Germano Gultzgoff, foi o grande arquiteto e projetista de Uberaba. Filho de russos, nascido na ilha de Córsega, a mesma de Napoleão Bonaparte (seriam parentes? Sei lá…), aportou em Uberaba no ano de 1954, pelas mãos sérias e progressistas dos irmãos Salomão. Gilberto, figura maiúscula do empresariado de Brasilia (DF) e Urbano, “curtindo” com sabedoria e inteligência, até hoje, sua sempre doce Uberaba…
Country Clube, Sirio Libanês, repaginação do Jockey, da praça Ruy Barbosa, Hospital “Hélio Angotti” e as mais bonitas mansões da cidade, tiveram os traços de Germano. Educado, criação esmerada, educação requintada, vir morar no interior de Minas, só mesmo um gênio(aliás, todo gênio tem um pouco de louco…)para aceitar tamanho desafio. Germano, aceitou. Provou, gostou e não saiu mais da terrinha. Inovador, irriquieto, irreverente, pensador, criador, culto, inteligente, leal, sincero, “bom de copo”, sem papas na língua e outros adjetivos mais, Germano os tinha. Os que conviveram com ele, sabe o que estou dizendo. Já maduro em idade, enveredou-se pela política, candidatando-se à prefeito. Teve menos votos que o vereador eleito com a menor votação… Na eleição seguinte, tentou a vereança. Nem na suplência ficou. “ – Meus amigos continuam os mesmos”, consolava-se. Adquiriu uma fazenda com a lei dos incentivos fiscais, que, diga-se, deixou muita gente daqui, “bem de vida”, a tal lei do reflorestamento… Agricultura, pecuária, apicultura, foram as atividades. Não sendo do ramo, logo desistiu. Porém, antes de vender a fazenda, colocou na entrada principal, um enorme canhão. Verdade! Canhão grandão, mesmo.Viajantes que vão com destino a Goiás, BR-050, quase defronte ao posto das Bandeiras, ficam intrigados com a ousadia de Germano.- “Canhão na entrada da fazenda?Praquê?” diziam todos. À custo, Germano explicou: – “Ninguém vai tirar o canhão Dalí. Sabe cumé, né, Uberlândia ta crescendo prós nossos lados, mas, só até no posto das Bandeiras. Se passar, meu canhão ta cheio de balas e passo a atirar. Pros lado de Uberaba, ninguém vai botar banca, não”.
A fazenda não é mais do Germano, mas, o canhão está lá. Até hoje.Por medida de segurança…
Luiz Gonzaga de Oliveira