Fernando Vannucci, foi, sem medo de errar, o mais correto, simpático e popular apresentador da TV brasileira. Nasceu em Uberaba como Fernando Antônio Vannucci Braz, filho de Sherlock Holmes Braz e Célia Vannucci e um único irmão, Sebastião Braz Neto(Netinho). Garoto, aos 14 anos, gravador em punho, presente do seu tio Wagner, “cobria” os trinos do USC, Nacional e Independente, times da cidade. Orgulho-me ter sido seu “pai artístico”. Voz bonita, presença idem, versátil, “antenado” em esporte, levei-o para a PRE-5 e depois a “7 Colinas”. Além do esporte era vidrado em música jovem e campeão em audiência onde apresentou programa. De Uberaba para BH, Rádio Inconfidência, foi um pulo. Sucesso ampliado. A Globo-Minas, de “olho” no garoto. Sucesso novamente. Etapa maior:Rio de Janeiro, Rede Globo. O Brasil passou a admirá-lo. “Globo Esporte”, “Esporte Espetacular”, “Fantástico”, Copas do Mundo, Olimpíadas e narrador, imbatível, até hoje, dos desfiles carnavalescos da “Sapucaí”. A Globo nunca mais encontrou profissional melhor que ele. Botafoguense de dar “cambalhota” com as vitórias do “Fogão” (como eu). Foi a herança maior que o pai lhe deixou. Lembrando Sherlock, foi excelente jogador dos times locais e fama de nunca ter “perdido” a cobrança de penalty. Surdo como uma porta, não ouvia o xingatório da torcida e convertia todas as cobranças. Adorava uma pescaria e tinha rancho no rio Grande. Seu final de semana era numa canoa, navegando rio acima, rio abaixo, com caniço e samburá.Num desses finais de semana, tempo chuvoso, água turva, Sherlock, enfrenta a maré.Peixe que é bom, nada.Tarde indo embora, noite chegando.”apoita” a canoa, cansado.Os “rancheiros”,da.Fia e Tonico, com o jantar pronto.Arroz, feijão pagão e lingüiça, bem apimentada. Surdo, Sherlock, conversa com o casal e mistura família com pescaria. O “papo” mantido entre ele foi sensacional. Acompanhe:
-“Seo” Sherlock, quantos filhos ?
Ele não ouve bem e pede para repetir:
-Quantos filhos?”
Ele responde secamente:
-“Dois”.
-“Cumé que ele chamam?”Sherlock entende mais ou menos e responde:
“- um é bagre e o outro é um piauzinho pequeno”.
O casal a custo conteve o riso e insistiu:
-“E a dona Célia, como vai?”
-“Num ta boa, virou corredeira e ta bem suja”.
O casal desistiu da prosa e foi dormir.
Abraços “peixeiros” do “Marquez do Cassú”. Luiz Gonzaga de Oliveira
Em 1969, Ricardo Prieto fotografava, no Boulanger Pucci, Fernando Vanucci, da Rádio Sete Colinas, entrevistando o radialista Pedro Luiz, conhecido como “o maior narrador do Brasil”, antes do jogo Uberaba Sport e Fluminense, de Araguari. No centro, de óculos escuros, o jornalista Luiz Gonzaga de Oliveira e, semi-encoberto por Vanucci, o presidente do Uberaba Sport, René Barsan (Foto do Arquivo V&V).
Luiz Gonzaga de Oliveira