“Fechando o caixão”... Ney Junqueira, chegou com disposição em continuar o trabalho iniciado com Rene Barsam, passou por Paulo Cabral, Wagner Nascimento, Bitencourt Bertulucci, Geraldo Barbosa e este dinossauro. A Globo, via TV- Triângulo, monopolizava os anunciantes e o governo municipais. Contudo, quem “não tem cão, caça com gato”, na programação local, levávamos nítida vantagem. Entrevistas, reportagens, acontecimentos, opinião, presença da TV onde o uberabense solicitava, eram nossas indeléveis “ marcas “ . Sem depender de “verbas chapa branca”, um dos pedidos que fiz ao “patrão” Ney, era a independência editorial do jornalismo. Enfrentamos jornadas memoráveis e saldo positivo !
TV – UBERABA – ÚLTIMOS SUSPIROS - Ney Junqueira Rene Barsam,Paulo Cabral, Wagner Nascimento, Bitencourt Bertulucci, Geraldo Barbosa. (Foto Acervo da Associação Cultural Casa do Folclore) |
Nisso, Adolfo Bloch, dono do grupo “Manchete”, ganha a concessão do restante das “Emissoras Associadas” e funda a TV-Manchete, com uma imagem colorida linda, linda ! O governador Brizola, inaugura o sambódromo e dá exclusividade do carnaval carioca, à nova emissora. Foi um “ banho” de audiência. A Globo, ficou a ver navios! Programação qualificada, nomes famosos da TV brasileira, despertou o interesse de afiliação de novas emissoras. Uberaba, não foi diferente. Ney Junqueira e eu, partimos à busca de novas conquistas. Ao conhecermos as instalações, equipes técnica e de artistas, ficamos maravilhados ! Extâse? Sim. Negociações avançadas , Ney, dono, eu, superintendente, avalizamos o contrato assinado . O Wanderlei, companheiro de primeira hora, ligado ao SBT (Marcondes Piza, já comentado ), sentiu-se incomodado, deixou a emissora para inaugurar a Rádio Universitária, da FUREU, onde realizou excelente trabalho. Até hoje, a “espinha”da programação, lembra o “Wandeco”.
A afiliação à “Manchete” gerou lucros extraordinários. O nome “TV-Uberaba”, no entender de Ney Junqueira, era pequeno. Precisava alçar vôos mais altos, expandir-se. Regionalizar- se. Com pesar, “morreu” a TV-Uberaba...”nasceu” a”TV- Regional”. Parenteses: sua existência foi curta. Não “emplacou” e nem deixou saudade... Voltemos à “Manchete”. Os Bloch, “entram” na teledramaturgia. Novelas que “ bombam” no Brasil inteiro; ”Dona Beja”, “Pantanal”, “ Ana Raio e Zé Trovão”, “Corpo Santo”, “Kananga do Japão”, dão “banho” de audiência na concorrência. A TV Uberaba, na “maré”, adquire novos equipamentos. Josafá e eu, fomos buscá-los em Florianópolis; ampliamos as instalações da emissora, contratamos José Pedro de Freitas , nome importante da televisão brasileira, faturamento em alta...Mas, nem tudo “ que reluz é ouro”...
Ney Junqueira ,desfaz-se de seu casamento e foi morar no Novotel. Não durou muito, estava com nova companheira. Levou-a para administrar a TV. Geraldo Barbosa, Freitas e este dinossauro, não estávamos nos planos da “primeira dama”. Fim de 1994, corações “sangrando”, fomos exonerados. A “madame” reinou absoluta. O declínio da emissora, se fez sentir. Todo aquele cabedal de experiência, exauriu. Ney Junqueira, sem forças para tocar o empreendimento. Morreu, subitamente. Com ele, a “TV-Uberaba” e depois, ‘TV-Regional”. Hoje, resta o prédio de onde saíram grandes conquistas para a amada Uberaba. A cidade deixou de ter um “ porta voz” autêntico. O prefixo atual é TV- Bandeirantes, cuja administração está centralizada em Uberlândia. A comunicação na terra de “Doca’, levou um tiro pelas costas, chamado incompetência !...Tchau Uberaba ! Abraço do “Marquez do Cassú”.
Cidade de Uberaba
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