Desde cedo convivi, vocação de criança, com a comunicação. Aos 15 anos, alto-falante de rua;depois rádio e televisão. Agora esse tal de “face” não sei o que… O tempo tem sido pródigo comigo. Não me deu dinheiro, fortuna, mas, amizades ricas, família maravilhosa. Amo de paixão, a minha Uberaba. O cavalo passou muitas vezes, “arreado”. Não quis montá-lo. O muito foram algumas passagens por Ribeirão Preto, Londrina, BH. O inesquecível Ataliba Guaritá Neto, Netinho, talento que saia pelos poros, os maravilhosos irmãos Jorge e Farah Zaidan, fizemos um pacto de devoção e amor acendrado à Uberaba. Daqui só sairíamos para o cemitério “São João Batista”. Geraldo e eu, estamos vivos. Graças a Deus…
1937, chegava a PRE-5, grupo de empresários liderados por Quintiliano Jardim. 1953, Pedro Vieira de Souza, Ari de Oliveira e Galdino Carvalho, fundavam a Difusora. Só em 1968, os irmãos Fued e Fauze Hueb, Jorge e Farah Zaidan, José Curi Peres, Edson Prata e esse humilde escriba, fundaram a rádio “7 Colinas”. Profissionais “oriundi” das outras emissoras. Eram rádios “AM”. Não se falava em “FM!”… Gente nova de valor. Fernando Braz, depois “virou” Fernando Vanucci, inigualável!(Até hoje, não apareceu melhor apresentador esportivo que ele..), Antenor Cruvinel, voz incomparável, Haroldo Toti, “ o navio negreiro.. (ele sabe porque…), Romeu Meneghelo, no auge da carreira, Brigido Bianco, um “vozeirão”, Fábio William, destaque dos telejornais da Globo, Luiz Cláudio, o “Bocão”, Ernani Dias Duarte e Waldez Gomes e com eles, David Augusto, repórteres de primeira linha…Reinaldo Rodrigues, “disck-joquey” da moda… , Rubens Zaidan, pouco tempo na terrinha, foi prá S.Paulo, fazer sucesso nos telejornais da Globo…Paulo Nogueira, ótimo em tudo que fazia:reportagem, fotografia, sonoplastia… hoje, é ufologista. Seus irmãos. J.Carvalho e Marco Antônio, marcaram época. Hoje, estão no “plano de cima”. À direita do Senhor.
Depois, a Rádio Uberaba. Primeiro dono, um deputado mafioso: o da “máfia da Loteria Esportiva”, Milton Reis .Mais tarde, o uberabense Fúlvio Fontoura e amigos. Em seguida, o empresário Sérgio Naya, notória figura das colunas policiais…O radialista Edvaldo Santos, atualmente, dirige a emissora pertencente a um grupo de BH. A outra AM, ex-Difusora, e locada ao “dublê” de radialista e deputado, Tony Carlos.
A era FM, e mais nova. Som limpíssimo. Alcance maior. Programação?Deixa a desejar. A maioria delas dedica-se ao sertanejo. Quase sempre de gosto duvidoso. Outras, locam horários para programas religiosos e assim vai…
À rigor, apenas duas emissoras AM se preocupam em dar noticias locais: a “nova JM” e a C. Lúcio Castelano, ontem. Edson Santana e equipe, hoje. A “Sete”, atende ouvintes com o Luis Augusto e a “JM”, com completo noticiário policial com Carlos Paiva . Tanto na AM, quanto FM, alguns programas variados e … nada mais.
Registro, por dever, honra e mérito, um profissional sério e competente: Moura Miranda. 40 anos num só prefixo, é um dos grandes narradores do rádio esportivo brasileiro Tem categoria e classe para trabalhar em qualquer grande emissora brasileira. De Tupaciguara, preferiu Uberaba. Sorte nossa. Valente, destemido, é, talvez, o “último dos moicanos” da “velha guarda” do verdadeiro rádio local. Que perdure mais tempo. Desejo sincero.
Com perspectivas indefinidas do futuro do rádio no Brasil ( as AMs. serão perremptas…)é difícil prever como se portarão as FMs. como veículos informativos , opinativos e formadores de opinião. É aguardar...
Luiz Gonzaga de Oliveira