sexta-feira, 23 de junho de 2017

IGREJA DE SANTA RITA

Igreja de Santa Rita

Década: 1970

Igreja de Santa Rita

Praça Manoel Terra

Fotógrafo: Prieto

(Foto do acervo pessoal de Ricardo Prieto)                                                                                                                                   

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA ABADIA

                                Santuário de Nossa Senhora da Abadia


Origem do Culto

ANATÓLIO MAGALHÃES, IMPORTANTE ARTISTA PLÁSTICO DE UBERABA

Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

                                Igreja de Nossa Senhora do Rosário.


Ano: 1889



Foto: Autoria desconhecida

A IGREJA SANTO ANTÔNIO E SÃO SEBASTIÃO DE UBERABA, ANTIGA MATRIZ DA CIDADE

                    Antiga Matriz da cidade


Década de 1930

Foto: Autoria desconhecida

A Igreja Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, antiga Matriz da cidade, começou a ser construída em 1827 e foi inaugurada no ano de 1853. Seis anos depois, seu frontispício recebeu duas torres e no seu interior foi construído o altar-mor.
No ano de 1896, as duas torres foram demolidas para a edificação de uma única torre, em estilo neogótico, respeitando os padrões das construções portuguesas do século XVI. Em 1926, ocorreu a transferência da Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus, da Diocese de Uberaba, que se localizava no Alto das Mercês, para a antiga Matriz.

Acervo pessoal da Cúria Metropolitana.


Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na igreja de São Domingos.

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na igreja de São Domingos.

Década de 1910

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na igreja de São Domingos - Uberaba

Arquivo Público de Uberaba      

RUA ARTUR MACHADO E SUAS LOJAS

Rua Artur Machado
Década de 1960

O Desemboque

O Desemboque 
Década: 1970

FREI EUGÊNIO MARIA DA GÊNOVA

                       Frei Eugênio Maria da Gênova  

Frei Eugênio Maria da Gênova nasceu em Oneglia Província de Gênova, Itália, em 04 de novembro de 1812. Foi batizado com o nome João Batista Maberino. Ingressou na ordem dos capuchinhos e tomou as ordens sacras em 1836, com o nome Frei Eugênio Maria. Chegou ao Brasil em 1843, a mando do Papa Gregório XVI, como missionário capuchinho. Ficou dois anos no Rio de Janeiro. Saiu do Rio e foi para Cuiabá catequizar a cidade, vilas e aldeias. Em 1856, o Major Joaquim Alves Teixeira ofereceu-se à Câmara Municipal de Uberaba para ir pessoalmente a Pitangui (MG), onde o Frei se encontrava e convidá-lo para missionar em Uberaba e aqui, construir um Cemitério.

Chegou em Uberaba no dia 12 de agosto de 1856, abriu a Santa Missão e Iniciou a construção do cemitério que ficou pronto dentro de 02 anos. Eugênio se revelou uma pessoa calma, de educação polida, paciente, caridoso, zeloso quanto ao cumprimento de sua missão. Pessoas de regiões distantes vinham confessar com o Frei. Era despojado, vivia como pobre, com as doações dos fiéis. Nunca abandonou seu primeiro hábito com que professou na ordem franciscana. Era continuamente remendado e com ele se paramentava em variadas ações na comunidade.

Sua biblioteca era extensa e as obras variadas: escrituras sagradas, teologia, direito canônico, direito civil, filosofia, liturgia, literatura, ciência, medicina, história e geografia. Destacava-se na oratória, possuía memória prodigiosa. Diariamente escrevia as ações do dia, confissões, comunhões, batizados, casamentos, visitas a enfermos e missas. Anotava os fenômenos meteorológicos e fatos da cidade. Com a chegada de Frei Eugênio a Uberaba, vieram pessoas de outras localidades, aumentando a população e consequentemente às concessões de terras. Fizeram-se muitas casas e foram abertos mais de 17 negócios. Casais divorciados se juntaram, protestantes se converteram, se dissolveram mais de 80 concubinários, fizeram muitas restituições, reconciliaram-se inimigos.

 A Igreja em Uberaba ganhou um novo impulso. Vários oratórios e irmandades surgiram neste período. De gênio empreendedor, Frei Eugênio, não se limitou à caridade para com os mortos. Olhou para a povoação, e com espírito prático percebeu o progresso aumentar a população, anteviu a mendicância, a miséria e a precisão de abrigo para a pobreza enferma. Daí seus esforços para a construção dessa grandiosa obra – o Hospital de Misericórdia. (Mendonça; 1974, p. 46) Conhecido e chamado por “Padre Mestre” foi considerado o maior benfeitor de Uberaba, suas ações foram sempre dirigidas para proteção e assistência aos pobres e desvalidos. Não se limitava às Missões, estabelecia melhoramentos básicos: cemitérios, hospitais, serviços de água, estradas cisternas e fossas. Promovia ao mesmo tempo assistência aos órfãos, aos índios e aos escravos.

 Numa carta ao Bispo de Mariana ele escreveu: “Hoje conto com nove anos e vinte e seis dias que saí do Rio de Janeiro. Preguei com todo o espírito apostólico, e nunca preguei a respeito da escravatura e isso assevero a V. Exa. com fé de sacerdote e sacerdote capuchinho. Nunca me ocupei com semelhante matéria, para não parecer subversiva a minha doutrina. Limitei-me a apadrinhar alguns escravos de corrente, pega, argola e outros instrumentos de ferro. Preguei contra os pais que tinham seus filhos em seu próprio cativeiro; e que os vendiam ou davam em dote; mas sempre com cautela. Eu pregava que quem tivesse furtado o escravo alheio, o devia restituir ao seu dono.” (Mendonça; 1974, p. 41) Nas entrelinhas dos seus discursos percebe-se que era um defensor dos escravos e como tal sempre agiu. Era nítida a fé e a esperança que os negros tinham em Frei Eugênio ou Padre Mestre como o chamavam. Os negros escravos vinham assistir à Santa Missa e depois recebiam uma bênção especial do Padre Mestre, que lhes ungia e colocavam em seus pescoços medalhinhas ou patuás com orações para se protegerem contra o mau.   CEMITÉRIO DE SÃO MIGUEL A construção do cemitério iniciou-se em 1856, e por volta de dois anos, o cemitério estava pronto, tendo o Frei sido auxiliado por fiéis de todas as idades e classes sociais.

 O cemitério, denominado de São Miguel, situado onde hoje é a Praça Frei Eugênio, cobria a área hoje ocupada pelos prédios do SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e pela Escola Estadual Minas Gerais. A planta foi traçada pelo engenheiro civil Fernando Vaz de Melo. Naquele período foi considerado o mais sólido e amplo do interior do Brasil. Dentro do cemitério, Frei Eugênio construiu a Capela de São Miguel. A maioria dos túmulos eram de madeira. O mármore somente entrou em Uberaba por volta de 1880, quando passou a ser empregado na construção de residências e túmulos, inclusive o de Frei Eugênio.

 O Cemitério São Miguel funcionou 44 anos, de 1856 a até 1900. Foram enterrados neste período cerca de 4.400 pessoas. Foi interditado depois da construção do Cemitério Municipal, na época conhecido por Cemitério do Brejinho, atual São João Batista. Em 1900 a administração do novo Cemitério foi passada à Igreja Matriz. Em 1917, Monsenhor Inácio Xavier da Silva, no governo do Município, demoliu a capela e suas muralhas. Iniciou também a construção de um novo Cemitério chamado São Francisco, no fundo do hospital, porém o Frei não chegou a concluir a obra, ficou só nos alicerces. Além do Cemitério e da Capela São Miguel, Frei Eugênio projetou ainda a construção de uma ponte sobre o Rio Grande, no Porto de Ponte Alta, em direção a Uberaba, no intuito de ligar o litoral a Província de São Paulo às de Minas, Goiás e Mato Grosso. Pretendia outra ponte no Rio Paranaíba. Abriu ruas, fez estudos para canalizar as águas do Rio Uberaba, para o abastecimento da cidade, as mesmas cujos estudos a Câmara Municipal incumbiu o engenheiro Ataliba Vale de construir.


SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

Frei Eugênio não se limitou ao auxílio aos mortos. Observando o crescimento da cidade, o aumento da população, a precária situação dos pobres enfermos, baseado na Lei nº 148 de 1839, que autorizava as Câmaras Municipais a construir hospitais de caridade em seus municípios, dirigiu-se a Câmara de Uberaba e requisitou licença para construção de uma casa de caridade em um terreno denominado Largo do Rancho, hoje Bairro Nossa Senhora da Abadia.

 De acordo com Borges Sampaio: Está situada a Casa de Misericórdia de Uberaba na colina deste nome, isto é: “Aquela que dá entrada na cidade, a quem vier do Porto da Ponte Alta, pelo lado da Misericórdia. É separada à direita da Colina Estados Unidos pelo regato que nasce na chácara Joaquim dos Anjos; a esquerda da Colina Barro Preto pelo regato que nasce no capão conhecido por – Capão do Barro Preto – no Frasquinho” (Sampaio, 2001, p. 187). Em 1858, a Câmara Municipal concedeu o terreno e Frei Eugênio iniciou imediatamente as obras. As medições do local no período em questão eram: trezentos e vinte palmos de frente, e duzentos ao fundo.

 O Frei solicitou ao Dr. Henrique Raimundo des Genettes, a planta do hospital, porém o capuchinho foi aumentando e modificando conforme as necessidades exigiam. Junto à comunidade recolheu donativos. Estes consistiam em peças de ouro como rosários, relicários, cordões, moedas do Império e de Portugal, peças de prata e materiais de construção. O Frei pode contar ainda com quantias consideráveis vindas das famílias ricas da cidade.

  Frei Eugênio conseguiu junto a Câmara Municipal autorização para construir um açude nas imediações do hospital. O local não possuía água suficiente para a demanda da construção. O açude, além da construção, favoreceu toda a população que vivia nos arredores e sofria com a falta de água. Ergueu uma boa casa ao lado da Santa Casa destinada à administração, onde também passou a residir. Ficava na atual Praça Dr. Tomas Ulhôa, esquina com a Rua Frei Paulino.

A partir de 1921, até 1934, quando foi inaugurado o segundo prédio do Hospital da Misericórdia, esta casa serviu para internação dos pacientes. Entre 1862 e 1863, por conta da epidemia de varíola no país, às pressas foi preparada uma ala do prédio em que a construção estava mais adiantada, para receber os doentes. Em 1865 as obras seguiam graças à colaboração de pessoas com maior poder aquisitivo. Neste ano uma ala do hospital abrigou as tropas do Corpo Expedicionário que aqui se aquartelaram a caminho de Mato Grosso para a Guerra do Paraguai durante 45 dias, cujos doentes de bexiga (varíola) ali se internaram. A estada das tropas no prédio inacabado foi desastrosa, estragos se viam por toda parte. Camas, cozinha, utensílios, nada restou.

A Câmara requereu ao Governo Provincial indenização pelos prejuízos sofridos. Os prejuízos foram reparados. A construção da Santa Casa da Misericórdia foi agigantando-se, um grande prédio foi surgindo para os parâmetros do período. Durantes os anos de construção da Santa Casa, Frei Eugênio enfrentou diversos contratempos. Há alguns anos fora atacado por um boi ficando bastante ferido e sofrendo com sequelas. Idade avançada, enfermidades e ainda a hostilidade e intrigas de autoridades da Comarca do Paraná a qual pertencia Uberaba, juízes locais e outros que passaram por censuras feitas pelo missionário solicitando sua retirada da cidade, o abateram. Porém, a defesa feita pela Câmara Municipal e da população da cidade, conseguiram que ele permanecesse em Uberaba e continuasse o trabalho.

 Frei Eugênio esforçou-se para dotar o hospital de recursos financeiros permanentes e gerar receitas oficiais. Lidava com a descrença de alguns dos seus importantes auxiliares, que afirmavam que ele não conseguiria terminar a Casa de Misericórdia, e se conseguisse, esta não se sustentaria por falta de verbas. O Poder Judiciário da cidade estabelecia prestações de contas detalhadas e exigências insignificantes. O missionário firmava-se em sua fé e continuava seu trabalho. 

     A descrição da Santa Casa de acordo com Sampaio:   “este grande edifício com o quintal cercado de muros de pedra bem construídos forma um quadrilongo, ocupando todo o quarteirão que fazendo frente para o Largo da Misericórdia. A área ocupada pelo hospital é de 73 metros por 273, produzindo 19.929 metros quadrados. Entre a capela, enfermarias e outros compartimentos que se encontram ao entrar na frente à grande portaria, há, no centro, o jardim rodeado de largas sarjetas a cimento para esgotos pluviais. Toda a construção, descansa em grossos e profundos alicerces de pedra. Eleva-se o pavimento sustentado por fortes esteios de madeira de aroeira, da qual também são os portais das janelas e das portas do exterior. (…) A colocação do Hospital de Uberaba, sob o ponto de vista higiênico merece toda aprovação. (…) O astro solar banha com sua luz a frente do edifício quase todo o dia e em todas as estações do ano. Enfim, pode se considerar imune de emanações impuras, advindas do solo ou dos ares, bem como dos córregos. (…) O Largo da Misericórdia, que dá grande elegância ao hospital, mereceu do benemérito franciscano especial cuidado. (Sampaio, 2001, p. 163)   Sem ver sua obra finalizada, Frei Eugênio Maria da Gênova, faleceu vítima de angina, aos 59 anos de idade em 14 de junho de 1871, às 23 horas, em sua residência, ao lado do hospital, que por muito tempo foi conhecida por “casa de Frei Eugênio”. Uma hora depois os sinos anunciaram a morte do Frei, reunindo grande parte da população à sua porta. Seu sepultamento foiconsiderado o maior em termos de acompanhamento por aqueles tempos, cerca de 4.000 pessoas seguiram o funeral. Todos os seus bens foram considerados patrimônio da Santa Casa, dinheiro, objetos valiosos das doações e livros.

 Tudo que foi arrecadado foi como donativo para a finalização da Santa Casa. No outro dia, à noite seu corpo foi levado à Capela de São Miguel e sepultado, vestido com o mesmo hábito que, dizia ele, tinha prestado o voto na ordem. Sobre a sepultura de Frei Eugênio foi colocada uma lápide que data de 15 de junho, dia referente ao seu sepultamento.     Sepultura do Missionário Apostólico O Rmo. Pe. Me. Fr. FREI EUGÊNIO MARIA DE GÊNOVA Falecido a 15 de junho de 1871.

  Após sua morte a Câmara Municipal em virtude de uma lei provincial elegeu uma mesa administrativa, constituiu a pessoa jurídica que deveria representar os direitos públicos da Santa Casa de Misericórdia de Uberaba. A Fazenda Pública constatou que essa mesa tentou desviar a função do hospital. Mas um “acordão” tomado em sessão da junta do Tribunal do Tesouro Público Nacional decidiu a questão em favor do hospital, mantendo a mesa administrativa, a posse dos imóveis, móveis, direitos e ações que estavam em poder do Frei Eugênio. A mesa foi eleita em 1871 e durou até 1896, mantendo o hospital.

 Depois de muitas turbulências, após 27 anos da morte de Frei Eugênio, foi finalmente inaugurada a Santa Casa de Misericórdia de Uberaba, no dia 14 de junho de 1896. Com a demolição do Cemitério de São Miguel, em 1917, seus restos mortais, foram encaminhados para o Cemitério Municipal do Brejinho, atual São João Batista e, de acordo com José Soares Bilharinho, em 1965 encaminhados para a Igreja Santa Teresinha: As 15h45min horas do dia 22 de agosto de 1965, a urna contendo seus restos mortais foi retirada do Cemitério Municipal. Acompanhada por um grande cortejo de automóveis, foi conduzida pelo seguinte itinerário: Avenida da Saudade, Rua São Sebastião, Praça Frei Eugênio, Rua Capitão Manoel Prata, Rua Olegário Maciel, Rua Carlos Rodrigues da Cunha, Praça Thomas Ulhoa, Rua Frei paulino, Capela da Santa Casa – onde permaneceu por alguns momentos – Rua Quintino Bocaiúva, Praça Manoel Terra, Avenida Leopoldino de Oliveira, Praça Henrique Kruger – ponto de concentração da grande massa popular – até a Igreja Santa Terezinha. Alí a urna foi depositada diante do Santuário. (…) Movidos por necessidades inadiáveis, os irmãos de hábitos do Padre Mestre venderam a cobertura de mármore do seu túmulo.

 A peça encontrava-se sob a custódia da UFU – Universidade Federal de Uberlândia – constituindo a superfície da Mesa do salão nobre da Faculdade de Direito desta instituição. Por iniciativa da Fundação Cultural de Uberaba, a lápide retornou a Uberaba no dia 21 de maio de 2014, e foi colocada na Igreja de Santa Terezinha onde se encontram os restos mortais de Frei Eugênio.   Luciana Maluf Vilela      Historiadora da equipe técnica do Conphau Maria Aparecida R. Manzan Coordenadora da equipe técnica do Conphau     Referências:

Prata, Pe.Thomaz de Aquino: Memória da Arquidiocese de Uberaba. Edição: Fundação Cultural de Uberaba e Museu de Arte Sacra, 1987.

Sampaio, Antônio Borges: Uberaba: História, Fatos e Homens. 2ª Edição: Prefeitura Municipal de Uberaba e Arquivo Público de Uberaba. 2001,

Pontes, Hildebrando: História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central. Edição: Academia de letras do Triângulo Mineiro. 1978

Livros de Atas da Câmara Municipal de Uberaba nº 01/02. Acervo do Arquivo Público de Uberaba. Data: 1859, 1860,1862, 1863, 1869,1871.

Bilharinho, José Soares. História da Medicina em Uberaba. Edição: Academia de Letras do Triângulo Mineiro; 1982 vol. II   

AVENIDA LEOPOLDINO DE OLIVEIRA

                                                        Avenida Leopoldino de Oliveira


Local: atual avenida Leopoldino de Oliveira


Década: 1950


Foto: Autoria desconhecida


Ao plantarem nomes em suas ruas, geralmente, as cidades escolhem aqueles capazes de elevá-la a altos graus de admiração. É atribuída ao Agente Executivo Leopoldino de Oliveira a reorganização de Uberaba durante sua gestão e, talvez por isso, uma das principais avenidas do município tenha seu nome.


A via que, no final do século XIX, era só uma passagem para os tropeiros e suas maltratadas mulas, tornou-se, na década de 1920, sede do Mercado Municipal. O entorno foi destrinchado e novas vielas enviesaram o córrego das Lajes, exigindo desapropriação dos terrenos ao redor, para a construção de uma avenida que fizesse jus ao latente comércio do mercado.


Avenida inaugurada, aberto o caminho do progresso. Enfileiraram-se nela o Grande Hotel, com suas noites de gala e o status de primeiro edifício do Triângulo Mineiro, e outros estabelecimentos importantes. Nessa cena, o córrego aberto e cercado por muretas em decoração vazada não era mais bem-vindo. De 1945 em diante, a cobra de paralelepípedo foi serpenteando e alcançando caminhos mais longínquos, ganhou pele de asfalto e engoliu o riacho que, hoje, embutido em suas entranhas, corre silencioso na escuridão subterrânea.






Iara Fernandes





(Acervo do Arquivo Público de Uberaba)

“PROJETO AGUA VIVA”- CÓRREGO DAS LAJES

Córrego das Lajes, trecho Rua Senador Pena e Av. Santos Dumont.
Década de 1970

“Projeto Agua Viva”- Córrego das Lajes

(Foto do acervo pessoal de Paulo Nogueira)


Córrego das Lajes

                       Córrego das Lajes

Década de 1940/50


Córrego das Lajes, na Av. Leopoldino de Oliveira - Uberaba - Minas Gerais


Foto: Autoria desconhecida

A ÁGUA DEU...

    Uberaba sempre viveu horas de pesadelo com as pesadas chuvas que caem sobre a terrinha e que, rapidamente, tornam-se quase em catastróficas enchentes...Aliás, enchentes é como doença; quando menos se espera ,ela chega. Estava todo mundo queixando-se do calor infernal que assolava a cidade, pedindo uma chuvinha leve para refrescar o ambiente,verdejar nossos campos, lavar a poeira que paira sobre ruas e calçadas empoeiradas. De repente, a chuva cai ! Sem dó, nem piedade, levando tudo de roldão:carros, motos,lixo,bicicletas,biroscas,sanitário ambulante e outros pertences...A cidade virou um caos. A população estupefata,medrosa sem acreditar no que via no centro e alguns bairros. Aquela torrente levando sujeira,muita sujeira,além de obras(?)públicas , só preservando almas imundas,bem sujas, dos nossos políticos...”Selfies” registrados aos montes,de baixo e de cima dos prédios da avenida...Em menos de hora de tormento,o centro da cidade,ficou barro só.Carro sobre carro,água sobre casas,água no leito do rio, água fora do leito de córregos e canais,água nos bancos,água nas lojas... a poeira e o calor maldito,cederam lugar às águas barrentas da volumosa enxurrada. Chuva que se pedia branda, manhosa,dengosa, que pudéssemos controlar a mão divina, não veio...Chegou sim, a chuva de alerta,de raiva, a chuva forte que a mão do homem não pode conter..Jogaram a culpa no coitado do S.José..fazer o quê ? Diz o ditado dos antigos que “ a água leva e água lava”...Lava a alma e o corpo, lava nossas verdades, como também lava nossas mentiras.

Júlio Marques, proprietário do “Bar do Dica”

Júlio Marques, proprietário do “Bar do Dica” 


Júlio Marques, proprietário do “Bar do Dica” o famoso Dica. O segredo da famosa galinhada do Dica vai além do tempero. O pai do Júlio tinha apelido de Dica, e com a morte do pai o apelido Dica foi transferido para Júlio.O Bar teve início na década de 1950 na praça da rodoviária velha, e depois transferido para avenida Fernando Costa. Deixou o bar devido à família pedir para desistir da vida noturna.


"Tudo passa nessa vida. Numa determinada, época, na década de 60, havia o BAR E RESTAURANTE "Shell", onde trabalhávamos : eu e meus primos Paixãozão, João Paixão, José Paixão,meus amigos Hélio Quirino, Sebastião que depois se tornou barbeiro. Adair do Calimério que depois passou a vender pipocas no Uberabão, Edésio, o BAR DO ZOTE onde trabalhavam o Alfredo, João, Adrião, Dacobrá, Haroldo, Tiãozinho, Pedrão. a BOATE VIRACOPOS, onde trabalhava o Ivo, cujo proprietário era o Orlando, a RODOVIARIA VELHA, a BOATE LUNA, o BAR DO DICA, dos proprietários Julinho e o pai. havia o meu querido NACIONAL FUTEBOL CLUBE, chegando no ano de 1966, em quarto lugar no campeonato mineiro de futebol. Meu Deus! Fui testemunha de tudo isso, que,. Infelizmente não existe mais! Só ficou saudade!" (Joaquim Paixão Borges)

IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO (1905)




Vamos tentar evitar o surgimento de quaisquer dúvidas sobre nossa protagonista deste mês esclarecendo que o que chamamos de Igreja do Santíssimo Sacramento – a Senhora das Mercês – trata-se da mesma igreja que, no passado, também foi chamada de Santo Antônio e São Sebastião e de Igreja da Adoração Perpétua. Pensamos ser importante igualmente fazer a distinção entre dois conceitos muito comuns e frequentemente utilizados: igreja e paroquia.

   Entendemos por paróquia todo um conjunto territorial (que tem a tendência de diminuir com o passar do tempo, à medida que a população aumenta e cidade cresce) que engloba uma comunidade paroquial, que disponibiliza um conjunto orgânico de serviços pastorais e sacramentais e que, finalmente, possui uma matriz e bem possivelmente algumas capelas filiares. Assim, a paróquia é uma instituição-base da vida cristã. Já a palavra igreja pode ao mesmo tempo designar (como já havíamos refletido no mês anterior) o edifício, isto é, o templo religioso onde se realizam os ofícios sacramentais e que, por sua vez, tem uma nomenclatura própria (basílica, catedral, igreja, capela, ermida), como também pode significar uma ideia geral de igreja muito própria da etimologia da palavra ekklesía,que significa “chamado “Para não restar dúvidas, todas as vezes que usamos a palavra com letra minúscula estaremos referindo à igreja-edifício e, quando usarmos a letra maiúscula, subentende-se  que falamos da Igreja-Povo.

   Com esta introdução, apresentamos que a igreja do Santíssimo Sacramento não é a mais antiga igreja da nossa arquidiocese, nem mesmo de Uberaba, sendo posterior à Catedral, à capela de Santa Rita ou a igreja de São Domingos, mas é, como demonstra decreto de 2 de março de 1820,Bispo de Goiás, a mais antiga paroquia de nossa Arquidiocese.

   Quando Dom Eduardo, ainda como bispo de Goiás, transferiu sua residência para Uberaba em 1886, por ser esta cidade um centro urbano mais desenvolvido e com maiores possibilidades de irradiação da missa evangélica do que Cidade de Goiás (Goiás Velho), então sede diocesana, mandou iniciar, no mesmo ano, a construção de outra igreja para ser a matriz da Paróquia de Santo Antônio e São Sebastião. Terminada a construção em 1905, Dom Eduardo mandou inscrever no frontispício da nova igreja a frase que ate hoje se pode vislumbrar: DIVO CORDIEDUARDUS EPICOPUS  GOYAS – 1905,que significa: “Eduardo Bispo de Goiás, construiu ao Sagrado Coração – 1905”

   Com a criação da Diocese de Uberaba em 24 de maio de 1908, essa igreja do Sagrado Coração passou a ser a catedral da nova diocese, e assim permaneceria até 1926,Quando Dom Antônio de Almeida Lustosa fez a troca com a atual  catedral. Também os padroeiros se inverteram, ou seja, o Sagrado Coração acompanhou a igreja-catedral na Praça Rui Barbosa e os padroeiros de Uberaba – Santo Antônio e São Sebastião – subiram para igreja no alto das Mercês.

   Durante o episcopado de Do Eduardo, construiu-se paralelamente à igreja outro prédio ao lado para servir-lhe de residência, o Palácio Episcopal, e que futuramente se destinaria ao Seminário Diocesano. Ao longo do tempo, foram feitos acréscimos e adaptações. Destaca-se a construção do salão paroquial na década de 1980.

    Em agosto de 1960, os padres da Congregação  Sacramentina assumiram o governo  da paroquia a pedido de Dom Alexandre e tiveram atuação decisiva no sentido de fortalecer o espirito de adoração ao Santíssimo Sacramento. Mesmo  com a saída dessa congregação da administração da paroquia dos anos 2000,os frutos de sua presença ainda são percebidos como, por exemplo, a partir da existência de um Grupo de Leigos e Leigas Sacramentinos.

  A paróquia foi desmembrada em 1978 durante o arcebispado de Dom Benecdito, com a criação das paroquias de Santa Maria Mãe da Igreja e da Ressurreição. Possui  também ainda hoje varias capelas filiares das quais destacamos a Capela do Colégio Marista.Atualmente,seu pároco é o padre Ricardo Luiz.

Vitor Lacerda

Edifício Pedro Salomão

Edifício Pedro Salomão 

Lançamento da Pedra Fundamental do Hospital Dr. Hélio Angotti

Lançamento da Pedra Fundamental 

Córrego da Lajes - avenida Leopoldino de Oliveira.

Córrego das Lajes

A criação da Diocese de Uberaba

Foto: Arquivo Público Mineiro/Anos: 1859 a 1889            

Igreja de Santa Rita dos Impossíveis

Igreja de Santa Rita dos Impossíveis - Foto:Ângelo Prieto