Fazenda Caçu, em 1906, por iniciativa de seu proprietário, José Caetano Borges, e de seu cunhado, Joaquim Machado Borges.

51. Em 1906, tiveram início as exposições de gado bovino, que foram muito prestigiadas, notadamente pelo Presidente da República Getúlio Dorneles Vargas, nas décadas de 1930 a 1950.

52. A primeira escola de Uberaba foi a Escola do Grupo Brasil, fundada em 1909.

53. O Agente Executivo Felipe Aché criou em 1909 a primeira Biblioteca Pública Municipal de Uberaba, denominada “Bernardo Guimarães”, estabelecendo-a em um porão da Câmara Municipal de Uberaba, um fato que denotou na época a pequena importância dada à educação e à cultura do município.

54. Foi somente em 25 de novembro de 1909 que a Força Militar se estabeleceu definitivamente na cidade, quando foi criado o 4º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, sediado em Uberaba. Inicialmente, a força policial se estabeleceu em um prédio na Rua Arthur Machado até o ano de 1932. Depois o 4º Batalhão foi instalado na Praça Frei Eugênio (Prédio do Senai) até 1947, quando foi instalado definitivamente em prédio próprio na Praça Magalhães Pinto e permanece, até a presente data.

55. A Associação Beneficente Oito de Setembro foi fundada em 1909, com a finalidade de construir um edifício para o recolhimento dos mendigos da cidade. Ele se transformou no Asilo Santo Antônio, inaugurado em 1915.
56. Fórum Melo Viana foi inaugurado em 1916.

57. Fundação do Uberaba Sport Club aconteceu em 1917.

58. A primeira Santa Casa, construída por Frei Eugênio Maria de Gênova em 1858, foi inteiramente destruída por um incêndio em 1921. A reconstrução foi uma iniciativa do médico e, então, provedor da instituição, Dr. José de Oliveira Ferreira, que também executou a sua planta. Em 1967, transformou suas dependências em Hospital de Clínicas da Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro, inaugurado em 19 de agosto de 1967.

59. A raça zebuína Indubrasil foi criada em Uberaba, em 1926. Inicialmente, foi batizada como Induberaba.

60. Em 1928, foi procedido o lançamento da pedra fundamental do primeiro hospital psiquiátrico de Uberaba, no bairro Estados Unidos. A inauguração do Sanatório Espírita se deu no dia 31 de dezembro de 1934.

61. O Aeroporto de Uberaba teve sua inauguração na década de 1930, e se chamava Aeroporto Santos Dumont. Somente em 1980 é que mudou para Mário de Almeida Franco. A construção do aeroporto é anterior à do Terminal Rodoviário de Uberaba, que aconteceu somente em 1944, na Praça Jorge Frange.

62. A primeira rinha de galo do país foi em Uberaba e começou no bar Galo de Ouro, que se chamava Bar da Rinha, em 1931. Pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo vinham a Uberaba para as rinhas e se hospedavam no Grande Hotel, que ficava ao lado do Cine Metrópole. Lá, o bar se chamava Galo de Ouro.

63. Uberaba teve posição de destaque durante a Revolução Constitucionalista de 1932, que tinha como objetivo derrubar o governo provisório de Getúlio Vargas. Por estar na divisa dos estados de Minas Gerais e São Paulo (à época, Delta ainda não era emancipada), Uberaba foi uma das portas de entrada dos paulistas, justamente pela Ponte de Delta, que hoje já não é mais utilizada, mas permanece com grande valor histórico e marcas da revolução.

64. A primeira rádio do Triângulo Mineiro foi instalada em Uberaba, em 1933. A Rádio Sociedade do Triângulo, com prefixo PRE-5. Hoje, a frequência é da Rádio JM, que opera nos 95,5 FM.

65. A Empresa de Laticínios do Triângulo Ltda se constituiu no final do ano de 1939; e, em dezembro iniciou-se a construção de sua sede. Em 07 de Março de 1941, foi inaugurado oficialmente o Laticínios Triângulo, que passou a oferecer à população o leite pasteurizado Trianon e a Manteiga Trianon. Em 1946, o Laticínios Triângulo, passou para a direção do Sr. Pedro Salomão. Em setembro do mesmo ano, a empresa foi depredada por populares enfurecidos pelo alto custo do leite e seus derivados. Em fins de 1948, deu-se a fundação da Cooperativa dos Produtores de Leite de Uberaba, que adquiriu do Sr. Pedro Salomão, o Laticínios Triângulo.

66. Em 1941 nascia o Cine Metrópole, que permaneceu até a década de 1980 como a mais elegante e sofisticada casa de espetáculos de Uberaba. O Cine Metrópole funcionava anexo ao imponente Grande Hotel que, na época, detinha simultaneamente os títulos de maior edifício de concreto armado e de melhor hotel do Brasil Central. Mesmo em dias comuns, as sessões de cinema eram concorridas e as regras da casa exigiam que os frequentadores fossem devidamente trajados: aos homens, era obrigatório paletó e gravata.

67. Fundação do Nacional Sport Club aconteceu em 1944.

68. Fundação da Universidade de Uberaba, em 1947, por Mário Palmério, a partir da criação da Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro.

69. Primeiro conjunto habitacional foi construído em 1948 na Avenida Fernando Costa.

70. Fundação da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande Coopervale, em 1948.

71. Construção do prédio do Cine Metrópole. Foi considerado o primeiro arranha-céu de Uberaba.

72. A Choperia Archimedes chamava “Bar do Campeão” e foi aberta para homenagear a façanha do Esporte Clube Fabrício no título do Campeonato Amador de 1952.

73. O Estádio JK foi inaugurado em 1953 por José Marcus Cherém, que era descendente de libaneses, que, a exemplo de patrícios seus, nutria enorme paixão pelo Nacional Futebol Clube, time fundado por imigrantes libaneses e comerciantes da rua Tristão de Castro. José Marcus Cherém foi vereador e deputado.

74. A Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro se estabeleceu em 1954 e foi transformada em Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005, oferecendo cursos em diversas áreas do conhecimento.

75. Assassinato do motorista de taxi Alfeu Aparecido de Sousa por dois passageiros marcou a história da cidade, em 1957. O túmulo é um dos mais visitados do cemitério São João Batista.

76. Chico Xavier muda-se da cidade de Pedro Leopoldo para Uberaba, em 1959.

77. Estudos que resultaram na cura da Doença de Chagas começaram em Uberaba, em 1961, por Dr. Humberto Ferreira.

78. Fundação do Teatro Experimental de Uberaba (TEU), em 1965.

79. Fundação da Cooperativa dos Empresários Rurais do Triângulo Mineiro (Certim), em 1966.

80. Fundação do Hospital do Pênfigo, em 1969.

81. A lanchonete Rei da Vitamina foi aberta em 1968 e era point dos casais que iam ao Cine Metrópole e Cine São Luiz

82. Nas décadas de 1970 e 1980 foram instalados os primeiros distritos industriais da cidade, apoiados com investimentos do Governo Federal.

83. Em 1971, uma enorme gameleira na praça Afonso Pena foi derrubada e deu lugar à inauguração da atual Concha Acústica, para que as apresentações musicais tivessem uma acústica melhor

84. Fundação do Jornal da Manhã, em 1972, substituindo o Correio Católico

85. Vera Arantes Campos “Transinha” foi a primeira colunista social mulher da cidade.

86. Encenação de Goof Gin x Bad People no Baila da Glamour realizado pelo colunista social Ataliba Guarita Neto, no Jockey Club, em 1972.

87. Na véspera da eleição de 1972, cerca de 40 mil panfletos com a biografia de Hugo Rodrigues da Cunha foram distribuídos nas ruas da cidade. O candidato venceu o pleito e a ação foi apontada como crime eleitoral.

88. Construção do Estádio Engenheiro João Guido, o Uberabão, em 1972.

89. A primeira grande indústria chegou a Uberaba em 1975, a Fosfértil.

90. O primeiro ginásio municipal de Uberaba foi inaugurado na Escola Municipal Boa Vista, em 1975.

91. Canalização da Avenida Guilherme Ferreira, em 1976.

92. Inauguração do Jockey Park, 1978.

93. O estilista Markito, Marcus Vinicius Resende Gonçalves, morreu em 1983. Ele foi uma das primeiras pessoas diagnosticadas com HIV/AIDS no país.

94. Acidente mata Edilson Lamartine Mendes, aos 49 anos, em 1984.

95. Inaugurada a Delegacia da Mulher em Uberaba, em 1985.

96. Um acordo feito entre o prefeito Wagner do Nascimento e o delegado Mario Zucatto resultou em despejo em massa, em 1987. Proprietário de imóveis no bairro Bom Retiro pediu para que prostitutas se mudassem sob pena de serem despejadas.

97. Assim da liberação do voto para menores de idade, 17 mil eleitores entre 17 e 18 anos votaram em Uberaba, em 1988.

98. Abertura da Avenida Fidelis Reis, em 1988. O objetivo era acabar com as inundações.

99. Fotógrafo Paulo Nogueira foi premiado em Londres com imagem chamada “Miséria”, que escancarou a cruel realidade de crianças que iam à escola somente pela comida.

100. Cerca de 500 pessoas lotaram a ponte sobre o Rio Grande em ato público pela conclusão das obras.

101. Escândalo da AMGRA, em 1984. Investigação de esquema de dinheiro público.

102. Denuncia UTE sobre escolas estaduais usando alunos na faxina resultou na evasão escolar de 14% dos estudantes, em 1990.

103. A primeira cirurgia de coração no Hospital Escola foi realizada em 1991.

104. A maior enchente da cidade de Uberaba foi em 91 e foi retratada em rede nacional.

105. Empresa Lixotec rompeu com a Prefeitura e deixou a cidade sem coleta de lixo, em 1991

106. O Centro de Pesquisas Paleontólogicas Llewellyn Ivor Price e Museu dos Dinossauros foram criados em 1992. O museu é um dos mais importantes do Brasil, possuindo fósseis de 65 a 72 milhões de anos de idade. Localizado em Peirópolis, o museu é conhecido pela população regional e por visitantes de outros estados e países.

107. Assinatura de Termo de Compromisso que criou o Parque Tecnológico de Uberaba e a realização do Workshop Uberaba Agrotecnópole Brasileira, em 1993. O Parque Tecnológico foi inaugurado em 1996 nos 766 hectares da Fazenda Experimental Getúlio Vargas, dos quais 160 foram adquiridos pela Prefeitura de Uberaba

108. Inauguração do Calçadão, em 1994.

109. Inauguração do Shopping Uberaba, em 1994.

110. Após polêmica, a Câmara Municipal aprovou projeto que estabeleceu o aniversário de Uberaba em 2 de março.

111. Black e Decker produz primeiro ferro elétrico em Uberaba, em 1996.

112. Comprovado desvio de R$ 217.799,56 dos cofres públicos após denúncia do Movimento Uberaba 2000, em 1996.

113. Primeira Marcha para Jesus realizada em Uberaba, em 1996.

114. A maior enchente da história de Uberaba foi registrada em 1996.

115. Alteração de 2 de maio para 2 de março foi resultado de pesquisa realizada pelo Arquivo Público sobre o aniversário de Uberaba.

116. Inauguração do Camelódromo, em 1998.

117. Um uberabense faturou R$8 milhões na Supersena.

118. Show da Xuxa no Uberabão, em 1998. O evento é apontado como o grande responsável pela perda do estádio Boulanger Pucci pelo Uberaba Sport Clube. Localizado em área nobre da cidade, o Boulanger Pucci foi repassado a uma rede de supermercados

119. Duas uberabenses descobriram que teriam sido trocadas na maternidade. Elas entraram na Justiça por indenização.

120. Uma única pessoa foi a responsável por uma das maiores tiragens do Jornal da Manhã. A reportagem publicou um protesto com nome de um devedor e o mesmo comprou quase todos os jornais possíveis para que outras pessoas não lessem.

121. Criação do JM Online, em 1999. O primeiro portal de notícias do Triângulo Mineiro.

122. Morte do jornalista Ataliba Guaritá Neto, em 2000.

123. Caso Maria Eduarda. A menina saiu de casa para comprar pão e nunca mais foi vista.

124. Acidente envolvendo van escolar mata 12 pessoas e choca Uberaba, em 2001.

125. Denúncia sobre divergência em gabarito do concurso da Câmara Municipal levou a anulação do certame, em 2001.

126. Morte de Chico Xavier, em 2002.

127. Uberabense cria lâmpada sustentável que beneficiou mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo. Lâmpada de Moser foi criada em 2002.

128. Metade de uma vaca de nome Fairany JJ TE foi arrematada no leilão da Mata Velha por R$ 910 mil e bateu recorde mundial.

129. Escola Agrotécnica virou Cefet e passou a ter nível superior

130. Anderson Adauto assume Ministério dos Transportes, em 2002.

131. “Escândalo do lixo”. Caso de registro indevido no contrato como prestador de serviço de coleta do lixo urbano, bem como na pesagem do lixo, garantindo superfaturamento ganhou grande repercussão.

132. Publicação da primeira edição da JM Magazine, em 2003, com show das Frenéticas

133. Descarrilamento de trem da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) deixou a cidade sem água.

134. Primeiro transplante de rins realizado em Uberaba, no Hospital Escola, em 2004.

135. Avião dos Correios cai em Uberaba e mata três pessoas, em 2004.

136. Decretada calamidade pública devido ao surto de dengue registrado em 2006.

137. Inauguração do Centro Cultural José Maria Barra, em 2006

138. Serial killer conhecido como “Maníaco de Delta” confessa crimes que ocorreram entre abril e maio.

139. A primeira Parada Gay de Uberaba reuniu cerca de 15 mil pessoas, em 2006.

140. Travessuras do Macaco Chico ficam famosas em todo o país, em 2007.

141. Inauguração da penitenciária “Aluísio Inácio de Oliveira”

142. Início do Projeto Água Viva, em 2008.

143. Maior dinossauro brasileiro, Uberabatitan ribeiroi, encontrado em Peirópolis, em 2008.

144. Macaco Chico morre em reserva ambiental, em 2008, após ser despejado da Mata do Ipê.

145. Reserva guarda cerca de 200 animais raros e exóticos em Uberaba.

146. USC conquista Taça Minas Gerais, em 2008.

147. Início das atividades da Rádio JM, em 2009.

148. Inauguração da obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no rio Uberaba foi em 2009

149. Boulanger Pucci é desapropriado e revolta torcedores do Colorado, em 2009.

150. Apagão deixa uberabenses sem energia elétrica, em 2009, após problemas na transmissão da hidrelétrica Itaipu. No Triângulo Mineiro, cerca de 35 mil pessoas ficaram sem energia

151. O “escândalo do lixo”, em 2010, coloca ex-prefeitos, servidores públicos, empresários e empresas no banco dos réus por apurar irregularidade envolvendo a coleta de lixo na cidade no período de 1994 e 2001

152. Filme sobre a vida de Chico Xavier bate recorde nacional de bilheteria, ao levar 590 mil pessoas ao cinema.

153. A bicicleta do lendário “Pelé do Mercadão” foi transformada em monumento público, em 2012

154. A Universidade de Uberaba transmite colação de grau em tempo real por meio da internet, em 2012.

155. Em 2012, o ex-prefeito Anderson Adauto é absolvido pelo STF no escândalo do Mensalão, esquema caracterizado pelo desvio de dinheiro público e obtenção fraudulenta de empréstimos para o pagamento de propinas a parlamentares que integravam a base aliada do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso atingiu o governo de Lula em 2005, com denúncias de corrupção e, à época, o nome de Anderson foi citado no processo por lavagem de dinheiro e corrupção ativa, acusado de receber propina no chamado “Valerioduto”

156. Centro Especializado em Dengue com atendimento 24 horas instalado em Uberaba, em 2013.

157. Instituto Mineiro de Gestão das Águas libera captação de água do Rio Claro.

158. Pela primeira vez Delegacia da PF local é chefiada por mulher, em 2013.

159. Morte do craque Djalma Santos, em 2013.

160. Motoristas do transporte coletivo entram em greve, em 2013.

161. Primeira edição da Expocigra em Uberaba, em 2013.

162. Teste da linguinha passa a ser obrigatório em Uberaba, em 2013

163. Mulheres caminham de sutiã na “Marcha das Vadias”, em defesa dos direitos das mulheres, em 2013

164. Superintendência do Arquivo Público recebe acervo em CD da década de 30.

165. Prefeitura decreta casa de Dilma como utilidade pública. Estado de abandono do local gerou polêmica.

166. Morte do Arcebispo Emérito de Uberaba Dom Paulo Roque Opperman, em 2014.

167. Governo de Minas confirma gasoduto.

168. Mário Palmério Hospital Universitário é inaugurado

169. População adere o #VemPraRua e manifesta contra aumento de tarifa de ônibus.

170. Jovens marcam o primeiro “rolezinho” em Uberaba, em 2014.

171. Superintendência de Arquivo Público abriu coleção do Jornal Lavoura e Comércio referente ao período de 1889 a 2003 para a consulta do público.

172. Farra dos Plantões é descoberta, em 2014. Funcionários da Secretaria Municipal de Saúde recebiam, mas não iam trabalhar.

173. Decretado estado de emergência de desabastecimento de água, em 2014.

174. Inauguração dos campi da UFTM, na Univerdecidade.

175. Calouro entra em coma após trote no curso de medicina, em 2014.

176. Ex-diretores do Ceneg são condenados pela Justiça por estelionato, em 2014. Eles teriam obtido vantagem indevida em prejuízo dos cofres públicos nos repasses da ordem de R$ 2.897.978,00 para a realização de projetos destinados à qualificação e promoção da comunidade negra

177. Foi demolida a barragem irregular construída em propriedade particular para reter água do ribeirão São Pedro.

178. Em 2014, população fecha a BR-262 em protesto contra a falta de água

179. Programa Olho Vivo entra em operação em 2014. O videomonitoramento tem por objetivo diminuir o índice de criminalidade com o monitoramento em tempo real

180. Fundada em 2015, a Zebu Valley é uma comunidade de Empreendedorismo, Inovação, Tecnologia e Incentivo a Startups de Uberaba. Traduz o conceito da Tríplice Hélice sendo formada por instituições da comunidade acadêmica, poder público e entidades privadas/sociedade civil organizada.

181. Sistema de transporte coletivo BRT começou a operar em Uberaba, em 2015.

182. Estudantes da UFTM deliberam greve e ocupam prédio, em 2016.

183. Migração das Rádio AM para frequência FM, começou em 2016. A Rádio JM foi a primeira emissora uberabense a entrar com processo no Ministério das Comunicações

184. Longa metragem uberabense #NinfaBebê é lançada, em 2016. Desde o seu lançamento, o filme #NinfaBebê ganhou 50 louros, inclusive internacionais.

185. Criação do Programa U+20, projeto que visa estabelecer panoramas em todas as áreas para planejar o futuro da cidade pensando nos próximos 20 anos, com a coordenação do Parque Tecnológico de Uberaba, em 2016

186. VLI inaugura terminal integrador em Uberaba, em 2016.

187. Uber começou a operar em Uberaba, em 2016.

188. Uberaba tem duas startups que obtiveram reconhecimento no Vale do Silício, nos Estados Unidos. A Trackage, que rastreia bagagens de viajantes de avião, e a Grão Direto, para produtores agrícolas. Ambas foram fundadas em 2016

189. Uberaba é sitiada por criminosos que assaltaram a Rodoban, em 2017.

190. Uberaba é reconhecida como a cidade com mais companhias de reis de Minas, em 2017.

191. Ifood começa a operar em Uberaba, em 2018.

192. ABCZ inicia Genotipagem de milhares de animais que formarão a população de referência, em 2018, em parceria com a Embrapa,

193. Paleoartista Rodolfo Nogueira vence prêmio Jabuti, em 2018.

194. Dilma Rousseff visita Uberaba e é vaiada por produtores rurais na ABCZ

195. Dilma Rousseff lança a pedra fundamental da planta de amônia.

196. Mãe lança campanha nacional para incentivar doação de medula óssea para o filho com leucemia, em 2017.

197. Onda de ataques a ônibus chega a Uberaba e veículos do transporte coletivo são incendiados, em 2018.

198. Uberaba entra no Guiness Book com o recorde da maior casa de chocolate do mundo, em 2018. Avaliadores do Guinness World Records estiveram na cidade durante a 2ª Expocolate. A escultura de 15 m² é dividida em dois cômodos e tem 2,40 metros de altura. Cerca de 25 pessoas trabalharam na construção durante 180 horas, utilizando 10.488 quilos do produto numa estrutura cheia de detalhes como telhas, janelas e portas.

199. Youtuber Kefera Buchmann critica Expozebu, acusada de maus-tratos aos animais, viraliza e uberabenses saem em defesa da feira, em 2018.

200. Em junho de 2019, Uberaba foi sitiada por quadrilha que roubou cerca de R$ 40 milhões do Banco do Brasil. (Equipe do Jornal da Manhã) Publicado em 02/03/202.


Cidade de Uberaba


ARTE E CULTURA EM UBERABA

Guido Bilharinho

Há muito se fazia necessária, para quem se interessa pelas artes e pela cultura uberabense, a reunião, num só livro, de alguns dos principais 

ensaios e artigos referentes às manifestações artísticas e culturais ocorridas na cidade.

Espalhados, aqui e ali, como estavam, era às vezes impossível ou, quando menos, difícil e penoso encontrá-los e acessá-los, já que, além disso, muitos deles foram publicados em livros já esgotados, revistas desaparecidas e extensas coleções de jornais, inacessíveis muitas delas.

Todavia, em Arte e Cultura em Uberaba não se colecionam todos e nem ao menos a maioria dos principais trabalhos editados sobre os temas nela contemplados.

Arrolam-se apenas os que, até o momento, foram possíveis de serem encontrados, acrescidos de alguns artigos inéditos destinados a cobrir áreas ou épocas sobre as quais ainda nada se havia escrito.

No referido livro, por eletrônico, outros ensaios e artigos, à medida que descobertos ou escritos, poderão lhe ser agregados e, se tantos, desdobrando-o em dois ou mais volumes.

Além do mais, mesmo a respeito de vários dos assuntos comentados, não se teve ainda possibilidade de se efetuar levantamento exaustivo, dada principalmente a dificuldade de consecução (ou de tempo para fazê-lo) das coleções dos mais importantes jornais aqui editados, que sempre deram a devida cobertura noticiosa aos eventos culturais realizados na urbes.

Desse modo, têm-se examinadas em Arte e Cultura em Uberaba dez áreas diversificadas de expressões artísticas e culturais locais, abrangendo, dentro do possível e pela ordem cronológica de seu surgimento, os primeiros escritores e associações literárias, instituições culturais, música, literatura, arquitetura, artes plásticas, dança, imprensa, periódicos culturais e cinema. 

Nesse livro nada se inclui sobre teatro e nem dele consta a bibliografia sobre a cidade porque ambos esses temas estão abordados nas obras O Teatro em Uberaba e Bibliografia Sobre Uberaba, publicadas eletronicamente no blog https://bibliografiasobreuberaba.blogspot.com/. 

Pretende-se e crê-se que, com essa obra, facilite-se, promova-se, incentive-se e aguce-se o interesse pelo conhecimento das artes e da cultura de Uberaba, tanto quanto o faça para a continuidade de sua criação artística e cultural, bem como para a elaboração de futuros ensaios a respeito. 

Mesmo porque, se não se estudar, pesquisar e conhecer o que se fez no passado, não se estará valorizando o que se está fazendo no presente, nosso futuro passado. 

De todo modo, com os livros físicos já editados sobre Uberaba e os que vêm sendo publicados no blog acima mencionado, Uberaba é hoje, no país, uma das cidades mais estudadas e de estudos mais divulgados, mercê de sua produção artístico-científica e poderosa tradição cultural. 

__________________ 

Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


Cidade de Uberaba

MEMORIALISTAS DE UBERABA

Guido Bilharinho

À semelhança de todos os outros gêneros literários, históricos, genealógicos, biográficos e outros, a prática em Uberaba do memorialismo (no sentido próprio e correto do termo) ou autobiografia só pouco a pouco foi se desenvolvendo e, como não poderia deixar de ser, à medida do crescimento e desenvolvimento da cidade.

As Mais Antigas Memórias 

A mais longeva obra do gênero de que se tem notícia consiste nas NOTAS BIOGRÁFICAS que Antônio Borges Sampaio (1827-1908) elaborou em 1896 para atendimento de exigência do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil para sua admissão como membro e que se encontram publicadas em seu livro “Uberaba: História Fatos e Homens”, editado pela Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM) em 1971, p.217 a 230.

Conquanto somente editada em Goiânia/GO, em 2007, pela Universidade Católica de Goiás, as memórias do primeiro bispo de Uberaba, d.Eduardo Duarte Silva (1852-1924), intituladas PASSAGENS, estendem-se até o final de setembro de 1924, abrangendo 273 (duzentas e setenta e três) páginas.

Posterior a ela, Hildebrando Pontes (1879-1940) escreveu o que denominou MEUS CINQUENTA ANOS, completados em 1929, em que traça minuciosamente sua trajetória de vida até a referida idade, encontrando-se publicada no livro “Vida, Casos e Perfis”, p. 17 a 37, editado em 1992 pelo Arquivo Público de Uberaba, muito justamente denominado Hildebrando de Araújo Pontes.

Publicadas em dois volumes, o primeiro na década de 1990 e o segundo em 2002, as REMINISCÊNCIAS de Calixto Cecílio (Kalil Ibrhaim Cecin), traduzidas e editadas por seu neto, médico Hamid Alexandre Cecin, foram escritas, conforme registrado pelo Autor ao final de cada volume, o primeiro em 1942 e, o segundo, em 1951, contendo o primeiro 141 (cento e quarenta e uma) páginas e, o segundo, 171 (cento e setenta e uma), em que reporta sua vida desde a aldeia de Cheik-Taba, às margens do Mediterrâneo.

Em 2006, Lincoln Borges de Carvalho (1928-2013) publicou, em edição restrita, seu ROTEIRO CINZA de 270 (duzentas e setenta) páginas, diário-memória atinente aos anos de 1946 a 1949 de densa experiência vivencial, restado inédito por mais de meio século.

As Elaboradas Após 1950

Alaor Prata (1882-1964), que foi prefeito do Rio de Janeiro de 1922 a 1926, no decorrer de todo o Governo de Artur Bernardes, publicou em 1958 suas RECORDAÇÕES DA VIDA PÚBLICA.

Em 1965, o médico Benjamin Pável lançou pela editora Pongetti, do Rio de Janeiro, com bela e inventiva capa do artista uberabense Marco Antônio Escobar, suas memórias romanceadas, intituladas BESTA DE SELA, de 323 (trezentas e vinte e três) páginas.

Na década seguinte, precisamente em 1977, já editada em Uberaba e impressa na gráfica Vitória, o professor holandês Leonardus Paulus Smeele lançou CANOA VIAJADA, em que relata, em 252 (duzentas e cinquenta e duas) páginas, sua infância e vida na Holanda e no Brasil até agosto de 1945, inclusive do período de abril de 1942 a outubro de 1943, em que participou da Segunda Guerra.

Ataíde Martins, lançou em 1979 o livro MEU FILHO, MEU FILHO, falecido na época, e, em 1984, publicou o livro de memórias EVOCAÇÕES DE UM COMETA APOSENTADO, realçando o termo utilizado para designar os viajantes comerciais.

Em 1988, José Humberto Fernandes Rodrigues (ZéBeto) publicou no Rio de janeiro, onde então residia, a autobiografia NEM FICOU A PÁTRIA LIVRE NEM MORRI PELO BRASIL, com 127 (cento e vinte e sete) páginas, em que narra sua experiência nas lutas estudantis travadas no Rio sob o regime militar.

Em 1995, Jorge Alberto Nabut editou o livro MEMÓRIAS DE MARIANA ABDANUR NABUT, no qual sua mãe relata em 64 (sessenta e quatro) páginas sua vida, experiência e atividades profissionais como exímia bordadeira.

Sob redação de João Henrique Schiller, a cantora e compositora Vanusa publicou, em 1999, o livro de memórias VANUSA - NINGUÉM É MULHER IMPUNEMENTE, de 192 (cento e noventa e duas) páginas, no qual relata sua vida, estudos, infância e adolescência em Uberaba, onde, inclusive, atuou como atriz em peças teatrais encenadas pelo TEU.

As Dos Anos 2000

Além de possíveis outros, inúmeros livros de memórias foram publicados a partir de 2000, num ritmo, intensidade e diversidade inexistentes anteriormente.

Já em 2001 foram editadas as memórias do promotor de justiça Ariovaldo Alves de Figueiredo, A VIDA DE UM MENINO DA ROÇA, com 112 (cento e doze) páginas, relatando suas origens e vivências desde o Desemboque, atual distrito de Sacramento e primeiro núcleo urbano da região do Triângulo.

Nesse mesmo ano de 2001, em Porto Alegre/RS, onde passou a residir, o uberabense Alduísio Moreira de Sousa, psicanalista, lançou o primeiro volume de suas MEMÓRIAS QUASE ESQUECIDAS, com 315 (trezentas e quinze) páginas.

Por sua vez, em 2004 o jornalista Reinaldo Domingos Ferreira publicou o primeiro volume de suas memórias, AS RAPARIGAS DA RUA DE BAIXO, no qual, em 173 (cento e setenta e três) páginas, narra sua infância em Campo Florido. Em 2008 editou o segundo volume, no qual, em 279 (duzentas e setenta e nove) páginas, expõe suas lembranças da mocidade passada em Uberaba, onde se destacou nos meados da década de 1950 como diretor e dirigente do grupo teatral Núcleo Artístico e Cultural da Juventude.

Editado em 2008 em São Paulo, por José Expedito Prata, o livro MEMÓRIAS DA MEMÓRIA, de autoria do padre Tomás de Aquino Prata, no qual, por 320 (trezentas e vinte) páginas e inúmeras ilustrações, padre Prata relata ocorrências locais, familiares e pessoais, complementando a obra com poemas escritos por seu pai, Alberto Prata.

Nesse mesmo ano, em Uberaba, impresso na gráfica Vitória, o coronel e advogado Carlo de Abreu Lopes publicou ATOS E FATOS DE MINHA VIDA, por cujas 236 (duzentas e trinta e seis) páginas discorre sobre sua vida de militar e delegado de polícia em várias cidades e comarcas mineiras.

A vivência e a experiência de dois mandatos de vereador e seis mandatos de deputado estadual de Eurípedes Craide foram sintetizadas por ele nas 174 (cento e setenta e quatro) páginas do livro A HISTÓRIA DE EURÍPEDES CRAIDE, editado em 2011.

Em 2016, José Expedido Prata, irmão do padre Prata, editou em São Paulo seu livro de memórias 1971 - 45 ANOS DEPOIS, em que narra inúmeros episódios de sua vida no referido ano.

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Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


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À beira do abismo (*)

No final dos anos cinquenta, lembro-me de ouvir através da Rádio Sociedade do Triângulo Mineiro PRE 5-ZWV 37, o programa “Por detrás das grades”. Era também comum ver os adolescentes jornaleiros em desabalada carreira saírem por um corredor lateral do vespertino Lavoura e Comércio, bradando : “Ó o Laaavouuuuura! Deu o crime!”. Nomes eram citados e a seguir não citarei nenhum para evitar problemas.

Na Rodoviária Velha, tínhamos os Agentes de Polícia, ou “Bate Paus” que, investidos de autoridade prendiam para averiguação. A um deles foi atribuído o fato em que ao pedir os documentos a certo suspeito, foi-lhe apresentada uma receita médica. “Está tudo certo. Só falta você colocar a sua fotografia” disse a autoridade. Um certo investigador ostentava em sua Vespa a legenda: “Polícia Secreta”. A Revista O Cruzeiro publicou a foto do veículo. Um soldado destacado no Bairro Santa Maria cortou seu cacetete cumprindo ordens superiores para “cortar a borracha”. Tínhamos os comissários de menores voluntários (não vai longe o tempo) que, exercendo suas atividades particulares recebiam do Poder Judiciário a credencial para agir em cima da infância e juventude. Um deles, que também foi vereador e dono de pensão, se fazia respeitar pelo seu jeito irrepreensível.

Sensatos e comedidos à parte, muitas autoridades de antão e recentes seriam penalizadas, sujeitas a cumprir de meses até quatro anos de detenção, além de indenizar o ofendido. Por quê? É que, por exemplo: expor o preso ou parte do seu corpo, entrevistá-lo, interrogá-lo durante o período de repouso noturno, perambular com ele dentro de camburão, misturar detidos de sexos diferentes, “constranger”, etc., etc., etc., vai dar cana para quem o fizer. Agora sim; o bandido receberá o trato de excelência e o membro de tribunal, o juiz, o promotor de justiça, o policial, o agente penitenciário e outros ficarão expostos até à perda do cargo e função. Está instalada a ditadura em plena democracia. Alguém duvida?

Na minha embaçada visão jurídica, considero que houve avanços (a lei menciona as redes socias no Art.38), mas é inegável que os agentes do Estado irão recuar. Vamos pagar a conta com valores astronômicos. O juiz não pede, ele manda. Tanto que a sua ordem é expressa em “MANDADO” que poderá virar “PEDIDO”. Guardemos a “Lei do Abuso de Autoridade” para não nos esquecermos desde quando o

Brasil parou à beira do abismo com a lei 13.869, vigorando desde 05/01/2020.


(*) - João Eurípedes Sabino

Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerias.
Presidente do Fórum dos Articulistas de Uberaba e Região


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Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

A medicina perde um de seus baluartes. A cidade perde um de seus filhos e o Uberaba Sport Club perde um de seus ilustres abnegados.

O Dr. Francisco Mauro Guerra Terra faleceu nesta segunda-feira (02), aos 91 anos e em plena atividade profissional.

Dr. Guerra foi Membro Fundador da Academia Brasileira de Neurocirurgia e serviu de exemplo e inspiração para todos os que o rodeavam.

Antigo colaborador das hostes alvirrubras em sua especialidade, a medicina, Dr. Guerra não se acovardou quando, por algum motivo, precisou assumir o comando técnico da equipe, fato que ocorreu por 4 jogos, em 1960, mantendo-se invicto em suas participações, aplicando inclusive, uma sonora goleada sobre o Sete de Setembro, pelo placar de 5x1, em jogo válido pelo Campeonato Mineiro daquele ano.

Em memória deste conceituado Mestre e distinto Colorado, o Uberaba Sport Club presta solene homenagem, no anseio de que os seus encontrem o consolo oportuno.
Muito obrigado, Doutor Guerra! (Uberaba Sport Club)


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Prof. Dr. Francisco Mauro Guerra Terra.

Sentimentos profundos! Noticiamos com imenso pesar o falecimento do Prof. Dr. Francisco Mauro Guerra Terra.

É com imenso pesar que nesse dia 02/03/2020, noticiamos o falecimento do Membro Fundador da Unimed Uberaba; Membro Fundador da Academia Brasileira de Neurologia; Membro Fundador e Patrono da Cadeira XIII da Academia Brasileira de Neurocirurgia, Prof. Dr. Francisco Mauro Guerra Terra, na cidade de Uberaba-MG, onde serviu de exemplo e inspiração para diversos colegas que escolheram a seara da Neurologia e da Neurocirurgia. Com seus 91 anos de idade, dedicou-se à neurologia e à neurocirurgia por mais de 60 anos, sendo um baluarte da medicina no Brasil Central e formador de centenas de médicos na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Que Deus o receba em paz e serenidade; e que conforte aos familiares. (Lamar Lamounier)


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Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

Apesar do nome era um homem que transpirava a paz. Conheci Dr. Francisco Mauro Guerra Terra há mais de 50 anos quando meu saudoso pai iniciou uma amizade com ele movida por um tratamento médico que varou os tempos. Ambos tinham uma paixão em comum que eu também tenho:o cavalo mangalarga marchador. 


Dr. Francisco Mauro Guerra Terra

O pai, o mestre, o super neuro cirurgião, o cidadão caridoso, o homem de bem, o amigo, a simplicidade em pessoa e outras virtudes, faziam de Doutor Guerra o ser humano extremamente respeitado mundo afora. Daí ser acatado por onde passava. 

Estive ao lado dele no dia 30/05 do ano passado quando foi inaugurado o centro de assistência psicológica que recebeu o seu nome em Uberaba. Senti-me extremamente honrado ao ver o exemplo do homem de extrema grandeza e elevada humildade. Recebeu a homenagem confessando não merecê-la...

Essa é uma fagulha do que sei sobre o grande Doutor Guerra. 

A medicina perde um de seus baluartes e a humanidade segue seu curso à procura de seres semelhantes a Doutor Guerra.

Uberaba está de luto. 

João Eurípedes Sabino - Uberaba/MG


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