domingo, 2 de julho de 2017

RUA GOVERNADOR VALADARES (ANTIGA RUA SALDANHA MARINHO)


Década de 1930


Foto:Autoria desconhecida

Começa na rua Artur Machado e finaliza na rua Vital de Negreiros. É atravessada pelas ruas Senador Pena e Três de Outubro*. Antes desta rua, dá nascimento, à direita, à rua Treze de Maio e antes da Senador Pena, a rua Dr. João Pinheiro. É atravessada em ponte de madeira pelo córrego do Comércio, pertencendo até aí, ao Alto dos Estados Unidos e além, ao do Fabrício. Tem passeios e sarjetas no trecho compreendido entre as ruas Artur Machado e Senador Pena.

Em 1855, se conhecia pelos nomes de rua do ‘Mamede’, da ‘Palha’, como ainda hoje se conhece, e do ‘Pedro Panga’. O trecho entre a rua Artur Machado e a ponte chamava-se ‘beco do João Alves’.
A Comissão da Nomenclatura de 1880, deu-lhe a denominação de ‘Santa Rita’, fazendo-a partir da ‘Antiga rua da esquina do Matadouro até a casa última adiante da Igreja Santa Rita’ […].
O tenente coronel Antônio Borges Sampaio, no seu projeto, dividiu-a em três, a saber: ‘Imperador’ (a atual Saldanha Marinho), ‘Imperatriz’ (a atual Alaor Prata) e ‘São Francisco’ (a atual Sete de Abril). Cêrca de quatro anos antes de 1900, chamava-se rua ‘Marechal Deodoro’ e, daí para cá Saldanha Marinho.”

(PONTES, 1978, p.294)

(Arquivo Público de Uberaba)

NADA SURGIRÁ DE NOVO NA POLÍTICA, SE ESCOLHERMOS OS MESMOS NOMES DO PASSADO



Confesso a vocês que sempre fui um botequeiro inveterado. Aliás, difícil um jornalista ou radialista de verdade, não gostar de uma cervejinha, uma cachacinha ou outra bebedinha de dose. É no boteco que se sabe das coisas, da política, do esporte, quem está ganhando dinheiro, quem “ta dando”, ou quem está na “pior”. No boteco a gente ouve as piadas mais novas (alô Toinzinho !), conquista-se grandes amizades, inicia-se bons negócios e por que não, amplia seus conhecimentos em todos os sentidos. Gente de comunicação que não freqüenta boteco pelo menos uma vez por semana, ou só dá noticias “oficiais”, ou tem bons informantes que frequentam os botequins da fofoca… Fora disso, não há salvação. O “Bar da Viuva”, faz falta? Faz. O Bar do Antero” que foi para os ares na mais horrível tragédia já acontecida em Uberaba, faz falta ? E como… Verdade que o “Bar do Geraldão”, apesar do esforço do Mura, tentou manter a tradição. Infelizmente… Sinto saudade do “Bar Guarani”, dos irmãos Camanho, encravado ali entre o “Bar Marabá” e o Metrópole. Cerveja prá lá de gelada… 

Quem não se sentou nas cadeiras do “Tip-Top”, no térreo do prédio da ACIU. Lembram-se dos famosos aperitivos do “Buraco da Onça”, anexo ao cinema ? A fidalguia do Romeu e a alegria do “Cebolinha”? Diga-me: quem não “aperitivou” no “Bar do Ézio”, grudado no cine “Vera Cruz”, engraxou sapatos com o Jairão e fofocou derrotas do Uberaba e vitórias do Nacional? Quem não jogou sinuca no “Bar Garimpense”, na esquina da praça Jorge Frange com rua São Benedito? Lembram-0se do arrozinho de fogão de lenha e bife mal passado do “Bar do Sarí”, colado no posto de gasolina do Geraldo Salge… E a galinhada do “Bar do Dica”, ponto de encontro dos veados, putas, boêmios e notívagos? E o torresmo do “Geraldo Pé de Porco”, no Parque das Américas? Quem não deu uma parada, madrugadão afora, no “Bar Nakamura”, rival do “Dica” em matéria de boemia… Aliás, boêmio nenhum deixou de “devorar” o sanduíche de pernil, do “Bar Tabú”, esquina da praça Frei Eugênio com a famosa rua São Miguel, o mais tradicional ponto do puteiro do Brasil Central.. Que saudade eu tenho do pastel do “Bar do Yassú”, na Tristão de Castro.. Fico, até hoje, com água na boca… No bairro dos Estados Unidos, o “Bar Chaparral”, marcou época. No Fabricio, a saudade é do chopinho amigo do “Bar do Arquimedes”. No “Badião”, o “Bar do Omar”, bem na esquininha da praça com a rua Conde de Prado, virou o “Zero Gráu”, recentemente “falecido”… Ainda no São Benedito, o “Skinão”, o “Estrela Dalva”, o “Costelão do Alexandre”. Paixão não, mas, êta saudade ! Nas Mercês, dois bares deixaram ternas lembranças : a do “Stival”, na praça D.Eduardo e do “Zé do Kelé”, inicio da avenida da Saudade. Na Boa Vista, o “Bar do Waltinho”. Esquina da João Pinheiro com Elias Cruvinel, resiste ao tempo.


Agora, para os sessentões e um pouco mais, o “Bar do Mosquito”, encravado na Manoel Borges, entre a praça Rui Barbosa e rua Major Eustáquio, foi o grande ícone da boemia do século passado. O bar não tinha portas, aberto 24 horas, recebia pretos, brancos, mulatos, homens, mulheres, jogador de cartas, de futebol, rico , pobre, bem vestido, maltrapilho. Puta ou madame, os donos Mosquito e Marinho, recebia todos. Sem distinção. Se para um cafezinho, refeição, lanche ou um simples bate-papo. O bar marcou também por uma frase estampada bem à frente do balcão :”É melhor ter um cachorro amigo, que um amigo cachorro”. Alguém duvida da frase? Viajo neste final de semana. Darei “folga” a vocês.



Luiz Gonzaga de Oliveira

Farmácia São Sebastião completa 140 anos de fundação em Uberaba

Farmacêuticos da farmácia São Sebastião 


Antigos Frascos de Vidro de Farmácia   
Fundada em 1877, a Farmácia São Sebastião completa hoje 140 anos de manipulação de medicamentos em prol do bem-estar e da saúde da população de Uberaba e região. O diferencial da primeira farmácia a manipular ervas medicinais, preparar medicamentos e pomadas em Uberaba é ser dirigida por farmacêuticos altamente capacitados, sem esquecer de atualizar técnica e formas de atendimento, criadas pelo mundo globalizado.
Segundo a farmacêutica Teodora Dalva Guimarães Costa, da 5ª geração de profissionais que dirigiram a Farmácia São Sebastião, o fundador foi Sebastião Costa Teles, farmacêutico formado em Coimbra. “Ele veio para Uberaba em 1877 e fundou a farmácia na rua Manoel Borges, onde atuou por mais de 30 anos. Existiam pouquíssimas farmácias na época. Toda a história veio de Portugal, o título, o santo protetor e o Dia do Farmacêutico. Não foi uma mera coincidência, mas algo programado pelo fundador”, frisa.
Após 120 anos na rua Manoel Borges e com a dificuldade em fazer o tombamento do prédio histórico, foi preciso mudar a Farmácia São Sebastião de endereço. Porém, Teodora conta que a tradição nunca foi passar o negócio aos descendentes, mas, sim, a de sempre transmitir a direção da farmácia para outra geração de farmacêuticos, herança que é mantida com muita seriedade até hoje. Seguindo os preceitos do fundador, Ana Maria Pires, Izabel Maria de Morais, José Roberto Ramos e Teodora Dalva Guimarães Costa são os profissionais farmacêuticos que atendem na Farmácia São Sebastião, atualmente localizada na rua João Pinheiro.
Teodora explica que a tradição também não é mera formalidade e tem fundamento. “Para falar a verdade, farmácia tem que ser de farmacêutico. É uma aberração ter fugido dessa linha, permitindo que farmácias fossem dirigidas por proprietários leigos, porque farmácia é um estabelecimento de saúde”, destaca a profissional. Para ela, o contato com o profissional farmacêutico é o que traz maior segurança nas orientações sobre o uso e a interação dos medicamentos prescritos pelos médicos.
A farmacêutica e 6ª proprietária, Ana Maria Pires, ressalta também que outro diferencial é manter o trabalho com a mesma qualidade e eficiência de sua fundação, preço diferenciado, canais de atendimento pelas redes sociais Facebook, WhatsApp e Instagram, e ainda seguir as tendências e tecnologias do mercado atual ao oferecer manipulação de fórmulas dermatológicas, fitoterápicas e florais, veterinárias, nutracêuticos, ortomoleculares e suplementos dietéticos e desportivos.

Site:http://business.google.com/website/farmacia-sao-sebastiao-ltda/

Thassiana Macedo 

 20/01/2017


DR. JOÃO MODESTO DOS SANTOS FOI UM DOS NOSSOS MELHORES TROVISTAS, REPENTISTAS E POETAS

Dr. João Modesto dos Santos foi um dos nossos melhores trovistas, repentistas e poetas. Formado em Odontologia, só trabalhou na Regional de Saúde, onde atendia com especial zelo e carinho, principalmente os mais humildes. Mas João Modesto gostava mesmo era de compor, fazer versos, “bater papo”, viver à sua maneira. Casado, 2 filhos, figuras conhecidas na cidade. Final de tarde , raro o dia em que não estava a bebericar no “Tip-Top”, “Buraco da Onça”, ou “Guarani”. João Modesto fazia daquele trecho da Leopoldino seu trecho favorito do “amassa barro”. Certa vez, precisou de um empréstimo bancário e recorreu ao amigo Zico Sotero, do “Banespa”. O amigo pediu-lhe o cadastro. Surpreso com o pedido, João Modesto não se fez de rogado e lascou pronta resposta em rápido improviso. –“Toda riqueza singela do meu rancho ao pé do morro – é um cacho das tranças dela – meu violão , meu cachorro”. O empréstimo, claro, não saiu, mas a cidade inteira tomou conhecimento do antológico verso. Apreciador da boa cachaça, não dispensava , antes dp primeiro gole, a cuspidinha no chão, era para o “santo”, dizia. No auge do bar do “Polenta”, na rua João Pinheiro, costumava reunir-se com o Morais, Saul Perácio, Cacildo Assunção, Zé Coelho e Tércio Camargo. Num final de tarde, lá reunidos, viu entrar sorridente e faceira, gingando as cadeiras, cabelos esvoaçantes, devidamente acompanhada, aquela beleza de morena! Mal estar geral. Na “roda” tinha alguém que, ainda recentemente, teve “cacho” com a morena… João Modesto pediu permissão ao amigo, tomou de um pequeno guardanapo, lápis à mão, escreveu o versinho endereçado à mocinha e assim escrito:

Ora viva quem merece Que eu também já mereci Você hoje rói a casca Da fruta que já comi

O acompanhante leu o bilhetinho e foi o bastante para levantar-se e ir embora. Sem olhar prá trás…..

Desnecessário dizer que o resto da noite, regada à cerveja, foi patrocinada pelo amigo do Dr. João Modesto, já que teve a “honra lavada” com versos tão preciosos…


Luiz Gonzaga de Oliveira

HISTÓRICO – RUA JOÃO PINHEIRO – UBERABA

Rua João Pinheiro 

                              Rua João Pinheiro no centro da cidade próximo ao Correio e Telégrafo.                              
Foto - Autoria desconhecida - Data: 1938

Rua João Pinheiro, em 1952, próximo a rua Espanha. Foto tirada de cima pontilhão.
 (Acerco pessoal de Ernani Ferreira).

“Começa na rua Saldanha Marinho e finaliza no campo além da Vila Carlos Machado que fica à direita. É atravessada em ponte de arco de tijolos pelo córrego do Pontilhão e pelas ruas Doutor João Caetano, Padre Zeferino e Padre Francisco Rocha. Nela finalizam à esquerda, a rua Silva Jardim ou Santo Eustáquio; e à direita, parte da rua Engenheiro Cândido Gomide, acima das oficinas da Companhia Mogiana. É asfaltada da rua Saldanha Marinho ao cruzamento da Padre Zeferino e daqui para cima apenas sarjeteada até a rua Padre Francisco Rocha. Pertence aos altos do Fabrício e da Estação. É uma das ruas mais antigas de Uberaba. Teve diferentes nomes conforme as pessoas distintas que a habitavam. Assim, foi a rua dos ‘Lemes’, do ‘Vieira’, do ‘Firmino’, etc. Em 1855 se conhecia pelo nome de ‘rua dos Inglêses’, logo depois’ rua da Pinga’, como ainda hoje se diz.

A comissão recenseadora de 1880 encontrou-a com o nome de ‘Antiga rua da Pinga’, e deu-lhe o de ‘rua das Flores’, que’ em 1908, se mudou, oficialmente, para rua Doutor João Pinheiro. De futuro, esta rua será prolongada pelo quarteirão entre as ruas Saldanha Marinho e Vigário Silva, ligando-se à rua Major Eustáquio.

Êste melhoramento, cuja execução já tarda, virá descongestionar o trânsito da rua Artur Machado entre as estações férreas da Mogiana e Oeste de Minas.” (PONTES, 1978, p.285).
“A atual Rua João Pinheiro começa na Avenida Leopoldino de Oliveira e finaliza no Conjunto Habitacional Morada do Sol.”

Quem foi João Pinheiro

“João Pinheiro da Silva nasceu em Serro (MG) em 1860.

Era filho de Giuseppe de Ignataro.

Depois de cursar dois anos de Engenharia na Escola de Minas de Ouro Preto-MG, mudou-se para São Paulo e bacharelou-se em Direito.

Em 1886 registrou-se como ‘eleitor republicano’ e, por meio de jornais e clubes, passou a fazer propaganda do movimento pela mudança do regime.
De volta a Ouro Preto, como advogado prosseguiu o trabalho político e tomou a liderança do Partido Republicano.

Com o advento da República, João Pinheiro foi nomeado vice-presidente de Minas Gerais. Eleito deputado com boa votação, representou o estado natal na comissão constitucional de 1890 e 1891, mas logo desinteressou-se da política.

Só retornou à atividade em 1903, quando aceitou presidir o Congresso, Industrial e Comercial, que lançou uma nova política econômica para Minas Gerais.

Após eleger-se para o Senado em 1905, foi indicado pelo Partido Republicano Mineiro para a presidência do Estado de Minas Gerais no quatriênio 1906/1910. Assumiu o cargo com um programa de estímulo às áreas da Agricultura, Pecuária, Mineração, Transporte e Educação.

João Pinheiro morreu no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte em 1908, no exercício de seu mandato.

A morte prematura se interpôs no seu caminho à presidência da República quando era o candidato natural do situacionismo à sucessão de Afonso Pena.

Era pai do ex-governador Israel Pinheiro.” (PEDROSO, 1999)

(Arquivo Público de Uberaba)

sábado, 1 de julho de 2017

Rua Segismundo Mendes

 Foto:autoria:desconhecida – Década:1929

 Foto:autoria desconhecida - Década de 1920

 Foto:autoria desconhecida – Década:1920

Foto - 1           Rua Segismundo Mendes - Foto 2

“Começa na rua Santo Antônio e finaliza na praça Comendador Quintino. É atravessada em magnífica ponte de cimento armado pelo córrego das Lajes que separa, à margem esquerda, a colina da Matriz e à direita o alto dos Estados Unidos. Atravessam-na ainda as ruas Vigário Silva, Alaor Prata e Dr. Lauro Borges e avenida Leopoldino de Oliveira, às margens do referido córrego. É calçada a paralelepípedos em toda a sua extensão. Foi tentada de modo infrutífero a sua arborização entre as ruas Santo Antônio e Alaor Prata.

A rua Segismundo compõe-se de três partes distintas, a saber:

1ª a da antiga rua do ‘Mercado’, antes chamada das ‘Flôres’, com extremos entre a rua ‘Alaor Prata’ ao fim da ‘Sete de Setembro’. O trecho da mesma entre a Rua Alaor Prata e a Praça Comendador Quintino, na nomenclatura de 1900 se dividiu em ‘rua’ e ‘ladeira’, ambas com a denominação Brasil. Em 1916 a Câmara Municipal mudou esta denominação para rua ‘Dr. Lauro Borges’; 2ª teve esta origem: em 1918, estando já aberta ao trânsito a ‘Rua Nova’ entre Alaor Prata e Vigário Silva, no prolongamento da rua Dr. Lauro Borges, só de casas construídas pelo coronel Eliezer Mendes dos Santos, o Govêrno Municipal deu às ladeiras do Mercado (ou do Forum) e rua General Carneiro, o nome do Dr. Lauro Borges. Assim, as ruas ‘Doutor Lauro Borges’ e ‘Nova,’ reunidas numa só, receberam o nome de Segismundo Mendes, filho daquele coronel.

Recentemente (1928), anexou-se a esta o trecho da nova rua aberta entre Vigário Silva e Santo Antônio*.

Lembra o nome do vereador e grande industrial uberabense, Segismundo Mendes dos Santos, falecido a 30 de outubro de 1918.” (PONTES, 1978, p.296).

Foto1: década de 1930

Foto2: década de 2012

Fonte: Acervo Público de Uberaba

RUA ALAOR PRATA - UBERABA

RUA ALAOR PRATA - UBERABA
         Rua Alaor Prata – Trecho entre a Rua Artur Machado e a Rua Segismundo Mendes (Centro – 1930)

“Começa na rua Artur Machado, e finaliza na praça Coronel Manuel Terra. Fica no alto Estados Unidos. É atravessada pela rua Segismundo Mendes. Foi a primeira a se asfaltar […].

Em 1855 denominava-se rua ‘Manuel Antônio’, posteriormente, do ‘Sobradinho’, de ‘Santa Rita’, abrangendo com êste nome tôda a atual Saldanha Marinho. Em 1880, tomou o nome de rua da ‘Imperatriz’ que conservou até 1900, quando mudou-o para ‘Bandeirantes’. Em 1929, sem lhes arrancar as respectivas placas passou a denominar-se ‘Comendador Quintino’.

Pela Portaria nº 74, de 02 de novembro de 1930, o Govêrno Civil resolveu mudar o antigo nome da rua dos ‘Bandeirantes’ para ‘Alaor Prata’, voltando o de ‘Comendador Quintino’ a denominar a praça em cujo centro está o Grupo Escolar Brasil, como dantes era. (PONTES, 1978, p.278).”

(Arquivo Público de Uberaba)

Quem foi Alaor Prata

“Alaor Prata Soares, nasceu em 17/06/1882 em Uberaba.

Era um dos 4 filhos do primeiro matrimônio de Major Melânio Feliciano Soares e Mathilde Prata Soares. Iniciou os seus estudos em Uberaba. Cursou Humanidades no “Colégio Uberabense”, dirigido pelo Sr. Manoel Joaquim Bernardes; e, em 1899, matriculou-se no “Instituto Zootécnico de Uberaba”, lá permanecendo até que o governo Estadual suspendesse, via telegrama, as atividades daquela Instituição de Ensino.

Em seguida, matriculou-se na “Escola Politécnica de São Paulo” tornando-se engenheiro geógrafo e civil, em 1906. Atuou na imprensa local, dirigindo os Jornais “O Triângulo”; e a “Gazeta de Uberaba”, periódico no qual assinava a coluna ‘Fonografadas’.

No “Lavoura e Comércio” respondia por ‘cartas’, sob o pseudônimo SAP, – iniciais do seu nome.
O seu bom desempenho acadêmico lhe rendeu um emprego na linha da Mogiana Estrada de Ferro, ramal Monte Alegre – Socorro, oferecido pelo governo paulista.

Retornou a Uberaba, em 1907, ocasião em que foi comissionado por um grupo de fazendeiros locais para buscar Zebu na Índia.

Naquele período, 1907-1908, centenas de reprodutores zebuínos deram entrada no Brasil, através do incentivo do Governo Mineiro, numa iniciativa das casas comerciais:

Político ativo, era filiado ao Partido Republicano Mineiro, iniciando a sua vida pública como Vereador Especial pelo Distrito de São Miguel de Veríssimo, em 01/01/1908, tendo integrado, naquela gestão, a Comissão de Obras Públicas. Atuou na Câmara até 21 de janeiro de 1909, data em que solicitou renúncia do seu mandato, alegando incompatibilidade com o seu eleitorado, mesmo que sob protesto dos seus pares.

Naquele mesmo ano, graças ao Coronel Artur Baptista Machado, foi indicado candidato à Câmara Federal, como representante de Minas. Deputado eleito, exerceu os seus mandatos no período de 03/05/1909 à 15/11/1922 e 03/05/1927 a 23/10/1930.

Abraçou causas do interesse de Minas, em especial a do Triângulo e de Uberaba.

Vencendo as dificuldades das importações, Alaor Prata foi capaz de obter aprovação das leis que estabeleciam auxílios e subvenções aos que por elas se interessam.

Afastou-se da Câmara Federal, para exercer o cargo de Prefeito da cidade do Rio de Janeiro, no período de 15/01/1922 a 15/11/1926, cuja gestão foi caracterizada por reconstrução de finanças daquele Distrito Federal.

Foi Secretário Estadual da Agricultura, Viação e Obras Públicas de Minas Gerais, no governo de Olegário Maciel, entre 7 de setembro a 26 de novembro de 1930. Além das produções para a imprensa local e nacional, Prata Soares publicou “Questões Pecuárias”, em 1919, uma pequena obra em defesa do Zebu, que vinha sendo muito combatido, naquele período, em todo o País; “Caso de telefones: mensagem do Prefeito do Distrito Federal”, Rio de Janeiro, 1923-1926; “Cartas Anônimas. Ao tempo da Ditadura”, Rio de Janeiro, sob o pseudônimo Erastro.

Em 1958, publicou “Recordações de Vida Pública”, um relato sobre as condições em que ele e seu antecessor exerceram o cargo de Prefeito do então Distrito Federal, o que considerou “invocação de irrefutável direito de defesa”.

Desportista, foi o 12º Presidente do Fluminense Futebol Clube, no período de 1936 a 1940. Assinou, em outubro de 1943, o Manifesto dos Mineiros, um movimento nacional, que defendia a redemocratização do Brasil. Afastando-se da vida pública, dedicou-se exclusivamente à atividade industrial, no ramo de tecido, fixando residência na cidade do Rio de Janeiro, onde faleceu, em 19 de setembro de 1964.”

(Arquivo Público de Uberaba) 

PROFESSOR ALUÍZIO ROSA PRATA

Professor Aluízio Rosa Prata

Aluízio Rosa Prata, formado em Medicina em 1945, pela antiga Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil – FNM/UB, nasceu em 1º de junho de 1920. Como clínico geral ingressou na Armada. Exerceu atividades de médico comunitário e sempre se dedicou à Clínica Médica, com especial interesse pela sub-especialidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias. Fez livre-docência e, também, por concurso, tornou-se professor catedrático de Doenças Tropicais e Infectuosas. Após 15 anos pediu demissão para ingressar na Universidade de Brasília – UnB e 17 anos depois foi admitido na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (Uberaba). Na Bahia foi diretor da Fundação Gonçalo Moniz (reeleito 5 vezes), supervisor do Núcleo de Pesquisas do Departamento Nacional de Endemias Rurais – DNERu, membro do Conselho Estadual de Saúde, membro do Conselho Estadual de Cultura e presidente da Comissão de Pesquisa da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Em Brasília, na UnB, foi chefe da Clínica Médica, membro do Conselho Universitário, membro da Câmara de Pesquisa e Pós-graduação e membro do Conselho de Ensino e Pesquisa. Em Uberaba, além de professor titular de Doenças Infecciosas e Parasitárias é coordenador do Curso de Pós-graduação em Medicina Tropical e Infectologia. Desde quando estava na Bahia trabalha em regime de dedicação exclusiva como pesquisador IA do Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq. Entre outras atividades de assessoria técnica e científica foi vice-presidente do Conselho Nacional de Saúde, membro do Conselho Técnico-Científico da FIOCRUZ, membro do Men and Biosphera for the Preservation of the Environment (UNESCO), membro do Chagas Disease Chemotherapy Research Group (OPS), membro do Comitê de Ensino de Parasitologia nas Universidades Latinoamericanas (OPS), assessor do Ministério da Saúde para os Programas de Controle de Esquistossomose e doença de Chagas, coordenador do Programa Integrado de Ciências Biológicas e de Saúde da FAPEMIG (reeleito), assessor do CNPq, membro do Conselho sobre Cardiomiopatias da International Society of Cardiology, Temporary Adviser sobre Cardiomiopatias (OMS), membro do Training Grants Applicants Review Panel (OPS), Expert on Parasitic Diseases da OMS (reeleito várias vezes), Chairman of the Steering Committee on Chagas Disease (OMS), Chairman of the Expert Committee on Schistosomiasis (OMS), Temporary adviser on Identification of Essential Medical Procedures to Support Primary Health Care of First Level Referral Hospitals (OMS), Expert member on Identification and Strengthening of Institutes of Schistosomiasis Control (Nações Unidas). Consultor da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, assessor da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, consultor da Comissão Especial do Projeto Norte de Pós-graduação na CAPES, membro do Advisory Committee da European Conference on Tropical Medicine. Instalou o Centro de Pesquisa da Fundação Gonçalo Moniz em Brotas-Salvador, a Clínica de Doenças Tropicais e Infectuosas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Bahia, o Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição da UnB (órgão colaborador da OMS). Iniciou e coordenou o mestrado em Medicina Tropical na UnB. Iniciou e é coordenador do mestrado e doutorado em Medicina Tropical e Infectologia da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Fundou a Sociedade Latino Americana de Medicina Tropical e auxiliou na Fundação da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Foi editor da Gazeta Médica da Bahia. Editor da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (reeleito desde 1983), indexada no Index Medicus. De 1948 a 2000 publicou 245 artigos em periódicos e 48 capítulos de livros.
Comissões
Membro do Chagas Disease Chemotherapy Research Group – Organização Sanitária Panamericana – 1963.
Temporary Adviser – Organização Mundial de Saúde – 1966/1973.
Member of the Executive Committe – Council on Cardiomyopathies of the International Society of Cardiology – 1967/1973.
Member of the Training Grants Applicants Review Panel – Pan American Health Organization.
Assessor – Organização Mundial de Saúde.
Chairman – Steering Committee on the Epidemiology and Vector Biology and Control of Chagas Disease – 1979/1984.
Participações
American Society of Tropical Medicine and Hygiene.
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene.
American Association for the Advance of Science.
Associação Brasileira de Editores Científicos.
Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
Société de Pathologie Exotique.
Sociedade Brasileira de Investigação Clínica.
Posições
Professor titular
Departamento de Clínica Médica
Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro
jan/1987 – presente
Professor titular
Núcleo de Medicina Tropical e Nutrição
Universidade de Brasília / Instituto de Geociências
jan/1972 – jan/1987
Professor catedrático
Faculdade de Medicina
Universidade Federal da Bahia
jan/1958 – jan/1987
Prêmios
Condecorações
Oficial da Ordem do Mérito Naval – Presidência da República do Brasil – 1969
Comendador da Ordem do Rio Branco – Ministério das Relações Exteriores – 1974
Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidencia da República do Brasil – jan/2002
Medalhas
Medalha Comemorativa do 25o Aniversário de 1a Creación da Grã-Cruz – Organização Panamericana de Saúde – 1986
Medalha CAPES 50 anos – CAPES – 2001
Medalha da Ordem do Grande Mérito da Saúde – Governo do Estado de Minas Gerais – 2002
Prêmios
Prêmio Alfred Jurzykovski – Academia Nacional de Medicina – 1980
Publicações Selecionadas
PRATA, A. 1963 . Treatment of kala-azar with amphotericin B. Trans. Roy. Soc. Trop. Med. Hyg. vol. 57 , p. 266 – 268
PRATA, A. and BINA, J. C. 1968 . Development of the hepatosplenic form of schistosomiasis (A study of 20 patients observed during a 5 years period). Gaz. Med. Bahia vol. 68 , p. 49 – 60
TEIXEIRA, A. R. L. , TEIXEIRA, G. , MACÊDO, V. and PRATA, A. 1978 . Acquired cell-mediated immunodepression in acute Chagas disease. Journal of Clinical Investigation. vol. 62 , p. 1132 – 1141
BINA, J. C. and PRATA, A. 1983 . Regressão da hepatosplenomegalia pelo tratamento específico da esquistossomose. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol. 16 , p. 213 – 218
ABEL, L. , DEMENAIS, F. , PRATA, A. , SOUZA, A. E. and DESSEIN, A. 1991 . Evidence for the segregation of a mojor gene in human susceptibility/resistance to infection by Schistosoma mansoni. Am. J. Hum. Genet. vol. 48 , p. 959 – 970

PRATA, A. 2001 . Clinical and epidemiologic aspects of Chagas disease. The Lancet Infectious Diseases vol. 1 , p. 92 – 100                                                                                                             

Uberaba Sport Club “se despede” de Renê Pinto

Renê Pinto 

Nascido em 20/11/1940, Renê Pinto chegou a Uberaba em setembro de 1967. Na ocasião o “Lavoura e Comércio” cravou: “Homem Gol na cidade: Renê é bola na rede”. E o “Mug” não decepcionou, ajudou o Uberaba a deixar a lanterna e chegar ao título de Campeão do Interior daquele ano. Voltou ao clube em 1969 e jogou até 1973. No total, vestiu o manto colorado em 161 partidas e anotou 42 gols.


Ao final de 1975 assumiu o comando técnico do clube e seguiu até o ano seguinte, levando o Uberaba à semi-final da Taça Minas Gerais.


Hoje, 01/07/2017, quase 50 anos após sua chegada em Uberaba, o “Homem Gol” saiu de cena, deixando muitas saudades e ótimas lembranças. O Uberaba Sport Club lamenta a perda de um grande nome de sua história centenária.


quarta-feira, 28 de junho de 2017

PRAÇA RUI BARBOSA – CENTRO


       Praça Rui Barbosa

Rua Vigário Silva - Uberaba

Rua Vigário Silva em 1876            
Rua Vigário Silva - Ano: 1929 - Foto/reprodução: Akira

(CODAU) Obras na Rua Vigário Silva - Foto - Década:1970


Rua Vigário Silva com a rua Segismundo Mendes -  Foto - Prieto


Rua Vigário Silva com a Praça Rui Barbosa - Foto:Década 1930           



      A rua Vigário Silva “começa no canto inferior esquerdo da praça Rui Barbosa e finaliza na rua Floriano Peixoto. É atravessada pelas ruas Segismundo Mendes, Cel. Carlos Rodrigues da Cunha e São Miguel. Entre as duas primeiras sai, à esquerda, a Rua Padre Jerônimo. É calçada de paralelepípedos até o cruzamento da rua Coronel Carlos Rodrigues da Cunha, à macadame até a São Miguel e além sem qualquer melhoramento.

É a mais antiga rua de Uberaba. Fica na Colina da Matriz. Desde o princípio se conhecia pelo nome de rua Direita ou rua Grande, como ainda é hoje.

A Comissão recenseadora de 1880 deu às atuais ruas Vigário Silva e Coronel Manoel Borges, a denominação de ‘Antiga rua Grande’. O Coronel Borges Sampaio dividindo-a em três, no seu projeto de nomenclatura, deu ao trecho entre as atuais praça Dom Eduardo e rua Major Pena, o nome de Tiradentes; daí à praça Rui Barbosa o de rua Municipal  e de Vigário Silva ao que atualmente tem.
Em 1855, a rua ‘Grande’ prolongava-se à margem esquerda do Córrego do Capão da Igreja, para além da rua da Constituição.

Em 1880, o Coronel Sampaio deu ao trecho que ficava além do Largo da Independência, hoje desaparecido, e a rua Floriano Peixoto, o nome de rua São José, que se fechou em 1899” (PONTES, 1978, p.300 ).

A atual Vigário Silva começa na praça Rui Barbosa e finaliza no Bairro São Benedito, nas proximidades da rua Bom Retiro.

Arquivo Público de Uberaba      

NATAL SEM LUZES



Chegou dezembro.Último mês do calendário gregoriano. Estou frustrado. Acabrunhado e integralmente triste. São tantos os percalços, tantas as decepções que, hoje em dia, nem músicas natalinas se ouvem mais. A chegada do nascimento de Jesus, Salvador da Humanidade, o Cristo de todos nós, a alegria da passagem do velho para o Ano Novo, o primeiro de Janeiro , “Dia Universal da Confraternização dos Povos”, a longa e sempre aguardada espera para a noite de Natal, a troca de presentes, já não são mais as mesmas. Tristemente, banalizou-se. Há uma nuvem escura nos céus, pairando sobre nossas cabeças, prenunciando uma possível ( tomara que não aconteça!) tremenda tempestade !

Nos meus anos e anos de vida nessa Uberaba que tanto amo e que é de todos nós, não receberá- mais uma vez nos últimos anos- , a feérica iluminação das ruas, praças e avenidas de outros carnavais... Foi-se o tempo das pompas, galas e guirlandas recebidas, tão tradicionais em épocas de ouro da santa terrinha. Aquele colar colorido , verdadeiro arco-iris, que embelezava a praça Rui Barbosa, ruas Tristão de Castro, São Benedito, Olegário Maciel, Vigário Silva e Manoel Borges e a principal delas, a”rainha-mãe”, Artur Machado, são cinzas do passado! O “pisca-pisca” das lojas comerciais dessas ruas , praças e avenidas, estão sepultadas.A alegre e festiva Uberaba de outros tempos, hoje, é uma cidade pálida, cinzenta, feia, triste ! Recolho-me a minha insignificância de cidadão, quase chego às lágrimas de ver um povo que trabalha, luta, persistente no seu otimismo, sem um mínimo poder de reação.

Ruas, praças e avenidas mal cuidadas, maltrapilhas, escuras, sem segurança, esburacadas. E nelas,o uberabense sem apetite de ir às compras... Ressalte-se o abnegado esforço dos comerciantes da rua Prudente de Moraes, no “Abadião”e os iluminados e ricos “shoppings-centers”. O resto... bem, o resto...

O interesse dos poderes públicos (Executivo e Legislativo), é quase nulo. Falta dinheiro, alegam. Além da crise por que passa o país, entidades classistas ligadas ao setor, estão impotentes! Falta apoio em promover um Natal e Ano Novo, com a dignidade que as datas merecem. A apatia tomou conta do uberabense. É de pasmar !”Tanto faz, como tanto fez”, virou a tônica dos comerciantes. Tudo está bom. Principalmente para a nossa imprensa que não move uma palhinha sequer para incentivar nada !...Setores da cidade entraram na fase do “não me comprometa”. Se der certo, muito bem. Se não der, lamento.” É triste. Doloroso até, sentir uma cidade do porte de Uberaba, com a estima tão baixa, vendo a “banda passar”, sem um mínimo de vontade à reverter tão incômoda situação. Rezo, com fervor, para que um dia, as “coisas” possam melhorar. Até lá...

Façamos a nossa parte. Amanhã, estarei de volta.

Luiz Gonzaga de Oliveira

Inauguração da luz elétrica em Uberaba


Inauguração da luz elétrica em Uberaba