Durante quase todo o século XIX, o “Sertão da Farinha Podre” e o sul da Província de Goiás compunham uma gigantesca terra de ninguém. Cenário único, misturava o pioneirismo violento das cidades do Velho Oeste americano – eternizadas nos filmes de bang-bang – com cenários selvagens e misteriosos das imensidões inexploradas da África. Poderia já ter rendido um sem número de romances, filmes e documentários. Tínhamos por aqui até mesmo alguns dos personagens mais curiosos desse tipo de narrativa: os aventureiros europeus que – sabe-se lá por quais motivos – deixavam o Velho Continente e vinham parar no que era, então, um legítimo fim-de-mundo.
Uberaba teve a sua cota de aventureiros. Um dos mais curiosos foi o francês Henrique Raimundo Des Genettes que, em sua longa existência pelos sertões, foi médico, cronista, explorador, mineralogista, geógrafo, líder político, administrador público, advogado, militar, jornalista, teatrólogo, educador e – finalmente – padre. Mas, ao contrário dos cowboys e desbravadores do cinema, esse herói sertanejo estava longe de ter o “physique du rôle” dos galãs de Hollywood. O memorialista Visconde de Taunay, a caminho da Guerra do Paraguai em 1865, o conheceu em Uberaba e foi impiedoso no relato: “apareceu-nos o Dr. Des Genettes a cavalo, carregando a sua fardinha esquisita de cirurgião da Guarda Nacional; feio, muito miudinho, muito magro, com os olhos esbugalhados sobre os quais havia uma enorme pala de boné (...) pronunciou um discurso engasgado, com pronunciado sotaque francês. Estava tão comovido que os joelhos lhe tremiam. (...) levou-me a tomar chá em sua casa, onde cantou ao violão ridículo dueto com a mulher. Conhecia alguma coisa de mineralogia e mostrou-me alguns cadernos destinados à imprensa”.
Talvez Taunay houvesse sido mais generoso se tivesse conhecimento da história prévia desse homenzinho, que tinha então 64 anos de idade e um nome de batismo imponente: François Henri Raimond Trigant Des Genettes. De sua vida na França sabe-se pouco. Nasceu em Pauillac, região de Bordeaux, em 1801. Seria descendente de Nicolas Dufriche, Barão Desgenettes, famoso médico das tropas de Napoleão, caído em desgraça após a derrota de Waterloo. Teria estudado Medicina na Universidade de Brest, mas não se sabe se concluiu o curso e os motivos que o trouxeram ao Brasil, onde chegou em 1835, como tripulante do navio francês MInerva – do qual foi expulso após matar, em duelo, um dos oficiais de bordo. Quatro anos depois, naturalizou-se brasileiro e foi morar em Ouro Preto, onde teve um breve casamento. Já viúvo, participou ativamente da Revolução Liberal de 1842, tendo ficado algum tempo preso junto com Teófilo Otoni, após a derrota do movimento.
Dois anos mais tarde, Des Genettes foi encarregado pelo governo imperial para explorar reservas salinas e nitreiras no Triângulo Mineiro. Na ocasião, visitou as cavernas de Sacramento e foi pioneiro em indicar as corredeiras de Jaguara como o melhor local para a construção de uma ponte sobre o Rio Grande – recomendação seguida quatro décadas depois pela Companhia Mogiana. Casou-se novamente em Araxá e tornou-se um dos primeiros moradores do garimpo de Bagagem (atual Estrela do Sul), de onde partia para pesquisar as reservas minerais do sul de Goiás e da Serra dos Cristais. Realizou também estudos sobre as possibilidades de navegação nos rios Pardo e Mogi Guaçu, em São Paulo, como alternativas de transporte rumo ao Triângulo.
Des Genettes - Foto: Arquivo Público Mineiro.
Des Genettes teria se mudado para Uberaba em 1854, onde estabeleceu-se como médico e boticário, em um sobrado na Rua Municipal (atual Manoel Borges). Tornou-se amigo do também farmacêutico e historiador português Antonio Borges Sampaio, com quem compartilhava a atração eclética pelas ciências humanas e naturais. Elegeu-se vereador, presidiu a Câmara Municipal e foi Agente Executivo (equivalente a prefeito) entre 1865 e 67. Fundou e lecionou em diversas escolas, apoiou a criação do Teatro São Luiz e escreveu peças para serem lá representadas. Esporadicamente, exerceu tarefas de defensor público e delegado de polícia. Organizou na região o recrutamento dos Batalhões Patrióticos que seguiram para a Guerra do Paraguai, ocasião em que conheceu Taunay. Foi um dos primeiros a propor a mudança do nome da região para "Triângulo Mineiro", e também a sua separação de Minas e incorporação à província de São Paulo.
Um dos seus maiores feitos foi a fundação de uma tipografia e do primeiro jornal uberabense: “O Paranaíba”, lançado em 1º de agosto de 1874 e logo renomeado “Echos do Sertão”. Dois anos mais tarde, após a morte da esposa, mudou-se para Goiás. Ordenou-se Padre em Pirenópolis, fundou e dirigiu escolas em Catalão* e Paracatu, onde elegeu-se deputado provincial. Em 1879, envolveu-se em uma confusão ao reprovar em seu colégio o filho de um delegado de polícia de Paracatu. Inconformado, o delegado queria expulsá-lo da cidade, onde só permaneceu graças ao apoio do Juiz de Direito da comarca, que lhe concedeu um "habeas corpus". Des Genettes faleceu dez anos depois, em 1889, no Distrito de Santo Antônio do Cavalheiro, nas imediações de Ipameri, do qual foi um dos fundadores.
(André Borges Lopes – artigo publicado originalmente na coluna "Binóculo Reverso" do Jornal de Uberaba, em 1ª/09/2019)
Maravilha! INSTITUTO CIENTÍFICO E CULTURAL LAMAR LAMOUNIER, agradece ao Jornalista e Escritor Reynaldo Domingos Ferreira por este importante artigo sobre o valor da Mulher na evolução cultural de Uberaba (MG). (Gilberto Rezende - Casa do Folclore)
(Artigo, solicitado, pelo Instituto Científico e Cultural Lamar Lamounier)Essa é, de fato, uma grande lacuna, que precisa ser, reparada, a da valoração do empenho feminino, pela evolução cultural da cidade de Uberaba ( MG ), onde só se reconhece, com algumas poucas exceções, o trabalho masculino, nos nem sempre criteriosos relatos históricos da cidade.
As mulheres, entretanto, marcaram presença, e efetiva atuação, em quase todos os setores da vida cultural uberabense - mesmo, em outros centros culturais do país, e do exterior -, destacando-se, entre eles, o da música, o do magistério, o da área jurídica, o da moda, o da medicina, o das artes plásticas, o de assistência social, o da política, o da locução radiofônica, o do teatro, o da pesquisa histórica e folclórica, o da literatura ( prosa e poesia), o do jornalismo, e o da pecuária, por tradição, dominado por homens.
O primeiro destaque é para Dinorah ( ou Dinorá ) de Carvalho, pianista e compositora, ( 1895-1980 ), que viveu pouco tempo, na cidade, pois, logo, sua família se mudou para São Paulo, como aconteceu também, com a do seu sobrinho, Joubert de Carvalho, que foi, primeiro, igualmente, para São Paulo e, depois, para o Rio de Janeiro.
Na Capital paulista, Dinorah matriculou-se, no Conservatório de Música, onde teve como colega, e amigo, Mário de Andrade, um dos organizadores da Semana da Arte Moderna, de 1922. Dinorah, ao se formar, em piano, com as melhores notas, no Conservatório, recebeu bolsa de estudos, na França, do governo de Minas Gerais.
Em Paris, Dinorah aperfeiçoou seus estudos, com Isidor Philipp. Ao retornar a São Paulo, foi apresentada, por Mario de Andrade, ao professor e maestro Lamberto Bardi, com quem aprimorou seus conhecimentos de composição e regência. Ela criou, na Capital paulista, uma escola de música, que levava o seu nome. Nos anos de 1960, o maestro Souza Lima, que conheci, organizou, no Teatro Municipal de São Paulo, um Festival Dinorah de Carvalho. Entre suas principais peças, que são quase quatrocentas, se destacam: " Missa De Profundis ", " Três Danças Brasileiras "," Serenata da Saudade ", " Arraial em Festa " e " Noite de São Paulo ", essa sobre um texto do poeta Guilherme de Almeida, de quem era também muito amiga.
Nair Carvalho Medeiros, também pianista, da mesma família de Joubert de Carvalho, e de Dinorah de Carvalho, teve, como seus ilustres parentes, carreira brilhante, como concertista, no país, e na França, onde se casou e, em Paris, permaneceu morando.
No campo da música, nas décadas de quarenta, e, parte da de cinquenta, a figura feminina mais expressiva, era a da professora Odete Camargos, embora se dedicasse mais ao magistério musical ( canto coral ), na Escola Normal Oficial, e, de piano, em casa, onde tinha muitas alunas e alunos, competindo, naturalmente, com o grande nome da música uberabense, Renato Frateschi, que deixou mais de 400 composições musicais. Em meu livro, de memórias, "As Raparigas da Rua de Baixo", assim, tento fazer a figuração de Dona Odete Camargos:
"A palavra " enérgica " era tida, na época, como a mais fluente e adequada para designar um bom mestre, um bom educador. Quando se dizia que alguém era " enérgico", já se entendia tratar-se de um bom profissional de ensino, ou seja, que sabia impor seus conhecimentos aos seus alunos. Tal era o caso, sem dúvida, de Dona Odete, que, de exemplar maneira, não só parecia trazer estampada a palavra " enérgica", na testa - emoldurada por uma cabeleira meio grisalha -, como envergar, bem ao seu estilo, uma postura rígida e austera."
Em 1949, Dona Odete, em sociedade, com a pianista Mirthes Bruno, criou o Instituto Músical Uberabense, quase ao mesmo tempo, em que o casal Alberto Frateschi e Alda Loes Frateschi fundaram o Conservatório Musical de Uberaba, atualmente, denominado Conservatório Musical " Renato Frateschi ". Por ambas instituições, formaram-se várias pianistas, que abrilhantaram, na ocasião, o panorama musical de Uberaba.
Maria Emília Osório, que, logo depois de se tornar a primeira formanda, pelo Conservatório Musical de Uberaba, mudou-se para Brasília, onde aprimorou seus estudos, com a pianista e compositora Neusa França, e com o professor Ney Salgado, além de fazer várias apresentações, na Capital da República. Maria Emília é neta do maestro Carlos Maria do Nascimento, um dos regentes da Banda União Uberabense, e filha de Sylvia Nascimento, a qual, como atriz, integrou, na década de trinta, o Grupo Arthur Azevedo, responsável por diversas montagens de textos teatrais, de autores brasileiros, no antigo Cine Royal, sob a direção de Renato Frateschi.
Valmira Cardoso, de apurada técnica pianística, dedicada as interpretações dos românticos, Chopin e Debussy, se apresentou, em diversos concertos, no Jockey Club de Uberaba, mas, frágil de saúde, cedo, desapareceu. O mesmo aconteceu, com Isa Lais Bernardes Ferreira, neta, como eu, do maestro Eloy Bernardes Ferreira, também regente da Banda União Uberabense, a qual se transferiu, logo, para Belo Horizonte, fez uma única apresentação, no Teatro Francisco Nunes, como solista, acompanhada pela Banda Musical, do Corpo de Bombeiros, da cidade, assumiu o magistério, no Conservatório Musical de BH, e morreu, prematuramente, três anos, depois de formada.
Outro nome de destaque, entre as pianistas de época, é o de Lélia Bruno Sabino, que, além de várias apresentações, na cidade, mais tarde, emprestou o seu talento, como escritora de crônicas, e diretora do Arquivo Público Municipal, criado, em 1985.
Atualmente, o grande nome da música, em Uberaba, é o da maestrina Olga Maria Frange de Oliveira, graduada, em piano, pelo Instituto Musical Uberabense e, como instrumentista, pela Faculdade de Artes, da Universidade Federal de Uberlândia. E pós-graduada, em Cultura e Arte Barroca, pela Universidade de Ouro Preto, além de bacharel, em Direito, pela Universidade de Uberaba - Uniube. Ex-Diretora Geral da Fundação Cultural de Uberaba, onde foi também conselheira da área de música e de dança, e diretora cultural. É professora de piano, percepção musical e canto coral. Escritora de crônicas para o " Jornal da Manha" e conferencista - no Brasil e, no exterior: na França ( Universidade da Sorbonne ), e, em Portugal, a convite do governo, tendo, no país, trabalho, publicado pela Fundação Coluste Gulbekian, sobre " A Modinha e o Lundu, no Período Colonial".
É também a maestrina Olga Maria Frange de Oliveira regente do Coral Artístico Uberabense, que inaugurou, recentemente, o Coro da Igreja de São Domingos. Pesquisadora emérita, ela prepara, atualmente, para ser lançado, em marco, do próximo ano, durante as comemorações do bicentenário da cidade, o livro " Os Pioneiros da História da Música, em Uberaba", abrangendo o início do século XIX ( 1815 ), com a criação da Banda dos Bernardes, primeira expressão artística da cidade, fundada por Silvério Bernardes Ferreira, meu antepassado, no Arraial da Capelinha e, depois, transferida para Uberaba. A pesquisa da maestrina se estende até a década de 1980 ( século XX ), com a morte dos últimos pioneiros.
Entre cantoras, destaca-se o nome de Honorina Barra, que, também, viveu pouco tempo, na cidade, pois, com apenas seis anos, mudou-se, com a família para Goiânia, onde, logo, começou a se destacar, como cantora lírica ( soprano ), sendo sempre convidada, pelo governador, Pedro Ludovico, a se apresentar, nas solenidades oficiais do Estado de Goiás. Mudando-se, depois, para o Rio de Janeiro, aprimorou seus estudos de canto, na Escola Nacional de Música, fazendo, depois, diversas apresentações, no Teatro Municipal e, na Radio do Ministério da Educação. Dos quinze concursos, dos quais participou, ganhou quase todos eles. Regressou, mais tarde, a Goiânia, onde assumiu a vaga de Professora de Canto, da Universidade Federal de Góias.
Entre outras cantoras líricas, de expressão, da cidade, podem ser citadas: Sylvia Riccioppo (soprano), Cordélia Borges, Arailda Gomes Alves ( soprano ligeiro ) - também escritora, cronista de muito fôlego, com vários livros publicados, entre eles, " A Voz Que Pensava Demais", " Poetas Del Mundo em Poesias " e "A Saga dos Frateschi" -, Dora Bellochio, Adelaide Novaes, que se apresentou, em diversos recitais, em Belo Horizonte, e Eleusa Fonseca ( sopranos ligeiros ). Essa ultima foi também, atuante agente cultural, criadora do Núcleo Artístico e Cultural da Juventude - NACJ -, entidade, que dominou as atividades artístico-culturais, na cidade, na década de cinquenta, do século passado.
Eleusa foi igualmente a criadora do " Presépio ao Vivo", encenando, com crianças, durante dois, ou três anos, consecutivos, as cenas do nascimento de Cristo, nas escadarias da Catedral, uma tradição, que deveria ter sido mantida. Como atriz, ela integrou o Departamento de Teatro do NACJ, participando das montagens de " Casa de Bonecas ", de Henrik Ibsen, sob minha direção, e de " Assim é, se lhe Parece", de Luigi Pirandello, sob a direção de Petrônio Borges. Outras atrizes, que, como Eleusa, se projetaram, na referida instituição, foram: Lígia Varanda, Irene Dias, Terezinha Teixeira e Venina Nunes.
Por não ter conseguido o apoio da Câmara Municipal - impulsionada, em sentido contrário, por Alda Loes Frateschi, e pelo vereador Dioclécio Campos - para a construção, na Praça de Santa Rita, do Teatro de Alumínio, projetado por Germano Gultzgolf, cuja construção tinha recursos, aprovados pela Assembleia Legislativa do Estado, decepcionada, Eleusa abandonou, de vez, suas atividades culturais e, infelizmente, anos mais tarde, por exercer a benemerência, a quem nao a merecia, teve morte, de forma trágica, violenta.
Na linha de cantoras populares, deve ser citada ainda Martha Mendonça, nome artístico de Irenice Mendonca Ferreira, nascida, na cidade, em 1940, que alcançou certo tipo de popularidade, em São Paulo, por ser casada, com o cantor capixaba Altemar Dutra, morto prematuramente.
Vale aqui ressaltar a importância, que Dona Quita Próspero deu ao desenvolvimento da cultura e das artes, em Uberaba, durante o mandato, de seu marido, Dr Antônio Próspero, como prefeito da cidade ( 1951 - 1955 ). De fato, nenhuma Primeira-dama, nem antes, nem depois dela, colaborou tão intensivamente, com o movimento cultural, na cidade, especialmente com o teatro - a arte, que mais amava -, pois, foi ela a incentivadora da criação do Teatro do Estudante, sob a minha direção, vinculado ah União Estudantil Uberabense.
Sob os auspícios, de Dona Quita, foi realizada a primeira, e única, Semana do Teatro, em Uberaba, que, além da encenação de vários autores brasileiros, até mesmo um do Triângulo Mineiro, contou, com a presença do embaixador Paschoal Carlos Magno , recebido por ela, no aeroporto da cidade, criador do Teatro do Estudante, do Rio de Janeiro, revelador de inúmeros talentos do teatro brasileiro, como Sérgio Cardoso, Cacilda Becker, Ítalo Rossi, Teresa Raquel, Sérgio Brito e outros. A Primeira-dama se entusiasmava tanto, com o desempenho dos atores do Teatro do Estudante, que nos acompanhou, por duas vezes, para apresentacoes, sempre muito concorridas, na cidade de Sacramento, localizada também, no Triângulo Mineiro.
No setor político-administrativo, da cidade, destaca-se também o nome de Helena de Brito, primeira mulher eleita, para a Câmara Municipal, graças ah popularidade, que ganhou, ao criar cursos de catequese, ministrados, principalmente, por frades Dominicanos, como o Juventude Estudantil Católica - JEC -, o Juventude Universitário Católica - JUC, o Juventude Operária Católica, além de outros mais, que tinham, por sede, um edifício, localizado, na Praça do Uberaba Tênis Clube, atrás da Faculdade de Medicina.
A primeira modista da cidade - especializada, porém, em trajes, e adornos ( bouquets e grinaldas), para noivas, pois, era também florista, com curso de formação, em São Paulo -, foi Dona Nair Ribeiro, criadora da loja " A Noiva ", localizada, na Rua Arthur Machado, no trecho, que fica, entre a Avenida Leopoldino de Oliveira, e a Praça Ruy Barbosa, a qual atraia clientes de todo o Triângulo Mineiro. Dona Nair, inspiradora de Marquito, estilista uberabense, de fama internacional, especializou-se também, na arte da ornamentação de igrejas, para as cerimônias religiosas de casamento. E, posteriormente, dedicou-se ainda a criar fantasias carnavalescas, para concorrer aos prêmios dos famosos bailes do Jockey Clube de Uberaba.
Numa época - década de cinquenta -, em que, antes das sessões cinematográficas, de oito da noite, aos domingos, no Cine Metrópole, acontecia um verdadeiro desfile de elegância das mulheres uberabenses, ao som da "Marcha Turca", de Mozart, outra modista famosa, especializada, em vestimenta sob medida, bem como trajes de noite, era Dona Santinha Roberto, que tinha seu ateliê de costura, montado, em sua ampla residência, cercada de um vasto, e arborizado quintal, situado, no bairro Estados Unidos. Dona Santinha também aderiu ah feitura de fantasias para concorrer aos prêmios dos bailes carnavalescos, do Jockey Clube de Uberaba.
Como os bordados estavam, em alta, tanto, nas fantasias carnavalescas, como, nos vestidos de noivas, e também, nos trajes de noite, o ateliê, liderado por Adélia Novaes Andrade, e suas duas filhas, Arailda e Romilda Novaes Andrade, localizado, na Avenida Presidente Vargas, era o mais solicitado, o qual recebia, igualmente, alunas, desejosas de se iniciarem, na profissão de bordadeira, uma das mais rendosas, de então.
No setor da pecuária, amplamente liderado por homens, como já disse, o nome de Dona Ibrantina de Oliveira Penna, viúva do criador José Jorge Penna, precisa ser lembrado, entre os introdutores do gado zebu, nos rebanhos do Triângulo Mineiro. Em 1920, a fazenda Cedro, origem do rebanho JJ, de propriedade do casal, importou, da Índia, dois bois, de raça apuradíssima, Africano e Lobishomem. Esse segundo conquistou, logo, o concurso da I Exposicao de Gado Zebu de Uberaba.
Após a morte do marido, Dona Ibrantina assumiu o comando da fazenda, tida então como matriz da raça Gir. Foi, nessa fase, que nasceu Turbante, filho de Lobishomem, que venceu o concurso Rei Zebu, promovido pela Exposição de Uberaba, considerado como o touro mais forte, produzido, no Triângulo Mineiro. Dona Ibrantina foi também magnânima assistente social, pois, enquanto a situação lhe foi favorável, promovia farta distribuição de cestas de alimentos para a população mais pobre de Uberaba, nas festas de finais de ano.
Nomes, que merecem ser reverenciados, no setor do magistério, são os de Irma Domitila Ribeiro Borges, o de Eunice Puhler, o de Leila Venceslau Rodrigues da Cunha, todas também escritoras, e o de Lourdes Fernandes Pontes, que se dedicaram, por longo tempo, ah profissão. A primeira, durante 36 anos; a segunda, criadora e diretora do Grupo Escolar Uberaba, e, durante 30 anos, do Colégio Dom Eduardo; a terceira, durante 27 anos, lecionou Português e Literatura, na Escola Agrotécnica; e, a quarta, que permaneceu 25 anos, em sala de aula. Todas elas demonstraram uma exemplar lição de amor ah profissão, que abraçaram, a de ensinar, o que não é muito comum, nos dias, que correm.
Igual merecimento se deve reconhecer, em relação à Dona Cecília Palmerio, que não só ajudou o marido, Mário Palmério, a criar, mas também a administrar, o Colégio do Triângulo Mineiro, pedra angular das Faculdades, que constituem, hoje a Universidade de Uberaba - Uniube, onde estudei. Dona Cecília da nome, hoje, a um centro cultural, vinculado à Uniube. Vale aqui lembrar, a propósito, que foi da Faculdade de Medicina, criada por Mario Palmério - mais tarde, federalizada por Juscelino Kubitschek -, que se graduou a primeira médica uberabense, Dra, Nilza Martinelli.
Mas outros nomes, da mesma têmpera, devem ser mencionados, como as irmãs, Corina e Olga de Oliveira. A primeira, foi, por longos anos, diretora do Grupo Escolar Brasil, e, a segunda, lecionou, também, por longo período, na Escola Normal de Uberaba, a língua, e a literatura francesas, pelas quais era apaixonada. Entre suas preferências literárias, figuravam Alfred de Musset e Chateaubriand.
Ainda, na Escola Normal, merecem citação: Laura Pinheiro, da cadeira de Ciências Naturais, Esperanca Ribeiro Borges - artista plástica, como Estela Chaves, que produzia, da areia, as tintas, por ela usadas, em suas pinturas, e, também como, Sonia Carolina Batista de Andrade, poeta, escritora, artista plástica e psicanalista, hoje, radicada, em Brasília, ilustradora dos próprios livros, como "Falando de Amor".
Outros nomes, que se dedicaram ao magistério, foram: Edith Novaes França e, sua sobrinha Adilia Novaes França; Hilda Martins; iaiá Pontes; Terezinha Macciotti, Marília de Oliveira Magalhães - coordenadora de pessoal, da área de ensino, abrangendo mais de 20 municípios, do Triângulo Mineiro -, Maria de Lourdes Melo Praes, igualmente escritora ( " Educaderno e Caderno de Cultura ", "Administração Colegiada da Escola Pública ", " Escola: Currículo e Ensino ", " Escola Cidadã ", e outros ), e Geni Chaves, que escreveu uma gramática funcional e, mais tarde, mudando-se, para Brasília, criou um curso de alfabetização.
Tanto, na área do magistério universitário, como, na da consultoria jurídica, ou, no setor da benemerência social, um nome, que se evidencia, na atualidade, é o da Dra. Mirto Fraga, detentora de um curriculum notável, que a credencia, sem dúvida, entre as mulheres importantes para a cultura de Uberaba. Ela estudou, no Colégio Cristo Rei, na Escola Normal Estadual, e na Faculdade de Direito, da Uniube. Exerceu o magistério universitário - Direito Constitucional, Direito Público e Constitucional, Teoria Geral do Estado, Introdução ah Ciência Política e Prática de Processo Civil -, na Faculdade, em que se formou ( 1966 ). Ainda, na cidade, lecionou - Instituições de Direito Público e Instituições de Direito Privado -, na Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro. Na Universidade de Brasília - UnB -, em substituição ao Dr, José Francisco Rezek, designado para integrar a Corte de Haia, lecionou Direito Internacional Público.
A Dra Mirto Fraga exerceu a advocacia, em Minas Gerais, de 1962 a 1976. Foi consultora do Instituto de Pesquisas, Estudos e Assessoria, do Congresso Nacional, e integrou o Ministério Público, de 1977 a 1985. Foi Assessora, na Câmara do Deputados e, no Senado Federal, e Consultora da Advocacia-Geral da República. Integrou diversos Grupos de Trabalho e participou de várias missões, no exterior, como integrante, por exemplo, da Delegação Brasileira, nas negociações do Tratado de Extradição, com a França. Tem inúmeros trabalhos publicados, em jornais e revistas especializadas, como " A Dupla nacionalidade, no Direito Brasileiro", e muitos outros, principalmente, no campo do Direito Constituicional. Além disso, recebeu o troféu " Cecília Meireles ", no evento " Mulheres Notáveis", realizado, em Belo Horizonte, em 2004, o prêmio de " Maior Doação", na Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama ( 2005 e 2006 ), e o prêmio " Solidariedade", pela efetiva colaboração, dada, para a construção do Hospital da Criança de Brasília "José de Alencar".
Aqui - a propósito da colaboração, dada pela Dra, Mirto Fraga, a várias iniciativas, em Brasília, de assistência social -, é preciso lembrar também o valoroso trabalho, em Uberaba, de Aparecida Conceição Ferreira ( Dona Aparecida ), que, sozinha, contando apenas, com doações, colhidas, por ela própria, nas ruas da cidade e, posteriormente, nas de São Paulo, construiu o Hospital do Pênfigo ( Fogo Selvagem ), em 1959. Nascida, em Igarapava, Dona Aparecida, quando chegou ah cidade, com marido e filhos, foi trabalhar, como enfermeira, no setor de isolamento, da Santa Casa de Uberaba, que, em certo momento, teve de suspender, por ser difícil e dispendioso, o tratamento dos portadores da doença. Inconformada, com o que via, Dona Aparecida levou todos os pacientes, para a sua casa, iniciando, assim, a sua luta, pela criação do Hospital. Foi, mais, ou menos, por essa época, que, de forma providencial, Chico Xavier apareceu, na cidade e, impressionado com a abnegação de Dona Aparecida aos doentes, passou a ajudá-la, em sua fervorosa batalha.
Muito antes desse grande feito de Dona Aparecida, entretanto, ou mais precisamente, na década de trinta, a senhora Maria Modesto Cravo ( Dona Modesta ), nascida, na cidade, em 1899 , que teve formação católica, inspirada nas palavras do médium espírita Eurípedes Barsanulfo, de Sacramento, após o surgimento nela dos primeiros fenômenos mediúnicos, criou, em 1934, o Sanatório Espírita de Uberaba, cujo projeto recebeu mediunicamente. Em 1938, o Sanatório foi inaugurado, pelo presidente do Centro Espírita de Uberaba, o sanitarista Dr. Henrique von Krugger, tendo como diretor clínico, o Dr. Inácio Ferreira. -, também de orientação espírita e, como psiquiatra, seguidor da linha de pensamento de Freud. Atualmente, o Sanatórios Espírita passa por grandes dificuldades para continuar, prestando assistência aos portadores de doenças mentais.
A História, infelizmente, não guardou os nomes das muitas enfermeiras, que, no século XIX, enfrentando inúmeras dificuldades, cuidaram dos soldados, doentes, feridos, participantes das forças militares, para a campanha de Mato Grosso, ao eclodir a Guerra do Paraguai, os quais chegaram ah cidade, em 18 de julho, de 1865, depois de uma viagem de quatro meses, vencendo distância de 93 léguas, desde Santos, no Estado de São Paulo. Essas enfermeiras merecem também, penso eu, terem, aqui, suas memórias reverenciadas.
É no setor do jornalismo e das letras, contudo, que as mulheres importantes para a cultura de Uberaba são mais numerosas, de acordo, com a " Coletânea Biográfica de Escritores Uberabenses", organizada por Sonia Maria Rezende Paolinelli, publicada pela Sociedade Amigos da Biblioteca Pública Municipal " Bernardo Guimarães". Destaca-se, nesse sentido, o nome de Ina de Sousa, que, com um irmão, Nicanor de Sousa Junior, criou a famosa revista " Graça e Beleza", impulsionadora da vida social da cidade, nas décadas de quarenta e cinquenta. Suas crônicas foram reunidas no livro " Fragmentos ", o único, que publicou, em vida.
Iná de Sousa, que foi também diretora da Biblioteca Municipal " Bernardo Guimarães", empenhou-se, ao lado de Eleusa Fonseca, na frustrada campanha para construção de Teatro de Alumínio, sucedendo-a, depois, na presidência do Núcleo Artístico e Cultural da Juventude - NACJ. Idealista, Ina - em companhia da vice-presidente da entidade, Mirthes Bruno, também grande artesã - nao se furtou, em me ajudar, na tarefa de adaptar um barracão da Prefeitura, localizado, na Rua 13 de Maio, cedido ao NACJ, sob a forma de comodato, pela primeira administração de Arthur de Mello Teixeira ( 1955-1959 ), num Teatro de Bolso, de 120 lugares, inaugurado, em maio, de 1958, com a montagem da peça " Cândida", de George Bernard Shaw, sob minha direção. A criação do Teatro de Bolso foi o tema escolhido por Luíza Ritz Bertocco, natural de São Paulo, para o seu excelente trabalho de graduação, em Letras, pela Universidade do Triângulo Mineiro, o qual, lamentavelmente, necessitando de patrocínio, permanece inédito!...
Ainda, no setor do jornalismo, as figuras femininas, que despontam, com base em informações colhidas, no livro " Periódicos Culturais de Uberaba ", de Guido Bilharinho, são: Maria Aparecida Manzan, criadora, no âmbito do Arquivo Público de Uberaba, da revista " Documento e História" ( 1989 ), do boletim informativo " Acervo Cultural" ( 1990 ), da revista " Memória Viva " ( 1990 ) e " Cadernos de Folclore" ( 1993 ), que surgiu, com uma edição especial, dedicada ahs Folias de Reis, a qual revelou outra pesquisadora, de mérito, Sonia Maria Fontoura; professora e escritora Vânia Maria Resende, responsável pela série, de sete livros, sob o título " Antologia Literária Infanto-juvenil Vinicius de Moraes ", com textos de crianças e jovens, do Estado de Minas Gerais, e pela editoria do jornal " Nova Dimensão", da Secretaria Municipal de Educação; Lenice Sivieri Varanda, editora da revista " Reflexos"; Marcia Maldonado, editora da revista " Voila ";
Devem ser citadas ainda: Ellen Gomes, editora da revista " Revista da Zito"; Marisa Borges de Brito, editora de " Ponto de Encontro"; Eva Reis, poeta, autora do livro " A Fiandeira", e editora do jornal " A Trova Na Trova"; Adriana Helena Soares, editora de " Cidade Atual " ; Mariana do Espírito Santo, editora do jornal literário " MUH!"; e Lídia Prata Ciabotti, presidente do Grupo JM, que edita há mais de 45 anos, o " Jornal da Manhã", cujo acervo, foi adquirido, recentemente, pelo Arquivo Público Municipal, o qual já havia adquirido o do " Lavoura e Comércio " ( 1899-2003 ). Ambas aquisições se deram na gestão de Marta Zednik de Casanova, também autora do livro " Biblioteca Pública Municipal " Bernardo Guimarães" - Evolução Histórica: 1909 - 2009 - Um Século de Cultura ", lançado, nas comemorações do centenário da Biblioteca.
Na " Coletânea Biográfica de Escritores Uberabenses ", organização de Sonia Maria Rezende Paolinelli, figuram ainda as seguintes escritoras, citadas aqui, com algumas de suas obras: Ana Maria Leocádio ( " Eu e a Paz", poesia ); as irmãs, gêmeas, Ani e Iná ( " Gêmeos, Semelhança Oculta", " Viagem Cósmica" ) ; Brunhrild Maria Fátima de Souza ( " Ovo de Gente" e " Engenharia, Arte de Construir Vidas " ); Consuelo Pereira Rezende do Nascimento ( " Mundo Esse ", " Em Tempo", " Narco-Íris ", poesias ); Déa Rodrigues da Cunha Campos Rocha ( " Os Comes e Bebes, nos Velórios das Gerais, e Outras Histórias " ); Delia Maria Prata Ferreira ( " Do Silva ao Prata" ); Dirce Miziara ( " São Paulo aos Coríntios, na Passagem do Século" ); Irmã Domitila Ribeiro Borges ( " Fonte Selada" , " Flor Intocada", " O Santo Que Me Encantou " ); Eliane Mendonça Márquez de Resende ( " Uberaba, Uma Trajetória Sócio-Econômica 1811-1940", " Arquivos Cartoriais " , " Guia Curricular de História" e " ABCZ: História e Histórias";. Eliete Rodrigues Pereira ( " O Poder do Sexo" ); Elza Hermínia Sabino Mendes ( " Retalhos de Vidas" , " Porto Alegre: Essa Doce Gaúcha" , " Tributo de uma Vênus " ).
São citadas ainda, na " Coletânea ": Eunice Puhler ( " Menino do Mar ", " Menino de Cristal ", " Menino do Cerrado" , " Menina Rosa ", " Menina dos Olhos de Deus ", " Coração do Cerrado ", " As Mil e Uma Ruas Por Onde Andou... Minha Infância ", e outros ) ; Eva Reis ( " Fiandeira " , " Cantares: Trovas de Outono "; Gina Mara Silva ( " Sementes de Amor " ); Leila Venceslau Rodrigues da Cunha ( " Improvisos " ) ; Lourdes Marques de Almeida ( " Cantando Vivências " , " Quando eu Crescer " ); Lusa Almeida Soares de Andrade ( " Barracão de Barro: Cerâmicas" ) ; Magda Vilas-Boas ( " Relaxamento Com Crianças", " Terceira Idade: Uma Experiência de Amor " , " Crianciranda: Terapia Corporal com Crianças", " Atraindo Realizações " e outros ) ; Márcia Queiroz Silva Baccelli ( " A Porta de Céu ", " Além do Arco-Iris ", " O Violinista ", " A Estrelinha Beatriz" , " Chico Xavier Para Sempre", " O Mineiro do Século " , e outros ); Maria Abadia Enes Lombardi ( " Mel, a Abelha " ); Maria Ângela Cusinato ( "Sentimentos Escritos nas Estrelas", " Recados de uma Luz" ) ;
Na referida " Coletânea ", destacam-se também: Irmã Maria Antonia de Alencar ( " Opúsculo Uma Alma Celeste", As Flores do Meu Jardim ", " No Claustro, Com Meus Amigos ", " Meu Canto Ao Por do Sol " , " Últimas Flores " , e outros, inclusive CDs de Poesia; Maria Antonieta Borges Lopes ( " ABCZ - 50 Anos de História e Historias ", " ABCZ : Historia e Historias ", " Dominicanas: Cem Anos de Missão no Brasil ", e outros ) ; Maria Regina Basílio Teodoro dos Santos ( "Uma Palavra para Você que está..." ); Mariane Bellocchio Fontoura Borges ( " Família: Amora Doce & Limão Galego" ) ; Selma Amuí ( " Professor: Profissão ou Sina?" ) ; Suely Braz Costa ( " Cada Pessoa é uma Empresa ", " O Ministério da Família ", " Educador", " Minha Viagem ah Índia ", " Marketing Pessoal: Teoria e Prática ", e outros ); Teresa Maria Machado Borges ( " Criança em Idade Pré-escolar Escolar, " Ensinando a Ler, sem Silabar: Alternativas Metodológicas " , " Alfabetização Matemática - Do Diagnóstico ah Intervenção" ); Teresinha Caubi de Oliveira ( " Sinfonia de Quintal ", " Boa Noite, Dona Lua ", " Fuga do Pantanal", " Monólogo da Natureza ", " Encontro das Aves", " Com a Palavra, os Mamíferos ", e outros ), e Terezinha Hueb de Menezes ( " Tempesfera ", " Temas do Cotidiano ", " Quantas Saudades do Colégio Vou Levar ", e " Murilo Pacheco de Menezes, o Homem, e seu Legado)
(Foto do acervo da Casa do Folclore).
A doçaria, que hoje floresce, na cidade, começou a se desenvolver, plenamente, ao final da década de 40, do século passado, quando duas doceiras, de escol, entre outras, exercendo suas atividades, no âmbito doméstico, simplesmente, se destacaram, por suas criações, tidas, então, como originais, mas muito apreciadas, pela sociedade uberabense.
A primeira delas, foi Dona Diva Lemos de Abreu - mãe de uma Miss Uberaba, Maria Josina -, que lançou, atendendo apenas a encomendas, em embalagens de metal ( alumínio ou latão ) , um doce de leite, inigualável, com textura bastante semelhante ah do mel, meio puxento, que se mantinha, no céu da boca, por algum tempo, e de um sabor extraordinário, lembrando, um pouco, ao de um refinado chocolate, como o, que é produzido, na França, na Bélgica, e, na Suíça. Lamentavelmente, o doce de leite, hoje, produzido, nos dias, que correm, em larga escala, na cidade, nada, ou quase nada, tem a ver com o de Dona Diva Lemos de Abreu. Era verdadeiramente sublime!...
A segunda, foi Dona Acelina Novaes Magalhães, que, entre outros tipos de doces, finíssimos, por ela produzidos, também por encomendas, para festas, recuperou a receita de um manjar, a Siricaia, de origem indiana, trazida ao Brasil, pelos portugueses, no período colonial ( 1638 ). A Siricaia é uma espécie de creme ( ou manjar ), feito ah base de leite, açúcar, ovos e raspas de casca de limão. Na Índia, acrescenta-se também fruta-de-conde.
As versões de receitas da Siricaia, que derivam, da original, têm sempre um ponto em comum: o leite é fervido, antes de serem acrescentados os demais ingredientes. A receita vai ao forno, em banho-maria. No Brasil, segundo Câmara Cascudo, existem duas versões, diferentes - a da Bahia, e a de Pelotas, no Rio Grande do Sul, que, segundo ele, é a mais autêntica. Mas, de uma forma geral, não se perpetuou, entre nós, o gosto pela Siricaia, como se perpetua, até hoje, em Portugal.
Na época, a Siricaia, de Dona Acelina Magalhães, era muito servida, e apreciada, por exemplo, nas tertúlias literárias, que estavam em alta, com apresentações, em residências familiares, de cantoras e de declamadoras. Foi nessas tertúlias, por sinal, que apareceu Altiva Fonseca, declamadora dos poemas de Olavo Bilac, e de outros poetas, em voga, na época, que, por ser possuidora de timbre de voz bastante semelhante ao da rádio-atriz, Ísis de Oliveira, da Rádio Nacional, do Rio de Janeiro - de muito sucesso, então, como intérprete da novela " O Direito de Nascer ", do cubano Felix Cañet -, logo, foi contratada, pela PRE-5, para ser a primeira locutora uberabense.
Altiva era irmã do polemico advogado Pelópidas Fonseca, e tia de Eleusa Fonseca, já mencionada acima. Outras locutoras, que se seguiram, para fazerem história, na emissora, da família Jardim, foram: Iara Lins, que prosseguiu, na carreira, em São Paulo, primeiro, atuando, como locutora, na Radio Tupi, depois, mais tarde, como atriz, nas novelas, transmitidas pela TV- Tupi; Marina Márquez e Lídia Varanda, que, como também foi dito acima, integrou o Departamento de Teatro, do Núcleo Artístico e Cultural da Juventude, inesquecível intérprete da senhora Frola, personagem central da peça" Assim é, se lhe Parece", de Luigi Pirandello.
O leitor deste simples relato, compreenderá, finalmente, como assim espero, que, nele, procurei demonstrar, que os conceitos de cultura, principalmente, em nosso país, são mutáveis, pois se tornam, através dos tempos, ultrapassados, antiquados, ou obsoletos, como, por exemplo, os casos lembrados aqui dos desfiles de elegância feminina, antes das sessões de cinema, das tertúlias literárias, dos bailes carnavalescos, do gosto pela Siricaia, etc. Tudo muda, com o tempo. Como voraz absorvedor de culturas de outros povos, o Brasil, facilmente, despreza as suas culturas próprias, tradicionais.
As pessoas, porém, que vivenciam ( ou as que vivenciaram ) a sua cultura própria, sob seus variáveis aspetos, permanecem. Eternizam-se. É esse o caso das mulheres importantes para a cultura de Uberaba, aqui lembradas, que, cada uma, ah sua maneira, ou especialidade, oferece ( ou ofereceu ) sua valorosa contribuição ao desenvolvimento de nossa cidade. Deve haver muitas outras, que a mim, involuntariamente, escaparam de serem citadas, perante as quais, agora, me penitencio. A todas, porém, fica registrada a minha reverencia, o meu reconhecimento, neste ligeiro esboço de documento histórico que, no futuro, merecerá, sem dúvida, não só ser revisto, como desenvolvido, e ampliado, até eternamente!...
(Reynaldo Dommingos Ferreira)
Hino de Uberaba - MG.
Interpretação por Cláudia Falconi, possui licenciatura plena em Canto pela Universidade Federal de Uberlândia e Pós Graduação em Educação Musical pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá do Rio de Janeiro. Gravação realizada no dia 05 de Setembro de 2012. Centro de Cultura José Maria Barra. Letra de Ari de Oliveira Música de Gabriel Toti Da jornada de fé, corajosa De bandeiras por todo o Brasil, Tu surgiste, Uberaba formosa, Na campina, sob um céu de anil. És Uberaba, o formoso E mais rico florão, Desde nosso sertão Valoroso. Oh! Grande terra gentil, Um torrão sem igual, No Planalto Central Do Brasil Não transiges com teu inimigo, Mas acolhes, gentil, em teu colo, Os que vêm ao trabalho, contigo, Procurando elevar o teu solo. És Uberaba, o formoso E mais rico florão, Desde nosso sertão valoroso. Oh! Grande terra gentil, Um torrão sem igual, No Planalto Central Do Brasil tuas matas, teus campos, teu montes, De riquezas sem par, peregrinas, Construíram, entre teus horizontes, A mais bela das jóias mais finas! És, Uberaba, o formoso E mais rico florão, Desde nosso sertão valoroso. Oh! Grande terra gentil, Um torrão sem igual, No Planalto Central do Brasil.
Extraído do Grupo Difusão - Gilberto de Andrade Rezende - (Casa do Folclore.)
Em 1909, a família de Manoel Maria Martins, fugindo da miséria reinante em grande parte de Portugal, escolheu o Brasil como porta da esperança de uma nova vida. O vasto oceano em que navegava só não era maior do que a saudade do que ficava.
Quando Manoel Maria desembarcou no Rio de Janeiro, tinha apenas 13 anos. Todavia, dotado de grande talento para negócios, aos 20 anos já era importador de gado holandês para revenda em Minas Gerais.
Em Guaxupé, se casou com Cândida Ribeiro do Vale, herdeira de uma das mais tradicionais famílias de cafeicultores da região. Desta união nasceram Joaquim, Luiz, José, Maria Delfina, César Sebastião e Manoel.
Joaquim Martins - Foto/Divulgação.
Manoel Maria era o próprio símbolo do empreendedorismo. Sempre dizia que dinheiro mal ganho, é dinheiro malgasto.
Durante a 2ª guerra mundial comprou um navio inteiro de sal para suprir demandas impostas pelas dificuldades de época. Em Guaxupé implantou uma indústria de beneficiamento de café, garantindo o abastecimento com pagamento antecipado de colheitas cafeicultores. Em São Paulo construiu dois supermercados e um cinema no bairro do Ipiranga.
Em 1961 chega à Uberaba acompanhado da esposa e dos filhos, José, Maria Delfina e César Sebastião.
Joaquim, o filho mais velho já se encontrava em Uberaba quando Manoel Maria adquiriu o controle da SOMIL, concessionária de veículos Volkswagen, localizada na Av. Fernando Costa.
Fundada em 1959 por Silvio Mendonça, a revenda muda o nome em 1961 para “DISTRIVE”.
Os filhos, por sua vez, se lançam nas atividades comerciais, criando raízes na cidade.
José Ribeiro Martins, cafeicultor em Guaxupé, co-fundador do Lions Uberaba, diretor da ACIU, pescador e amante da música sertaneja, criou uma empresa de móveis e uma revenda de gás na rua Artur Machado que o tornou mais conhecido como “Zé do Gás”.
Casado com Orminda Ribeiro do Vale, viu sua família se consolidar com o nascimento dos filhos José (Zezinho), Inês, Marisa, Marília e Ana Lia.
Maria Delfina ampliou o número de netos de Manoel Maria com as meninas Maria Cândida e Lúcia.
César Sebastião Martins, casado em segundas núpcias com Kely Rosa, por muitos anos foi diretor de outra distribuidora de carros – DISAUTO - do grupo da família, localizada na confluência das Avenidas Leopoldino de Oliveira com a Santos Dumont. Foi também cafeicultor e produtor de semente de soja. Atualmente é produtor de cana-de-açúcar.
Associativista por natureza, César Sebastião assumiu a presidência da ACIU nos anos 1990/1991. Em uma gestão profícua, entre outras atividades, criou o Balcão de Negócios. Em sua gestão a Faculdade de Ciências Econômicas se transferiu para o novo Campus. Foi o primeiro presidente a admitir mulheres em sua diretoria.
De seus dois filhos do seu primeiro casamento, apenas Letícia sobreviveu.
Joaquim dos Santos Martins, nos primeiros anos em Uberaba, associou-se aos irmãos Morethson – Caio e Audley – na Casa das Máquinas, estabelecida na rua Artur Machado, esquina com a Avenida Getúlio Vargas.
Com o falecimento do pai, Joaquim assumiu a direção da DISTRIVE que, ao longo do tempo, se transformou na empresa líder em vendas de veículos da cidade e da região.
Sempre contou com o apoio do tio Alfredo, irmão e sócio de Manoel Maria em uma concessionária de veículos em São Paulo.
Empreendedor nato, Joaquim, que herdou o pendor do pai para os negócios, se lançou como empresário em vários segmentos da economia de Uberaba e região.
Em 1968 nos tornamos sócios através da empresa de reflorestamento TRIFLORA e percorremos o mesmo caminho por cerca de trinta anos deixando pelos caminhos da vida, um bom rastro de empresas.
São destaques deste tempo, entre outras, a fábrica de plásticos, PLASTIMINAS, indústria de balas ORIENTE, indústrias de Óleos Essenciais, fazenda de gado leiteiro – SINOS DE BELÉM, a “TRIFLORA TRATORES” em Paracatu, a “MINASFLORA”, a CONSTRUTORA CHAPADÃO, as fazendas com lavouras de café, soja e arroz, indústria de madeiras MINASPLAC (DURATEX), em sociedade com José Alencar Gomes da Silva, carvoeiras, loteamentos urbanos e o JORNAL DA MANHÃ, do qual foi Presidente por dez anos, tendo ao seu lado o Diretor Tesoureiro Edson Prata e Gilberto Rezende como Diretor Administrativo.
Além de participar da administração das inúmeras empresas correlatas ao Reflorestamento como a AGROMEC, TERRA, AGRO-INDÚSTRIA TRIÂNGULO, UBERFLORA, PLANTIL e FLORYL, (associada à SHELL), Joaquim encontrava tempo para adquirir e plantar diversas fazendas desta região, transformando os “MARTINS” num dos maiores produtores de soja e milho de Minas Gerais, ao lado das expressões do agronegócio como os Guidi, Fuzaro, Detoni e outros.
Esparramou suas raízes através de seu casamento com Ivonete Cortes Martins, (hoje com 95 anos), gerando os filhos Paulo Tadeu, André e Loló, da terceira geração.
Paulo Tadeu, o mais velho, casado com Sandra Mendes Martins, médico e empresário através da criação da “CRU”- Clínica Radiológica de Uberaba, passou a se dedicar posteriormente à produção de cana-de-açúcar. Foi ele que deu início à 4ª geração dos Martins com o filho Fernando e as filhas Paula e Mônica.
André Martins, casado com Cristina Duarte Martins, é o Diretor Presidente da DISTRIVE e implantou uma rede de Postos de Combustíveis. Joaquim Neto, André Filho e Marcela são os seus filhos que já transformaram o pai em avô.
Loló, casada com Cláudio de Castro Cunha, agricultor e pecuarista, é mãe de três filhas -Andreia, Silvia e Manuela – e avó de três netos.
Fernando, produtor rural é o filho mais velho de Paulo Tadeu, e o responsável pelo início da 5ª geração, com seus cinco filhos – Maria, Pedro, José, Tereza e Francisco.
Esta é a saga de uma família de imigrantes que, em pouco mais de 100 anos, deixa exemplos de trabalho para as futuras gerações.
É a história de pessoas determinadas que o destino trouxe para Uberaba a 57 anos e que desde estão vêm contribuindo para reforçar os pilares de nossa economia.
Maria Delfina, José e Joaquim já faleceram. Os dois irmãos, por coincidência, no mesmo ano, em 2003. Por uma fatalidade, Paulo Tadeu, filho mais velho de Joaquim, veio a falecer em 2019.
O que não pode morrer é a o exemplo dado pelos que são hoje, apenas saudades. Há que se registrar o amor e o apego à família. Da garra dedicada ao trabalho em prol da comunidade.
Falta erigir um marco que possa resgatar esta memória. Eles fizeram a sua parte. Cabe a nós fazer a nossa.
Gilberto de Andrade Rezende – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ex-Presidente da ACIU e do CIGRA e ex-diretor do Grupo TRIFLORA.
A crise instalada no país provocada pela primeira Guerra Mundial, (1914/1918), cria dificuldades econômicas que são combatidas pelos governos com rebaixamento de salários e sobrecargas de impostos
A reação patronal para defender o interesse dos empresários e enfrentar a inquietude operária organizada em sindicatos foi a de criar, em todo o Brasil, as associações.
Uberaba, centro de irradiação econômica e educacional para todo o Brasil Central, é uma das primeiras cidades do interior a compreender a necessidade e o potencial de uma organização de classe. Em 16 de dezembro de 1923, em pleno domingo, nasce a Associação Comercial e Industrial de Uberaba (ACIU), em sala cedida pelo Jockey Club.
A assembleia, contando com a presença de 52 empresários e presidida por Adolpho Soares Pinheiro, elegeu sua primeira diretoria provisória composta por Cesário de Oliveira Roxo, Raul Terra, Jonas de Carvalho, Fernando Sabino e o próprio Adolpho.
José Peixoto - Foto/Reprodução.
No inicio de Janeiro esta mesma diretoria provisória tomou posse para o período de 1924/1927, contando com o reforço de Luiz Humberto Calcagno e José Guimarães, elegendo Cesário de Oliveira Roxo como primeiro presidente da ACIU.
Coube ao presidente Fidélis Reis (1938/1948) a responsabilidade pela edificação da sede, com projeto dos engenheiros Signoreli e Abel Reis. A construção começou com a empresa de Santos Guido em 1940.
Nestes 95 anos, (1923 a 2018) a ACIU foi palco de 42 eleições, 5 reeleições e conheceu 41 empresários que hoje estão na galeria de presidente.
O que mais tempo permaneceu na diretoria – 10 anos – foi Fidélis Reis, (1938/1948). Ele foi um dos mais destacados uberabense: foi jornalista, escritor, deputado federal, construtor de pavilhões para o SENAI, cofundador do Banco do Triângulo Mineiro e da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro.
A ACIU é uma verdadeira fonte da juventude. Até agora, teve 42 novas diretorias. Em cada uma delas há o renascer de um novo entusiasmo e a chama ardente de desejos para realizar.
Por isso, é difícil dizer quais as realizações nos campos político, social e econômico que influenciaram o desenvolvimento de Uberaba que tiveram a participação da ACIU. Mais fácil relatar de quais ela não participou.
A entidade nasceu sob o signo do protesto. Em cada presidente, em cada diretor, um soldado pronto para a luta. Em defesa da comunidade. Em defesa dos interesses regionais. Em defesa de seus associados.
A primeira preocupação de qualquer nova diretoria é a satisfação de seu associado. Esse é o motivo da criação da entidade. É a razão de sua existência. O associado sempre foi a preocupação primeira de todas as diretorias
Na defesa dele, estão as medidas tomadas contra a criação ou ampliação de impostos e taxas em todas as áreas governamentais, tomada de posições contra redução de créditos bancários, disponibilidade de corpo jurídico, planos de saúde e de seguro variados e estancamento de quaisquer situações que possam prejudicá-los.
A ACIU ao longo dos seus 95 anos se inseriu também como porta-voz dos interesses da comunidade.
Entre as ações voltadas para o benefício coletivo, destacam-se a luta para implantação do SENAC e do SESC, a construção de sede dos Correios inaugurada na gestão de João Fernandes Côrrea (1956/1957), a participação na fundação do IDT – Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (em parceria com a UNIUBE e a UFTM, no governo de José Mousinho Teixeira (1982/1983)), a busca incessante em todo país de novas
indústrias para criação de novos empregos, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
Com o patrocínio da ACIU, dessa comissão também nasceu a empresa de capital misto CODIUB – Companhia de Desenvolvimento Industrial de Uberaba e a CEVALE - Fundação Centro de Pesquisas Vale do Rio Grande.
Esses projetos, aprovados pela comunidade foram aprovados também pelo prefeito Hugo Rodrigues da Cunha (1973/1976) que os incorporou em seu governo.
A partir dessa data, estava incluída a Secretaria de Indústria e Comércio em toda a plataforma política de Uberaba. A primeira secretaria foi criada no governo de Wagner do Nascimento (1983/1988) e seu primeiro titular foi Anderson Adauto.
Entre outras realizações podem ser destacadas – A participação da ACIU na implantação da CEMIG na gestão de Helmuth Dornfeld; a implantação da Televisão em Uberaba que começou na gestão de Mario Pousa, passou por Aurélio Luiz da Costa, Leo Derenusson para terminar na diretoria de Edson Simonetti; a criação do SPC na gestão de Mario Grande Pousa e posteriormente iniciado os estudos para fusão com CDL na diretoria de Flamarion Batista Leite; a criação do PACE na gestão de Karim Abud; seminários para implantação de novas rodovias; criação da Faculdade de Ciências Econômicas que diplomou milhares de profissionais nas áreas de Economia, Administração de Empresas e Ciências Contábeis.
Essas são em linhas gerais o retrato da atuação da ACIU. Difícil falar de todas as suas realizações. São milhares.
Todavia, acreditamos que esta exposição possa transmitir o quanto de carinho que centenas de empresários que, abrindo mão de seus afazeres, diminuindo o tempo junto com seus familiares, dotados de muito espírito cívico, se dispuseram a compor as 47diretorias da Entidade nestes últimos 95 anos para o exercício do associativismo.
São heróis anônimos que merecem a nossa estima e consideração. O nosso reconhecimento pelo muito que fizeram e faz pelo desenvolvimento de sua cidade.
Gilberto de Andrade Rezende – Ex-presidente e conselheiro da ACIU.
Sócio da ACIU desde 1958.
Fontes – ACIU – Arquivo Público – José Mousinho – Guido Bilharinho
Luzes. Câmeras. Ação. Ressoam os clarins. Abrem-se as cortinas do grande show. Vai começar a ExpoCigra - FIEMG 2017.
A cena ocorre nos recintos do Parque Fernando Costa em 18 de outubro de 2017, 5ª edição da Feira de Indústrias de iniciativa e responsabilidade do CIGRA (Centro de Indústrias do Vale do Rio Grande).
No palco, o presidente Gleison Enrique Borges faz seu pronunciamento de boas-vindas, acompanhado de autoridades e parceiros.
Na plateia, centenas de expositores, empresários e convidados especiais testemunham o registro de que a ExpoCigra-FIEMG está definitivamente integrada no calendário de turismo e negócios de Uberaba e região.
Em parceria com a Fundação Cultural de Uberaba e com o Teatro SESI, diversas apresentações artísticas foram realizadas durante o período da feira. Diamante, Orquestra de Viola Caipira (SESI), Júlio César e Cassiano, Charles Júnior, João Neto e Peixinho, Dri Ribeiro e Cássio Facury e Leon subiram ao palco para valorizar nossa cultura.
Palestras e desfiles realizados pelas entidades, SEBRAE, SINDCAU (Sindicato da Indústria de Calçados de Uberaba), Sindivestu (Sindicato das Indústrias do Vestuário de Uberaba) – contribuíram para o enriquecimento desse grande evento. O destaque ficou para a Cozinha Gourmet, com o chef Felipe Bronze, que arrastou multidões para conhecer seu trabalho e seu tempero.
Milhares de visitantes prestigiaram mais de 100 estandes esparramados pelo grande salão, onde milhões em negócios foram transacionados em encontros paralelos.
Um sucesso que a diretoria e a administração do CIGRA já previam, lastreada na tradição das últimas exposições, contando com o apoio da SOLIS na organização e divulgação e dos tradicionais parceiros como a FIEMG, SEBRAE, Prefeitura Municipal e outros.
Buscando a origem desse sucesso, voltamos a setembro de 2013, quando tudo começou, no qual Marcelo Zaidan, então presidente do CIGRA, num gesto de ousadia, realizou, com sua diretoria, a primeira ExpoCigra nas dependências do Shopping Uberaba.
Ele contou com o apoio do parceiro primeiro, FIEMG, buscou recursos junto à PETROBRÁS, CODEMIG, SEBRAE e Prefeitura Municipal de Uberaba. Abriu espaços para cursos ministrados pela Secretaria de Ciência e Tecnologia de Ensino Superior do Estado de Minas Gerais.
O evento, que contou com cerca de 80 estandes, ficou marcado com a entrega do primeiro “Troféu Tião Silva”, para o empresário Salem Ibrahim El Messih.
Marcelo Zaidan - Foto/Reprodução.
O sucesso de público foi tão grande que nos dois anos seguintes, 2014 e 2015, já na gestão de Nagib Facury, a ExpoCigra-FIEMG foi realizada no Parque Fernando Costa, de onde não saiu mais.
Incrementaram-se as atrações com oficinas e desfiles de moda, Seminário de Crédito Rural, palestra de Amyr Klink, atingindo um público estimado em 30 mil visitantes com 81 expositores de 265 empresas participantes.
Na sua 4ª edição, ocorrida em 2016, o comando foi de Helbert Ferreira Higino de Cuba. O número de expositores cresceu para 86 com um público equivalente ao de 2015. Foi uma grande oportunidade, no qual ocorreram 65 eventos simultâneos, gerando mais de 100 milhões de novos negócios.
Marcelo Zaidan atribui o estímulo para criação do evento ao empresário Tião Silva que, em março de 1988, criou a ASSIDUA (Associação das Indústrias de Uberaba) e, em outubro do mesmo ano, inaugurou a Feira de Indústrias de Uberaba, nas dependências do UTC (Uberaba Tênis Clube), contando com a presença do governador Newton Cardoso na abertura da Feira e do presidente da FIEMG, José Alencar Gomes da Silva, no encerramento ocorrido no dia 08.
No dia 26 também de outubro de 1988, baseado no sucesso da feira, Tião Silva criou o CIGRA, que envolvia 22 municípios da região do Rio Grande. Foi presidente até a data de 25 de maio de 1994 quando então, passou a direção para Gilberto Rezende.
A ideia de valorizar a indústria local através de uma feira é bem mais antiga. Em 1934, na ACIRU (Associação Comercial, Industrial e Rural de Uberaba), na gestão de Adolpho Soares Pinheiro, cogitou-se “a realização de uma exposição regional onde pudessem ser exibidos os progressos do comércio, da indústria e lavoura. Ela seria denominada de Feira Agropecuária e Industrial do Triângulo Mineiro”.
A primeira exposição das indústrias de Uberaba de que participamos foi realizada em 1967 pela ACIU (Associação Comercial e Industrial de Uberaba), na gestão de Edson Simonetti (1966/1967). O evento aconteceu no Parque Fernando Costa, com os estandes montados nas baias não utilizadas para o gado.
De nossa parte, enviamos pela indústria alimentícia Oriente uma máquina de embrulhar balas. Uma japonesa vestida a caráter ficou responsável por distribuir os produtos ao público. Formavam-se filas intermináveis de pessoas interessadas em receber sua quota de doce.
Na gestão de José Vitor Aragão como presidente da ACIU (1984/1985), uma nova exposição industrial foi realizada no recinto da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), junto à FENATECA (Feira Nacional de Desenvolvimento Agrícola). Ela foi inaugurada em 08 de maio de 1984 com a presença do governador Tancredo Neves e abrilhantada com o show de Ney Matogrosso.
Desta vez, levamos da PLASTIMINAS uma extrusora de processamento de polietileno para dentro do evento. Dessa forma, os visitantes puderam ver in loco como se fabricam sacos plásticos.
Na gestão de Flamarion Batista Leite na ACIU (1992/1993), uma nova feira foi realizada durante a exposição da ABCZ. Ela ficou em evidência bem na entrada no Parque.
Na gestão seguinte, presidida por Carlos Eduardo Colombo Rodrigues da Cunha (1994/1995), a Feira de Indústria da ACIU passou a ser realizada no fundo do Parque, hoje estacionamento de veículos do Centro de Eventos “Rômulo Kardec de Camargos”.
Essa feira cresceu o suficiente nas gestões dos presidentes da ACIU Antonio Carlos Guillaumon (1996), Sérgio Bóscolo (1996/1998) e Samir Cecílio (1998/2000) para se transformar num centro comercial, um verdadeiro Shopping a céu aberto, dado o volume de participantes e a liberdade para comercialização de produtos no varejo.
Com a construção do salão de festas da ABCZ ficou inviabilizada a continuidade da Feira de Indústria promovida pela ACIU nos moldes existentes. Somente em 2006, em nossa gestão, uma nova feira foi realizada, em um novo local, com apenas 35 estandes.
A decisão da ABCZ de encerrar as grandes festas que animavam as exposições de gado no mês de maio encerrou também as possibilidades de novas Feiras neste período.
Por isso, pode-se registrar como um gesto de grande coragem a determinação do CIGRA de realizar suas feiras industriais, em épocas bem distantes dos festejos de maio.
Uma decisão que se transformou num resgate histórico de nossas feiras, marcando para sempre na história de nossa comunidade a grande contribuição que o CIGRA vem dando ao longo dos anos para o desenvolvimento de Uberaba.
Gilberto de Andrade Rezende – Ex-presidente E Conselheiro da ACIU e do CIGRA – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Fontes – ACIU, CIGRA, Jornal da Manhã e Marcelo Zaidan.
Em pleno amanhecer de um domingo de maio de 1973, três pessoas se apresentam na residência do Prefeito Hugo Rodrigues da Cunha que levantou às pressas para atender o Presidente da Câmara Municipal de Uberaba, Álvaro Diniz de Deus, acompanhado de dois empresários mineiros que, impacientes, esperavam o sol nascer.
Eram eles, Ivan Muller Botelho, proprietário da empresa de energia elétrica “Cataguases-Leopoldinense” e José Alencar Gomes da Silva, presidente da “Coteminas”.
O assunto, importante e urgente, era a possibilidade de transferência de uma indústria de aglomerados já em fase de instalação na cidade de Ubá. A continuidade da implantação havia se tornado inviável pela impossibilidade de se ter um único contrato de fornecimento de madeira. As florestas daquela região era áreas de minifúndio, com mais de 600 proprietários.
Uberaba foi uma das quatro cidades lembradas para sedar esta empresa, concorrendo com Curvelo, Corinto e Uberlândia.
José Alencar - Foto/Reprodução.
José Alencar contava, com ar de seriedade, que Hugo os convenceu que Uberaba era o “centro do mundo” e que, só mais tarde, descobriram que “todo lugar era o centro do mundo já que a terra era redonda”.
Antes de decorrer trinta dias, Uberaba foi escolhida pelos empresários e pelo BDMG, banco financiador deste projeto, para a implantação desta indústria.
A empresa de reflorestamento de Uberaba, “Triflora”, da qual éramos diretor administrativo e tinha como sócios, entre outros, Hugo Rodrigues da Cunha, Joaquim dos Santos Martins, José Miguel Árabe, Leo Derenusson e Ítalo Delalíbera, assinou um contrato de fornecimento de madeira e subscreveu parte do capital da nova empresa.
Assim nasceu a “Minasplac”, a primeira grande indústria a se instalar no DI-I, ocupando uma área de 100.000 m2, com investimentos em torno de 25 milhões de dólares. Na década de 1980 o controle acionário desta empresa foi transferido para o grupo “Formiplac” que, por sua vez, o transferiu para a “Satipel”. Atualmente, sob o controle do Banco Itaú, tem o nome de “Duratex”.
Em setembro de 1990, já como presidente da FIEMG – Federação das Indústrias de Minas Gerais, José Alencar, demonstrando seu carinho por Uberaba, promoveu, na Casa do Folclore, o I Congresso Pró-Modernização das Estradas Regionais, contando com o apoio da ACIU – Associação Comercial e Industrial de Uberaba e da Prefeitura Municipal.
Durante sua gestão na “FIEMG”, de 1988/2004, além de criar o título de “Operário/Padrão”, ampliou a presença do Sesiminas em 220 municípios e a do Senai, em 80.
Elevou o número de Sindicatos de 52 para 130. Uberaba contribuiu com 10% deste acréscimo com a criação de 9 sindicatos patronais, graças aos esforços de seu delegado em Uberaba, José Vitor Aragão. Até então existiam apenas dois sindicatos, o da Mecânica e o da Alimentação.
Neste período, na reestruturação do CIGRA-Centro das Indústrias do Vale do Rio Grande, do qual éramos presidente, José Alencar viabilizou os recursos necessários para que esta entidade tivesse vida própria.
Ainda como Presidente da FIEMG, construiu em Uberaba o “Clube do Trabalhador” através do SESI de Minas Gerais e que leva o seu nome, em justa homenagem.
Através do SENAI viabilizou a construção de uma escola de confecções, fruto do trabalho da diretoria do Sindicato local, liderado pelo então Presidente Tião Silva. Dezenas de turmas com centenas de alunos já se formaram através desta escola.
Foi um período de grande intensidade cultural. Frequentemente Uberaba recebia artistas de todos os segmentos pertencentes ao quadro do SESI em Belo Horizonte. Foi nesta época que se inaugurou na capital mineira, o Teatro “Nansen Araújo”, homenagem prestada ao ex-presidente da FIEMG, oportunidade em que um grupo de catireiros foi por nós enviado à capital, para ter a honra de inaugurar um de seus palcos.
José Alencar é cidadão uberabense. Em 17 de outubro de 1976, então com 45 anos, por iniciativa do vereador Homero Vieira de Freitas, a Câmara Municipal de Uberaba lhe outorgou este título no dia de seu aniversário.
Nascido em Muriaé, MG, em 17 de outubro de 1931, em uma família de 15 irmãos, José Alencar era o 11º. Começou a trabalhar aos 7 anos de idade, ajudando o pai na loja.
Aos 14, em 1945, anos saiu de casa e foi trabalhar em outras lojas nas cidades de Mirai e Caratinga. Foi nesta última cidade que, aos 18 anos, em 1950, com a ajuda financeira de seu irmão Geraldo Gomes da Silva, consegue criar sua própria loja, a “Queimadora” e que durou até 1953, época em que criou uma indústria de macarrão em sociedade com outros três parceiros.
Com o falecimento de seus pais e de seu irmão Geraldo, mudou-se para Ubá em 1960. Em 1963 cria a empresa “Cia. Industrial de Roupas Cometa” que mais tarde tem seu nome alterado para “Wembley”. Uberaba chegou a ter uma loja desta empresa.
Em 1975, inaugurou em Montes Claros, a “Coteminas”, localizada na área da Sudene. Em 1984 comprou a Seridó, a maior indústria de confecções do Nordeste.
Entre 1992 e 2004, a produção têxtil pulou de 15.000 toneladas para 170.000 toneladas e o faturamento aumentou 20 vezes, de 35 milhões de dólares para 700 milhões de dólares.
Na década de 2000 José Alencar, industrial por talento e vocação, surge como o maior empresário do ramo têxtil da América Latina. Com 11 fábricas esparramadas por Minas, Paraná, Nordeste e, com cerca de 17.000 funcionários, é um dos poucos empresários que consegue vender confecções até para a China.
Sua carreira política começou em 1993 quando se filiou ao PMDB e logo assumiu a Vice-Presidência do Partido. Embora vencedor da Convenção de 1994 que o indicou para candidato à governador, não contou com o apoio do Partido em sua campanha. Voltou à luta em 1998 como candidato ao Senado, disputando com Hélio Garcia e Júnia Marise. Embora aparecendo inicialmente com 2% de intenção de votos na primeira pesquisa, sua campanha foi crescendo tanto que provocou a renúncia de Hélio Garcia.
Foi eleito com expressiva votação, uma das maiores de Minas Gerais até então, tendo como primeiro suplente, Aelton José de Freitas. Tomou posse em 1 de fevereiro de 1999. Candidato a Presidência do Senado, sentiu-se traído pelo PMDB, razão de seu desligamento do Partido.
Por indicação de José Dirceu e certamente de Anderson Adauto, Lula, que havia perdido 3 eleições presidenciais consecutivas, aceitou o nome de José Alencar Gomes da Silva, então filiado ao Partido Liberal, para compor sua chapa como Vice.
Foi uma vitória apertada na Convenção do PT para aceitar José Alencar do PL. Foi aceito com 34 votos a favor, 30 votos contra e 7 abstenções. Em 18 de Outubro de 2002, Lula e José Alencar foram eleitos com 61,17% dos votos.
No primeiro mandato, de 8 de novembro de 2004 até 31 de março de 2006, acumulou o cargo de Vice-Presidente com o de Ministro da Defesa. Renunciou para participar das eleições de 2006.
Em 2005 deixou o PL e ingressou no que é hoje o PRB-Partido Republicano Brasileiro. Vencedor com Lula na eleição de 2006, Alencar, durante os dois mandatos, assumiu a Presidência por 398 dias enquanto o Presidente Lula viajava para o Exterior.
Em 2010 desistiu de sua candidatura ao Senado de Minas por acreditar que não achava certo se candidatar enquanto estava já em tratamento de saúde.
Em 25 de janeiro de 2011, estivemos com alguns companheiros da ACIU, na homenagem que lhe foi prestada pela Prefeitura de São Paulo. Estavam presentes Lula e diversos ministros. Coube a Dilma Rousseff fazer a entrega da medalha “25 de janeiro” ao José Alencar.
Os problemas de saúde de Alencar começaram em 1997 o que o levou a fazer mais de 15 operações sendo que três delas, em 2006, 2007 e 2009, nos Estados Unidos.
Assim como a presença de Alencar nas eleições foi determinante para a
Vitória de Lula, a sua luta com determinação contra o câncer por quase 15 anos, inspirou várias pessoas que sofrem da doença a terem perseverança.
Alencar faleceu em 29 de março de 2011 deixando viúva Mariza Gomes e os filhos Josué Gomes, Maria da Graça Campos Gomes da Silva e Patrícia Campos Gomes da Silva.
Em Uberaba, “ Dr. José Alencar” é o nome do Hospital Regional.
Alencar foi considerado pela Revista Época dos 100 brasileiros mais influentes em 2009.
Em julho de 2012, foi eleito um dos 100 maiores brasileiros de todos os tempos em concurso realizado pelo SBT com a BBC de Londres.
Gilberto de Andrade Rezende – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro – Ex-Presidente e Conselheiro da ACIU e do CIGRA.
Fontes – Jornal da Manhã – Cesar Vanucci do livro “José Alencar – Missão Cumprida”4
Conheci Abádio (com assento agudo no “a”) há mais de 50 anos quando ele cantava divinamente as músicas de Teixeirinha nas rádios PRE-5 e Difusora em Uberaba.
Abádio Ferreira - (Foto do acervo pessoal de Waldir Kikuichi - Restaurante Bons Tempos)
Abádio Ferreira era do bem e amigo de todos nós. Teve uma sobrevida por mais de 12 anos após constatar o câncer de próstata. Descobriu na planta Sucuuba o reencontro com a saúde e dela extraía o remédio para si e o distribuía aos que necessitassem.
Abádio vivia para servir e sempre tinha uma palavra amiga para expressar. Continuou com a fotografia.
Era despojado da matéria e optou por não exercer a advocacia devido a alguns princípios que possuía e, segundo ele, não abria mão. O Trio Parada Dura gravou algumas músicas de Abádio que é autor de quase 5.000 composições! Muitas? Mas é verdade!
Era um homem culto e podemos dizer que era filósofo. Suas frases não tinham retoques e eram na medida certa.
Abádio deixará saudade e será sempre lembrado.
Nosso abraço querido amigo que nunca o vi desejando mal a ninguém.
Gilberto de Andrade Rezende nasceu em Uberaba, no dia 9 de fevereiro de 1933, filho de Raul de Melo Resende e Maria de Lourdes Andrade Resende.
Inicialmente estudou em escola pública, passando, em seguida, para o Colégio Marista Diocesano e concluindo o ensino médio no Colégio Triângulo.
Gilberto Rezende. Foto/reprodução.
No ramo do agronegócio, Gilberto Rezende atuou nas áreas de reflorestamento e cafeicultura, e como empresário, trabalha nas áreas de alimentação, hotelaria e eventos com a empresa Casa do Folclore, que é um espaço para realização de eventos sociais, empresariais, religiosos, políticos, entre outros.
Na Associação Comercial e Industrial de Uberaba - ACIU, foi membro das diretorias de 1958 a 2001, ocupando cargos na Executiva Plena e no Conselho Consultivo, e presidente na gestão biênio 2006/2007.
É também empreendedor no segmento imobiliário, à frente da Agroindústria Triângulo, com loteamentos de bairros rurais (São Basílio, Santa Fé, Praia do Rio Claro e Parque do Café).
Além de livros publicados, Gilberto Rezende escreveu vários artigos nos jornais locais.
Obras publicadas:
O Reflorestamento no Triângulo e o Grupo Triflora Catira: A Poesia do Sertão
Bibliografia
Paolinelli, Sônia Maria Rezende. Coletânea Biográfica de Escritores Uberabenses. Uberaba (MG): Sociedade Amigos da Biblioteca Pública Municipal "Bernardo Guimarães", 2009. 47p