domingo, 2 de julho de 2017

Antuza Ferreira Martins

      Antuza Ferreira Martins

Uma das páginas mais luminescentes da Doutrina Espírita em Uberaba e também em toda a vasta região do Triângulo Mineiro, chamava-se Antuza Ferreira Martins.

Filha de Manoel Ferreira Martins e D. Júlia Maria do Espírito Santo, nasceu em uma fazenda nos arredores de Uberaba, no dia 09 de setembro de 1902.

Aos 4 anos, acometida de meningite, foi desenganada por muitos médicos, tendo, em conseqüência, ficado surda e perdido o sentido da fala. Posteriormente, mudou-se com a família para Uberaba.

Antuza, segundo Erenice sua irmã a quem carinhosamente chamávamos de Nice, desde pequena via os espíritos. Cresceu dentro de um clima psíquico que não compreendia, nem mesmo os familiares, posto que ninguém na família era espírita.

Quando completou 15 anos, em 1917, a família transferiu-se para Sacramento, cidade que, desde 1904, se transformara em ponto central do Espiritismo em todo o Brasil, pelo trabalho que vinha desempenhando o inesquecível Eurípedes Barsanulfo.

Em lá chegando Antuza foi levada pela mãe à presença de Eurípedes, o qual, ao vê-la, foi logo dízendo da tarefa que deveria desempenhar no campo da mediunidade.

Tornaram-se, a partir daí, espíritas.

Durante alguns meses, quase dois anos, Antuza trabalhou lado a lado com Eurípedes Barsanulfo, ora ajudando na limpeza da farmácia, ora auxiliando na manipulação dos medicamentos homeopáticos. Com esse “estágio espiritual” junto ao grande Missionário da Caridade, Antuza equilibrou-se, aprendeu a viver dentro de suas limitações,a comunicar-se por meio de sinais e as suas faculdades psíquicas ampliaram-se dando-lhe extraordinária lucidez.

Quando Eurípedes desencarnou, em 1918, ela e a família mudaram-se definitivamente para Uberaba. Mas, antes disso, ainda em Sacramento, Antuza encontrava-se desconsolada com a partida do Benfeitor para o Plano Espiritual e chorava muito. Através da mímica e de algumas poucas palavras que com o tempo aprendeu a articular, conta-nos ela que, certo dia, quando, em prantos, ouviu uma voz a chamar-lhe: – “Antuza, Antuza!..” Ela, assustada, ao voltar-se, percebeu Eurípedes pairando no ar a dizer-lhe ainda: – “Não chore. Você precisa trabalhar muito! . . .”

Quando ainda morava em fazenda, uma criança foi levada pela mãe até Antuza para ser “benzida”. A criança estava muito mal, com o abdome muito dilatado. Antuza conversou com os espíritos (via-se que ela estava ouvindo e respondia, com gestos e com balbucios a alguém invisível), estendeu as mãos com as palmas para cima e da espiritualidade desceu uma quantidade grande de fluido esverdeado e luminoso (a irmã mais velha de Antuza era médium e viu essa massa fluídica). Antuza modelou essa massa com as mãos e colocou sobre o abdome da criança, massageando de leve. O abdome da criança foi diminuindo e em poucos dias ela estava saudável.

Quando a família se instalou em Uberaba, contava ela 17 anos e começou a freqüentar o tradicional Ponto “Bezerra de Menezes”, em casa de Da Maria Modesto Cravo. Numa das reuniões do Ponto Antuza recebeu instruções sobre a sua missão do espírito de Santo Agostinho que seria, durante toda a sua vida, seu protetor. Note-se que através da psicofonia de Da Maria Modesto todos os presentes ouviram a comunicação, inclusive Antuza que, apesar de surda, ouvia os espíritos.

Por essa época, Antuza começou a transmitir passes, cuja mediunidade curadora, coadjuvada pela vidência, audição, desdobramento e efeitos físicos, foi empregada para ajuda aos necessitados com raro discernimento evangélico.

Antes de passar a atender em sua própria casa, num galpão construído nos fundos, trabalhou como médium no C. E. Uberabense, Sanatório Espírita e na Comunhão Espírita Cristã, logo que Chico Xavier se transferiu para Uberaba.

A seu respeito, o nosso estimado Chico já se pronunciou em diversas ocasiões, tendo, inclusive, afirmado trazer Antuza “o remédio nas mãos”. Quando homenageado na Capital do Estado, Chico disse que existia em Uberaba uma senhora que, no anonimato de seu trabalho em favor dos que sofrem, deveria ali estar sendo alvo das homenagens prestadas a ele, que reconhecia não as merecer, de forma alguma, e citou o nome de Antuza Ferreira Martins!

Em sua própria casa e depois no “Barracão”, recebia extensa fila de pessoas, entre crianças e adultos. Quantas vezes, após exaustiva concentração, Antuza nos descrevia o problema orgânico, ou espiritual, de quem lhe buscava o concurso carinhoso e abnegado!

Uma senhor obsedada foi trazida amarrada para a casa onde morava Antuza. Era necessário, mesmo assim que várias pessoas a segurassem, ela se debatia e retorcia constantemente. Antuza entrou em prece e daí a pouco uma médium vidente presente viu uma luz vinda de muito alto descer e tomar a forma de Eurípedes Barsanulfo. Este incorporado na médium disse “boa noite, irmãos” e os espíritos que subjugavam aquela senhora afastaram-se imediatamente. Aí Eurípedes pediu que desamarrassem e soltassem a mulher. Ela se tornou imediatamente lúcida e curada daquela obsessão.

Um moça vinda do estado de Mato Grosso chegou até a casa da Antuza andando de “quatro”, isto é como um quadrúpede, sem falar e sem consciência de si mesmo. A família já havia procurado inúmeros médicos sem resultados. Antuza “conversou” com o espírito que a obsedava, fez gestos indicando a ele que se retirasse, fosse embora e em alguns minutos a moça se levantou e perguntou ao pai que a acompanhava: onde estamos? O que estamos fazendo aqui? Na sessão de desobsessão que ocorria à noite no Barracão, dois espíritos vingadores da moça foram doutrinados: haviam sido torturados e mortos por ordem dela quando eram seus escravos e a perseguiam desde então. Faziam-na ficar como um animal e montavam sobre ela, fazendo-a conduzi-los no “lombo”, entre outras coisas.

Além das atividades mediúnicas Antuza ajudava nas tarefas da casa, ao lado de sua irmã Erenice, irmãos e de seus sobrinhos que vieram morar com eles. Fazia tapete de crochê usando cordões cortados de malhas; esses tapetes eram vendidos e o dinheiro era usado para comprar algumas coisas para seu uso pessoal, presentes, brinquedos e outras necessidades.

Conta-nos Nice (intérprete de Antuza para os que não se familiarizam com a sua maneira de “falar” com as pessoas) que, certa vez. uma mulher, chorando muito e extremamente desesperada, ao receber o passe, é indagada pela médium se tinha bebido alguma coisa corrosiva, pois o interior dela estava parecendo “velho”. Ainda em lágrimas, a infeliz irmã lhe diz que, tempos atrás, havia ingerido soda cáustica (!) e ainda sentia fortes dores, encontrando dificuldade de alimentar-se normalmente.

Para que tenhamos uma idéia da presença dos espíritos na vida de Antuza, vejamos o que ocorreu quando ainda era criança. Ela e a mãe, morando na fazenda foram até a horta colher legumes e sua mãe deixou-a; um pouco para trás; nisto, surge uma cobra prestes a picar a menina. Ela ficou como que hipnotizada e, como não falava, não tinha como gritar por socorro. Eis quando, ao seu lado, um espírito, com aspecto de padre, a pega pelos braços e lhe dá um violento impulso, distanciando-a, assim, do peçonhento réptil. Antuza começa a chorar e sua mãe, correndo, chama alguns lavradores, os quais dão cabo da enorme serpente.

Dr. Henrique Krüger, médico uberabense, Agostinho, Eurípedes Barsanulfo e muitos outros a quem não conhece pelo nome, são os espíritos que lhe assistem o trabalho cristão ao qual devotou a própria vida.

Por volta de 1979, Antuza que ainda enxergava, porém surda e muda, vivia em Uberaba na companhia dos irmãos Euphranor e Erenice; e, aos domingos, como de costume, almoçava na casa do sobrinho Antônio Carlos, o qual possuía um piano francês.

Antuza era capaz de ver dentro do corpo das pessoas, a doença que tinha ou não tinha; fazia curas à distância, especialmente à noite.

Após a refeição, Antuza se dirigia para a sala onde se encontrava o piano, e acomodando-se em uma poltrona, permanecia imóvel por mais de uma hora. Depois, levantando-se, vinha dizer em seu modo característico (gestos e fala precária) que Frederico, um rapaz muito bonito, estava tocando piano para ela; e que sua música era maravilhosa. Tai fato se repetiu por anos, e era de conhecimento de toda a família. Certa vez, em visita a outro sobrinho: Euphranor Jr., que era professor de História e possui uma bela biblioteca em sua casa; este entregou à Antuza um belo exemplar de um livro sobre os maiores compositores da musica clássica (nota-se que tal livro continha fotografias de todos compositores, os quais, já haviam desencarnado). Enquanto Antuza folheava o livro, Euphranor Jr. ia lhe perguntando se ela conhecia as pessoas das fotos, o que lhe era negado: “Não…,não…, não!” Em dado momento, diante da foto do grande músico Frederico Chopin ela se manifestou por gestos: “- É ele! Frederico, o moço que toca piano para mim”.

Como Eurípedes, Antuza igualmente “casou-se com os mais pobres”, doando-se inteiramente ao serviço cristão, na edificação do Reino de Deus no coração das criaturas.

Em seus lábios, a palavra “trabalhar” (uma das poucas que conseguia articular com certa nitidez) soava de maneira diferente: é imperiosa e definitiva!

Por mais de 70 anos ela exerceu seu legítimo “mandato mediúnico”. E não são poucos os que, através de suas abençoadas mãos, receberam o amparo do Mais Alto.

Em seu humilde recanto de trabalho, sobre tosca mesa de madeira, cujos pés estão fincados no piso, um único livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, o qual, de quando em quando, solicitava a um dos colaboradores ler uma página.

Nos últimos seis anos de existência física, Antuza ficou cega, agravando as suas limitações físicas e no dia 30 de julho de 1996, aos 94 anos incompletos, desencarnou em Uberaba, em decorrência de complicações naturais da idade avançada.

Antuza, uma “baixinha” de um metro e alguns quebrados de altura, mas um espírito gigante na seara evangélica foi, sem dúvida alguma, uma das mais legítimas representantes da mediunidade com Jesus!

Um exemplo a ser seguido pelos espíritas de hoje e de amanhã!…

(texto baseado no livro “O Espiritismo em Uberaba”, no “Anuário Espírita” de 1997, em um “Boletim Informativo” da AME Uberaba e em informações pessoais de parentes)

Elizabeth Martins



Cidade de Uberaba

EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE 1934 DE FRENTE A SANTA CASA DA MISERICÓRDIA – HOJE PROPRIEDADE DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFTM

Exposição Agropecuária de frente a Santa Casa da Misericórdia
Exposição Agropecuária de 1934 de frente a Santa Casa da Misericórdia – hoje propriedade do Hospital das Clínicas da UFTM. Neste ano foi inaugurada a Sociedade Rural do Triângulo Mineiro – atual ABCZ – Associação Brasileira dos criadores de Zebu.
Acervo: Arquivo Público de Uberaba – hoje propriedade do Hospital das Clínicas da UFTM. Neste ano foi inaugurada a Sociedade Rural do Triângulo Mineiro – atual ABCZ – Associação Brasileira dos criadores de Zebu.

Foto: Autoria desconhecida

Acervo: Arquivo Público de Uberaba

Exposição Agropecuária de 1934 de frente a Santa Casa da Misericórdia,

Exposição Agropecuária - Atual - Santa Casa

Exposição Agropecuária de 1934 de frente a Santa Casa da Misericórdia - hoje propriedade do Hospital das Clínicas da UFTM. Neste ano foi inaugurada a Sociedade Rural do Triângulo Mineiro - atual ABCZ - Associação Brasileira dos criadores de Zebu

Foto: Autoria desconhecida


Acervo: Arquivo Público de Uberaba

Ex-vereador João Antônio Speridião

Ex-vereador João Antônio Speridião , Presidente  da Fifa João Havelange e prefeito Arnaldo Rosa Prata.

Ex-vereador João Antônio Speridião, 94 anos. Por conta de sua popularidade e participação no sindicato dos barbeiros, foi eleito vereador de 1971 a 1973, em época em que não se recebia salário. Atuou ainda como servidor da Câmara Municipal de Uberaba de 1976 a 2009, época em que conviveu com pessoas de renome nacional.


Jornalista Alexandre Pereira

Aparecida da Conceição Ferreira (Dona Aparecida)

Aparecida da Conceição Ferreira (Dona Aparecida)

Nasceu em Igarapava, no dia 19 de maio, provavelmente no ano de 1914. Casou-se, em 1934, com Clarimundo Emídio Martins e teve oito filhos: Ivone Martins Evangelista, Ivanda Martins Vieira, Evani Martins Evangelista, Boanésio Aparecido Martins, Cosme Dasmião Martins, Antônio Brás Martins, Rita Aparecida Martins e Maria José Ferreira.

Após o casamento, morando na Fazenda Santa Maria, aplicava injeção, fazia partos e mantinha uma escolinha, onde dava aula para os peões e os filhos. Posteriormente, na fazenda Nova Ponte, foi professora do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).

Em 1956, já em Uberaba, foi convidada a trabalhar na área de isolamento do Hospital das Clínicas, cuidando de pacientes, vítimas da febre amarela. Um ano depois, o hospital começou a receber os penfigosos¹, que ficavam sob seus cuidados. Em 1958, a situação se complicou e as circunstâncias levaram Dona Aparecida a sair do hospital com 12 doentes e instalá-los em sua própria casa. Mais tarde, o diretor da Escola de Medicina e o Diretor da Saúde Pública ofereceram, por um breve período, o necrotério do Asilo São Vicente. Aos poucos, a situação foi melhorando e os doentes em condição de trabalho contribuíam com sua ajuda.

O jornalista Saulo Gomes, após conhecer Dona Aparecida, em São Paulo, veio a Uberaba, registrou e divulgou todo o trabalho desenvolvido por ela. Muitas foram as contribuições e, em 17 de fevereiro de 1962, a pedra fundamental para construção do hospital foi lançada. Sete anos depois, ele foi inaugurado.

A estrutura criada por Dona Aparecida cresceu, chegando a abrigar sapataria, padaria, confecção, marcenaria, fazenda, granja, farmácia, reciclagem de plástico, consultório dentário, espaço para atividades infantis com monitoramente pedagógico e assistência psicológica e ambulatório para atender pacientes com outras doenças de pele.

Nas palavras de Maria Leocádia de S. Silva (Revista do APU – série Memória Viva – agosto de 2004 – nº 3): …Aparecida não conseguiu viver “só” para os doentes, ela começou a recolher os necessitados de comida, os necessitados de afeto. Seu olhar enxerga mais longe, e ela vê os que precisam e do que precisam. Este é o seu diferencial, cuidar das pessoas por inteiro: saúde, educação, profissionalização, família…

Homenagens recebidas por Dona Aparecida:

Nasceu em Igarapava, no dia 19 de maio, provavelmente no ano de 1914. Casou-se, em 1934, com Clarimundo Emídio Martins e teve oito filhos: Ivone Martins Evangelista, Ivanda Martins Vieira, Evani Martins Evangelista, Boanésio Aparecido Martins, Cosme Dasmião Martins, Antônio Brás Martins, Rita Aparecida Martins e Maria José Ferreira. Após o casamento, morando na Fazenda Santa Maria, aplicava injeção, fazia partos e mantinha uma escolinha, onde dava aula para os peões e os filhos. Posteriormente, na fazenda Nova Ponte, foi professora do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).

Em 1956, já em Uberaba, foi convidada a trabalhar na área de isolamento do Hospital das Clínicas, cuidando de pacientes, vítimas da febre amarela. Um ano depois, o hospital começou a receber os penfigosos¹, que ficavam sob seus cuidados. Em 1958, a situação se complicou e as circunstâncias levaram Dona Aparecida a sair do hospital com 12 doentes e instalá-los em sua própria casa. Mais tarde, o diretor da Escola de Medicina e o Diretor da Saúde Pública ofereceram, por um breve período, o necrotério do Asilo São Vicente. Aos poucos, a situação foi melhorando e os doentes em condição de trabalho contribuíam com sua ajuda.

O jornalista Saulo Gomes, após conhecer Dona Aparecida, em São Paulo, veio a Uberaba, registrou e divulgou todo o trabalho desenvolvido por ela. Muitas foram as contribuições e, em 17 de fevereiro de 1962, a pedra fundamental para construção do hospital foi lançada. Sete anos depois, ele foi inaugurado. A estrutura criada por Dona Aparecida cresceu, chegando a abrigar sapataria, padaria, confecção, marcenaria, fazenda, granja, farmácia, reciclagem de plástico, consultório dentário, espaço para atividades infantis com monitoramento pedagógico e assistência psicológica e ambulatório para atender pacientes com outras doenças de pele. Nas palavras de Maria Leocádia de S. Silva (Revista do APU – série Memória Viva – agosto de 2004 – nº 3): …Aparecida não conseguiu viver “só” para os doentes, ela começou a recolher os necessitados de comida, os necessitados de afeto. Seu olhar enxerga mais longe, e ela vê os que precisam e do que precisam. Este é o seu diferencial, cuidar das pessoas por inteiro: saúde, educação, profissionalização, família…

Homenagens recebidas por Dona Aparecida:

Cidadã Uberabense – CMU (1968), Destaque 1997 – PMU (1997), Cidadã Osasquense – CMO (1999), Homenagem especial – Dia da Consciência Negra – PMU (1999), Troféu Chico Xavier – PMU (2001), Comenda da Paz Chico Xavier – Governo do Estado de Minas Gerais (2001), Ordem do Mérito da Saúde no Grau “Grande Medalha do Mérito da Saúde” – Governo do Estado de Minas Gerais (2004)


Fonte- Acervo Público de Uberaba

ANTUZA FERREIRA MARTINS E DR. JARBAS VARANDA - UBERABA

Antusa e Dr. Jarbas Varanda

Nossos queridos: Antuza e Dr. Jarbas! Saudade e gratidão
Antusa, uma linda página no exercício da mediunidade, a iluminar os nossos espíritos e nos projetar ao tempo das práticas simples do cristianismo primitivo. Vídeo narrado pelo Dr. Jarbas Varanda.

(Vídeo: Jarbas Varanda de seu arquivo pessoal)              

Ponte que divide os estados de Minas Gerais e São Paulo

      Ponte que divide os estados de Minas Gerais e São Paulo

A ponte que divide os estados de Minas Gerais e São Paulo, em Delta, no Triângulo Mineiro.
Quando o primeiro tronco caiu sobre um pequeno riacho e suas extremidades ocuparam as margens opostas, estava inaugurada uma nova maneira de se ultrapassar obstáculos em busca de alimento e de abrigo. Esse jeito natural de interligar, no mesmo nível, pontos separados por rios, vales ou outros impedimentos foi prontamente imitado pelo homem e, na época dos etruscos, recebeu o nome de “pont” (estrada). Desde as primeiras, de troncos de árvores ou pranchas de pedra, a evolução de suas construções levou a humanidade a conceber estruturas duradouras diversificadas: em arcos, em ferro fundido, com treliças ou cabos, em aço ou suspensas em extensos vãos (sob água ou meio seco) e à criação, na França, da primeira escola superior de engenharia civil, a École de Ponts et Chaussées, do século XVII.

Existem as mais famosas (Ponte 25 de abril, suspensa, liga Lisboa à margem sul do rio Tejo; Ironbridge, primeira ponte inglesa de ferro fundido; Ponte de Londres, sobre o rio Tâmisa; Golden Gate Bridge, americana, sobre a Baía de São Francisco; Ponte do Brooklyn, sobre o rio Hudson; Ponte Hercílio Luz, em Santa Catarina, a maior ponte pênsil do Brasil; Ponte Rio-Niterói, com 13,9 km de extensão, e a ponte JK, cartão postal do principal centro político-administrativo do país) e as nem tão famosas, mas brilhantes em sua tarefa de conectar lugares e pessoas, como a nossa Ponte de Delta.

Paradoxalmente, essa ponte que desde 1915 une paulistas e mineiros foi campo de batalha para separá-los, na época da chamada Revolução de 1930. O movimento armado liderado por Minas, Paraíba e Rio Grande do Sul, culminou no golpe de estado que depôs o presidente da república Washington Luís, impediu a posse do eleito, Júlio Prestes, e pôs fim à Republica Velha. Há muitos relatos históricos sobre a árdua batalha, principalmente por conta da estrada de ferro, e quem pôde, como eu, conviver com um avô morador do outro lado da ponte, na época, ouviu casos e histórias de corpos de combatentes descendo o rio.

A estrutura de ferro foi construída para atender à malha ferroviária da Cia. Mogiana que – nascida em berço paulista – cresceu cortando o Triângulo Mineiro e aportou em Uberaba, por volta de 1889. Alguns dizem que as peças vieram da Inglaterra, outros afirma que a ponte tem nacionalidade alemã. O certo é que a partir da década de 1910, a travessia do rio deixou de ser feita com barco ou canoas, para as gentes do lado mineiro (Delta, Sacramento e Conquista, pacatas cidadezinhas que vão devagar, como diria Durmmond), da banda paulista (Aramina, Igarapava) e outras, vindas de estados mais distantes. Quando inaugurada, as pessoas chegavam de todas as localidades para contemplar a beleza. Hoje, o que resta de uma das principais rotas de ligação entre São Paulo e Minas é um conjunto de sustentações, de 324 metros de ferro importado, que guarda marcas históricas importantes, mas que se encontra desgastado, sucateado, cheio de rachaduras, com grades de proteção distorcidas, sinais de infiltração e desprovido de possibilidades de investimentos em sua restauração.
Lenine canta: “A ponte é até onde vai o meu pensamento\ A ponte não é para ir nem pra voltar\ A ponte é somente pra atravessar\ Caminhar sobre as águas desse momento…” e penso que as águas do momento de alguns, quando muito turvas ou turbulentas não oferecem outros caminhos senão os da entrega dolorida. Se muitos se atiraram, e ainda o fazem, da famosa, Golden Gate, ou de outra, sob um céu azul de nuvens fiapentas, não há relato de que isso tenha ocorrido na de Delta, encoberta pelo mesmo céu azul, mas foi sob ela que muitos mergulharam, na profundeza das águas, um futuro inteiro, ao se transformarem – pela bala do inimigo – em corpos correnteza abaixo.

O que, provavelmente, não se passa por nossas cabeças, na vã correria diária, é pensar em como pontes foram e são construídas, em quantos morreram e morrem, durante o processo, deixando nas armações e concretagens, sonhos de um dia atravessá-las e contar que ali tinha seu braço, e no quanto, por mais modernos que estejam as práticas de engenharia e os equipamentos de proteção, haverá sempre momentos de suspensão e, sob os pés, só a forte correnteza da monumental e gorda serpente líquida que, na pressa, de atingir o mar, engole vigas, cabos, roldanas e almas.

Texto: Iara Fernandes   

DESFILE DE 7 DE SETEMBRO 1960 – ALUNOS DO COLÉGIO. GINÁSIO N. SRA DAS GRAÇAS.

Alunos do colégio Nossa Senhora das Graças
Desfile de 7 de setembro 1960 – alunos do colégio Nossa Senhora das Graças

(Foto do acervo pessoal de Maria Luisa Jô Andrade)      

DESFILE 7 DE SETEMBRO – COLÉGIO NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS

Desfile 7 de Setembro – Colégio Nossa Senhora das Graças

Foto: Autoria desconhecida

O colégio Nossa Senhora das Graças nasceu sob a égide daquela que lhe empresta o nome, em decorrência da fé que os proprietários da instituição nela sempre depositaram e depositam.
Em 7 de Março de 1958, foi criada a Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças, entidade mantenedora da escola, estando assim redigido o início do resumo dos Estatutos, publicado no Minas Gerais:

“Sob a denominação “Sociedade Ginásio Nossa Senhora das Graças”, fica constituída, nesta cidade, uma sociedade civil de caráter educacional e cultural, mantenedora do Ginásio Nossa Senhora das Graças e dirigida por um presidente, um secretário e um tesoureiro, respectivamente Prof. Murilo Pacheco de Menezes, Profa. Terezinha Hueb de Menezes, casados, brasileiros, e Salim Hueb, casado, sírio”.

Iniciada a tramitação legal, o grupo idealizador do projeto educacional optou por instalar-se no alto São Benedito, para isso adquirindo área na rua Veríssimo, 103. A construção precisaria ser acelerada, para acolher os alunos ainda no ano de 1958. Em 3 de Junho. do mesmo ano, iniciaram-se as atividades escolares propriamente ditas- por isso a data é o Marco na escola, coincidindo com o aniversário natalício do diretor-presidente: nos primeiros dias de Junho e Julho aconteceram as matrículas para o Curso de Admissão ao ginásio, com a construção em andamento. As aulas inicias do referido curso ocorreram em sala de aula ainda sem telhas, tal a premência do tempo e do espaço. Primeiro aluno.

Marcaram a fase inaugural do Colégio : a imagem de Nossa Senhora das Graças, recebendo os que chegam, e o sino de bronze, para os sinais de entrada dos alunos, ambos comprados em São Paulo por Salim Hueb.

Em 1959, realizados os exames de admissão, funcionaram as quatros séries do curso primário e a primeira série ginasial, esta em dois turnos.

A portaria nº 412, de 20 de Abril de 1959, autoriza o funcionamento condicional da escola durante quatro anos. Foram professores, em 1959: Hilda Barsam, Maria Aparecida Hueb da Silva, Laci Ferreira Sucupira, José Deusdará, Moab dos Reis Pereira, Murilo Pacheco de Menezes, Quintiliana Figueira e Shirley Aparecida Santana.

A portaria nº 615, de 14 de Novembro de 1962, veio “conceder reconhecimento ao 1º ciclo do ginásio Nossa Senhora das Graças”.

Em 1963, começou a funcionar a primeira turma do Curso Normal, enriquecendo de atividades a escola.

A instituição, a partir de 5 de Junho de 1970, passa a denominar-se Colégio Nossa Senhora das Graças, com a autorização de funcionamento do segundo ciclo, ratificando o Ato nº 5, de 15 de Dezembro de 1963.A portaria nº 5, de 30 de Julho de 1971, veio conceder reconhecimento ao 1ºe 2º ciclos do Colégio, tendo sido o Pré-escolar registrado através da Portaria nº 39, de 29/06/74.

Adquirida outra área , construído novo prédio da escola em tempo recorde (seis meses aproximadamente), através da Portaria nº 4, de 28 de Julho de 1971, a Inspetoria Seccional do Ensino Secundário de Uberaba autorizou a transferência da sede do Colégio da Rua Veríssimo, nº103, para a Rua Edmundo Borges de Araújo, nº 90.
Uma lembrança interessante: a primeira escola em Uberaba a adotar calças compridas para as alunas foi o Colégio Nossa Senhora das Graças, no início da década de 70. A ideia era tão arrojada que foi necessário enviar pedido de autorização aos pais, deixando como opção, o uso de saias.

Desde a sua fundação, o Colégio Nossa Senhora das Graças teve como símbolo a efigie de uma águia com o lema: “Ad altiora nati sumus” – “Nascemos para as alturas” -representando a disposição sempre presente de conduzir os alunos a caminho de formação integral cada vez mais ascendente, dentro de princípios cristãos.

A inquietação e dinamismo, que caracterizaram e caracterizam tanto a direção como o corpo docente, fizeram com que a escola não apenas investisse em suas promoções internas, mas participasse de eventos em nível comunitário.

Nas décadas de 60, mesmo um pouco antes, os desfiles de 7 de setembro, e dos jogos olímpicos, promovidos pela União Estudantil Uberabense, eram enriquecidos com a participação maciça dos alunos desse educandário: ficaram célebres os carros alegóricos (o primeiro, em 1959, representando Dom Pedro I e a República), como, por exemplo, um que trazia uma enorme pira dourada girante, tendo, fixa, em seu centro, uma estudante vestida de túnica, feita de recortes de metal, imitando moedas (tingidas de dourado), unidos por argolinhas de arame. Em outro desfile, foram construídas bigas romanas, puxadas por cavalos, conduzidos por alunos em vestimentas características. Uma grande honraria para o Colégio: foi encarregado de ornamentar o carro alegórico que, em 22 de setembro de 1979, comemorando as Bodas de Ouro de Dom Alexandre Gonçalves Amaral, conduziu, amparada por Dom Benedito de Ulhôa Vieira, Nossa Senhora da Abadia da Água Suja.

O Colégio Nossa Senhora das Graças foi o primeiro em Uberaba a formar uma fanfarra feminina, além da masculina, já existente. Na época, as duas fanfarras perfaziam um total de 120 componentes. O uniforme era vistoso: para os meninos, calça branca e blusão azulão, com faixas vermelhas, chapéu alto, azul, com penacho branco; para as meninas, saia vermelha, blusão branco, botas e chapéu brancos, no chapéu, penacho branco. Os penachos eram confeccionados com penas escolhidas de frangos, cedidas pelo Restaurante Pulenta. Os alunos eram treinados pelo Sr. Langerton e pelo prof. Ivan Batista de Andrade.

Houve fatos interessantes, ligados aos desfiles: certa vez, um aluno, João Roberto Rodrigues, passou a noite dentro de um carro alegórico, todo enfeitado, deixando apenas um visor para que ele o dirigisse (era um jipe coberto); de outra feita, estando em moda botas douradas, a equipe do Colégio confeccionou, para as balizas, botas de cano alto, em papel laminado, cobrindo cartolina, dando impressão do material sintético, muito caro na época.

Chamava a atenção, nos desfiles, além dos carros alegóricos, os vários pelotões especiais, inclusive os de balizas, fazendo evoluções com coreografias próprias.
Outras promoções e participações enriqueceram (muitas permanecem até os dias atuais) a história do Colégio, entre outras:

As festas Juninas, com quadrilhas, fogueiras e números folclóricos. Durante muitos anos, o animador das quadrilhas foi o Dr. Edelweis Teixeira, com seu chapéu de Cel. Jacinto.
As feiras de trabalhos artísticos, organizados com as alunas do Curso Normal, sob a orientação da Profa. Mirtes Bruno.

Feiras de Pesquisas e Criatividade (nas áreas de Comunicação e Expressão, Estudos Sociais e Ciências – sob a coordenação da Profa. Maria Aparecida Hueb da Silva. A primeira foi realizada em 1976, sendo inaugurada pelo casal Salim Hueb e Zulmira Correa Hueb.
Criação do Centro Cívico Escolar ” Murilo Pacheco de Menezes”, em 1976.
Missas de formatura, de Primeira Comunhão e em Ação de Graças por ocasião do aniversário do diretor e do Colégio. Como atividades complementares, têm ocorrido reuniões festivas, solenidades de entrega de diplomas e até bailes.

Realização de jogos intercolegiais e intercalasse, havendo grande quantidade de troféus de premiação em variadas disputas.

Participação do Colégio nas várias atividades da Paróquia de São Benedito, com as presenças constantes de Pe. Eddie Bernardes da Silva e Con. Vicente Ambrósio dos Santos.

Participação dos alunos no Concurso Literário ” Vinícius de Morais”, sob a coordenação da Profa. Vania Maria Resende, inicialmente nas Faculdades Integradas Santo Tomás de Aquino, posteriormente nas Faculdades Integradas de Uberaba, com grande número de premiações.

Os festivais anuais de Folclore: cada turma possuía um patrono ( da comunidade), encarregado de preparar número – o concurso premiava os primeiros colocados. Os números eram artísticos, vistosos e impressionavam pela beleza. A primeira apresentação folclórica ocorreu em 1977, substituindo a festa junina. O número vencedor foi ” O Folclore em Quatro Tempos”, do 2º colegial diurno, sob a coordenação da Profa. Maria Iraides Tosta Madeira.

Lançamento da Revista Bolando Comunicação (foram, aproximadamente 15 números). Cada uma delas trazia mensagem inicial do diretor, como apresentação, além de pensamentos nos rodapés.

Lançamento dos livros dos alunos, contendo poesias e contos: Vida G (e)ração, Reflexos, Segmentos abertos, vôo calado, Uberaba – Amor Maior, Geração, As Noites de Geração e Gravação e Ação. Lançamento são realizados com números artísticos e com presença dos alunos – autores autografando os livros. O primeiro, Vida G e ração, foi editado em 1980.

Gincanas culturais e esportivas, muitas delas com finalidade beneficente.

O já tradicional Concurso da Garota e do Garoto Gração, em animado baile, com presença de júri especializado, desfiles e coreografias com os candidatos, trabalho organizado pela Associação de Pais dos Estudantes.

Confraternização anuais de ex-alunos, promovidos pela Associação de Ex-alunos.
Nas décadas de 60, o Grêmio Estudantil desempenhou importantes atividades, tanto artísticas ou culturais, quanto esportivas e filantrópicas. Mais recentemente, duas grandes forças de apoio às atividades da escola situam-se na Associação dos pais e na Associação de Ex-alunos. Primeiros presidentes, respectivamente: Profa. Sônia Izabel de Souza Calabrez e Dra. Maria Conceição Nunes de Oliveira.

Uma outra implantação no Colégio Nossa Senhora das Graças, a partir de 1978: a adoção da disciplina Redação, em todas as séries, com professores especializados. A escola teve sempre, com preocupação, também, o cultivo da língua materna.
É muito numerosa a quantidade de ex-alunos que, tendo cursado os mais diversos cursos superiores, atuam, hoje, no país e no exterior, levando, com ,brilho, a marca da escola que frequentaram, muitos do pré-escolar ao 3º colegial, acompanhados, sempre, pela competência e estimulo da Direção e do corpo docente.

O Colégio Nossa Senhora das Graças mantém a proposta inicial de seus idealizadores, Murilo Pacheco de Menezes, Salim Hueb e Terezinha Hueb de Menezes: a promoção do aluno como ser humano, sem massificação, mas através de estímulos que sempre o fizessem crescer, como dizem as palavras de Michel Quoist: “Se você deixar de amar, deixa de crescer.

Se você deixa de crescer, deixa também de desabrochar em Deus porque amar é seguir o caminho de Deus, é encontra-lo”. E, ainda, crescimento em ambiente que continuasse a família, através de um relacionamento afetivo, mas respeitoso entre direção professores, pais e alunos.

O contexto familiar tem perdurado, através de elementos da família que atuam no Colégio, da quantidade de professores ex-alunos e do grande número de pais ex-alunos, o que mantém o círculo de proximidade e afeição.

A imagem de Nossa Senhora das Graças continua e continuará abençoando, de braços abertos, todos os que militam na escola e a frequentam: diretores, professores, funcionários, alunos e pais.


Fonte: Colégio Nossa Senhora das Graças           

Bar do Caixeta

Bar do Caixeta

Outra raridade (demolida), clicada por Marco Túlio Oliveira Reis (Túlio Reis).

Rua José de Alencar com a Rua Cap. Manoel Prata.         

Bar do Caixeta

Bar do Caixeta
 Esquina da Av. Capitão Manoel Prata com a Rua Jose de Alencar.
                                             
Que saudades dos fogos de artificio e fogueiras de São João… Do vidro de salsicha temperada que ficava no balcão. Do sorriso aberto e franco! De ali entrar com meu avô de cabelos brancos! Ah que saudades. Tempos que não voltam atrás, mas que poderiam estar pelo menos marcados a vista de uma construção preservada… Mas não! Uberaba não tem história e não se preocupa aqui com nenhum ponto turístico ou de referência. O que uma época escreve a outra apaga e a praça Rui Barbosa é a maior prova disso. Deveríamos começar a expor nossa historia no – aqui jaz a memória de um povo! Assim somos. Assim estamos.


 Maria Neli Borges Prata

SUA BÊNÇÃO, “GENTE FINA “


Parodiando o imortal Vinicius de Moraes, quero, pertinho do pseudo aniversário de Uberaba,a nossa sagrada terrinha, pedir à bênção de personalidades extraordinárias que, num passado glorioso e tradições mil, engrandeceram e honraram o nome da mais simpática, acolhedora, hospitaleira e charmosa cidade das Minas Gerais, a quase bi-centenária Uberaba:

À BÊNÇÃO – Mário Palmério, o maior e mais dinâmico propulsor do nosso progresso. Sem ele ,não sei se estaríamos no patamar que atingimos. Palmério com suas Escolas, “trouxe a montanha a Maomé”...

À BÊNÇÃO – Fidélis Reis, uberabense de têmpera, desprendido, valente, lutador, inteligente, responsável por projetos espetaculares para o Brasil (vide ensino profissionalizante-SENAI- )e para Uberaba fundou a ACIU, SRTM, Banco do Triângulo Mineiro e outros beneficios mais.

À BÊNÇÃO – Gabriel Toti, Borges Sampaio, Hildebrando Pontes,Dr.Degenetes, historiadores que contaram , em verso e prosa, a saga e conquistas da santa terrinha.

À BENÇÃO – Orlando Ferreira (Doca), o mais corajoso, sério, sincero, perseguido jornalista de Uberaba em todos os tempos.

À BENÇÃO –Drs.Humberto Ferreira, José Humberto R.Cunha, Randolfo Borges Jr. , Inácio Ferreira, que levaram o nome da nossa medicina, em todas as especialidades para o Brasil.

À BENÇÃO- Avelino Inácio de Oliveira, Pedro de Moura e Glycon de Paiva, engenheiros geólogos responsáveis pelas primeiras prospecções em solo brasileiro e inicio da Petrobras.

À BENÇÃO- Augusto César Vanucci, melhor Diretor de TV, do Brasil, ganhador de prêmios internacionais, elevando a TV do país ao patamar mundial.

À BENÇÃO- Alaor Prata, deixando Uberaba para ser Prefeito do Rio de Janeiro, a “cidade maravilhosa” e eterna Capital da República.

À BÊNÇÃO- Joubert de Carvalho – um dos mais compositores brasileiros de todos os tempos:”Taí”, “Zíngara”,”De papo pro à”, “Maringá”, as mais conhecidas e cantadas até hoje.

À BÊNÇÃO- Antenógenes Silva, considerado por críticos internacionais o mais completo acordeonista do mundo. Autor de “Saudade do Matão”, música inesquecível.

À BÊNÇÃO- Chico Xavier, uberabense por opção e adoção, o maior “médium” espírita que se conheceu no Universo.

À BÊNÇÃO – Álvaro Lopes Cançado (Nariz), médico e,ao mesmo tempo, jogador da seleção brasileira, em 1938 e introdutor da Medicina Esportiva no Brasil.

À BÊNÇÃO- Pecuaristas- indômitos e valentes, que foram às Índias à busca da raça zebu e fizeram de Uberaba, a “capital mundial do zebu”.

À BÊNÇÃO – Demais uberabenses ilustres que se destacaram no panorama nacional e que esse pobre escriba, por falta de conhecimento, não os enumerou. São vários, tenho certeza, que dignificaram o santo nome da terrinha amada. Perdoem-me pela omissão involuntária.
Participando do bloco”Fico em casa”, no carnaval, amanhã eu volto.Abraços do”Marquez do Cassú”.  

Bilhete ao Major Eustáquio

    
Caro major,

Continuo contando-lhe as “novidades” da terrinha que o senhor fundou.Não posso e nem devo mentir , elas não são lá muito boas. De uns 20 anos para cá só tem “nego forasteiro” chefiando a cidade.Parece que as lideranças locais depois das mortes do Palmério e do Fidélis Reis , o afastamento do Rosa Prata e as mortes do Hugo, Randolfo, João Guido e o “Fuscão”, Artur e Jorge Furtado, se esconderam ( ou se acovardaram?) e não quiserem governar a terrinha que já foi chamada de “capital do Triângulo Mineiro”...

Os “forasteiros” então entraram no jogo, “deitaram e rolaram” no comando da terrinha. Praticaram todas as falcatruas que o senhor nem imagina... chegaram com “ uma mão na frente e outra atrás” e, hoje, estão milionários...Mansões de milhões de reais, fazendas com muito gado no pasto, dinheirão aplicado em nome de “laranjas” (“caras” que se prestam em prostituir-se por pouca coisa, sabe?...), viagens todo ano pelo mundo afora com a família e sempre aquele ar de “bonzinhos”...
“Compram” jornais e jornalistas para falar bem deles e de suas ações políticas e, coitado daqueles que tentam falar a verdade... são levados à Justiça...

Por sorte nossa, “seo” major , o senhor escolheu as barrancas do Rio Grande para “ancorar” a fundação da nossa cidade, senão... Alí, está a nossa salvação ! Vale Fertilizantes e anexos !

Falaram em gasoduto, planta de amônia,duplicação de rodovia (BR-262-), “inventaram” um “montão” de indústria, ZPE, mais de 20.000 empregos , até agora, nada !Nem noticia! Só conversa mole para boi dormir ! A propósito, o senhor aí do céu, ouviu falar , fomos “ a capital mundial do zebu”, né? Pois é, não temos mais a Copervale, perdemos os frigoríficos, fecharam os curtumes, a fábrica de tecidos faliu, a indústria calçadista perdeu mercado, diretorias regionais aqui instaladas da Caixa Econômica, Banco do Brasil, Receita Federal, INSS, CEMIG, entre outros órgãos que me lembro, estaduais e federais, mudaram de cidade.

Comenta-se que a terrinha tem 5 (cinco !) deputados federais, 2 (dois !) deputados estaduais; não me pergunte o que eles fizeram, até hoje, de produtivo para a cidade...Corre à “boca pequena” que trocaram o Delegado de Policia, a Delegada de Ensino, o Comandante do Batalhão e transferiram o fiscal estadual de renda que autuava sonegadores de impostos. Só...A própria imprensa “governista” informa que o débito a prefeitura supera os 300 milhões de reais !

Obras na terrinha formam uma verdadeira “sinfonia inacabada”: represa do rio Uberaba, Hospital Regional, avenida interbairros, BRTs, restaurante popular, término do projeto “água viva”.. são os que me lembro agora. Deve ter mais. Enquanto isso, o “oba-oba” nas rádios, jornais e TVs, continua.Críticas e denúncias de mal feitos na terrinha, nem com as súplicas de Chico Xavier...(só outro dia – depois de quase 10 anos- inauguraram, parcialmente, o memorial que leva o seu nome...)
Finalizando “seo” major, os uberabenses de verdade, pedem-lhe, de joelhos, que continue olhando pela terrinha. Ela é maravilhosa, acolhedora, protetora, simpática, alegre, de bom astral, coração magnânimo, misericordiosa, caridosa... o que atrapalha são os “políticos forasteiros” que tomaram ( e tomam ) conta dela..

Ah!”seo” major, ia me esquecendo, sabe aquela cerca de arame farpado, rombudo, que o senhor mandou construir do “pasto do Pereira”, até a fazenda do Manoel Mendes, separando as terras dos Rodrigues da Cunha e Tristão de Castro, à direita do córrego das Lages, das terras à esquerda do Jesuino Felicíssimo e Cássio Rezende? Aquela cerca voltou recentemente. De ferro fundido, arame cosido e hoje separa Uberaba em parte oriental e parte ocidental...Bom fim de semana, saudoso Major Eustáquio, fundador da “princeza do sertão” !

Luiz Gonzaga de Oliveira

Dr. Paulo Andrade Costa

Dr. Paulo Andrade Costa

   Ocupou o cargo, por determinação do Governador Benedito Valadares, fato comum nos municípios brasileiros, durante a década de 1930 até 1947.

Coincidentemente, em 22 de Fevereiro de 1936, Uberaba comemorava o centenário de sua emancipação política (elevação à Vila) e Andrade Costa além de realizar vários festejos em comemoração à data, inaugurou um marco comemorativo no córrego do Lajeado (próximo ao bairro rural de Santa Rosa), início do povoamento de Uberaba.

Aspectos relevantes no período de sua gestão:

– escassez de água e energia elétrica no município;

– elaboração relatório prevendo o aproveitamento das águas baixas do rio Uberaba pelo engenheiro sanitarista Saturnino de Brito;

– fundação do Banco do Triângulo, com sede instalada na Rua Artur Machado (atual Calçadão);
– aumento considerável dos casos de tifo, ocasionado pelo saneamento precário na periferia da cidade;

Fonte – Arquivo Público de Uberaba

BAR DO LUIZ & MARCOS HOJE UM “PATRIMÔNIO” AFETIVO DE UBERABA

Marcos Nei Marinho; Sabino Haroldo Ferrari; Luiz Gonzaga de Oliveira - Foto: Antonio Carlos Prata.

Amigos do Bar do Luiz reuniu para uma grande festa em comemoração ao aniversário de 70 anos de Luciano de Souza Junior (Lulu).

Bar do Luiz e Marcos.Mauro Moraes; Saulo Kikuchi (Saulinho), Frederico Cabral de Meneses; José Eustáquio Borges (Taquinho), Mário Molinar; Ronaldo José da Silva; Lélio Cipriani (Lelinho), José Soares de Azevedo (Zé Neto Azevedo),Ivair Severo. Foto: Antonio Carlos Prata.


Bar do Luiz e Marcos Marcos Luíz Antônio Mutão, Sebastião Jorge Aidar - Foto: Antonio Carlos Prata.

Elcio Fontes lendo as notícias do colunista Alexandre Pereira "CÁ ENTRE NÓS" e
saboreando o melhor torresmo de Uberaba - Foto: Antonio Carlos Prata.





Luciano de Souza Junior (Lulu), Artur Bernardes Cecinio , Arnaldo (Banespa), Paulinho do "Prata", Giovanni Tiveron, Jayme Pereira da Silva, Yelesy , Luiz Mutão - Foto: Antonio Carlos Prata.

Raul Augusto, Luciano de Souza Júnior (Lulu), e Arthur Bernardes Cecinio. 
Foto: Antonio Carlos Prata.



Amigos do Bar do Luiz e Marcos. Comemoração de 70 anos,Luciano de Souza Júnior Júnior, (O Lulu da Marli) Élcio Fontes, Paulo, Juscelino Cunha, João Ricardo (Cadim), Sr.José (relojoeiro) Lélio Cipriani, Jadir Costa. Foto: Rúbio Marra. 01/03/2004.



Wagner Eustáquio de Carvalho (Waguinho) "Poeta da Cabaça" - Foto: Rúbio Marra - Década de 1990.


Ronaldo José da Silva, Eurípedes Ribeiro Almeida (Didi), Donato Neto Cicci (Neto) - Foto: Antonio Carlos Prata.

Professor José Neto. Foto: Antonio Carlos Prata.


Roberto Pinheiro e Luciano de Souza Júnior Júnior (Lulu) comemorando os 70 anos.

Jornalista Alexandre Pereira e Doutor Ronaldo Jose da Silva. Foto: Prata.
Carlos Alberto Saraiva, Luiz Carlos Saraiva e Laudgero Rocha Sobrinho. Foto: Prata.
Alexandre Scalon e esposa Lígia Del Nery Scalon. Foto:Prata


Pintura à óleo, 0,50x0,70 por Marta Kikuchi.

Retratando o "Bar do Luíz", dos dois irmãos, Marcos e Luiz, estão expostas no bar, na rua Governador Valadares, 350 (Centro). Fotografia e Produção Marco Boaventura.
Homenagem as pessoas mais populares e queridas de Uberaba.


Hoje um “patrimônio” afetivo de Uberaba comemora 41 anos. Em 17 de dezembro de 1978 os irmãos Luiz e Marcos Mutão abriram um Bar na rua Governador Valadares, 350. Vindos de distrito de Jubaí, Conquista, MG os dois conseguiram o prodígio de não fechar nenhum dia durante todo esse período. É ponto de encontro de amigos de longa data com cadeira cativa no local. No cardápio, o delicioso torresmo, o maravilhoso bauru e a coxinha incomparável, cerveja geladinha a simpatia e muitas histórias para contar. 

(Antônio Carlos Prata)


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Cidade de Uberaba

Instalação dos serviços automáticos na empresa Telefônica de Uberaba Ltda


Instalação dos serviços automáticos na empresa Telefônica de Uberaba Ltda

Fotografo: J. Schroden Jr.

Data: 30 de outubro de 1941

(Acervo pessoal da família Dr. José Mendonça)

Teatro Experimental de Uberaba

Teatro Experimental de Uberaba



O Teatro

Fundado em 21 de abril de 1965, o Teatro Experimental de Uberaba (TEU) foi fomentado por um grupo de pessoas e atores que fizeram teatro em Uberaba por muito tempo, dentre eles Maurílio Cunha Campos de Morais e Castro e Paulo Silva. O TEU funcionou na rua Alaor Prata, depois na rua João Pinheiro e na década de 80 a Prefeitura de Uberaba cedeu o prédio da Padre Zeferino para o TEU.

Em 2003 aconteceu a primeira reforma e adaptação do teatro na rua Padre Zeferino, onde foi denominado "Augusto César Vanucci" e o auditório recebeu o nome do fundador do grupo TEU, Maurílio Castro.

O teatro possui arquitetura do século XX e tem capacidade para receber 140 espectadores. Em 2010 o teatro passou por obras abrangendo desde a pintura externa e interna do prédio até reforma nos camarins, banheiros, reforma na sala administrativa, que passou a ser um espaço dedicado a ensaios, com armários para os grupos e ar condicionado.

O espaço de ensaios está aberto para os grupos artísticos, principalmente para o segmento de artes cênicas, bastando apenas agendar horário. O teatro também estará disponível para eventos de grupos e da comunidade, além de sediar eventos promovidos pela própria Fundação Cultural. Dentre estes projetos está o TEU Show e TEU Jazz, que acontece toda quinta-feira, a partir das 19h30, e “Aos Mestres com Carinho”, homenageando um artista importante da música popular brasileira.

O Teatro Experimental de Uberaba conta com um equipamento de som com 350 wats de potência, mesa digital, além de um projetor de última geração com 2.500 ansi-lumens e uma tela de 200 polegadas.


O TEU conta com uma programação bem diversificada, com sessões de cinema, apresentações de espetáculos teatrais e musicais.


Fonte - Fundação Cultural de Uberaba

Cine Teatro São Luiz

Cine Teatro São Luiz - Década de 1930
Cine Teatro São Luiz - Década de 1930

Cine Teatro São Luiz - Década de 1900

Foto: Marcellino Guimarães


Cine Teatro São Luiz – “A arte dramática, no Triângulo Mineiro, escreve o Dr. Hildebrando Pontes (Almanaque Uberabense, de 1907), teve como iniciador o Padre Zeferino Batista do Carmo, que era, também, um brilhante compositor, apaixonado pela música. Grupos de amadores improvisavam palcos nas ruas e nos quintais. Em 1862, diz o nosso ilustre e saudoso historiador, no referido trabalho, fundou-se nesta cidade a ‘Companhia Dramática Uberabense’, tendo como sócios, entre outros, João Pedro de Antióquia Barbosa, Major Antônio Cesário da Silva e Oliveira, Tenente Maximiniano José de Moura, Fernando Vaz de Melo, Dr. Henrique Raimundo Des Genettes, Tenente Venceslau Pereira de Oliveira. Formando o capital de CR$. 2.250,00, com ações de CR$. 50,00, adquiriu dos herdeiros do Major Salvador Ferraz de Almeida o terreno onde, hoje, se ergue o Cine Teatro São Luís, à Praça Rui Barbosa. Muito auxiliado pelo Sr. Elias Martins Marques, que contribuiu com a quantia superior a CR$. 600,00 (naquela época…), construiu o teatro, que foi inaugurado em maio de 1864, por ocasião da Festa do Divino. O ‘Pano de Boca’, feito pelo tabelião Luís Beltrão de Sousa Fleuri, inspirado pelo Cel. Carlos José da Silva e por Francisco Rodrigues de Sousa, representava o acontecimento que deu a esta região o nome de ‘Farinha Podre’. Depois de algumas séries de espetáculos, o teatro ficou abandonado, em 1871.

O Dr. Henrique Raimundo Des Genettes (o fundador da imprensa do Triângulo Mineiro), com um grupo de amadores (Antônio Pereira Magalhães, Tenente Venceslau Pereira de Oliveira, Galdino Soares Pinheiro, Zeferino Borges Sampaio e outros), conseguiu reerguê-lo. Houve novo ‘Pano de Boca’, pintado pelo uberabense Cândido de Cássia e Oliveira (Cândido Pintor) que, na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, alcançara medalhas de ouro e prata: representava a ‘Passagem do Humaitá’. Depois de um período de vida brilhante, o teatro caiu novamente em abandono, arruinando-se. O teatro passou por diversas transformações e modificações. (…) Em 1903, o Major Anthero Ferreira da Rocha, Agente Executivo, mandou reconstruir inteiramente o teatro, gastando grande quantia. (…) Finalmente a Lei Municipal nº 529, de 08 de maio de 1926, autorizou ao Sr. Agente Executivo a conceder a Orlando Rodrigues da Cunha e Dr. Olavo Rodrigues da Cunha, para a construção de um teatro nesta cidade, o terreno situado na Praça Rui Barbosa, onde existia o Teatro São Luís” (MENDONÇA, 1974, p.53-55 ). Fundado em 1930, sob a razão social de Orlando Rodrigues da Cunha e Cia Ltda, reunido em cotas os senhores Antônio Martins Borges e Agenor Fontoura Borges, a firma imediatamente deu início à construção do Cine Teatro São Luís, à Praça Rui Barbosa, confiando aos construtores Santos Guido, Cunha & Cia. Ltda. Finalmente sua inauguração se deu em 25 de maio de 1931.”

Fonte: Arquivo Público de Uberaba