Recentemente
César Vannucci,um dos maiores nomes do jornalismo mineiro, uberabense de cepa,
esteve na terrinha proferindo palestras na ADESG e na ALTM. Como sempre,
sucesso absoluto.Mas, não são as “falas” do César que quero lembrar.Madrugada a
dentro, lembrando e relembrando “coisas da terrinha”, enveredamos pela
lembrança de nomes da saudosa e outrora sempre combativa imprensa uberabense.
Começamos
pelo Raul Jardim, um dos donos do falecido “Lavoura e Comércio”, mais de 100
anos de circulação na cidade e região.A saudade foi relembrando nomes, Rui
Miranda, Maurilio Cunha Campos, Jorge Zaidan, Joel Lóes, Rui Mesquita, Rui
Novaes, José Veloso Guimarães, Santino Gomes de Matos, José Mendonça, Ramon
Rodrigues, Farah Zaidan, Geraldo Barbosa, entre outros brilhantes jornalistas
que descansam na Paz Celestial.
O
“papo”girou sobre o Raul, de fulgurante e fulminante raciocínio de profissional
brilhante.Mesmo doente, ( a doença atropela, a doença aniquila, mata !)Amigo
dos amigos , lealdade ímpar,Raul sempre foi um jornalista independente, sem cabresto,
fiel aos seus ideais.Teve inimigos? Não sei. Adversários ? Claro ! Raul
transcendeu em amor ao próximo, servo da Justiça, paladino da liberdade! Raul,
poderia ter sido um homem rico de posses materiais,avarento, vendilhão, apegado
ao dinheiro,prostituto de ambições desmedidas.Não ! Preferia a singeleza das
palavras ,atitudes dignas, honestidade de propósitos e princípios.Despido de
bens pessoais,acendrado amor a sua Uberaba. Merecia maior respeito. Uberaba
muito lhe deve.
No
“outro” jornal, o “Correio Católico”, (chegou a ter 12 mil assinantes na cidade
e região !), “sepultado” de forma impiedosa, por razões até hoje desconhecidas,
um profissional se pontificava com méritos inatingíveis:Jorge Zaidan, mestre
dos mestres! Modelo de homem que veio à Terra ( e Deus perdeu a fôrma...) para
servir e nunca ser servido. Nasceu com o estigma de bom, humano,
decente,correto, líder , servidor emérito, olhava o próximo como a si mesmo.Só
fazia o bem. Suas mãos só atiravam flores.Jorge, morreu muito novo, embora os
bons não morrem...moram no plano espiritual, espargindo amor, alegria, justiça,
bem querer, onde, à direita do Pai, tem assento permanente.
A”leva”
dos bons jornalistas no Céu,é grande e nos deixou exemplares lições.Os artigos
de Juvenal Arduini, a coragem do Padre Fialho, ..quem ousava contestar as aulas
literárias de Santino Gomes de Matos ?Quem se atrevia duvidar das
reportagens-bomba do intrépido Rui Mesquita,que morreu no Rio de
Janeiro,chefiando a redação do “Repórter Esso”,da Rádio Nacional ?Quem não se
contemplava com as verdadeiras homilias de D.Alexandre, no “roda pé”, do
“Correio Católico?”. Quem não se “abastecia” lendo as noticias esportivas de
Ramon Rodrigues,no”Lavoura”?e a lidíssima coluna social,”Observatório”, de
“Galileu”, pseudônimo do imortal Ataliba Guaritá Neto ?Os sensatos e ponderados
comentários esportivos de Farah Zaidan, no “Correio Católico”? Joel Lóes,
deixou o “Correio” e foi brilhar como editor-chefe deTurismo, do tradicional e
centenário” Estadão”?.
Reputações
ilibadas e credibilidade junto a milhares de leitores, esses jornalistas
uberabenses, conquistaram a confiança dos leitores, sem recorrer a empregos
oficiais (Prefeitura,Câmara,Autarquias, Fundações,Arquivos e etc...)
O
“papo-saudade”entre César e eu,varou a noite.Geraldo Barbosa,acamado e Padre
Prata,em viagem,foram,gostosamente, lembrados.Nós dois, da “velha guarda”,ainda
na ativa profissional, acobertados pela Lei 972, da revolução. Jornalismo, além
da devoção e vocação, é um ato de doação “...Hoje...bem...hoje...
Luiz
Gonzaga de Oliveira