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domingo, 30 de dezembro de 2018

VOU-ME EMBORA PARA UBERABA ...

Sou fã de “ galocha” do inesquecível Manoel Bandeira. Pedí-lhe “licença pos-mortem” para parodiar o seu imortal poema “Vou me embora para Pasárgada. Deu “ nisso aí embaixo”:
Vou-me embora para Uberaba
Lá sou “ amigo do rei”
Trabalho quando o dia acaba
Gozo da “mamata” que sempre sonhei

II

Vou- me embora para Uberaba
Onde estou não sou feliz
Lá tem “boca” que não é macabra
Vou (não) fazer o que sempre quis

III

Vou brincar com a “Dora Doida” na rua Espanha
Fingir que estou doente, afinal, não sou demente
Passeio por todo lado; ninguém me estranha
Aqui, gostam de mim. Sou gente...

IV

Trabalho pouco, assino ponto, corro como atleta
Na sequência da folga, ainda ando de bicicleta
Vida boa, comida farta, “ dou uma de pateta”
Subo o “morro das 7 voltas”, lembrando o grande poeta

V

Não tendo que fazer, escalo o “morro da onça”
Se fico cansado, ora bolas ! deito
Fujo sempre de perto da “ lambança”
E ninguém me amola no meu leito...

VI

Faço minhas farras na companhia do “Zé’
Ele, malandro, conhece um “ mundo de muié”
Ando com dinheiro no bolso, pois sou um “barnabé”
“Encosto” na Prefeitura , bom emprego, sabe... pois é...

VII

Vir para Uberaba, minha vida mudou . Juro !
Onde morava, vivia sempre duro
Povão bão, preguiçoso, mas, bem educado
Não fala do “ sujo”, muito menos do “ mal lavado”...

VIII

Na “minha” Uberaba, tem de tudo
Terra de político “ peitudo”
“Peita” grana suspeita, “canta” menina vadía
Tem fazenda com gado, e é amante da pedofilia...

XIX

Em Uberaba, ele manda mais que o “ rei”
Seu nome ? Todo mundo sabe... eu também sei...
Prá minha terra, nunca mais voltei
Como sou bem “tratado”, jamais esquecerei...

X

Na terra onde nasci nunca passei de ‘pé rapado”
Em Uberaba, virei político, sou respeitado
Já fui tudo: secretário, prefeito, deputado
“Cara de boi sonso”, fiz fortuna, pois sou organizado

XI

Vou-me embora para Uberaba
Gente civilizada, mansa até não mais poder
Mulher bonita, boteco prá todo lado, gosto de jabuticaba
Com o “vidão” que levo, que mais posso querer...

XII

Vou-me embora para Uberaba
Lá, sou “ amigo do rei”
Ganho sem trabalhar, só o “ponto” vou assinar
A confiança de “ amigo do rei”, ora, ora... conquistei !
Desculpem-me pelos versos “ quebrados”...” Marquez do Cassú”



Cidade de Uberaba