terça-feira, 22 de agosto de 2017

BAR E RESTAURANTE TIP TOP

BAR E RESTAURANTE TIP TOP
O cronista esportivo Ramon Franco Rodrigues, o jornalista Luiz Gonzaga de Oliveira e o colunista Ataliba Guaritá Neto em mesa disputada em badalada noite uberabense da década de 60. O detalhe fica por conta da elegância dos trajes da época....

Bar e restaurante Tip Top -  Década de 70
(Da Esquerda para a Direita)
Morais, Saul Peracio, Joaquim de Oliveira Maia – Quinzinho (em pé), Cacildo Teodoro, Zé Coelho, Dumont (em pé) Dr. Modesto (em pé) e Tercio Camargo, frequentadores assíduos do Tip Top.

(Foto cedida por Luiz Gonzaga de Oliveira de seu arquivo pessoal)

Bar Tip Top

Bar Tip Top
Joaquim Oliveira Maia proprietário do tradicional Bar Tip Top   

   Joaquim Oliveira Maia (Quinzinho) proprietário do tradicional Bar Tip Top ao lado do secretário da Saúde do Estado de Minas Gerais, José Polis na no final da década de 60 e inicio de 70, no comecinho das obras de cobertura do Córrego das Lages na avenida Leopoldino de Oliveira. Na foto aparecem as árvores sendo cortadas e os paralelepípedos ao longo do córrego retirados.


(Foto cedida por Luiz Gonzaga de Oliveira de seu arquivo pessoal)                                         

Bar Caramanchão – Solar dos Teixeira

Bar Caramanchão – Solar dos Teixeira


Rua Segismundo Mendes

Foto: Autoria desconhecida

(Arquivo Público de Uberaba)

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Praça Rui Barbosa - Centro da Cidade de Uberaba

Praça Rui Barbosa - Centro da Cidade de Uberaba
“Após a instalação da Câmara Municipal da Vila de Santo Antônio de Uberaba, no Largo da Matriz, em 1837, foi autorizada, ali, pelos vereadores, a construção de um chafariz. A água viria do “olho d’água do Indaiá”, conduzida por bicas de tábuas. O chafariz foi um fracasso, a água não veio, e o povo o apelidou de “catacumba seca”.

       Em 1882, o professor Cecílio Antônio da Silva iniciou uma campanha, no seu jornalzinho “A Violeta”, para ajardinar o “Largo” já que esta era uma preocupação constante, sem nada conseguir. Em 1885, no mesmo local, foi construído um segundo chafariz, com peças metálicas, circundado por um tanque de tijolos, tendo nos fustes cabeças de leão, jorrando água para a frente leste. Havia ali, ainda, um belo cruzeiro, construído inicialmente pelo carpinteiro, Joaquim Francisco Ananias e concluído pelo artista alemão, Fernando Ankerckrone, que foi demolido em 1896, por ordens do Cônego Aurélio de Sousa.

      Em 1894, José Augusto de Paiva Teixeira (Cazuza), através do jornal “A Gazetinha”, retomou a idéia de ajardinar a Praça, que foi aceita pelo Governo Municipal, Dr. Gabriel Teixeira Junqueira. A inauguração do jardim se deu em 15 de abril de 1894. Era cercado por arame farpado, contornado por um grosseiro passeio de pedra Tapiocanga. As plantas e as árvores cresceram, tornou-se um bosque perfeito, sendo apelidado de “Capão Municipal”, pelo povo.
                Em 1906, o Largo da Matriz, agora, com o seu jardim formado, passou a ter denominação de “Praça Afonso Pena”.

       Em 1911, na administração do Dr. Felipe Aché, o coreto foi transferido para o jardim central da Cidade de Veríssimo – MG, sendo armado em seu lugar um outro, metálico, de forma hexagonal. Na gestão do Dr. Silvino Pacheco Araújo, substituiu-se o coreto por um outro de cimento armado. Ergueu-se também, no lugar da fonte d’água, uma estátua de Cristo. A Praça passou a ter a denominação de “Praça Rui Barbosa”.

       Na década de 1920 foi remodelada, sendo plantadas palmeiras imperiais e lindas árvores.
       Na gestão do Dr. Whady José Nassif, sofreu outra remodelação, perdendo o coreto, as árvores e as palmeiras imperiais. A Coluna de Cristo permaneceu. Foi erguido um monumento em homenagem ao Governador de Estado de Minas, Dr. Benedito Valadares, pelos benefícios por ele prestados à comunidade.

        Por ocasião do Centenário da cidade, 1956, o prefeito Arthur de Melo Teixeira, fez novas modificações na Praça Rui Barbosa. Conservou os monumentos já erguidos e construiu uma fonte luminosa. O calçamento de paralelepípedo foi substituído por bloquetes. A Colônia Sírio- Libanesa ofereceu à cidade uma Estátua de seu fundador, Major Eustáquio, erguida na Praça. Também, nesta época, foi colocada uma coluna, com o busto do Presidente Juscelino Kubistchek.
                A partir de 1967, o Prefeito Municipal Dr. João Guido, transformou a Praça Rui Barbosa em estacionamento de automóveis. Desta vez a Coluna de Cristo foi retirada , sendo transferida para a Av. Presidente Vargas. Os outros monumentos foram mantidos.
Em 30 de Abril de 1971, o Prefeito Arnaldo Rosa Prata, inaugurou, na praça, uma Galeria de Artes e Sanitários Públicos.

Na década de 1980, de estacionamento de automóveis, passou a ser terminal de ônibus coletivos. Amontoaram-se ali uma infinidade de camelôs.

Em novembro de 1990, retornou a estacionamento de automóveis. Em 1992 passou por uma nova reforma sendo arborizada, com coreto e cascata, lanchonete, banca de revistas, sanitários públicos e longos passeios construídos com pedra portuguesa em preto e branco. Os primeiros monumentos foram retirados. O projeto foi do arquiteto-paisagista Ricardo Ney Ururahy” (BLANCATO, 1992).

Praça Rui Barbosa, em 1960.  Em destaque os bloquetes que foram implantados para a comemoração do centenário de elevação de Uberaba, à condição de cidade.


(Superintendência Arquivo Público de Uberaba)

terça-feira, 15 de agosto de 2017

VALENTES E IDEALISTAS NÃO MORREM – I

Valdemar Hial
Amigos não morrem. Mudam apenas de casa. A gente continua vendo-os ,diáriamente. Diz a crença popular que o “ bom amigo não tem defeito”...Valdemar Hial, tinha um grande defeito! Era” muito e leal amigo dos seus amigos”. Escrever sobre o exemplar pai de família, do cidadão correto,”mãos limpas”, professor emérito, querido de colegas e alunos, líder de uma plêiade de profissionais da saúde que receberam um cabedal de experiência do grande mestre, o “ desbravador”de pesquisas, os cursos internacionais que participou,as teses que defendeu, a academia que pertenceu, a humildade quando lhe dirigiam loas, o visionário na instituição que dirigia, tudo, tudo isso, “ é chover no molhado”.

Hial, era o acima descrito e um “buraco mais em cima”. Adorava desafios.Encarava-os com a bravura e estoicismo que só os fortes possuem.Nunca sentiu o gosto amargo do limão que lhe endereçavam. Sabia fazer dele uma saborosa e açucarada limonada. Democrata, sabia perder.Mormente quando a derrota vinha eivada de traições! Respeitava para ser respeitado.O sucesso e a vitória, eram frutos do trabalho.Da decência e dignidade! Benevolente nos percalços da vida agitada, altivo e tranqüilo nos sucessos profissionais.

Valdemar Hial era um homem obstinado.Não temia e nem se acovardava diante dos embates.”A vitória é e será sempre da democracia”,democrata convicto que era. Uberaba soube ser grata ao seu “filho de adoção”?Sei lá...o moço cheio de esperança que veio da simpática Olimpia(S),depois de deixar a pequenina Cardoso(SP) onde nasceu, assomou-se de amores por Uberaba,onde casou,teve filhos e um “montão” de amigos, aqui chegou para “fazer” Medicina, seu sonho de infância,ainda que o pai, “mascate”, quisesse o filho na profissão...

-“Bravo!que seja feliz na terra do” peida lá”, profetizou-lhe ,sacanamente,o saudoso cirurgião dentista, Secundino Lóes, quando o viu descer da charrete que o levava à pensão dos estudantes, na rua dos Andradas...Hial, lembrava-se da frase e ria à cântaros. Seu “curriculum” é invejável. De incomodar seus adversários, inclusive os políticos.Deixa...

Velado no palco do anfiteatro do Centro Educacional e Educativo da UFTM, primeiro “espigão” construído no populoso “Abadião”, na primeira gestão de Hial à frente da FMTM, no inicio dos anos 90, os amigos no velório não cansavam de lembrar o quanto aquele magnífico prédio foi criticado pelos seus adversários que o chamavam de “elefante branco”.Essa história? Depois eu conto.. Obrigado pela atenção.

Luiz Gonzaga de Oliveira             

Paróquia da Imaculada Conceição das Alagoas - Conceição das Alagoas (1878)

Surgimento de Conceição das Alagoas

1º Matriz – construída em 1870 (Pe.Felício Joaquim da Silva Miranda)
     Muito já falamos sobre como desenvolveu a maioria dos municípios do interior do Brasil durante o século XIX, quando aqui se vivia o período imperial.

Em geral, esse processo se dava sobre a égide da “cruz e da espada”:ainda que o tempo de auge dos bandeirantes – esses conquistadores do sertão responsáveis pelo etnocídio indígena que foram elevados pela crônica historiográfica como heróis nacionais – já tivesse terminado e não mais se procurassem indígenas para escravidão, surgia uma procura crescente por terras para uma expansão agrícola que atendesse à demanda  de uma urbanização insipiente. O Triângulo Mineiro foi povoado durante o século XIX, após um traumático processo de eliminação dos habitantes indígenas aqui residentes. Apesar de Sacramento ser umas das mais antigas povoações e Araxá ter sido o primeiro município a ser juridicamente constituído, coube a Uberaba a primazia de se tornar o verdadeiro centro econômico, político e religioso da região  naquele tempo, justiçando assim  o titulo ainda hoje  a ela de “Princesa do Sertão”.

Construída em 1915 (Coronel Helvécio Prata)
  
    O território do município   de Uberaba no século XIX era tão considerável, que poderia  equipara-se ao de alguns países europeus da atualidade. Muitos Povoados foram surgindo e desenvolvendo em seu interior e, à medida que conseguiram certa influência politica e econômica ,obtinham sua emancipação. Assim se deu em 1878 em Conceição das Alagoas. Nos primeiros tempos chamava-se o lugar de “Garimpo  das Alagoas”, em referência  tanto à atividade econômica que ali se tinha – o garimpo – quanto à grande quantidade de alagoas ao redor da povoação – Alagoas.Com a emancipação, o município passou  a trazer consigo o nome de sua padroeira: Conceição  das Alagoas.

Paróquia da Imaculada Conceição
Imaculada Conceição

   Quando ouvimos hoje o termo catolicidade, logo nos vem à mente a ideia de uma igreja universal, espalhada pelo mundo  inteiro, diversa  em carismas e serviços,inculturada em variados países e regiões,mas,apesar e graças a tudo isso, capaz de manter sua unidade com o Papa e com Cristo que é a cabeça da Igreja. Um sinal  dessa catolicidade em nossa arquidiocese pode ser percebido na devoção  aqui criada por diversos santos e santas, em como por títulos marianos pouco tempo depois de seu surgimento  (leitores assíduos vão lembrar-se de quando falamos de Santa Terezinha, devoção  quase imediatamente trazida a Uberaba).

   O dogma da Imaculada Conceição foi promulgado pelo Papa Pio IX através da Bula Ineffabilis Deus, em 1854. Pouco mais de duas décadas depois, nossa catolicidade se manifestava na criação da Paróquia da Imaculada Conceição, em 1878.

 A Paróquia   

   Atualmente, a egrégia e centenária Paróquia da Imaculada Conceição – Senhora de Conceição  das Alagoas - às vésperas de seu cento e quarenta anos de devoção  à Virgem Santíssima e de serviços ao povo daquela cidade por meio da evangelização de seus filhos – encontra-se em período vistoso progresso. Para além das reformas estruturais feitas na igreja matriz e no  salão de festas atualmente em construção, destaca-se  a construção da Casa do Pão, com auxilio  financeiro da CEI -  Conferencia Episcopal Italiana. Em funcionamento já há dois anos, a Casa do Pão possui atualmente vinte equipes de voluntarias e abriga todas as pastorais sociais.

   Oferece sopa todos os sábados, lanche comunitário todos os domingos, jantares uma vez por mês. A Pastoral da Educação se vem organizando para oferecer reforço escolar de Português, Matemática  e Alfabetização. A Pastoral da Criança, em Conceição das Alagoas, recentemente foi listada pelo Pastoral da Criança, como uma das melhores do país. Tudo isso  se deve ao esforço daquela comunidade paroquial conduzida pelo Rev.mo  Padre Jose dos Santos Reis Naves, conhecido por todos como Padre Zezinho.

Vitor Lacerda    

Falece professor Valdemar Hial

Professor Valdemar Hial
A Universidade Federal do Triângulo Mineiro noticia, com pesar, o falecimento do professor Valdemar Hial, 77 anos, na manhã desta segunda-feira, 14.  Valdemar Hial foi diretor da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro - FMTM no período de 1989 a 1993 e de 1997 a 2001. A Reitoria declarou luto oficial por três dias.

Médico, professor, cientista, um homem de inteligência privilegiada, morre vítima de infarto, às 9 horas da manhã de hoje, no Hospital Albert Einstein em São Paulo, o professor Valdemar Hial, formado pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, no ano de 1967, professor titular de Bioquímica, doutor em Ciências pela Universidade Federal de Minas Gerais (Bioquímica), pós-doutor pelo Instituto Nacional de Saúde (nih) dos Estados Unidos da América. Iniciou suas atividades na disciplina de bioquímica como docente e pesquisador, e com seu entusiasmo pela docência e pela pesquisa inspirou grande número de seus alunos a investirem na formação acadêmica e na produção científica de qualidade. Hoje, seus alunos atuam como docentes, líderes de grupos de pesquisa e administradores em várias instituições de ensino e pesquisa de todo o país.

O professor Valdemar Hial conta com a edição de livro didático e dezenas de publicações científicas com elevado índice de citações na área de bioquímica, trabalhos considerados clássicos no campo de enzimas e peptídeos ativos, principal linha de pesquisa na disciplina de bioquímica da UFTM. Cabe ressaltar, também, o seu compromisso com a saúde pública, que também atuou como Secretário de Saúde do Município de Uberaba, e foi membro titular da Academia Mineira de Medicina.

Além da contribuição acadêmica, merece destaque a sua capacidade empreendedora e dinamismo mostrados durante as duas gestões à frente da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, que foram imprescindíveis ao desenvolvimento da atual UFTM. Deixa a esposa Velma Hial e os filhos Déborah, Mônica e Fausto. Em 2012, Valdemar Hial foi homenageado pela UFTM com o título de professor emérito, título honorífico concedido a profissionais que atingiram alto grau de projeção no exercício de suas atividades acadêmicas. Em 2016, Valdemar Hial participou da solenidade de reinauguração do Prédio da Reitoria da UFTM e destacou a emoção em ter participado da história da instituição.

O velório de Valdemar Hial será realizado a partir das 22h desta segunda-feira, no Auditório Esmeralda da UFTM, instalado no Prédio da Reitoria na Avenida Frei Paulino, nº 30, no Bairro Abadia em Uberaba.


“Costumo dizer que o idealista não enxerga obstáculos, sabe o que quer, persegue o que quer, e consegue o que quer. Coloquei meus sonhos e meu ideal a serviço da FMTM. Esse é meu legado.” - Valdemar Hial

Nílton dos Santos, mais conhecido como Nílton Santos

Nilton Santos

A “enciclopédia do futebol”, nome de um dos melhores estádios de futebol do Brasil,bi-campeão mundial (58/62), residiu durante 5 anos em Uberaba.Veio a convite do juiz Paulo Maia,hoje aposentado, Álvaro Lopes Cançado (Nariz),ex-diretor da Faculdade Federal de Medicina e deste insignificante contador de “causos” da santa terrinha, botafoguenses de alma e coração.

Na terra-mãe,já residia outro bi-campeão mundial,Djalma Santos, que peregrinou pelo mundo ensinando a arte brasileira do futebol,enquanto a família ficava na terrinha sagrada.Saudade !Nilton Santos,poderia ter percorrido o mesmo caminho do companheiro. Temperamento calmo,alegre e bonachão,parecia nem pertencer a galeria dos maiores astros do futebol mundial.Nascido na ilha do Governador,era o “jeitão” do carioca tranqüilo,sem preocupação.

Célia,a esposa, 30 anos mais nova do segundo casamento,era mineira de Manhumirim.Feitos um para o outro,amavam Uberaba.Nilton,contratado pela PMU,gestão Wagner Nascimento,lançou,dirigiu e executou um projeto pioneiro para tirar crianças da rua,dando-lhes oportunidade de recreação,educação e instrução escolar-esportiva, o “Bola de Meia”,aonde os garotos estudavam pela manhã; recebiam recreação à tarde.Meninos na iniciação do futebol e as meninas no voleibol, sob o comando da esposa Célia, voluntária do projeto.O “Bola de Meia” foi o embrião do Programa de Educação Integrada- o PROETI - que, infelizmente, não se sabe porquê, deixou de existir...

Amigo de Nilton Santos,Rafael de Almeida Magalhães,então Ministro da Previdência Social,ao visità-lo na terrinha, encantou-se com o projeto e tentou levá-lo para Brasilia.Nilton, resistiu.Porém, Uberaba perdeu não só o projeto,mas,também, a “enciclopédia do futebol”...

Conto-lhes:um servidor municipal, ligado ao futsal da cidade,trabalhando ao lado do bi-campeão,”boicotava”o seu trabalho.Tanto encheu a paciência do sempre calmo Nilton,que um dia,não suportando a carga de “mexericos” do mau colega,agarrou-lhe pelo pescoço e ia enfiá-lo no vaso sanitário da repartição(Sec.Esportes/Turismo)e dar uma sonoro e demorada descarga.O servidor,ainda envolto em “maracutaias”do dinheiro público,foi salvo pelo então secretário da pasta, advogado Ronaldo Reis.
Desgosto e agastado com o acontecido, Nilton Santos aceitou o convite de Rafael e mudou-se para Brasilia, onde realizou o projeto iniciado em Uberaba,todavia, com outro nome. Além de perder uma fantástica personalidade mundial,um excelente funcionário,o “Bola de Meia” não teve sequência.A sagrada terrinha ficou sem um dos seus munícipes mais ilustres.

No livro autobiográfico que escreveu “Minha bola, minha vida”, fala com carinho e saudade , dos anos felizes que viveu na nossa querida Uberaba-bão. Nilton Santos, faleceu no dia 27 de dezembro de 2013,no Rio de Janeiro,com o mal de Alzaheimer . Célia, a eterna companheira,morreu de um tumor no cérebro, na casa de praia que construíram em Araruama, região dos lagos. História que não poderia deixar de contar a vocês...

Luiz Gonzaga de Oliveira

domingo, 13 de agosto de 2017

Festival Sonora – Ciclo Internacional de Mulheres Compositoras

Pela primeira vez, Uberaba recebe o Festival Sonora – Ciclo Internacional de Mulheres Compositoras. De acordo com a idealizadora do projeto, Deh Mussulini, de Belo Horizonte, “o intuito é romper no imaginário das pessoas o mito de que existem poucas compositoras. A hashtag #mulherescriando foi difundida internacionalmente acompanhada de vídeos de mulheres tocando canções autorais e gerou uma grande repercussão dando origem a um grupo de discussões na internet. A partir daí nasceu a ideia de criar um festival que ganhou amplitude e atingiu 21 cidades em 6 países: nascia o Sonora - Ciclo Internacional de Compositoras.

Mulheres de Uberaba e região poderão inscrever suas composições através do link:https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdcYRaE1R8U5p2E-Hr3BwSD8C4UC8TrlOwQaNnMn9WCLiPnTQ/viewform

 O prazo das inscrições é 11 de agosto e a divulgação das selecionadas acontecerá no dia 18 de setembro.
A programação do evento conta com dois dias de rodas de conversa, performances e apresentações:

         24/9 domingo - Abertura do Sonora, na Casa de Giulietta - 16h  (roda de conversa, café, sebo, performances e intervenções focadas nas temáticas feministas).

      26/9 terça-feira - Apresentações e premiações, na Casa de Giulietta - 20h (bandas convidadas e selecionadas e premiações da melhor música pelo juri e melhor música pelo público)

Mais informações: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdcYRaE1R8U5p2E-Hr3BwSD8C4UC8TrlOwQaNnMn9WCLiPnTQ/viewform


 Sara Braga (34) 9.9323-3333
Juba Maria (34) 9.9665-7424
Simone Cavalcanti (34) 9.9681-1296
Jamila Costa (34) 9.9286-5608

Carolina Emília (34) 9.9158-4213





              

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

E LÁ SE FOI...

É triste ver o que fazem contigo terra querida
Uberaba- meu amor- esse trato não merece
Braços abertos a todos que aqui aportam, tem guarida
Não precisa de esmola, ainda que a eles assim parece

II

São tantas as suas glórias- vitórias que o tempo dá
Desprezo, preguiça, frutos de muitos maus tratos
Leal,decente,honesta, sabe sempre que Deus dará
Força,luta,progresso,mesmo sabendo ter filhos falsos,ingratos

III

Trabalho,cultura,cidadania, amor e educação
Uberaba é tudo isso,se quiserem, até mais um pouco
Abriga gente de todos os lados,sem perguntar de onde são
Coração de mãe não se ofende, tem sempre ouvido mouco

IV

Mesmo que a sagrada terrinha guarde com enorme tristeza
Aqueles que zombam de sua caridade,bondade e fidalguia
Os que nada fazem,nem trabalho,muito menos limpeza
Chora de paixão quando os falsos filhos a tratam com covardia

V

Prometem, juram de pés juntos que jamais mentem
Que trabalham decentemente para a terrinha progredir
Na verdade,aninhados nos seus tronos , nada sentem
Usam cargos em proveitos pessoais e só sabem mentir

VI

Eleição ano que vem, começa aos políticos preocupar
Chegada a hora dos votos,inicia a procura dos amigos e amigas
De tapinha e tapinha nas costas ,vão eleitores procurar
Saem de todos os “buracos”, bem pior que as formigas...

V

A sagrada terrinha que sempre esperou deles,benesse
Precisa dar o troco a essa turma sem jaça
Negar o voto dado aos que sempre enriquece
Mostrar de vez que Uberaba, a sagrada terrinha, não é “palhaça”...

VI

Que procurem noutro “terreiro”os votos que sempre buscam
Ficar sabendo que na sagrada terrinha, a “ fonte secou”
Na hora que isso acontecer, certeza! Eles se assustam
Os votos que aqui recebiam, tchau! O “vento levou”...

VII

Vale lembrar, a moeda tem dois lados, verso e reverso
Que não chorem o leite derramado,nem lágrimas de crocodilo
Preguiça, inércia,indolência,”bem-bom”, não geram trabalho,progresso

Perdida a eleição,decepcionados e assustados,ó dó...sentarão “naquilo”...

Luiz Gonzaga Oliveira

EXEMPLO E PERSONALIDADE


Dia desses perguntaram-me qual a personalidade (s)mais respeitada (s) em todos os tempos em Uberaba. Disse ao amigo que dois deles, tiveram o meu respeito e admiração. Mário Palmério, responsável por não ter deixado Uberaba cair no valo do esquecimento da história contemporânea brasileira e tornado a sagrada terrinha,um marco de civilização e cultura. Não fosse Mário Palmério, o que teria acontecido com Uberaba, onde os ricos e poderosos mandavam os filhos estudar nos grandes centros , melhores colégios e Universidades e, quando retornavam formados, eram recebidos com “ honras militares “, banda de música , foguetório e um grande grupo de “puxa-sacos” a dar-lhes cobertura. Palmério acabou com esse nojento privilégio. Trouxe para Uberaba , além de um famoso colégio na época, o Triângulo, as Faculdades, orgulho da cidade, incentivadora e propulsora do nosso progresso, mais tarde, formando a nosso Universidade!

Repito:não fosse Mário Palmério, abrindo oportunidades aos jovens da terrinha, brancos, negros, ricos e pobres, altos e baixos, moças e rapazes,dificilmente se contaria a nossa história como hoje é mostrada ! Incrível, a” montanha veio a Maomé”... 

Outro filho da terra, anterior a Palmério, também político, visão arejada e preocupação constante com os destinos da cidade,Fidélis Reis. Nome de uma das principais avenidas da terrinha,”ex-comenda” de uma forte entidade de classe (acabou?acabou porque?) é muito pouco para homenagear um homem que dedicou sua vida ao seu povo. Fidélis Reis,na década de 30, do século passado, criou o primeiro banco,genuinamente regional, o Triângulo Mineiro, mais tarde encampado pelo Banco Nacional, causador do maior “ rombo” financeiro da história bancária brasileira. Capital exclusivamente uberabense,pequena parcela da cidade do Prata, mais tarde,Ituiutaba, o Banco do Triângulo Mineiro foi um marco extraordinário na economia regional. Fidélis Reis dizia:-“ o lucro do Banco ficará sempre aqui para servir aos nossos conterrâneos”. Enquanto viveu, isso aconteceu...

Não parou aí a saga visionária de Fidélis Reis.Inspiração sua foi fundada a Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, agrupando criadores, produtores e trabalhadores rurais da região, a SRTM, hoje, a internacionalmente conhecida e respeitada Associação Brasileira dos Criadores de Zebu- ABCZ. Fidélis Reis não parou por ai. Pensou:-“ se se cria uma entidade dos produtores rurais, por que não criar uma associação que reúna industriais e comerciantes n a cidade? Surgiu a ACIU, sob a inspiração e liderança do então “nosso deputado”. 

Fidélis Reis,deputado federal, foi autor do projeto ,transformado em Lei, que instituiu o ensino profissionalizante no Brasil.SENAI,depois SESI, SENAC, SENAR, existem graças à atuação desse ilustre uberabense.Ele, ao seu tempo, preocupava-se com o futuro da juventude brasileira e, nas correspondências trocadas com Henry Ford, o poderoso dono da maior fábrica de automóveis do mundo naquele tempo,pensava e trabalhava por uma mão de obra qualificada do trabalhador brasileiro...

Nos dias de hoje, vê-se a importância desses homens públicos para a cidade e para o Brasil. Nas escolas de Uberaba, bem que poderiam contar um pouco da saga desses homens que amaram, verdadeiramente, nossa sagrada terra-mãe. Muitos que batem no peito e afirmam “eu fiz isso, eu fiz aquilo”, deveriam espelhar-se nos verdadeiros exemplos deixados por Mário Palmério e Fidélis Reis. É de chorar que não tenhamos políticos como os de antigamente....


Luiz Gonzaga Oliveira    

UBERABA 1.000 – SEMPRE ASSIM ...

Aqui nasci, vivi na cidade que escolhi
Meus pais, mulher e filhas também
Plagas outras trabalhei.Daqui, saudade senti
Voltei correndo. Não gostei do vai e vem.

II

“Uberaba dos meus amores”, disse o poeta
Concordo. Gênero, número e grau.
Viajando sempre, quando a saudade aperta
Volto correndo,blasfemando de quem dela fala mal

III

Ando triste, muito preocupado, não minto
Os “malandros”dela tomam conta, eu sinto
Fantasiados de políticos, só sabem mentir !
Falácias, promessas, quimeras, só querem nos iludir!

IV

Chegaram “ontem”, bons de “papo” e” meneios”
Devagar vão enganando os nossos trouxas
Não medem trapaças e outros meios
Acreditam Uberaba, uma cidade de gente frouxa!

V

Vereador, Prefeito, Deputados,
Temos de tudo um pouco,
Eleitos, deixam todos frustrados,
Sujos como nariz de porco.

VI

Ontem,”Zé ninguém”, desqualificados
“caça-dotes” de meia-tijela,
A política deixou-os todos abonados
Nadando,folgados, no dinheiro “dela”...

VII

Uberaba, alegre e sempre dadivosa
Bondosa,acolhe “picaretas” de toda parte
Quando acorda e “sente” a “ rebordosa”,

É tarde.”Ganhou” a “longa” do Pedro Malazarte...

Luiz Gonzaga Oliveira

O QUE ACONTECE ?


Um jornal da terrinha, uma coluna bem lida, levantou,recentemente, uma questão deveras preocupante. De alguns anos até a data de hoje, vem acontecendo um acesso muito baixo dos estudantes locais e de cidades d a região, com ingresso na Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Argumentam diretores das escolas que as notas médias dos pretendentes a Universidade, comparadas a outros alunos de outras Universidades, tendo como base a Universidade Federal d e Minas Gerais (UFMG), são infinitamente mais baixas, o que leva a pensar que o ensino médio praticado na terrinha e região, tem que melhorar e muito para equiparar-se aos grandes centros educacionais.

Dirigentes de colégios ao comentar o baixo índice de escolaridade e conhecimento dos alunos pretendentes à ingressar em cursos superiores, estão aquém das metas desejadas a serem obtidas. Isso, faz com que a aprovação nas Universidades, aponta para um aproveitamento que deixa a desejar, ou, em português claro, é sofrível!
Nas escolas públicas então, segundo estudiosos observadores, cujos os cursos são reservados aos alunos neles matriculados e o curso superior para eles reservados,a “coisa” piora... Outro fator relevante ,é o candidato à Universidade, por inteira falta de amadurecimento, quando consegue a vaga, não sabe optar e muito menos decidir, que curso vai freqüentar....Pode?

Dizer que o ensino médio, tanto nas escolas públicas, quanto nas particulares, deixa muito a desejar, é o chamado e conhecidíssimo “óbvio ululante”.Alunos que terminam o segundo gràu, completamente despreparados para ingressarem em cursos superiores. É assustador tomar conhecimento que os jovens, além da péssima caligrafia( poucos se salvam),estão inteiramente “ por fora” das questões apresentadas nas provas dos vestibulares. Verdade!

Raramente conhecem ,ou se dão conta, da vida política nacional/internacional, meio ambiente, história,matemática,geografia, línguas, gente e ou matérias pertinentes. Daí, a proliferação dos “cursinhos pré-vestibulares” que dão aos alunos, um conhecimento e noção,ligeiramente seguros,embora vago, do que poderá “cair” nas provas...

O ensino brasileiro passa por um momento difícil; sem esforço,sem dinheiro nas Universidades,cursos secundários sem apoio e boa vontade governamentais, culminando com a falta de interesse do aluno em aprender. A lacuna tende a crescer.Pena!

Quanto aos que conseguiram alcançar as Faculdades,é outro problema.Estudar mesmo, aproveitar o ensinamento dos professores, interessar-se pelas aulas e pelas matérias,oh! Dó! Moças e rapazes universitários (número considerável...)só querem praticar em verdade, suas “rodinhas” de samba, o cigarrinho “baseado”,drogas, sexo, gênero e outras diversões mais.... Estudar mesmo...E a mesada,infalivelmente, chega no fim do mês...

Preocupante também é a chamada “Educação a Distância “ que, no meu tempo universitário, não passava do “curso vago”....

Luiz Gonzaga Oliveira

Wanderley Martinelli,o Maizena - 44 ANOS BEM VIVIDOS...

Ontem,morria um apaixonado uberabense.Ontem,nascia há 44 anos, um grande adversário do uberabense.Morria Wanderley Martinelli,o Maizena; nascia uma geração de nacionalistas.Destino? Será?Quem sabe?Ou estava escrito...”Maktub”...

Foi numa tarde-noite,debaixo da marquise do”armazém Tupy”,rua Tristão de Castro,esquina da José de Alencar.Em frente, a sapataria do “seo”Calixto Cecilio.Na outra ponta, o “bar Jaú” do Babá Laterza, ponto de encontro da rapaziada do “São Benedito”.No bairro, 2 times de várzea:o “Princezinha” das “bicas”, do “Pombinha”e o “Guarani”, da vila Maria Helena,conduzido pelo “Jairão engraxate”.Um belo dia, resolveram juntar os times.Os irmãos Chiquito e Breno Decina,”Zé Pão” e Fábio Perez, Aflaton Maluf,Ismael Tótoli,Otinho Sabino, Edmundo Silva,recém chegado de Água Comprida,além de alguns outros que a memória me trai em não citá-los, reunidos, iam colocando num chapéu não se sabe de quem, o nome que achavam deveria chamar-se o “novo clube”. Feita a contagem “dos votos”,deu Nacional e a as cores escolhidas,ganhando de um verde-amarelo horroroso e para agradar o Breno Decina, botafoguense de 4 costados...o branco e preto.

O destino reservava ao novo clube, uma respeitável fatia do bolo esportivo da sagrada terrinha.O mesmo bolo que antes ficara balofo nas mãos do falecido “Red and White” e não teve sequência no natimorto Triângulo Futebol Clube...Como que predestinado, o Nacional herdara tudo: cores do pavilhão, paixão dos velhos, arroubo dos moços, volúpia de vitórias e, incrível!grande parte da letra e música do hino apaixonante-“ preto e branco as nossas cores”, cantado sempre com grande vibração e indescritível amor pela fanática torcida alvi- negra !

Como acontece com os clubes tradicionais do futebol brasileiro, torcedores sempre proclamam” tinha que acontecer com o Nacional”... Perder ti´tulo quando tudo está fácil. Ser campeão quando tudo e todos são adversos, perder jogos fáceis e vencer batalhas quase impossíveis ! Assim é e será sempre o Nacional Futebol Clube! Fundado sem a pretensão de ser o que hoje é, o maior rival do Uberaba Sport, os “meninos da “Tristão de Castro”, jamais pensaram que o clube fosse dar tantas alegrias como tem dado, apesar dos inevitáveis percalços...

Velhas figuras “redinas”( famílias inteiras,Decina,Hueb,Cecilio,Abocater,Prata,Salge,Almeida, Stefani, Adriano, Curi, Mauad, entre outros), sentiram um novo alento , uma nova oportunidade de torcer contra principalmente o Uberaba e assim descontar , pelo menos em parte, toda a mágoa que sempre devotaram ao clube das “Mercês”.Era forma de extravasar em gritos e cantos, o amor morto para uma nascente paixão! O Nacional foi criado dentro desse espírito, ainda não quisessem seus jovens fundadores.

Incorreria em erro imperdoável se citasse nomes que cimentaram a grandeza do Nacional.Do primeiro aos atuais dirigentes , suas parcelas e contribuições para o clube são irretocáveis. Só não deram o coração por não sair do peito . Vibram nas memoráveis vitórias e choram, copiosamente, nos amargos fracassos. “ O Nacional é raça !”gritam seus fanáticos torcedores. Verdade cristalina . Não abandonam nunca, o time de coração. A bandeira que tanto amam !

É de admirar a lisura,seriedade que os dirigentes administram e preservam o patrimônio do clube. Campo de treinamento,entrada principal,ginásio esportivo,piscinas, alojamento,arquibancadas, nada é descuidado. Estádio “J.K.”,está sempre nos “trinques”. O clube, “em dia” com suas obrigações sociais,trabalhistas e etc.Cuida com carinho das divisões de base e, logo,logo, voltará à elite do futebol mineiro. É o que todos nós esperamos..

Concluindo: o sempre lembrado Ataliba Guaritá Neto (Netinho), num dos grandes momentos de feliz inspiração, profetizou: -“Nacional, time que dá satisfação a gente !” Ponto final.

 Postado em 02 de agosto de 2017

 Luiz Gonzaga Oliveira

A CRIAÇÃO DA FACULDADE DE MEDICINA

Relembro, hoje a criação da nossa Faculdade de Medicina, incorporada aos dias atuais na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Foi quase ao final da década de 40, do século passado.Mário Palmério, “ o pai do ensino superior no interior do Brasil”, já tinha instalado na santa terrinha, as Faculdades de Odontologia,Direito e Engenharia, abrindo um novo leque de progresso e desenvolvimento na cidade e região.

Na “briga” política da cidade, unidos, estavam o PSD e PTB, na chamada “situação”, enquanto UDN/PR/PSP, agrupavam-se na “oposição”. Numa daquelas outrora famosas Exposições de Gado Zebu, Juscelino Kubistcheck, Presidente da República, pernoitou na cidade para dançar no “Baile do Presidente”, nos saudosos salões do “chic” e austero Jockey Club.

O PSD, partido de JK.era comandado pelo “cacique-mor”,”coronel” Ranulfo Borges do Nascimento. A cadeia pública, defronte ao mercado municipal, estava caindo aos pedaços.Em comitiva, os diretores do PSD “véio de guerra”, como era chamado, foram ,no dia seguinte, ao encontro de JK para solicitar reparos no velho “cadeião”. O Presidente ouviu,calado e sereno, o pedido dos companheiros .Fez uma breve pausa, olho nosso olhos de cada um dos pessedistas.Pigarreou e num largo sorriso, sua marca registrada, disparou :- “Não vou reformar cadeia nenhuma aqui em Uberaba, entenderam ?”. A claque emudeceu,olhando um para o outro. Breve pausa e Juscelino, disparou:- “Vou dar a esta cidade que tanto gosto, uma Faculdade de Medicina, escola superior de qualidade e não uma prisão!”, arrematou.

Palmas ecoaram na ampla sala da residência do Adalberto Rodrigues da Cunha,anfitrião de JK. Naquela mesma manhã,quando as rádios e os jornais, souberam da grande noticia, a incredulidade foi geral.-“Não é possível Uberaba ganhar uma Faculdade de Medicina!”Era verdade! Na “ esquina do enjeitei”, a “fazendeirada” zombava.Não acreditava. Na terrinha, aquele tempo, com pouco mais de 80 mil habitantes, a alegria,euforia,tomou conta da população. Nós que já tínhamos Odontologia,Direito e Engenharia, éramos agraciados com uma Faculdade de Medicina, pois éramos o maior e melhor centro médico do Brasil Central.

Lideranças políticas, classistas, empresariais,médicas,agro pastoris, esqueceram suas divergências, deixaram de lado as picuinhas e se juntaram pela primeira vez para que notável conquista fosse, rapidamente, alcançada. Um comboio d as mais altas personalidades citadinas, se agrupou rumo a Brasilia. Amanhã, conto quem foi e como foi.”
              
Luiz Gonzaga Oliveira    

PUXA SACO

Figura parecidíssima com o “aspone” (assessor de porra nenhuma), é o” puxa-saco”. Elemento muito manjado no seu local de trabalho, o “puxa-saco” é aquele cara que chega, diáriamente, antes do chefe e só vai embora da repartição depois que o “chefe” se despede...É o cara que concorda com tudo o que o superior fala, acata e obedece sempre com um largo sorriso nos lábios, a ordem recebida. Seja correta ou, nem tanto.

O “puxa-saco”,verdade seja dita, não é figura querida entre os colegas. É sempre tratado com desconfiança pela “tchurma”. Tristemente, nos dias em que vivemos, o “puxa-saco” ganha caminho. Portas se abrem. Afinal, ele tem sempre um chefe que se diz líder, mas é incompetente e ganhou o cargo pelo “Q.I.”( quem indica...).O chefe que prestigia o “puxa-saco”, quase sempre carece de afeição,amizade sincera e acaba encontrando no bajulador, a “forma do seu sapato”...

Numa empresa privada, ou repartição pública altamente profissional, o “puxassaquismo” dificilmente encontrará guarida e caminho fértil para progredir. O comportamento do “puxa-saco”concentra somente em atender os desejos, os anseios e vontade do chefe, esquecendo dos seus compromissos com o restante da equipe a fim de realizar um bom trabalho.

Conviver com um “puxa-saco”,ficar ao seu lado, é sempre perigoso. É preciso ter muito cuidado, cautela redobrada, pois ele é imediatista e não poupa meios para atingir uma rápida e nem sempre decente, ascensão profissional.Se precisar pisar no pescoço da mãe.passar um trator no corpo do pai, degolar os irmãos, o “puxa=saco” não tem o menor escrúpulo, pisoteia quem tenta atravancar o seu desmedido projeto. Já presenciei casos parecidos...

O “puxa-saco”,normalmente,aproveita de sua proximidade com o “chefe” , para desqualificar colegas, se sentir ameaçado nos seus objetivos. Não titubeia em “puxar o tapete” do amigo.Quem convive com esse tipo de colega, deve manter-se super vivo, olhos bem abertos, boca fechada, evitando críticas ou comentários à empresa e,também, ao “chefão” amigo do dito cujo. Comenta pela manhã e na hora do almoço, o “papo”,normalmente deturpado, já está nos ouvidos do patrão...

O perigo,precaução que se deve ter desse tipo de pessoa, é que pode levar a empresa a redondos e até, às vezes, irremediáveis fracassos. O “puxa-saco” não mede métodos para subir na vida. Ainda que seja à custa da queda do “chefe”, a quem tanto ele bajulou !...

Luiz Gonzaga de Oliveira

“Causos” do sargento Jacintho Sacramento

PAGUEI, NÃO PAGUEI...

Ficaram famosos os “causos” do sargento Jacintho Sacramento, o mais temperamental e enérgico Delegado de Policia que a terrinha conheceu.Os que privaram da sua intimidade (aliás,muito poucos...),afirmavam que o “hominho era fogo na roupa”.De costumes rígidos,conduta militarista, porte físico avantajado( embora haja controvérsia, pois, dizem outros, era franzino,rosto miúdo), era o que se conhecia: “milico linha dura”...

Com ele, diziam os mais velhos, “escreveu não leu, o pau comeu”. A verdade é que o sargento Sacramento marcou época, no inicio do século passado, em Uberaba.Historiadores uberabenses ao deixarem grandes legados literários sobre a cidade, citam em suas memórias, as peripécias do sargento Sacramento.

Mário Palmério, o imortal escritor de “Vila dos Confins “ e “Chapadão do Bugre”, mesmo sem citar-lhe o nome, numa de suas gostosas narrativas descreve de forma peculiar, a maneira autoritária de agir do lendário delegado.Conta num dos seus livros que Sacramento,chamado à separar uma briga na praça Rui Barbosa, entre dois contendores, apareceu o eterno “puxa-saco”que, ao cumprimentá-lo, teria dito:-Parabéns!Mas que calor, hein chefe?”.Foi o bastante.O truculento policial ,mais que um azougue, ordenou aos seus soldados que enchesse uma “tina d’água” e para espanto dos presentes, debelado o conflito, obrigou o “puxa” atirar a roupa e o colocou na vasilha para “refrescar-se”...Não é preciso dizer que o infeliz contraiu uma forte gripe e dias depois, transformou-se numa pesada e perigosa pneumonia.

As histórias do sargento Sacramento rodaram Brasil afora,tendo como palco central,Uberaba, antigamente conhecida como “Princesa do Sertão”. Uberlândia era tão somente São Pedro do Uberabinha e nada mais!...Voltemos às historinhas do Sacramento.Corria à boca pequena na cidade , que ninguém se atrevia a escrever uma linha sequer contra o sargento-machão. É aquele ditado, “ quem tem... tem medo”...

Certa ocasião, depois de trabalhar um bom tempo para um rico fazendeiro da região, o “peão” não recebera o que lhe era devido.Tentativas e trativas para o acerto, não deram em nada. O coitado do braçal estava sem acertar as contas com o ex-patrão. Condoído com a situação, amigo do “peão”tomou uma decisão:iria levar a pendenga para o sargento Sacramento. Dito e feito.O delegado intimou o fazendeiro, que conhecendo a fama de Sacramento, atendeu de pronto.Frente a frente,patrão e empregado,o patrão não teve como negar a dívida.

-“Toma”, disse indignado, o mau patrão. “-Fica de esmola”!

Humildemente , o pobre homem pegou o dinheiro. O fazendeiro ia saindo, quando Sacramento puxou-lhe pelo braço.-“Vai ou não vai pagar o moço?”, perguntou-lhe. Sem olhar no rosto do delegado, o fazendeiro retrucou:-‘Já paguei.O senhor não viu?”.”Não!”, gritou o sargento Sacramento:-“O que o senhor deu a ele foi uma esmola. Agora trate de pagar o que deve, senão...”

O fazendeiro,mau patrão, não teve outro recurso senão pagar outra vez...Quem paga mal ...

Luiz Gonzaga de Oliveira

DR.HUMBERTO DE OLIVEIRA FERREIRA

Seguindo o exemplo e tradição que só as grandes cidades possuem, Uberaba não pode fugir à regra. Filhos ilustres da santa terrinha enaltecem-na com firmeza, caráter, trabalho e honradez. É sempre bom lembrar a maiúscula figura do Dr.Humberto de Oliveira Ferreira. Quem, pai ou mãe, não levou o filho aos cuidados da mão amiga, competência e carinho do pediatra-cientista, honra e orgulho não só da nossa Uberaba, mas, de todo o Brasil? Ricos, pobres, pretos, brancos, amarelos, gerações e gerações de meninos (as), passaram pelo consultório sempre aberto de Dr.Humberto Ferreira. Filho de médico, Dr. Norberto de Oliveira Ferreira, que clinicou mais de 70 anos em Uberaba, outra não poderia ter sido  profissão de Humberto.

 Sua competência, aliada à inteligência, afloriu já nos bancos escolares. Nunca fez prova de fim de ano, pois, tinha notas suficientes para “passar” de ano, sem a necessidade do exame anual. Do primário ao doutorado em Medicina, na Universidade do Brasil (RJ), foi o único aluno aprovado, com distinção, entre os 170 formandos…

Pesquisador emérito, meticuloso com as suas experiências, com frequência diagnosticava a doença de Chagas em pacientes e, às vezes, em lactantes, fato que o deixava bastante preocupado. A pesquisa de combate a  não dispunha de ajuda oficial ou dinheiro público. Dr. Humberto tirava dinheiro do bolso , exercendo uma autêntica cruzada no campo científico-experimental para combater o terrível mal. Meia centena de trabalhos publicados em revistas especializadas tanto no Brasil, quanto no exterior. Em Uberaba, a existência do Hospital da Criança se confunde com a vida de Dr.Humberto Ferreira. Falar de um é comentar a vida do outro.

Professor dos mais respeitados, lecionou na Escola de Enfermagem das Irmãs Domicanas, hoje extinta, ministrou aulas na saudosa FISTA e na Faculdade de Medicina nossa, durante 25 anos!
Em tempos idos, conversando comigo na falecida e sempre lembrada TV-Uberaba, Dr. Humberto contou-me a grande passagem de sua vida profissional que muitos ouviam falar, mas, pensavam ser lenda. Pasmem:

Certa madrugada, bateram à porta da sua residência-consultório, à rua Manoel Borges. Uma mulher aflita, ofegante, quase chegando às lágrimas, pedia-lhe, por caridade, fosse medicar uma criança, em coma, que não podia ir ao consultório, em extrema pobreza, não tinha dinheiro nem para pagar o táxi. Dr. Humberto Ferreira, mais que depressa, trocou de roupa, pegou sua maleta, tirou o carro da garagem, dirigindo para o bairro Mercês, na rua e casa indicadas pela mulher. Bateu à porta.

 Na salinha acanhada, uma mãe aflita disse-lhe ter sido Jesus que o levara lá. Seu filho estava à beira da morte. Medicado, o garoto salvou-se graças aos medicamentos de primeiros socorros que o médico continha na maleta. A mãe, chorando copiosamente, quis saber como ele fora até sua casa
Calmamente, dr. Humberto Ferreira olhou na parede da sala e viu a fotografia da mulher que, horas antes,o havia procurado Para seu espanto e surpresa da dona da casa, veio resposta:

-“Mas dr. Humberto, essa senhora que o senhor afirma ter lhe visitado para falar do estado do meu filho, faleceu a um par de anos”…
Milagre ou não, o fato foi contado, ao vivo, num programa de televisão e, diga-se, com muita firmeza e convicção pelo Dr, Humberto Ferreira.

Sempre que lhe perguntavam sobre sua vida, sua profissão, essa excepcional criatura de Deus respondia com a humildade dos iluminados:

-“Cumpro a minha missão”…

Luiz Gonzaga de Oliveira                                            

Colégio Cenecista Dr. José Ferreira


Colégio Cenecista Dr. José Ferreira em 1960


Fundado em 1954 pela Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Com o esforço de pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento comunitário, o Colégio construiu seu prédio próprio e hoje já conta com plenas instalações.     

Vista do pátio interno do Colégio


      Simples desde o início, hoje, no entanto, já se urbanizou e tem espaços qualificados para o atendimento de seus alunos, o que cria um ambiente confortável, no qual natureza, cultura, acolhida e atendimento se fazem indispensáveis.     



Colégio Cenecista Dr. José Ferreira em 1970


  Professores recebem os alunos à porta do Colégio. Dentro dele, espaços planejados e ambientes desenhados, como, por exemplo, os painéis e as plantas, integram o projeto paisagístico do Colégio Cenecista Dr. José Ferreira e proporcionam momentos de cultura.    

Vista externa do Colégio na década de 1970

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Arquivo Público de Uberaba digitaliza originais de Carolina Maria de Jesus

Carolina Maria de Jesus
Nesta quarta-feira (28), o Arquivo Público de Uberaba recebeu o secretário de Cultura e Turismo de Sacramento, que disponibilizou a coleção de obras originais da escritora Carolina de Maria de Jesus para ser digitalizados. A ação é fruto de uma parceria firmada entre a Prefeitura de Uberaba/Secretaria de Governo por meio do Arquico Público, com a Prefeitura de Sacramento, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo/Arquivo Público Municipal Cônego Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswik.

O pesquisador do Arquivo Público de Uberaba, Miguel Jacob Neto, destacou a importância de poder digitalizar esse material que será disponibilizado para os interessados em pesquisar sobre a obra da escritora e também poderá ser utilizado para pesquisas internas do arquivo. “É muito importante essa parceria entre os municípios para que haja o estreitamento entre os Arquivos Públicos que só tem a se facilitar o acesso a informações e o desenvolvimento de pesquisas”, pontua Miguel.

De acordo com o Secretário de Cultura e Turismo de Sacramento, Carlos Alberto Cerchi, o material está no arquivo de Sacramento desde 1990, doado pela filha da Carolina. “Com a digitalização esperamos socializar o trabalho da Carolina Maria de Jesus, que é uma autora muito conhecida internacionalmente tendo suas obras traduzidas em mais de 15 idiomas e comercializada em mais de 60 países”, destaca Cerchi.

Estão sendo digitalizados 37 cadernos brochura, que foram manuscritos por Carolina, onde estão obras inéditas contendo peças teatrais, romances, diários, composições de musica, poemas, enfim, uma gama de trabalhos não publicados. Também serão digitalizados os originais dos livros, Pedaço da Fome e Casa de Alvenaria, que não são mais encontrados no mercado.

A responsável pelo Arquivo Público de Sacramento, Eliana Garcia Vilas Boas, pontuou ainda a importância desse material, como um arquivo pessoal físico, onde inclusive os rascunhos estão preservados para análise da obra da autora. “Hoje com os arquivos digitais, na maioria das vezes você apaga o rascunho sobrando apenas o produto final. Já nos arquivos físicos, temos o rascunho e original, o que é uma fonte muito rica para os pesquisadores”, ressalta Boas.

Esse trabalho está sendo realizado para democratizar o acervo de Carolina Maria de Jesus, uma vez que, desde seu centenário em 2014, uma corrente de pesquisadores tem defendido que a autora seja pesquisada em suas obras inéditas, até mesmo para que eles possam desvendar novas facetas de Carolina.

Jorn. Natália Melo
Comunicação PMU

CENAS DA HISTÓRIA DO TEATRO EM UBERABA (1879- 1900)

EPISÓDIO 4 - O TEATRO ABOLICIONISTA EM UBERABA

(segunda e última parte)

A Sociedade Dramatica Abolicionista

A S.D. Abolicionista teve curta duração. No jornal Gazeta de Uberaba, ela aparece em fins de 1883 e desaparece em 1884(pelo que sei até agora).
Nesse período, a companhia teatral apresentou:

Dramas: “Caetaninho ou o Tempo Colonial” e “A Nobreza do Artista”.
Comédias: “Trinta Botões”, “A Pupila”,do autor local, João Ludovice; “Um Marido em Suores Frios”, “Operarios em Greve”, “A Costureira”, “A Esperteza de Rato” e “Amanhã vou Pedil-la”.

Em sua diretoria, trabalhadores intelectuais da melhor qualidade: Belmiro Villarouco, João Fernandes, João Julio Vianna, Joaquim Ignacio de Souza Lima, Lafayette de Toledo e Manoel Felippe de Souza( um dos primeiros espíritas e socialistas declarados de Uberaba). Em palco, além daqueles que os jornais não citam, aparece D. Mariquinhas, esposa de Belmiro.

Se o tempo foi curto, os benefícios que essas pessoas produziram foram enormes. Elas dignificam a Arte do Teatro.

Copio as palavras do Gazeta de Uberaba, de 15 de março - 1884:
“[...] Esta sociedade, composta de alguns moços desta cidade, é digno de louvores e de animação, por concorrer com seu trabalho intelectual para a redenção de nossos irmãos, os captivos. Avante. Que não lhe faltarão as bênçãos dos seus protegidos e os aplausos da posteridade”.

Obs: conserva-se, no texto, alguns vocábulos com a ortografia da época .    

Miguel Jacob Neto  


BLOG DA REVISTA DE POESIA DIMENSÃO

 Guido Bilharinho      

Revista de Poesia DIMENSÃO
A revista DIMENSÃO foi editada em Uberaba de 1980 a 2000, sendo lançados 30 números, alguns duplos. Sua digitalização pela então aluna Taís Iniz de Paiva em projeto do Curso de Letras da Universidade Federal do Triângulo Mineiro idealizado e coordenado pelo professor Osíris Borges Filho permitiu a presente disponibilização. Pelo poeta uruguaio Clemente Padín foi considerada, juntamente com a DOCK francesa e a TEXTURAS espanhola, uma das três mais importantes revistas de poesia de sua época.