Ontem,morria
um apaixonado uberabense.Ontem,nascia há 44 anos, um grande adversário do
uberabense.Morria Wanderley Martinelli,o Maizena; nascia uma geração de
nacionalistas.Destino? Será?Quem sabe?Ou estava escrito...”Maktub”...
Foi
numa tarde-noite,debaixo da marquise do”armazém Tupy”,rua Tristão de
Castro,esquina da José de Alencar.Em frente, a sapataria do “seo”Calixto
Cecilio.Na outra ponta, o “bar Jaú” do Babá Laterza, ponto de encontro da
rapaziada do “São Benedito”.No bairro, 2 times de várzea:o “Princezinha” das
“bicas”, do “Pombinha”e o “Guarani”, da vila Maria Helena,conduzido pelo
“Jairão engraxate”.Um belo dia, resolveram juntar os times.Os irmãos Chiquito e
Breno Decina,”Zé Pão” e Fábio Perez, Aflaton Maluf,Ismael Tótoli,Otinho Sabino,
Edmundo Silva,recém chegado de Água Comprida,além de alguns outros que a
memória me trai em não citá-los, reunidos, iam colocando num chapéu não se sabe
de quem, o nome que achavam deveria chamar-se o “novo clube”. Feita a contagem
“dos votos”,deu Nacional e a as cores escolhidas,ganhando de um verde-amarelo
horroroso e para agradar o Breno Decina, botafoguense de 4 costados...o branco
e preto.
O
destino reservava ao novo clube, uma respeitável fatia do bolo esportivo da
sagrada terrinha.O mesmo bolo que antes ficara balofo nas mãos do falecido “Red
and White” e não teve sequência no natimorto Triângulo Futebol Clube...Como que
predestinado, o Nacional herdara tudo: cores do pavilhão, paixão dos velhos,
arroubo dos moços, volúpia de vitórias e, incrível!grande parte da letra e
música do hino apaixonante-“ preto e branco as nossas cores”, cantado sempre
com grande vibração e indescritível amor pela fanática torcida alvi- negra !
Como
acontece com os clubes tradicionais do futebol brasileiro, torcedores sempre
proclamam” tinha que acontecer com o Nacional”... Perder ti´tulo quando tudo
está fácil. Ser campeão quando tudo e todos são adversos, perder jogos fáceis e
vencer batalhas quase impossíveis ! Assim é e será sempre o Nacional Futebol
Clube! Fundado sem a pretensão de ser o que hoje é, o maior rival do Uberaba
Sport, os “meninos da “Tristão de Castro”, jamais pensaram que o clube fosse
dar tantas alegrias como tem dado, apesar dos inevitáveis percalços...
Velhas
figuras “redinas”( famílias
inteiras,Decina,Hueb,Cecilio,Abocater,Prata,Salge,Almeida, Stefani, Adriano,
Curi, Mauad, entre outros), sentiram um novo alento , uma nova oportunidade de
torcer contra principalmente o Uberaba e assim descontar , pelo menos em parte,
toda a mágoa que sempre devotaram ao clube das “Mercês”.Era forma de extravasar
em gritos e cantos, o amor morto para uma nascente paixão! O Nacional foi
criado dentro desse espírito, ainda não quisessem seus jovens fundadores.
Incorreria
em erro imperdoável se citasse nomes que cimentaram a grandeza do Nacional.Do
primeiro aos atuais dirigentes , suas parcelas e contribuições para o clube são
irretocáveis. Só não deram o coração por não sair do peito . Vibram nas
memoráveis vitórias e choram, copiosamente, nos amargos fracassos. “ O Nacional
é raça !”gritam seus fanáticos torcedores. Verdade cristalina . Não abandonam
nunca, o time de coração. A bandeira que tanto amam !
É
de admirar a lisura,seriedade que os dirigentes administram e preservam o
patrimônio do clube. Campo de treinamento,entrada principal,ginásio
esportivo,piscinas, alojamento,arquibancadas, nada é descuidado. Estádio
“J.K.”,está sempre nos “trinques”. O clube, “em dia” com suas obrigações
sociais,trabalhistas e etc.Cuida com carinho das divisões de base e, logo,logo,
voltará à elite do futebol mineiro. É o que todos nós esperamos..
Concluindo:
o sempre lembrado Ataliba Guaritá Neto (Netinho), num dos grandes momentos de
feliz inspiração, profetizou: -“Nacional, time que dá satisfação a gente !”
Ponto final.
Postado em 02 de agosto de 2017
Luiz
Gonzaga Oliveira