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domingo, 28 de julho de 2019

CENTRÃO!

Oi, turma !


( Lé com lé... crê com crê... entendido ?...)


Não resisti a tentação. Relendo antigos textos, deparei-me com esse. Peço vênia para repeti-lo, em homenagem àqueles que não tiveram a oportunidade de lê-lo.

Na década de 50/60, as donas dos bordéis da rua São Miguel, estavam preocupadas em perder a hegemonia e a liderança da vida noturna e boêmia da santa terrinha. Rumores corriam fortes que um “novo tempo” estava chegando, aparecendo “focos ”de outras casas, em meio às casas familiares, portanto, fora da zona, à atrapalhar o “rentável negócio” que a elas, pertencia.

Essas casas recebiam casais descasados, mulheres e homens casados e comprometidos e mocinhas “regateiras”, que não se sabe as razoe$$$, estavam também frequentando. As “cafetãns”,~ reuniram-se num lauto jantar no amplo salão do “casino Brasil”. Lá estavam: a Negrinha, Tubertina, Amelinha, Tia Moça, Nena, Sudária e Isolina e decidiram associar-se num amplo “ centrão” para barrar a investida que ameaçava o rentável negócio delas. Em “convenção”, sairiam as decisões das “ mandonas”do pedaço do pecado...

Primeiro, era necessário superar algumas “divergências” entre elas. Cínicamente, foram dados os “abraços de tamanduá” e a conhecida amabilidade da “troca de falsidades”... Afinal, diz o ditado que quando “o navio está afundando, não existem inimigos. Todos devem unir-se para salvar a embarcação”. A Negrinha trocou beijos com Tia Moça; a Nena deu um comovido abraço na Tubertina; de braços dados saíram Isolina e a Sudária. O pacto estava consolidado e recebeu o nome “Centrão da Putaria”. O “comando”, seria “ colegiado” .As casas com mais kengas, teriam o maior número de votos( desculpe, decisões...).

Vieram as primeiras, pois, não poderia perder tempo. O “inimigo” avançava. As “novatas ”não poderiam, por hora, mudar de partido,( perdão ! de casa)... Teriam que permanecer; ,caso contrário, perderiam o “bônus do rateio” da propaganda eleitoral (desculpem-me, outra vez !), quero dizer, sua parte no “michê”, controlado pelo ”Centrão” . Afinal, o “Centrão”, precisava frear o avanço dos” rendez-vous” e dos recentes motéis, que incomodavam bastante o velho e tradicional puteiro da rua São Miguel...

O que fizeram elas ? Passaram a exigir a mais absoluta higiene e fidelidade às casas, das putas recém chegadas. A obediência a essas determinações eram imprescindíveis a otimização dos futuros resultados. Aquela que fugisse às regras, seria levada ao conhecimento do “cabo Tatá” e do seu homem forte, o sargento Ranulfo, paras devidas reprimendas. Negrinha, Nena, Isolina, Tia Moça, Amelinha Sudária e Tubertina, comandantes do “Centrão”, não poderiam perder o controle dos seus filiados ( hi! Perdão outra vez...), do dinheiro, do poder e das negociatas, que exerciam na rua São Miguel. Era preciso ”trabalhar” para não perder o poder!

Só que as putas iniciantes queriam conhecer novos lugares, puteiros de luxo. A velharia não mais seduzia as ex-donzelas. Mesmo com todo o esforço do “Centrão”, ele não prosperou. Os motéis, cada um mais chique que o outro, as chácaras” especializadas”, tomaram conta do pedaço, sepultando,de vez, a saudosa e lendária rua São Miguel...

Segundo conta a história recente, muitos filhos daquelas distintas damas, mudaram-se para Brasilia e juntando às filhas e netas(os) das “damas da noite”, formaram um novo “Centrão”, voltado à política brasileira .É a fase que estamos vivendo... Abraços do “ Marquez do Cassú".


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Cidade de Uberaba



terça-feira, 3 de janeiro de 2017

MAJOR JACINTO SACRAMENTO - UBERABA

Uberaba sempre teve fama de homens valentes.Disse homens, não políticos..Major Jacinto Sacramento, militar e delegado de policia, foi um deles.Deixou página de “feitos” na cidade. Só que teve uberabense mais valente que ele. Seguinte: corria o ano de 1936. Sacramento tivera um desentendimento sério com doutor Boulanger Pucci, cuja fama de bravo também era conhecida. Médico competente, caridoso, humanitário, era tido também como um autêntico galã para os padrões da época.As causas da discórdia com Sacramento, não eram conhecidas. O certo é que Boulanger tentou publicar nos jornais locais, umas “verdades” do major delegado. Não se sabem os motivos os donos dos periódicos locais, não aceitaram, nem como matéria paga, o artigo do médico uberabense.-“Foi cagaço deles”, dizia Boulanger. Ele, não se deu por vencido. Foi a São Paulo e pagou a publicação no “Diário de São Paulo”, o mais importante jornal dos “Associados”, de Assis Chataubriand. Uma repercussão que seria , no máximo regional, virou assunto nacional. Imaginaram um médico criticar, aquela época, um delegado de policia, ainda por cima militar? Sacramento ficou sabendo da noticia e o “auê” que provocara, pela amante, Yolanda Junqueira, da tradicional família que leva seu sobrenome em usina às margens do rio Grande e base em Ribeirão Preto. Yolanda, era dona de bordel na rua São Miguel, o famoso “baculerê” da cidade. A mulher não se conteve e exigiu que o amante fosse até Boulanger e o fizesse engolir o jornal que o detratava. Para não desapontar Yolanda, a mulher-amante, faria com que o seu desafeto engolisse, pedacinho por pedacinho, o jornal que trazia a noticia. –“Palavra de macho apaixonado”, afirmou.-“Supremo desaforo, um mediquinho de merda, manchar a minha honra!”, pensou, babando de raiva. –“Amanha cedo, aquele filho da puta, vai ver com quantos paus se faz uma canoa. Ele mexeu com o caboclo errado”, gritava e olhava para a amante. Só que nem ele, nem Yolanda, sabiam que parede tem ouvido. A da pensão do “baculerê”, tinha . Amanhã, conto o final.


Luiz Gonzaga de Oliveira