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segunda-feira, 31 de julho de 2017

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA ABADIA (1884)

Santuário de Nossa Senhora da Abadia - Foto - década -1920 

Santuário de Nossa Senhora da Abadia - Foto - década - 2000

A história do Santuário de Nossa Senhora da Abadia se destaca das demais igrejas que temos tratado por duas razões específicas: primeiramente por se tratar da padroeira de Uberaba, sede arquidiocesana, historicamente foi um centro de grandes movimentações e muita devoção. E também porque se tratou de uma igreja com diversas obras, expansões e reformas ao longo dos mais de cento e trinta anos em que se localiza no coração do bairro que tem o mesmo nome do título com o qual a Virgem Maria é carinhosamente lembrada não só pelo povo uberabense, mas de todo o Triângulo: Abadia.

O início desta história, todavia está em 1881 por iniciativa do capitão Eduardo José de Alvarenga Formiga. O título militar, longe de indicar que se tratava de um homem de armas, denota que era dos quadros da Guarda Nacional, instituição criada durante a Regência para manter a ordem pública nas diversas regiões do Brasil e composta, sobretudo, por proprietários rurais e homens ricos. Sua devoção à Nossa Senhora da Abadia, provavelmente consequência da colonização portuguesa, o levou a requerer junto à Câmara Municipal autorização para erigir uma capela onde hoje se encontra o gigantesco santuário dedicado a Nossa Senhora da Abadia. Em 15 de agosto de 1881 a primeira missa é celebrada ainda ao ar livre e em 1884 o edifício que estaria, a partir dali, em constante desenvolvimento, já estaria pronto.

Entre 1898 e 1915 a capela esteve confiada aos cuidados dos padres Agostinianos Ricoletos. Em 1921, sob os cuidados do cônego César Borges, tornou-se Paróquia a partir de um decreto do Bispo Diocesano D. Eduardo Duarte Silva. Em 1935 a Paróquia seria definitivamente entregue à Congregação dos Sagrados Estigmas – ditos padres estigmatinos – por decisão do Bispo D. Frei Luiz Maria Sant’Ana, situação que perdura até os dias atuais e que daqui poucas décadas completará cem anos da presença desses religiosos em nossa cidade, período que só fez crescer o patrimônio espiritual e material dos devotos a Nossa Senhora.

No quesito de reformas e expansão material do Santuário destacamos: a) em 1937 iniciou-se a construção da torre central; b) em 1939 foram instalados os sinos; c) em 1940 uma imagem de 4,40 metros foi abençoada pelo Bispo D. Alexandre G. Amaral e colocada no alto da torre; d) em 1943 iniciou-se uma reforma geral da igreja que se estenderia pelas próximas décadas; e) em 1948 finaliza-se a cobertura da nave central; f) em 1954 finaliza-se todo o revestimento interno; g) em 1955 a velha casa anexa a igreja é demolida para mais expansões; h) em 1962 é iniciada a construção de uma nova Casa Paroquial; i) em 1975 são instalados os sinos eletrônicos e em 1977 um órgão eletrônico; j) em 1980 é refeita a partir elétrica e de iluminação; l) em 1982 tem-se a doação de um terreno pela Prefeitura de Uberaba no qual se inauguraria alguns anos mais tarde um Salão Comunitário e Centro de Pastoral.

A presença histórica do Santuário de Nossa Senhora da Abadia contribuiu historicamente para a ocupação demográfica daquela região da cidade e de seu desenvolvimento, tendo como epicentro o templo religioso e sob os cuidados da padroeira, com o surgimento de um intenso comércio em seus arredores. Toda a movimentação advinda pelos festejos do dia da Senhora da Abadia movimenta igualmente toda a economia uberabense e triangulina através de diversas peregrinações e do turismo entre as cidades da região. Em torno desses festejos desenvolveu-se também toda uma cultura popular riquíssima em tradições e fé. Desde as procissões realizadas até a Alvorada com Nossa Senhora, tradicionalmente envolvendo a Banda do 4º Batalhão de Polícia Militar, o envolvimento dos jovens com teatros e apresentações culturais, enfim, tem contribuído para levar o Palavra de Deus a um número crescente de pessoas.

Atualmente o Santuário também sedia o Propedêutico Estigmatino e conta com a presença de três sacerdotes e três seminaristas, a saber: Pe. Jaílson dos Santos (Pároco), Pe. Ruy Félix (Vigário), Pe. Bruno Cunha (Vigário), Sem. Anderson, Sem. Robson e Sem. William.

Vitor Lacerda