quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Memórias do desfile de “7 de setembro” em Uberaba


Desfile dos alunos do Colégio Triângulo Mineiro, na esquina da Rua Arthur Machado com Avenida Leopoldino de Oliveira.     Ano: 1955

Acervo: Universidade de Uberaba (Uniube)      

Colégio Triângulo Mineiro, entre a Praça Rui Barbosa e a Rua São Sebastião.

                                                   
Ano: 1955


Foto: Autoria desconhecida


Acervo: Universidade de Uberaba (UNIUBE)

Infantes e Cavalarianos do 4º BPM em formação defronte ao antigo casarão do coronel Artur Machado, no início da Rua Vigário Silva.

(Foto cedida por Olga Alexandre de seu arquivo pessoal)

Em trajes de gala, a banda do 4º BPM desce pela Praça Rui Barbosa e encanta as crianças de Uberaba. O casarão ao fundo foi demolido por volta de 1935 para dar lugar ao prédio do Jockey Clube. Mais acima, vemos as marquises do Cine Theatro São Luis, reformado e reinaugurado em 1931.

(Foto cedida por Olga Alexandre de seu arquivo pessoal)

Banda do 4º. Batalhão da Polícia Militar -  Ano: 1950.
  Acervo: Arquivo Público de Uberaba
            
Alunos do Colégio Diocesano no Estádio Dr. Boulanger Pucci -
década de 1960.

                Banda do 4º. Batalhão da Polícia Militar –  07 de Setembro de 2000               
Acervo: Arquivo Público de Uberaba
          
Uberaba Tênis Clube – década de 1940.
Acervo: Arquivo Público de Uberaba
Desfile de 7 de setembro 1960 - alunos do colégio N. Sra das Graças.
(Foto acervo pessoal de Maria Luisa Jô Andrade)

Soldados do Tiro de Guerra final da década de 1990.
Acervo: Arquivo Público de Uberaba

Desfile de 7 de setembro, defronte aos Correios e Telégrafos, em imagem aérea.
                                                década: 1980.
(Foto do acervo pessoal do jornalista Paulo Nogueira)  
Soldados da Guarda Municipal final da década de 1990.
Acervo: Arquivo Público de Uberaba

Fanfarra do Probem na Avenida Leopoldino de Oliveira final da década de 1990.
Acervo: Arquivo Público de Uberaba

Desfile 7 de Setembro 1957 - Desfile dos Barbeiros.
 (Acervo pessoal de Saulo Castello Branco)


Equipe de judô do colégio Cristo Rei de Uberaba.
 Comandado pelo Professor Tranquilo Baliana.
Soldados do Tiro de Guerra 1987.
Acervo: Arquivo Público de Uberaba
                      Empresa de Correios e Telégrafos – ECT -  década: 1980.

               (Acervo pessoal dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos).                 

                             Empresa de Correios e Telégrafos – ECT -  década: 1980.

               (Acervo pessoal dos funcionários da Empresa de Correios e Telégrafos).                 

Desfile 07 de Setembro – Avenida Leopoldino de Oliveira 1985.
Acervo: Arquivo Público de Uberaba

Alunas do colégio Cristo Rei - década: 1970
 Acervo: Arquivo Público de Uberaba

Colégio Estadual Tiradentes da Polícia Militar de Minas Gerais.
(Foto do acervo pessoal de Vinícius Martins)
Colégio Estadual Tiradentes da Polícia Militar de Minas Gerais.
(Foto do acervo pessoal de Vinícius Martins)
 Alunos do Nossa Senhora das Graças. 7 de setembro de 1979
(Foto do acervo colégio do Nossa Senhora das Graças.)

Premiado fotógrafo e documentarista José Severino Soares

Cultura e História: Iniciamos hoje a publicação de uma série de curiosidades sobre as Artes em Uberaba. E neste primeiro post, vamos falar da fotografia!

José Severino Soares

José Severino Soares

José Severino Soares
Em 1875, viveu em Uberaba o premiado fotógrafo José Severino Soares. Além do amor à arte, Severino lutava pra ganhar dinheiro com sua paixão. Mas como a fotografia não lhe rendia o suficiente, ele apelava também para o comércio de sal. José Severino foi premiado na Exposição Nacional de 1875, destacando-se na fotografia e revelando sua importância na história desta arte em nosso município.

Pesquisa/texto: Miguel Jacob Neto

Colaboração: João Eurípedes de Araújo


Fotos: Arquivo Público de Uberaba

sábado, 2 de setembro de 2017

“DOCA” E O “ TERRA MADRASTA“


Orlando Ferreira, o “Doca”, ao escrever “Terra Madrasta”, sabia que o livro teria a maior repercussão na então provinciana Uberaba e seria objeto de ataques frontais. Não tremeu! Seu acendrado amor pela terra que o viu nascer, falou mais alto. Não se intimidou ao elogiá-la, manifestar seu desagrado pelo que a terrinha passava; mormente a classe política ( tal e qual como hoje, opinião minha...)que dominava a outrora e saudosa “Princesa do Sertão”.

Se Uberaba não mais progrediu,deveu-se ao nefasto e preguiçoso “trabalho” dos nossos políticos , provados pela incompetência, exceção ( opinião minha...)aos sempre lembrados Leopoldino de Oliveira, Hildebrando Pontes, Fidélis Reis e Mário Palmério.Uberaba esperava mais de seus representantes , inclusive os que aqui apoitaram suas canoas. Tiveram atuação de dar dó desde à época da pouca lembrada “revolução de 64”, também tão madrasta quanto o livro de “Doca”, com a sagrada terrinha, até os dias de hoje.

Uberaba cresceu praticamente como uma filha órfã.Não fosse a nossa privilegiada posição geográfica, banhada pelo nosso “melhor político”, o Rio Grande, não sei o que seria do nosso sagrado torrão, tão carente de efetivas e trabalhadoras lideranças políticas. Meu ilustre e fraterno amigo, João Euripedes Sabino, Presidente da ALTM, descreve com maestria, a figura imponente e contraditória de Orlando Ferreira, o “Doca”. Assim ele se expressa:

-“Homem lúcido, audaz, nascido sem medo, comunista assumido, espiritualista ardoroso. Uns o vêem como fascista.Discordo. Polêmico? Sim. Desequilibrado ? Não ! Cometeu excessos ? Pode sim. Quem não os cometeu até em nome de Deus e da Paz?Não fosse “Doca”, a história de Uberaba seria narrada com a marca “chapa branca” e à revelia dos “poderosos”,tentando mascarar a verdade dos fatos.

Orlando Ferreira,o “Doca”

Em longo e seguro depoimento inserido no meu livro “Terra Mãe”,João Euripedes Sabino, escritor e poeta, analisa:- “Pontos explícitos ficaram para mim quanto ao imortal Orlando Ferreira,o “Doca”:-1º.Tão cedo não veremos outro paladino do seu nível- 2º.Excomungaram-no,covardemente,como são todas as excomunhões.Sumiram com o local de sua sepultura no cemitério “S.João Batista”.Não há registro onde descansa seus restos mortais. Nada disso impede que seu nome esteja no patamar da imortalidade”.
Continuo: não há como negar a totalidade dos conceitos e opiniões emitidos(as) por “Doca”, no seu livro “Terra Madrasta”. Pena que a única edição do livro, não esteja ao alcance da população. Felizmente, tenho original exemplar... Uberaba, com todos os pesares e apesares, continua sendo uma cidade para ser amada, querida,festejada, glorificada, vivida e, apaixonadamente, uberabensemente, NOSSA!

Se ontem os políticos eram “mandões”, violentos, bravos e valentes, mantinham “currais eleitorais”, os “políticos” de hoje, encastelados na administração municipal, estão “oferecendo” empregos em troca de “saídas sexuais” nos motéis d cidade....Vergonha !


Luiz Gonzaga de Oliveira

Jerry Lewis - Ator e Diretor



MOCINHO ENCRENQUEIRO

Realidade e Comicidade


Guido Bilharinho


A comicidade de Jerry Lewis (1926-2017), ator e cineasta, advém da conjunção de dois fatores, que compõem distintos níveis estruturais de seus filmes.

           Um, a subversão da normalidade, que direciona a narrativa, imprimindo-lhe orientação precisa e coordenada visando extrair dos fatos a hilaridade ao interferir na sua articulação interna.

          Outro, sua performance como ator, implicando em desenvolvida capacidade histriônica e atilada percepção dos meios e modos corporais, faciais e comportamentais apropriados.

         Isoladamente, cada um desses elementos não produziria o resultado pretendido e alcançado, visto que as situações vivenciadas exigem ambos para agasalhar seus tipos e maneira de agir.

  Há, pois, perfeito entrosamento entre eles, num inter-relacionamento (personagem/acontecimento/comportamento) orgânico e organizado, estabelecido segundo as normas indicadas e ditadas pelas possibilidades pessoais de Lewis.

         Sem ele, as ocorrências expostas careceriam de comicidade, já que, além da mencionada adequação entre indivíduo/personagem/fato, as subverte, circunstância que, se inocorrente, também não atingiria o efeito pretendido.

         O filme Mocinho Encrenqueiro (The Errand Boy, EE.UU., 1961), que Lewis dirige e no qual atua, enquadra-se nessa fórmula, que se o é, decorre de criação própria que, por sua vez, atende e corresponde à sua faculdade de estar e se posicionar no mundo, categoria superior à simples representação ou ao modo peculiar de ser e agir.

         A ação transcorrida em grande estúdio cinematográfico hollywoodiano é sucessão ininterrupta de atos procedimentais subvertedores, que, alguns, refugindo à sua iniciativa por conter carga própria de comicidade (as duas cenas do elevador), mas que sem sua presença não seriam tão significativas e, certamente, nem seriam divertidas, como as milhares de cenas de elevador, se também não fosse a sina da personagem de atrair sobre si certas dificuldades.

      Nas principais situações de alta comicidade, algumas resultam exclusivamente de seu modo de agir (cenas dos pacotes, da entrega do roteiro de filme, do relógio de ponto, do manequim e do acompanhamento musical na sala de reunião da diretoria de estúdio), outras repartem-se entre sua atuação e a de outras personagens, cujos comportamentos também contêm doses de humorismo (o “almoço” na própria repartição e a venda dos feijãozinhos às crianças).

   A sequência do acompanhamento musical é antológica, revelando não só suas habilidades histriônicas como domínio dos ritmos musicais, permitindo esses elementos que se tenha uma das mais brilhantes cenas de pura interpretação, na qual a adequação e a sincronização gestual e facial de Lewis com o ritmo musical são perfeitas.

      À semelhança do ocorrente em outros de seus filmes, nesse acontecem também lances românticos alheios às influências jocosas, nos diálogos com os bonecos do palhacinho e da magnólia, que fogem inteiramente da ambiência fílmica, revelando outra (ou a outra) faceta da personagem.

      De todo modo, os acontecimentos fílmicos e a performance de Lewis não são cinematográficos, tendo valor próprio, independentemente do meio utilizado para sua consecução e expressão, podendo manifestar-se em palco de teatro, arena de circo, cena de rua ou estúdio de cinema, aplicando-se-lhe o que de Chaplin observou um crítico paulista, Paulo Emílio Sales Gomes, “Chaplin é Cinema?”. Mas, sem dúvida, o cinema não só os ampliam como infundem-lhes perspectivas de aproximação e movimentação inexistentes nos demais espaços.
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Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 (https://revistadepoesiadimensao.blogspot.com.br) e autor de livros de literatura, cinema e história do Brasil e regional, publicando atualmente no Facebook os livros Obras-Primas do Cinema Brasileiro e Brasil: Cinco Séculos de História.

“DOCA” E O “ TERRA MADRASTA “

Orlando Ferreira, o “Doca”, tecia criticas acerbas na imprensa local. Não suportava o “Correio Católico”, por estar a serviço da religião católica.Monsenhor Inácio, era o alvo preferido das suas críticas. O “Lavoura e Comércio”, era tratado como “ órgão oficial do município...Suas noticias dúbias, chegavam às raias do absurdo. Era o jornal que “mordia e assoprava” ao mesmo tempo.Ao passo que denunciava fatos da cidade,elogiava o intendente (prefeito) e encobria fatos que estivessem ligados aos “manda-chuvas” da terrinha. Digo-lhes:- “que premonição, hein,”seo”Doca”? Parece que está vivendo na terrinha nos dias de hoje”...

Só que o servilismo atual perdura. Não existem mais os formadores de opinião. Editorial que representava o pensamento da folha , por aqui, está fora de moda...Vive-se a era do “ não se vende espaço, vende-se opinião”. Que tristeza, né “seo”Doca?...Ninguém pergunta porque deixaram de circular a “Gazeta de Uberaba”, o “Correio Católico”, o “Cidade Livre”, as rádios Difusora e P.R.E.-5, pioneiras na radiodifusão do interior no Brasil Central, a TV- Uberaba,primeira geradora local de televisão! Espremeria babas no canto da boca,ao saber que ninguém chorou, nem lágrimas de crocodilo, por mortes assás prematuras...

“Doca” afirma no “Terra Madrasta”:-“Em Uberaba ,nunca houve uma eleição limpa, livre e decente. Sempre campeou a mais desbragada imoralidade, a mais pérfida corrupção. A arma dos chefões políticos uberabenses ,exceção de alguns poucos e raríssimos, sempre foi cheia de bobagens, cretinas e idiotas. Uma grande parte dos funcionários municipais,é partidária do “chefão”,que não vacila em prostituir-se no cargo que desempenham, pondo-o a serviço do “mandão”para execução de planos criminosos e indignos”. Em tempo:-Se “Doca” soubesse que secretário “canta” pretendente de cargo público com promessas de sexo, por certo, desancaria o Prefeito, esperando que ele afastasse o mau elemento, companheiro de equipe, até que o caso fosse solucionado.Se inocente, retornasse: culpado, demitido...

Prossegue”Doca”:- “Os partidos políticos de Uberaba , são quase sempre compostos por indíviduos sem honra,caloteiros, sem patriotismo, sem cidadania, sem instrução, de uma ignorância apavorante , quase boçais, alguns até incursos em artigos do Código Penal, que, em vez de dirigir o povo, deveriam estar na cadeia”. À pág.136, “Doca”, sentencia: - “ Uberaba não deve ao Chefe político nenhum favor. Só tem a lamentar as desgraças ocasionadas por ele”...

Como advinho e visão “júlioverdiana”,parece que “Doca”vive na Uberaba dos dias de hoje. Se soubesse que aqui prostituto se alía ao marido traído, secretário que oferece emprego em troca de desejos sexuais, que secretário namorado, dá o “cano” na ex e a deixa sem poder ter conta bancária, por certo, ficaria ruborizado com as impublicáveis alianças políticas sempre em busca do poder.Poder que fascina, mas também corroe e corrompe...

Se “Doca”tivesse vivo nos dias contemporâneos, na sua “terra madrasta”, encolheria e cobriria o rosto de vergonha ao ver um monte de “farinha do mesmo saco”, gente de todos os partidos políticos abraçados, acomodados no mesmo barco, comendo salada indigesta na mesa de jantar da “casa da mãe Joana”...Tudo em nome o quê? Do poder,claro! E o povão,óóóóóóóóó!!!


Luiz Gonzaga de Oliveira

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

VISTA PARCIAL DA PRAÇA CORONEL MANOEL TERRA

Década: 1950

Foto: Autoria desconhecida

Na parte superior esquerda, vê-se o Praça Coronel Manoel Terra Bairro Nossa Senhora da Abadia; na parte inferior direita, o Mercado Municipal de Uberaba e a Cadeia Pública Municipal de Uberaba.

Na parte superior direita, destacam-se o Colégio Nossa Senhora das Dores, a Capela, a Santa Casa da Misericórdia; e ao fundo, a torre da Igreja Nossa Senhora da Abadia.

População de Araguari comemora os 129 anos da cidade


Araguari, município mineiro localizado na porção oeste do Estado, tem sua formação iniciada, aproximadamente, na segunda década dos anos de 1800. Originária de uma doação efetuada sob cunho sesmeiro à Igreja Católica, o lugarejo se expandiu gradualmente                                                    Município configurado primeiramente, com fazendas e um pequeno núcleo urbanístico, foi identificado popularmente como “Ventania”, sem ter esta denominação figurado em lei.  Devido a sua posição geográfica, era reduto de poeira e ventos fortes na época de escassez de chuvas, o que explica a “popular” identidade.

No ano de 1843, o Decreto 247, de 20 de julho, denominou legalmente o arraial, considerando-o Distrito de Paz, com o nome  de Brejo Alegre.

A partir de 1864, o Distrito foi alçado à categoria de Freguesia ou Paróquia. Para fundamentar essa iniciativa, foi determinada por lei a edificação de uma igreja; anteriormente, havia apenas um local improvisado para orações.        
     A Paróquia de Brejo Alegre ao final do século XIX, era subordinada  ao município de Bagagem, atual Estrela do Sul, e no ano de 1884, a 31 de março,  alcançou sua emancipação política,  conquistando a distinção de Vila. Este momento foi alicerçado na redação da Lei número  2996,  de 19 de outubro de 1882, que criou o município do Brejo Alegre.

A apresentação do Projeto número 154, impetrado pelo Deputado Padre Lafayette de Godoy, junto à Assembleia Provincial, culminou com Lei n° 3591,  de 28 de agosto de 1888, que alterou a categoria do município.

Elevado à condição de cidade, os moradores se depararam com fato bastante intrigante, pois a referida Lei promoveu também a mudança nominal do município, que passou a ser intitulado ARAGUARY.
Araguary usou a grafia imposta pela Lei número 3591, de 28 de agosto de 1888, por pouco mais de quatro décadas, pois as Leis Federais sedimentaram uma mudança ortográfica no país. Com a reforma, Araguary passou normalmente e gradativamente a ser escrita: Araguari.

No ano de 1966 foi instituído o Brasão e a Bandeira do Município, formalizados por intermédio da Lei número 1156 de 7 de julho de 1966.  Logo depois, em 23 de abril de 1968, o município entendeu que o marco histórico de Araguari foi sua conquista de condição de cidade e não sua emancipação política, ocorrida com a efetivação da Câmara Municipal na Vila no ano de  1884.  Assim, instituiu,  por intermédio da Lei número 1323, o dia 28 de agosto – Dia da Cidade, e desde aquela data comemora-se o “aniversário da cidade de  Araguari”.

Outro símbolo do município é seu Hino. Durante muito tempo, Araguari buscou uma canção que representasse a cidade e o sentimento de seus habitantes. Uma conhecida valsa, perpetuada através de gerações, apesar de não ser oficial, permeava sempre a lembrança dos araguarinos.

Assim, no ano de 2004, a Câmara Municipal por intermédio da Lei 4.029 de 28 de maio, obedecendo à força da tradição, instituiu oficialmente a “Valsa Araguari”, como o Hino do Município.

De autoria de Alvarenga e Zequinha Torres, arranjos para harmonia de Messias Garcia, executada por Alvarenga e Ranchinho II, a música, gravada na década de 1940 pela gravadora Odeon, retrata amor e  romantismo acerca da cidade de Araguari.

Culturalmente, Araguari congregou diversas manifestações no decorrer do século XX, como  tradicionais festejos relacionados à religiosidade, festas em louvor ao padroeiro Senhor Bom Jesus da Cana Verde (celebrada a 6 de agosto) e a São Sebastião; a Folia de Reis; Congadas, Moçambiques, Catupés; festas juninas e outras, de cunho popular e erudito, como o Carnaval;  bailes temáticos; concertos; literatura; teatro;  artes manuais, plásticas e muitas outras.

Cidade de gente hospitaleira, com espírito de acolhimento do interior, mas buscando a integração da modernidade e do desenvolvimento em seu espaço urbano, o município segue enaltecendo e preservando tradições culturais, com o olhar atento ao presente e às transformações sociais.

Em 28 de agosto de 1888, Araguary ganhou foro de cidade. Cento e vinte e nove anos depois, o lugar que se formou ao redor da Igreja Matriz, expandiu-se de maneira harmoniosa e a população estimada em 10.633 habitantes no início do século XX, ampliou-se em dez vezes.



Araguari seus filhos reiteram:   “orgulho de Minas Gerais”.





‘Araguari dos meus sonhos                          Araguari, que me viu nascer

Orgulho de Minas Gerais                              Sem ti não sei viver

Relembro os dias risonhos                            Ar perfumado das flores do mato

Da mocidade que não volta mais                 A noite, as estrelas, beijando o regato

Vivo carpindo a saudade                             Tudo a sorrir em mágico esplendor

Saudade que me invade o ser.                      Araguari é um ninho de amor.”

Araguari, que me viu nascer                                       HINO DE ARAGUARI

Longe de você, não sei viver


Fonte: Jornal Gazeta do Triângulo

                                                                                                              

Conquista: Cara Piccola Italia

                                      
Libório Leal

*Jornalista. Escritor

As fotos panorâmicas de Conquista são de autoria do jovem engenheiro elétrico
Lucas Mahler Assunção Valentino.

O Município de Conquista foi criado através da Lei Estadual nº 555 de 30 de agosto de 1911, consoante a divisão administrativa do Brasil. Domingos Vilela de Andrade é considerado o seu fundador, porém, há um seleto grupo de pesquisadores, historiadores que atribuem tal feito ao Cel. Antônio Alves da Silva, grande benemérito da cidade. Sua emancipação Político Administrativo se deu quase um ano depois da criação, ou seja, na data de 1º de junho de 1912.

A cidade de Conquista, localizada no Triângulo Mineiro, nasceu com as expedições que no início do Século XIX vieram explorar a região. As terras que formam o município foram doadas ao português Manoel Bernardes Nazianzeno da Silveira. Elas passaram por vários donos e, em 1888, o Coronel Francisco Meireles do Carmo aqui se instalou, criando um armazém para fornecer mercadorias aos trabalhadores que construíam a estrada de ferro da Cia. Mogiana. Em 1894, o Dr. Crispiniano Tavares, baiano natural de Ilhéus, atendendo demanda de Tenente Cel. Antônio Alves da Silva e Cel. Francisco Meireles do Carmo, fez a planta do povoado, traçando e demarcando as ruas e largas e retilíneas avenidas.

Cara Piccola Italia

Em Minas Gerais, no sudeste do Brasil, encontramos uma cidade que, apesar de pequena, cerca de sete mil habitantes, é conhecida como “Um Cantinho da Itália em Minas”, por sua riqueza, beleza e qualidade de vida e ainda por ter sido adensada populacionalmente principalmente, por imigrantes italianos. Porem, não devemos olvidar os árabes, sírio-libaneses, espanhóis, japoneses e os baianos que lhe deu significativa contribuição religiosa e cultural.

Cidade com raízes na cultura européia (portuguesa e italiana) localizada no Triângulo Mineiro, onde se pode observar rios de águas limpas e encantar-se com o verde exuberante por toda a cidade. Ouvir o canto dos pássaros. Você pode observar ainda a beleza da arquitetura e o colorido dos jardins. Servir-se de comida farta e de boa qualidade. A herança dos imigrantes está presente na organização, na força do trabalho, no casario, na hospitalidade e na simpatia do povo.

Quem visita Conquista, encanta-se com o aspecto urbanístico da cidade. Com avenidas largas e retilíneas e um casario preservando a cidade apresenta ambiente cenográfico, tanto que, tornou-se cenário da novela “O Cometa” da Rede Bandeirantes de Televisão e serviu para inspiração da filha ilustre e escritora maior, Janete Clair, na novela “O Astro”, onde o personagem Salomão Ayala retratou o perfil do seu próprio pai Sallim Emmer, que foi por muitos anos próspero comerciante no ramo de tecidos finos aqui na cidade de Conquista. Além disso, a novela da Rede Globo de Televisão “Vila dos Confins” do escritor Mário Palmério, relata a saga dos primeiros habitantes colonizadores do Sertão da Farinha Podre, trazendo relatos e aspectos do relevo geográfico do Município de Conquista. Vários documentários, filmes de curta e longa metragem tiveram como ambiente cenográfico a cidade de Conquista e a paisagem de suas adjacências.

Visitando Conquista o turista perceberá facilmente que a cidade possui qualidade de vida invejável tornando-se um lugar bom para se visitar e viver. Neste ambiente aprazível vive população. A cidade em geral é bem tranquila e bastante arborizada. A violência é quase inexistente e o número de delitos é baixíssimo. A qualidade de vida dos conquistenses é altamente satisfatória.

Hoje, 30 de agosto de 1917, data em que os conquistenses jubilosamente comemoram 106 anos da criação do Município, venho aqui nesta pálida crônica, prestar meu pleito de amor e gratidão a Cara Piccola Italia, ou seja, Conquista: Minha Pequena Itália!!!

   
Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.


Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.


Foto:Lucas Mahler Assunção Valentino.

Conquista, parabéns pelo aniversário de 106 anos!



Conquista foi fundada por Domingos Vilela de Andrade, em 30 de agosto de 1911; porém, há um seleto grupo de pesquisadores historiadores que atribui tal feito ao Cel. Antônio Alves da Silva, grande benemérito da cidade.

Criação do Município (Fundação)

30 de agosto de 1911

Emancipação Política

30 de junho de 1912.

Fundação

A cidade de Conquista, localizada no Triângulo Mineiro, nasceu com as expedições que no início do Século XIX vieram explorar a região. As terras que formam o município foram doadas ao português Manoel Bernardes Nazianzeno da Silveira. Elas passaram por vários donos e, em 1888, o Coronel Francisco Meireles do Carmo aqui se instalou, criando um armazém para fornecer mercadorias aos trabalhadores que construíam a estrada de ferro Mogiana.

Em 1894, o Dr. Crispiniano Tavares baiano de Ilhéus, fez a planta do povoado, traçando e demarcando as ruas. Conquista tornou-se distrito de Sacramento em 1892, desmembrando-se do mesmo em 1911, consoante a divisão administrativa do Brasil.



Em Minas Gerais, no sudeste do Brasil, encontramos uma cidade que, apesar de pequena, cerca de sete mil habitantes, é conhecida como “Um Cantinho da Itália em Minas”, por sua riqueza, beleza e qualidade de vida e ainda por ter siso adensada populacionalmente principalmente, por imigrantes italianos. Estamos falando de Conquista.

Cidade com raízes na cultura européia (portuguesa e italiana) localizada no Triângulo Mineiro, onde se pode observar rios de águas limpas e encantar-se com o verde exuberante por toda a cidade. Ouvir o canto dos pássaros. Você pode observar ainda a beleza da arquitetura e o colorido dos jardins. Servir-se de comida farta e com qualidade.

A herança dos imigrantes está presente na organização, na força do trabalho, no casario, na hospitalidade e na simpatia do povo.



A Denominação

Origem do nome da cidade de Conquista

Existem três versões sobre a origem da denominação do nome da cidade de Conquista:

A primeira, oriunda do fato de lhe ter sido dado o nome por Domingos Vilela de Andrade, coronel, fazendeiro, latifundiário, nascido em Monte Alegre, (MG). Procedente de Ribeirão Preto, SP, onde era grande produtor de café, Vilela adquiriu uma gleba de terras na margem direita do Rio Grande, onde construiu a sede da fazenda denominada, segundo alguns, de Fazenda Conquista.

A segunda, pelo seu sucesso ao conquistar a sua independência de Sacramento; a meu ver a mais remota das três, pois o desmembramento de Sacramento se deu em 1911; o Distrito de Conquista, porém, já existia e foi criado, como pertencente ao termo de Sacramento, pela Lei Municipal nº. 07 de 23 de novembro de 1892, ratificada pela Lei nº. 88 de 10 de setembro de 1901. Portanto, o Distrito com o nome Conquista já existia dezenove anos antes que o mesmo fosse transformado em Município.


A terceira, a meu juízo, é a mais lógica; segundo consta, o nome Conquista foi dado em homenagem ao sertanista e engenheiro Dr. Crispiniano Tavares, um baiano, que meticulosamente fez o traçado e projeto urbanístico da cidade com avenidas largas e retilíneas. Tal empreendimento se deu em razão do mesmo ter sido contratado pelos coronéis Domingos Vilela de Andrade e Antônio Alves da Silva, então, grandes proprietários de terras, sendo que, ao término dos trabalhos, doutor Crispiniano auferiu, além dos seus honorários, o direito de registrar na legenda do projeto urbanístico a denominação de Cidade como Conquista. Isto se deu logicamente em homenagem a cidade de Vitória da Conquista – BA, pois que, nessa época, existia no município recém criado uma leva muito grande de baianos oriundos daquela cidade os quais, fugindo da seca, vieram trabalhar nas lavouras de arroz e café, bem como na construção da estrada de ferro Mogiana. Supostamente, o grande fluxo de hóspedes flutuantes que vieram da Bahia facilitou a escolha, aceitação e principalmente a difusão do nome Conquista.

 Fonte: Prefeitura Municipal de Conquista         

sábado, 26 de agosto de 2017

Associados do UTC aprovam doação de área para UFTM em assembleia


Novas instalações do Hospital de Clínicas da UFTM

Novas instalações do Hospital de Clínicas da UFTM

Em uma assembleia realizada no fim da manhã deste sábado, 26, nas dependências do Uberaba Tênis Clube – UTC, foi aprovada a doação de parte do imóvel para a UFTM. A proposta é que na área doada sejam construídas novas instalações do Hospital de Clínicas da UFTM, ampliando assim o atendimento à comunidade. A reunião foi acompanhada pela reitora da Universidade, Ana Lúcia de Assis Simões, por membros da Reitoria e direção do HC-UFTM que apresentaram aos associados o projeto que será desenvolvido.

Há cerca de dez anos a Universidade, ao constatar a situação do clube, que se encontrava fechado e com o patrimônio dilapidado, apresentou a solicitação de doação da área para a expansão do HC-UFTM e assim das atividades ali realizadas.  Desde então, foram realizadas várias tentativas de negociação, mas infelizmente nada havia prosperado até o momento. Após uma ação do Governo do Estado de Minas Gerais, foi decidido pela realização da assembleia que culminou na aprovação da doação da área para a UFTM. “Quando assumimos a gestão, nós demos continuidade a um trabalho que havia sido iniciado anteriormente. Entendemos que esta área é um espaço privilegiado para a expansão do Hospital de Clínicas  tendo em vista  todo o complexo instalado aqui na região, a infraestrutura física e tecnológica para assistência à saúde. Entendemos que este espaço atende às necessidades do hospital para um horizonte de 30, 40, quiçá  50 anos. Não medimos esforços para continuar o trabalho de negociação que resultou nesta assembleia e felizmente os associados foram sensíveis, tiveram bom senso, entenderam o valor social e humanitário deste ato”, acrescentou a reitora da UFTM. 

Reitora da UFTM, Ana Lúcia de Assis Simões apresentou o projeto aos associados durante a assembleia

De acordo com o presidente do UTC, José Natale de Oliveira, após a decisão da doação, haverá o processo de transição que será definido em conjunto com a Universidade e com o apoio do governo do estado. “Agora nossa comissão do Uberaba Tênis Clube irá se reunir com a UFTM para discutir as regras dessa transição. O importante é que ficasse decidido, neste primeiro momento, se o associado decidiria doar ou não. Decidiu-se pela doação. Daqui pra frente são as regras de transição que têm que contar com o apoio do governo de Minas Gerais. A maioria prevaleceu pela doação da área para a Universidade”, destacou o presidente do UTC.
Área doada e projetos futuros

 A área doada é referente a cerca de um terço do total do terreno do Uberaba Tênis Clube e corresponde ao espaço físico do imóvel que não está edificado. “Toda esta parte que é edificada continua sendo do Uberaba Tênis Clube. Cerca de um terço de todo o total do terreno aqui do UTC é a área que vai ser então doada à Universidade Federal do Triângulo Mineiro para construção de um novo hospital e a ampliação dos nossos serviços de atendimento à população”, esclareceu a Reitora.

De acordo com a reitora da UFTM, o projeto inicial da ampliação do HC-UFTM prevê uma duplicação da estrutura de atendimento. Atualmente, o Hospital de Clínicas disponibiliza cerca de 300 leitos hospitalares, atendimento ambulatorial e de alta complexidade. “Com a constituição desse novo Hospital, a nossa proposta é que tão logo a obra esteja pronta inicialmente dobrar esse atendimento. Então para população isso é um ganho inestimável tendo em vista que as necessidades de saúde são crescentes. Esse é um projeto que nós defendemos arduamente e não medimos esforços para chegar neste resultado”, acrescentou Ana Lúcia.

Agora com a doação da área aprovada será realizado um trabalho em conjunto entre UFTM, UTC e Governo de Minas referente à documentação do espaço. A equipe da UFTM dará andamento às ações de capitação de recursos junto ao governo federal e outros órgãos que possam colaborar com o projeto. Em relação aos recursos financeiros para a construção do hospital, também será realizado trabalho junto aos parlamentares da região na tentativa de garantir recursos por meio de emendas parlamentares. A equipe técnica da Universidade iniciará os trabalhos referentes ao terreno para elaboração dos projetos estruturais e de construção da ampliação do Hospital. “O dia de hoje é histórico para a Universidade Federal do Triângulo Mineiro e para Uberaba, especialmente para toda a população que busca por nossos serviços de atendimento à saúde”, finalizou a reitora da UFTM.

26 de Agosto de 2017.

Fonte: UFMT     

Marco em comemoração ao centenário da elevação do Arraial

Marco em comemoração ao centenário da elevação do Arraial
Lei 28, de 22.02.1836, criou o município de Santo Antônio de Uberaba. No centro -   22.02.1936 - 100 pessoas, em estrada ruim e condução difícil, compareceram ao local, onde Jose Francisco de Azevedo construiu o Arraial da Capelina – a Uberaba - onde o padre José Morais entronizou Santo Antônio e São Sebastiao, padroeiros de Uberaba. A Prefeitura até ergueu um marco comemorativo. Presenças: dom Luiz Sant’Anna, prefeito Paulo Andrade Costa, Juiz Josaphat Dantas, professor Hildebrando Pontes. O José Mendonça foi o orador oficial. O seu discurso foi publicado no Minas Gerais, órgão do Governo, que considera o 22 de fevereiro, Dia do Município de Uberaba”. 


(Arquivo Público Mineiro)

A verdadeira história do Desemboque


Edição nº 1394 - 27 Dezembro 2013

A arquiteta e pesquisadora Virgínia Dolabela 
A arquiteta e pesquisadora Virgínia Dolabela (foto) vem desenvolvendo há alguns anos o projeto 'Caminhos do Desemboque - Notas Históricas do antigo Julgado das Cabeceiras do Rio das Velhas, depois Julgado do Desemboque, atual distrito do Desemboque'. Ela mostra em sua pesquisa, através de documentos de fonte primária, isto é, da época dos fatos, que a história do Desemboque não é bem aquela que nos chegou, principalmente, após a publicação dos livros: PONTES, Hildebrando de Araújo – História de Uberaba e a civilização do Brasil Central – Edição Academia de Letras do Triângulo Mineiro – 1970 e SAMPAIO, Antonio Borges – Uberaba: História, fatos e homens volume 1 – Edição Academia de Letras do Triângulo Mineiro, Bolsa de Publicações do Município de Uberaba –1971. Em entrevista ao ET, Virgínia contou uma história um pouco modificada da que  normalmente conhecemos.
Fontes de pesquisa

Pesquisas em documentos e mapas depositados em diversos locais como: Biblioteca Nacional, Arquivo Público Mineiro, Arquivo Histórico de São Paulo, Arquivo do Exército, e outros, principalmente documentos do Arquivo Ultramarino da época do Brasil Colônia, que estão depositados em Portugal, hoje disponibilizados pelo Projeto Resgate da Universidade de Brasília, atestam a história real do distrito de Desemboque.

Referências do Projeto Resgate como: AHU-ACL-N- Goias -Documentos: nº. 2586 e 2038 – registram que o arraial do Rio das Velhas foi fundado pelo Capitão Pedro Franco Quaresma e tomado posse pelo oficial coronel José Velho Barreto em 3 de janeiro de 1752, a mando “Ilmo. Exmo. Snr. D. Marcos, Governador e Capitão-General da Capitania de Goiás”.



Fato confirmado pelos documentos:

 Notícia Geral da Capitania de Goiás em 1783 (publicada in Notícia geral da Capitania de Goiás , BERTRAN, Paulo (org) -   Brasília: Solo Editores 1996).

Requerimento dos moradores de S. Domingos do Araxá pedindo sua passagem para a Capitania de Minas em 1815, publicado na revista do Arquivo Público Mineiro (págs875 a 882).



Data de fundação do Desemboque

O arraial do Rio das Velhas, sede do Julgado das Cabeceiras do Rio das Velhas, da Capitania de Goiás, foi fundado em 3 de janeiro de 1752, por Pedro Franco Quaresma e dado posse da região para a dita capitania pelo oficial coronel José Velho Barreto, a mando “Ilmo. Exmo. Snr. D. Marcos, Governador e Capitão-General da Capitania de Goiás”. A capitania de Goiás foi criada em 1748 e o então governador para conhecimento e posse de toda a área da capitania toma diversas providências, como levantamentos geográficos, arraiais existentes, população, etc. São diversos documentos que retratam os fatos e a cartografia oficial de Goiás dos anos de 1750 e 1751, mostram claramente que não existia nenhuma povoação na região das cabeceiras do Rio das Velhas, mas somente na antiga estrada para Goiás, passando pelo Porto da Espinha (ou do Anhanguera).

Em diversos documentos cartográficos do século XVIII, existia só a povoação “Desemboque” no Rio Grande, assim como em muitas referências cartográficas os dois aparecem conjuntamente, principalmente  nos mapas dos últimos trinta anos dos setecentos.



O atual Desemboque começa em 1761

O povoamento do pequeno Arraial do Rio das Velhas se deu depois de passados alguns anos, em 1761, quando de Minas Gerais vieram: Manoel Álvares Gondim, Luis Alves Ribeiro, José Rolim, João Fernandes, Manoel Fernandes Prado e outros que abriram as lavras de ouro e se fixaram em toda a região entre o rio Grande e o rio das Velhas. Na igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro a data de 1762 no altar mor é a referência da consolidação do povoado. Em 2 de março de 1766, o Julgado das Cabeceiras do Rio das Velhas foi instituído oficialmente pela Capitania de Goiás para consolidar a posse da região, já em conflito com a Capitania de Minas.

A toponímia “Desemboque” no século XVIII era relativa a um povoado no Rio Grande, na região da atual Usina Mascarenhas de Morais (Peixotos). Fato confirmado por inúmeros documentos, mapas e estudos sobre os conflitos de divisa entre São Paulo e Minas Gerais. Também confirmado pelo requerimento dos moradores de Araxá de 1815.  O Auto de posse de Desemboque em 1861, citado por diversos autores é relativo ao povoado do rio Grande e não do rio das Velhas.

As controvérsias históricas publicadas são consequências das várias tentativas dos governos da Capitania de Minas para a conquista de mais territórios, principalmente para os lados das capitanias de Goiás e de São Paulo, como nas regiões dos rios São Marcos, Paranaíba, Grande e das Velhas. Documentos eram distorcidos de propósito para forçar o governo português a modificar divisas, dar posse de sesmarias, etc. As pesquisas que servem de base para a história que vem sendo contada do atual Desemboque foram feitas basicamente em arquivos mineiros e não levando em conta a existência do povoado no Rio Grande, misturando locais, fatos e datas.

Dos locais das lavras de ouro citados em diversos documentos sobre o Julgado das Cabeceiras do Rio das Velhas, um chama a atenção: a serra do Funil, no atual município de Delfinópolis, que tem o formato de um tabuleiro, contrastando com a então conhecida “Serra do Desemboque” (Peixotos), local de disputas e guerras até a destruição do povoamento nos fins do século XVIII.

O Julgado do Desemboque é criado em 04 de abril de 1816, quando a região é anexada a Minas Gerais e se acredita que foram dois os motivos da mudança do nome: primeiro que na Capitania de Minas já existia um rio das Velhas e uma povoação com esse nome, na Comarca de Sabará. E segundo que a região conhecida como Desemboque, no Rio Grande, era de conflito entre as três capitanias (São Paulo, Minas e Goiás) e o antigo povoado havia sido destruído e os antigos moradores “subiram” para os Arraiais do Rio das Velhas e do Barreiro do Araxá.


Igreja Matriz de Na. Sra. do Desterro

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Desterro foi construída entre 1761 e 1762, e a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos recebe provisão em 1820, fatos já comprovados por documentos do Arquivo Nacional e Arquivo Mineiro, assim como os documentos citados anteriormente.

Em 1820 a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário (já constituída) pede a provisão para erguer a capela, o que nos confirma que existiam os cultos e festejos anteriormente, como o congado, e a data da imagem de Nossa Senhora do Rosário dos fins dos oitocentos, com todas as características do estilo barroco, contrastando com a simplicidade da Igreja.

No Julgado das Cabeceiras do Rio das Velhas existiam guardas, alfândegas, juiz e todas as formas oficiais de controle da extração do ouro, do trânsito nas estradas, da ordem social, etc. Alguns fatos esporádicos levaram ao Desemboque a fama de local de ladrões e malfeitores o que não é verdade, pois é só estudar um pouco a história da colonização do Brasil e perceber que em várias regiões havia conflitos pelos altos impostos, como o “quinto”, cobrados por Portugal e pela posse de terras.

Como nota, vale ressaltar que em todos os documentos e mapas consultados, dos séculos XVII, XVIII e XIX, o atual Rio Araguari está denominado como Rio das Velhas. A referência de que se chamaria Rio das Abelhas começa em alguns documentos tardios da chamada “Conquista” do mestre de Campo “Ignácio Correya Pamplona” (Expedição em 1769) o que de acordo com alguns pesquisadores, já era para provocar conflito e conquistas para a capitania de Minas. Documentos e mapas publicados nos anais da Biblioteca Nacional, do escriba que o acompanhava, confirmam o nome Rio das Velhas e de que a expedição não chegou ao Arraial do Rio das Velhas, que pertencia a Goiás.

Pesquisas sobre a história do Desemboque e sua importância como polo de desenvolvimento do Triângulo Mineiro, como sede de Julgado, de riquezas e conquistas, como rota comercial de Goiás para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, merecem maior atenção das universidades, dos administradores públicos e da população de Sacramento.


Fonte: O Estado do Triângulo                                                   

Câmara faz documentário sobre o Desemboque

 Documentário busca resgatar a história de Desemboque
Nesta sexta-feira (8) o Canal Câmara exibe documentário sobre o valor cultural e histórico do Desemboque, situado no município de Sacramento, a cerca de 100 quilômetros de Uberaba, próximo do Parque Nacional da Canastra. São 22 minutos de informações, entrevistas com historiadores da cidade e fatos históricos sobre o local. A proposta partiu de requerimento do vereador Samir Cecílio (PR), solicitando a parceria da Câmara Municipal de Uberaba para a produção do documentário.

O trabalho de pesquisa teve início com visita técnica ao chamado Marco Zero, local que demarca o início da civilização na região, organizada pelo vereador Samir. A visita contou com a presença do professor e historiador Pedro Coutinho, bem como dos professores Carlos Pedroso e Carlos Sechi, além do ex-vereador José Severino e da jornalista Evacira Coraspe, produtora do material.

Samir destacou a importância do documentário, que resgata a história do desemboque, berço do povoamento do município de Uberaba. “É importante procurarmos conhecer mais, divulgar e despertar interesse nas pessoas, principalmente nos mais jovens”, disse Samir.

No documentário, o vereador ressaltou que, dentro das limitações do seu mandato, vai manter viva a história do distrito, começando por este vídeo, considerado por ele uma medida eficaz para revitalizar o povoado e inseri-lo no circuito de turismo. “Na região já existe uma rota turística, que é a Serra da Canastra, onde existe a nascente do Rio São Francisco e a Gruta dos Palhares, em Sacramento. Então, não é difícil incluir o Desemboque, que tem história para sustentar esse projeto”, justificou.

O documentário será exibido nesta sexta-feira a partir das 15h30, dentro do programa Movimento, simultaneamente na TV Universitária e no Canal Câmara (canal digital 61.1). O programa tem reprise no mesmo dia às 21h na TV Universitária e às terças-feiras, às 13h30, no Canal Câmara.

História - Há 206 anos, no dia 27 de abril de 1807, iniciou-se o povoamento de Uberaba. As primeiras casas de madeira foram erguidas próximo à nascente do ribeirão “Lageado dos Ribeiro”, em terras do sesmeiro e rábula José Francisco Azevedo, oriundo do julgado do Desemboque. O lugar tornou-se conhecido como arraial do Lageado ou arraial da Capelinha, onde havia altares com Santo Antônio e São Sebastião.

O distrito de Desemboque é o berço da civilização do Triângulo Mineiro. No início do século 19, cerca de duas mil pessoas residiam no julgado, que era o lugar mais importante do Oeste de Minas e do Sul de Goiás. Cem arrobas de ouro foram retiradas de suas minas, decadentes por volta de 1810. Havia no lugarejo vereadores, juiz e cartório. Atualmente, cerca 50 pessoas moram na localidade.


Jornal de Uberaba - 07/11/2013