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segunda-feira, 21 de junho de 2021

Uberaba está em todas` também com Paulo Mesquita

A célebre frase "Uberaba está em todas", atribuída ao jornalista e radialista Ataliba Guaritá Neto, o Netinho, me causa indignação por estar sempre diretamente ligada atualmente a todo tipo de escândalo nacional em que aparece o nome de um uberabense. Sou do tempo em que a frase era usada pelos titulares das colunas Observatório (Netinho) ou Escutando e Divulgando, jornalista Raul Jardim, diretor do vespertino extinto Lavoura e Comércio para referenciar grandes feitos de uberabenses em território nacional ou até no exterior, como, por exemplo, os títulos conquistados pelo atleta Alaor Vilela, o Peixinho, ou mesmo o sucesso alcançado pelo compositor Joubert de Carvalho.

Dr. Paulo Mesquita. Foto/Divulgação. 

Nos primeiros anos de exercício de minha profissão, quando também dava os meus primeiros passos com reportagens publicadas em veículo de comunicação com circulação em todo território brasileiro, encontrei na pessoa do médico Paulo Miguel de Mesquita, o verdadeiro representante de Uberaba na contribuição para estudos sobre diagnóstico da Aids voltados à ciência no país e no mundo. Ao me conceder entrevistas entre os anos de 1984 e1985, em seu consultório, instalado no edifício Chapadão, permitiu-me enviar por longo período suas experiências às páginas de O Globo, matérias sobre o atendimento e estudos do caso de um também ilustre paciente. Dr. Paulo Mesquita havia publicado em julho de 1983, na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, aquele que seria o primeiro relato de um caso de Aids diagnosticado no Brasil. O estilista, figurinista dos mais influentes da moda brasileira, Markito Resende, o havia procurado em seu consultório, em fevereiro daquele ano com queixas de sintomas relacionados à doença. A partir de meu primeiro encontro com o médico e a publicação em O Globo de apenas uma nota de coluna de dez ou 15 linhas, seguiu-se uma série de reportagens, incluídas na pauta diária do jornal, sempre que algo novo era revelado por pesquisadores mundiais sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida, a Aids. O médico nascido em Três Pontas, Sul de Minas Gerais, que aqui em Uberaba formou-se na antiga FMTM e constituiu família, casando-se com Sonia Vilela, também do Sul do estado, cuja união nasceram cinco filhos (Paulo Vinícius, Luiz Flávio (também hoje renomado médico), Claudia (em memória), Marcus Vinícius e Renata, levava para entre cientistas do país e do mundo o nome dessas terras de Major Eustáquio.

No início de 1983 instalou-se o pânico em todo o mundo quando cogitou- se que o vírus HIV poderia ser transmitido através da água, ar e utensílios domésticos. A infecção por HIV só foi diagnosticada em 1981, mas pesquisadores acreditam que a transmissão do macaco para o homem tenha ocorrido na década de 1930. De 1960 a 1980 começaram a surgir casos e sintomas da doença que os médicos não sabiam explicar. Dr, Paulo Mesquita trouxe para a publicação na revista especializada, com circulação nacional, seus estudos e pesquisas mostrando a combinação da doença com o já conhecido sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer, com erupções na pele, como sintoma e mais uma consequência do mal que abalava o mundo da ciência e trazia também pânico entre os povos, sobretudo com o rótulo de "a peste gay".

( Jornalista Walter Farnezi / Uma primeira versão desse texto foi publicada no Jornal de Uberaba em 07/04/2020)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Estádio Engenheiro João Guido - “Uberabão”

Três grandes azes da comunicação de Uberaba, Luiz Gonzaga de Oliveira, Raul Jardim e Jorge Zaidan, acompanhando o Dr. Edgar Rodrigues da Cunha em vistoria ao terreno onde estava sendo implantando o “Uberabão”, (Estádio Engenheiro João Guido).

Luiz Gonzaga de Oliveira, Edgar Rodrigues da Cunha, Raul Jardim, Jorge Zaidan. 
Foto pessoal de Gilberto Rezende - Casa do Folclore.


O Luiz Gonzaga está contando esta história em sua página do Face, fazendo uma retrospectiva da euforia que contaminava a todos não somente por esta construção mas também pela TV que um dia foi nossa. 

Um esclarecimento para a juventude - Edgar Rodrigues da Cunha, criador da empresa “Produtos Ceres” e ex-presidente do USC, foi o idealizador deste estádio e o doador do terreno. 

Jorge Zaidan foi radialista e cofundador da rádio 7 Colinas. Raul Jardim, jornalista e um dos proprietários do jornal Lavoura e Comércio. Luiz Gonzaga, o único remanescente do grupo, é escritor, historiador, ex-presidente da Fundação Cultural de Uberaba e um dos responsáveis pelo sucesso da TV Uberaba que tanto orgulho trouxe para a cidade.

Gilberto Rezende



UBERABA! QUERIDA UBERABA !

Zé Eduardo, o nosso querido “J.Edu Som”, surpreendeu e deu vida às noites uberabenses. Ontem, premiou a terrinha com uma viagem inesquecível, trafegando pelas nossas principais, ruas, praças e avenidas. Num “carrão à moda antiga”, conversível, “americano último modelo”, mostrou a modernidade e progresso da santa terrinha. Foram quatro horas de música jovem, embalando a todos quantos curtem a amada Uberaba. O talento do “Zé”, uma vez mais aflorou. Um “passeio” que ninguém vai esquecer tão cedo; ficou gravado na nossa memória...

“Zé Eduardo” gritava, de pé, no dorso do conversível: ”Uberaba, meu amor !” Verdade. Uberaba, a gente não sabe se é sede de amor, ou sede de amar ! Tudo começou no vente de nossas mães, no esperma dos nossos pais. Uberaba, a gente ama com tanta intensidade, difícil é descrever a imensidão desse amor inexcedível. Amor que nasce nas entranhas dos lares, ricos, pobres, remediados, casas simples ou palacetes, onde quer fomos concebidos. Estamos, umbilicalmente, ligados a Uberaba de todos nós, sem “nós” e muito menos, amarras...

As derrotas que os inimigos nos impingiram, Uberaba soube, galharda e heroicamente, resistir. Nem a contabilidade histórica do tempo, 164 anos de CIDADE, longe da farsa e mentira dos ““200 anos”, a ela apregoada, os momentos felizes superaram com sobras, as sofridas horas de débito que os adversários, covardemente, nos submeteram. Uberaba, cidade amada ! Muitos de nós ( suas bênçãos, Netinho, Raul Jardim, Jorge e Farah Zaidan, Ramon Rodrigues), bem que tentaram nos seduzir à ganhar novas paragens, navegar em outros rios, cavalgar em novas campinas... qual nada!

O “canto da sereia” não nos comoveu. O acendrado amor a sacra terrinha, falou mais alto. Não permitiu que montássemos no cavalo arreado. Aqui é a nossa terra, semente plantada, nasceu, cresceu, floresceu, viveu e agora, “aquela geração”, começa a murchar...Destino da vida. E daí? Uberaba é a nossa terra. Chão firme! Possessivamente nossa ! Com todos os defeitos, percalços, ingratidões que a vida nos impõe, não há como desistir! Nem os encantos da “fada madrinha”...

Enxugamos nossos olhos turvos de lágrimas, nunca esmorecemos, nem fraquejamos, enfrentamos as merdas que na terrinha fizeram, afrontamos os que ousam destruir a terra bendita e amada. Nem a corda bamba que a vida sacode, sempre soubemos nos equilibrar. Uberaba, nosso amor nasceu ainda na barriga das nossas mães. Hoje, fervilha a esperança...

Uberaba, sempre foi e será uma linda mulher! Cobiçada, desejada por todos os homens. Decentes e indecentes; honestos e desonestos; corretos e incorretos; capazes e incapazes. De moral e imorais. Uberaba, é a mãe que a todos acolhe. Até os pústulas que aqui tomaram assento. Uma coisa ficou imutável: o inefável amor que devotamos a Uberaba, nossa cidade!

“Zé Eduardo”, querido “J.Edu Som”, obrigado pelo domingo inesquecível! Valeu! 
Bom início de semana e o uberabensemente abraço do (Luiz Gonzaga de Oliveira).


sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O BANCO DO CHORO

Oi, turma !

(Ele não quer saber se a mula é manca; quer é rosetar...)

Escrevi em crônicas anteriores, sobre o “Banco do Choro”. Um pedaço de pouco mais de 6 metros quadrados, fincados na esquina da Artur Machado com Leopoldino de Oliveira. À hora do almoço e fim de tarde, os fanáticos torcedores e diretores do Uberaba Sport (Rodolfinho Cunha Castro, Júlio Gimenez, Badú Rocha, “Padrinho” Antônio Rodrigues, Bolão, Nenê Mamá, Orlando Bruno, Luciano Machado, entre outros de saudosa memória), alí se reuniam para lamentar as derrotas e ou glorificar as vitórias do time do coração.

A Avenida Leopoldino, tinha o córrego das Lages ainda aberto, balaústres protetores e uma bucólica paisagem. A Artur Machado, ainda sem “calçadão”, ligada por uma ponte estreita, era passagem obrigatória de carros, caminhões, ônibus e pedestres. Veio o progresso. O corguinho, canalizado. A ponte acabou e o asfalto chegou. O “banco do choro” ficou... Com outros personagens, novos assuntos, “fofocas” diferentes, mas, o eterno “bate papo” diário.

Hoje, fala-se no “mensalão”, lixo, “coronéis” da cidade, quem tá “dando”, quem tá “comendo” e a corrupção é o assunto da moda. Tanto lá “em cima”, quanto aqui em “baixo”. Das 10 da manhã, ao meio dia, Ary Rossi, Silveira, Eduardo, das “Pernambucanas”, Cristovão, dr.Horácio, Nelito Português, comentam os fatos da terrinha. Lembram-se, com saudade, do Maurinho Bartonelli, Marinho Laterza, Cristiano, Tião Motorista e Rubico Buzollo, os mais comentados.

Olhares curiosos se voltam para as beldades que desfilam, os fatos que os jornais fizeram questão de omitir e outros assuntos. Do outro lado da rua, conversam , Juarez Batista, quando vem de Brasilia para saber as novidades da terrinha, Rubão, Sabino Ferrari, Arnaldo, do Banespa e eles não esquecem da falta que faz a simpatia do João Bosco. O “papo” não muda muito...Política, mulher, samba e futebol, né, Netinho ?...
O pessoal do “banco”, está envolto na raiva e fica envergonhado com a falta de pudor, ética, decência, honestidade e integridade dos nossos políticos dirigentes. Sentem-se aflitos em ver esses bandidos de “colarinho branco”, gozando na nossa na nossa cara, tornarem-se ricos da noite pro dia, donos de grandes patrimônios, fazendo festa , viajando com a família para o exterior e comemorando resultados judiciais quase sempre favoráveis a eles.

A turma fica indignada com a corrução que reina por todos os cantos. Lá como cá. Sem a certeza se haverá luz no fim do túnel. Até “ontem”, esses “coronéis” eram “pés rapados”. Atingiram o poder , arvoram-se em empáfias, tornam-se “ídolos de barro” e não passam de reles ladrões. Um dos meus amigos, frequentador do “banco”, desabafou:- “ O Netinho e o Raul Jardim, sempre escreveram que “Uberaba está em todas.” Por certo, estão remoendo em seus sagrados túmulos, ao ver o nome de Uberaba, nos últimos anos, figurar com destaque, nas páginas policiais do Brasil”., completou.
Será que o uberabense vai mudar alguma coisa em novembro? Abraços.“ Marquez do Cassú”.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

A TROCA

Oi, turma!

( Cuidado para não confundir “ Zé germano “ com gênero humano... )

O pai, Luiz . A mãe, Niza. O casal só teve um filho que o pai, deu o nome do avô: Ataliba. Filho único, era simplesmente Netinho. O diminutivo, integrou-se ao nome. Netinho, era bom na escola (Marista Diocesano); bom de bola também. Jogou, ainda jovem, com os adultos. Sabia jogar. Os pais, queriam o filho doutor. Foi estudar no Rio de Janeiro. Lá, morando nas Laranjeiras, ficou perto do Fluminense, sua paixão desde criança. Foi a conta. Optou pela bola ao invés dos estudos. Envergou a camisa tricolor. A diretoria queria profissionalizá-lo. Os pais ficaram sabendo e trouxeram o filho de volta...

Netinho “ralou” na loja do pai, na Artur Machado. Porém, não esqueceu a bola .Deu “show” com a camisa vermelha do Uberaba e com a azul do Independente. Jogava prá “caraca”. Criou fama. Medroso ? Coisa nenhuma...Sabia jogar “ sem bola” que os críticos não sabiam o que era. Extrovertido, bem falante, despertou com o convite do Raul Jardim e foi trabalhar na PRE-5, a única emissora da cidade. Dalí para o “Lavoura e Comércio”, foi um pulo. Falava bem e escrevia melhor ainda. Com a família Jardim, ficou enquanto esteve vivo.

O “cavalo passou arreado” um punhado de vezes. Ofertas nas grandes rádios e jornais das capitais. “Neca”. Seu amor por Uberaba., não tinha preço. “Daqui não saio. Daqui ninguém me tira”... A volta à democracia, depois da ditadura getuliana, no apogeu dos 20 e poucos anos, na UDN (União Democrática Nacional) que tanto amava, convidado, elegeu-se vereador com expressiva votação. Na tribuna, embora na oposição, foi um sucesso ! Comedido, mas, corajoso, valente ! Despontava como o grande nome do partido, apoio dos amigos, à Deputado Estadual. Sua eleição era tida como “ barbada”, apesar da família ser contra . Deu “zebra”... Já, já,eu conto.

Tive com Netinho, sólida e fraterna amizade, durante 40 anos. Amigo leal, sincero, digno e honesto. Sua inteligência saia pelos poros. Seu improviso, empolgava multidões. O que escrevia e falava, era lei na terrinha. Com a mais absoluta justiça. Devotava a Uberaba, amor inexcedível ! Poucos jornalistas no Brasil, tinham o seu talento. Desprezou todos os convites que recebeu para deixar Uberaba. Recusou sempre. Vida simples, Netinho, até hoje, faz muita falta Uberaba.Sua correção, compostura e conduta moral, deixaram uma enorme saudade. 

Volto a sua pré-candidatura à Deputado Estadual. Na convenção da UDN, seu nome era tido como unanimidade. Foi quando aconteceu a grande “ rasteira”. A “maracutaia” armada. O diretório da UDN, a “eterna vigilância”, nos porões da covardia,sem justificativa aceitável, indica o nome de Max Nordeau de Rezende Alvim, o candidato à deputado estadual. Netinho e seus amigos, boquiabertos, além de indignados, tiveram que “engolir” aquela ”facada “.

Passados alguns dias, o Secretário Geral do partido, eis passeando, livre, leve e solto pelas ruas da cidade num “jeep” novinho em folha. Havia “vendido” a candidatura de Netinho por aquele vistoso veículo... A amargura daquele gesto, mexeu com os brios do meu saudoso amigo. Daquele dia em diante, recusou todos os convites políticos. Dizia sempre:- “A melhor política da minha vida, foi deixar a política”.

Vitorioso na comunicação, Minas ganhou o seu mais notável apresentador, reinou absoluto no rádio, jornal e TV , no Estado. Episódio que a “ jovem guarda”não conhecia, nos meandros da podre política que se pratica em Uberaba. Há muitos anos... Tchau ! “Marquez do Cassú".






Cidade de Uberaba


AMIGOS PARA SEMPRE!

Oi, turma!

(Na parede do lendário ‘bar do Mosquito”, um quadro com os dizeres:- “Prefiro um cachorro amigo que um amigo cachorro”...)


Para conhecer um amigo, não é necessário mostrar sua amizade, pois, está à vista de todos quantos nos rodeiam. Uma frase altamente salutar que guardo com profundo respeito, é aquela “ quem tem bons amigos, nunca está só e muito menos, desamparado”. A gente sabe, sente, quando precisar de uma palavra de conforto, um conselho leal e verdadeiro, um coração que nos acolhe, quando podemos contar com o amigo ! A amizade é uma obra que aparece por acaso; só tem uma coisinha: não por acaso, ela permanece...

São tantas as frases, pensamentos que definem o amigo, que é difícil escolher a mais apropriada. Uma, me marcou muito:- “ Se precisar de mim, nem pense em me procurar. Me procure sem pensar.” Passa o tempo que passar, aconteça o que acontecer, a verdadeira amizade nunca perde a importância nas nossas vidas. Quanto mais se vai” entrando em idade”, vendo a velhice chegar, mais se nos dá conta do valor das amizades sinceras e leais.

Felizmente, tenho amigos que preservo desde a tenra infância. Paulo Afonso Silveira, é uma delas, meu amigo da escolinha da Da.Maria, na Vila Maria Helena. Até hoje, bebericamos nossa cervejinha, no final de semana... Depois veio a adolescência. Ticoco, é exemplo típico. Na fase adulta, vieram o Sabino, Arnaldo, Wandeco, Bruce, Prieto, Rossetti, os Jucas, Tomé e Moreira, Luciano Machado, Sagú, Geraldo Barbosa, César Vanucci, João Eurípedes, Parreira, amigos de fé, irmãos camaradas, há mais de 50 anos! 

E os que já partiram para o plano espiritual ? Um caminhão deles que a minha frágil e decadente memória, não é capaz de nominá-los todos. Os que estão vivos e os que se foram fora do combinado, são e foram verdadeiros amigos. Acreditávamos uns nos outros, mesmo quando divergíamos , estávamos sempre abraçados. Mesmo distante, o tempo não nos afasta A amizade não fica perdida. O verdadeiro amigo, mesmo longe, está sempre perto. . São aqueles que nos criticam na nossa frente e nos defende quando somos atacados pelas costas.

O amigo verdadeiro é como carta da primeira namorada. A gente guarda em segredo, na última gaveta, do lado esquerdo do armário do nosso coração. Amigos são para sempre ! Eles elogiam suas virtudes e relevam nossos defeitos. O tempo vai passando, a saudade aumentando. Ah! que saudade eu tenho dos amigos que fiz na minha vocação maior, o jornalismo. Eram meus irmãos, apesar de termos nascidos de ventres diferentes. O amor do coração, não se perde e nem morre.

Rezo por todos eles, os irmãos Jorge e Farah Zaidan, Netinho, Raul Jardim, Ramon Rodrigues, João Cid, Rui Miranda, Joel Lóes, Antônio José, J. Carvalho, Lineu Miziara, os do futebol, Rodolfinho Cunha Castro, Baldomero Franco, Renê Barsam, Ézio de Martino, entre tantos outros que guardo nesse coração que ainda bate, com régua e compasso...

Meu lema, aproveitar até os pequenos momentos de alegria; pois, olhando para trás, percebo o tanto que fui feliz, gozando das amizades que sempre soube retribuir. Não esqueço os primos de sangue, Sherlock, Mozinho ,Cacildo, Felipe, Adilson, Toninho, Jair, Jaime, Calute, Véla, que alegraram a minha vida. Não tenho jeito para ser emotivo. Tento ser honesto e amigo dos meus amigos. Deus, na sua Infinita Bondade, não me deu amigos políticos. Sofreria muito ser apunhalado pelas costas... O falso amigo, sempre fugiu do meu caminho... “ Marquez do Cassú .“





quinta-feira, 13 de junho de 2019

Estádio Engenheiro João Guido “Uberabão”

Três grandes azes da comunicação de Uberaba, Luiz Gonzaga de Oliveira, Raul Jardim e Jorge Zaidan, acompanhando o Dr. Edgar Rodrigues da Cunha em vistoria ao terreno onde estava sendo implantando o “Uberabão”, (Estádio Engenheiro João Guido).

O Luiz Gonzaga está contando esta história em sua página do Face, fazendo uma retrospectiva da euforia que contaminava a todos não somente por esta construção mas também pela TV que um dia foi nossa.

“Uberabão”, (Estádio Engenheiro João Guido).  Foto: Autoria desconhecida. Acervo: Casa do Folclore.

Um esclarecimento para a juventude - Edgar Rodrigues da Cunha, criador da empresa “Produtos Ceres” e ex-presidente do USC, foi o idealizador deste estádio e o doador do terreno. 

Jorge Zaidan foi radialista e cofundador da rádio 7 Colinas. Raul Jardim, jornalista e um dos proprietários do jornal Lavoura e Comércio. Luiz Gonzaga, o único remanescente do grupo, é escritor, historiador, ex-presidente da Fundação Cultural de Uberaba e um dos responsáveis pelo sucesso da TV Uberaba que tanto orgulho trouxe para a cidade.


Gilberto Andrade Rezende.
(*) Membro da Academia de Letras – Ex-presidente e conselheiro da Aciu e do Cigra.



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Cidade de Uberaba


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

ESCRACHO...


Abordei em livros passados, o “corre,corre”, a “caça às bruxas”, quando estourou o movimento de 1964. A postura desrespeitosa, cínica, cruel e até covarde, de alguns próceres da UDN ( União Democrática Nacional), aqui em Uberaba, levou às grades, figuras conhecidas e benquistas de uberabenses que, sabidamente, não faziam apologia comunista e muito menos, atuavam em movimentos mais tarde tido como esquerdistas. Dois jornalistas (Joel Lóes, falecido e Olavo Sabino Jr.), além de sacerdotes da santa terrinha, Padre Prata e Juvenal Arduini, de saudosa memória, passaram pelo constrangimento de serem ouvidos pelo Comando Revolucionário .

Os “ dedo-duros” deitaram e rolaram em denúncias vazias contra uberabenses. “Durval, da Farmácia”, “Zé, do Café Reina”, citando os mais conhecidos, além de Benito Caparelli, vereador, teve cassação sumária do seu mandato , padecendo por vários dias, no cárcere da Policia Militar. O “movimento estudantil”, “sumiu” de uma hora prá outra. A turma da UDN, mandava e desmandava na terrinha do “Doca”. A cidade passava por instantes de medo. Quase terror. Nas repartições públicas, aconteciam as demissões sem direito às defesas. Um horror para os coitados dos exonerados...

Enquanto isso, os “afilhados” da revolução, iam conseguindo grandes empregos, sem necessidade de concurso. Foram nomeados em Ministérios, Correios, Caixas Econômicas, Estadual , que ainda existiam, Federal e bancos oficiais. Políticos uberabenses “revolucionários”, batiam palmas para Rondon Pacheco, figura asquerosa, guindado à Chefia do Gabinete Civil do Governo Revolucionário. Começava ali, a degringolada de Uberaba e a forte ascensão de Uberlândia...Com o apoio, pasmem ! de graduadas e impolutas personalidades uberabenses!

A “revolução” permitia eleições municipais. Em 1966,” Chico” Veludo candidato do MDB, ”fantasiado” de oposição, tolerado pelos militares ganhou a eleição para Prefeito. Todavia, não foi empossado. “Inventaram” o famoso “voto de legenda”. Já viu, né ?... Uberaba sem representação, Palmério, auto-exilado no Paraguai; os udenistas, procurando “ achar um deslize do nosso maior benfeitor” ( já lhes contei, também...). Todo o ódio que devotavam ao Embaixador Mário Palmério, veio à tona.

Ainda bem que Raul Jardim, Netinho, os Ruis, ligados ao “Lavoura e Comércio” e PRE-5, não sofreram nenhum tipo de ameaça. Azar de quem trabalhava no “Correio Católico” e “ Difusora”... Jorge Zaidan, César Vanucci, José Veloso Guimarães, além desse reles memorialista, eram “vigiados’ , dia e noite.. Nossos passos seguidos, nossos comentários gravados e as páginas do jornal, censuradas.

O que causava espanto foi ver a docilidade, servilidade e fragilidade, com que nossos políticos, com a “faca e o queijo “ nas mãos, deixaram escorrer por entre os dedos, em ombrear-se com a cidade irmã, que, além do principal “civil” no governo revolucionário” no Gabinete Militarl, “emplacou” também Homero Santos, um simples deputado federal, como “líder do governo da revolução”. Tristeza maior, vendo uberabenses batendo palmas, sem o menor instinto de reação,para pelo menos, solicitar uma “beiradinha” de prestigio para a sacra terrinha...

O uberabense não aprendeu. Passados meio século do que aconteceu, nossos homens públicos, continuam batendo palmas para qualquer forasteiro que aqui aporta. Quando será que Uberaba voltará a aprender fazer política ? Abraço fraterno do “ Marquez do Cassu”.


Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade de Uberaba

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

UBERABA ESTÁ EM TODAS...

Tenho imorredoura saudade de dois amigos fraternos que estão no Plano Celestial: Ataliba Guaritá Neto e Raul Jardim. Netinho e Raul, foram jornalistas de têmpera; inigualáveis. Deixaram nas páginas do saudoso “Lavoura e Comércio” e nos microfones da sempre lembrada P.R.E.-5, uma vida de paixão e amor por Uberaba.Seriam nomes nacionais se, obstinadamente, teimaram em não deixar a sagrada terrinha ! Aqui era o seu canto, encanto,encontro e desencontro. Despiam-se de vaidades pessoais para enaltecer feitos de uberabenses que brilharam e/ou brilhavam Brasil afora. Uma frase quase épica, é reverenciada até hoje, por todos nós: -“ Uberaba está em todas !”

Mário Palmério,Joubert de Carvalho, Aluizio Prata, Alaor Prata,Leopoldino de Oliveira,Chico Xavier, Jacob Palis Júnior,Avelino Inácio de Oliveira, Glaycon de Paiva, Pedro Moura, Antenógenes Silva, Fidélis Reis, entre outra dezena de uberabenses que honraram e orgulharam a nossa sempre amada Uberaba,enaltecendo-a em todos os quadrantes nacionais. Com que orgulho, num misto de alegria e vitória, Netinho e Raul, registravam feitos gloriosos desses uberabenses de cepa !

Ainda em vida,Raul e Netinho, escreveram o sucesso dos irmãos Ayrton e Alaor Gomes,Joel Lóes,Paulo Marquez,Wilson Moreira,Wilmar Palis,Orlando de Almeida,os irmãos Augusto e César Vannucci, José Viana,Gontijo Teodoro,Wanderley Greiffo, Yara Lins, que, nas letras,voz e canto, sempre que perguntados de onde vieram, gritavam ,alto e bom som:” sou de Uberaba!”, como fazem nos dias atuais, Fernando Vannucci e Fábio William.

De uns tempos, até cá essa parte, a frase foi, lamentavelmente, sendo deturpada, perdendo o sentido da honraria, do valor, merecimento, tão valorizada em épocas passadas. Netinho e Raul, devem estar remoendo na morada eterna, quando ouvem, lêem, vêem, o nome de Uberaba tão achincalhado, mal visto, por filhos natos uns, “filhos-postiços” outros, que não souberam honrar e dignificar cidadania tão respeitada e orgulhosamente afamada.

Vieram os fatos escabrosos envolvendo gente da terrinha no escândalo do “mensalão”, de triste memória,trazendo à baila, um ex-Ministro de Estado,deputado e ex-Prefeito, agora “ficha suja” e seu fiel escudeiro, na lama moral do “mensalão”. Ainda outro dia, outro uberabense-“postiço”, ficou longo período preso, depois de descoberta as falcatruas do ex-deputado e secretário de Estado, de uma “cidade das águas” que jamais será concretizada.

Depois, um “delator da Lava Jato”, que teve uma ascensão politica meteórica, é “hóspede” de uma das mais famosas prisões brasileiras: a “Papuda”, em Brasília...Ainda no desdobramento do “petrolão”, um dirigente da Petrobras, devolveu 90 milhões de dólares ao governo brasileiro, dinheiro obtido no “propinoduto” da estatal, casado com a filha de um ilustre uberabense...Não parou por aí.Carioca,fazendeiro,desposou prendada senhorinha da nossa melhor sociedade. Com ele, está preso também o seu pai, Presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Dirão os uberabenses :-“é muito peso para o meu pobre caminhãozinho”...

Se nomes não cito desses dois últimos lamentáveis episódios,é o respeito que me merece as famílias,inocentemente atingidas pelo infausto acontecimento. Quanto a falta de citação nominal dos outros transgressores da Lei, é que não posso compará-los aos verdadeiros e honrados uberabenses mencionados no tópico inicial do texto.

Ah!Raul e Netinho! Quanta saudade me traz a frase de ontem:-“Uberaba está em todas!”.Hoje........
                                                                                                                            

Luiz Gonzaga de Oliveira

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Raul Jardim e a jornalista Ana Luiza Brasil

Raul Jardim e a jornalista Ana Luiza Brasil


"Essa foi uma das minhas milhares e felizes manhãs, na sala do meu pai no Jornalismo, mestre Raul Jardim, quem me norteou pelo caminho… e a quem eu rendo todas as minhas homenagens…

FOTO tirada por Ataliba Guaritá Netto, o Netinho, registrando o nosso ambiente de trabalho, no Jornal Lavoura e Comércio de Uberaba, em novembro de 1980… (acervo jornalista Ana Luiza Brasil)
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Fanpage: https://www.facebook.com/UberabaemFotos/

Instagram: instagram.com/uberaba_em_fotos


Cidade de Uberaba

Dr. Humberto Rodrigues da Cunha

Dr. Humberto Rodrigues da Cunha

Na última década do milênio, em Uberaba-MG, no Jornal Lavoura e Comércio, o meu chefe Raul Jardim me presenteou com a idéia de fazer uma página em homenagem às pessoas mais antigas em cada profissão e que ainda estivessem na ativa. A intenção dele era fazer um registro com fotos e curriculum e trazer um atrativo para as edições de sábado que, normalmente, tinham suas vendas avulsas prejudicadas já que o jornal era vespertino e, à tarde, todo o comércio, repartições e bancos estavam fechados. Eu AMEI a idéia, assumi a responsabilidade da página, mas fiz do meu jeito. Eu disse que iria homenageá-los, não pelo curriculum, mas, sim, pela história de vida. E, assim, foi um desfile de vidas heróicas, sensíveis, engraçadas, sábias…E a venda avulsa no “Lavoura”, aos sábados, passou a ser como em qualquer outro dia “útil” da semana. Sucesso total. Gratidão, Raul, pelos “Decanos de Uberaba” que eu, de coração quente e boca cheia, aclamo como os “Meus Decanos”…

Foto de Peixotinho

Acervo da jornalista Ana Luiza Brasil

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

FUAD MALUF – UBERABA

Fuad Maluf, funcionário público municipal, tinha voz bonita e firme, típica de locutor de rádio.Fez teste na saudosa P.R.E.-5, sendo aprovado pelo sempre lembrado Raul Jardim, gerente e filho do dono da emissora, jornalista Quintiliano Jardim. A direção da emissora, estava à procura de alguém que pudesse apresentar o programa oficial do município, “Momento municipal”. Não deu outra. Funcionário da Prefeitura, Fuad Maluf, foi o escolhido. Boêmio, amante do tango, apaixonado pela noite, passou a apresentar , além do oficial, um programa que ficou famoso na radiofonia uberabense: “Melodias Portenhas” Lembrando os velhos tangos de Carlos Gardel, Marianito Mores, Miguel Caló, Alfredo Lepera, Libertad Lamarque e outro scobras do cancioneiro platino, entrecortava o programa, com crônicas e poesias “melosas” e apaixonadas que faziam o delírio da mulherada da rua São Miguel…Os 2 programas, tinham audiência absolutas, pois que, àquela época, só tinha uma emissora na cidade. , Um porém, já na década de 50, existiam os gozadores, os poucos aparelhos telefônicos não fugiam dos “trotes” e por aí. Gente que gosta va de um mal feito, sempre existiu. Certa noite, escolheram para a brincadeira de mau gosto, o nosso glorioso Fuad Maluf! A”coisa” aconteceu assim. “Melodias Portenhas” ia ao ar, das 22 às 23 horas. Mal iniciado o programa daquela indigitada 6ª.feira, toca o telefone chama pelo Fuad.-“Querido, aqui é a Dorinha. Vou contar-lhe uma novidade, acabei de ouvir na rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, o Papa morreu!”. Fuad, na ânsia de dar a noticia, dirigiu-se ao técnico Edson Lúcio Lopes, o “Edinho da Lidia Varanda”, esfregando nervosamente as mãos, contou a novidade.-“Edinho, capricha, prepara o gongo, coloca uma música fúnebre,pois vou noticiar a bomba”.Dito e feito. Edinho, sem pestanejar, cumpriu o pedido. –“Na hora que eu falar, bate o gongo e deixa a marcha fúnebre de fundo musical, ta certo?”
Microfone aberto, Fuad Maluf, pomposamente, voz empostada, anunciou-“E atenção senhoras e senhores! (toca o gongo)Acaba de falecer no Vaticano, Sua Santidade , o Papa PioXII! Aos católicos da nossa diocese, nossas sentidas condolências”. Diminui o fundo musical e retorna o gongo:pooooooom!
Foi a conta. O telefone da rádio.não parou de tocar. Os sinos da Catedral e das outras igejas da cidade, tocavam sem cessar. Os uberabenses foram às ruas, católicos chorando “ O Papa morreu”, “o Papa morreu”. Foi aquele Deus nos acuda. Os sinos dobravam !
No sábado, o desmentido. Tudo não passara de um “trote” maldoso no coitado do Fuad Maluf. O Papa continuava vivo e gozando de boa saúde…
À tarde, em editorial de primeira página, o “Lavoura e Comércio”, dono da P.R.E.-5, pedia desculpas aos ouvintes da emissora e leitores do jornal pela “gafe” cometida pelo seu funcionário…..


Luiz Gonzaga de Oliveira