RUA
ALAOR PRATA - UBERABA
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Rua Alaor Prata – Trecho entre a Rua
Artur Machado e a Rua Segismundo Mendes (Centro – 1930)
“Começa
na rua Artur Machado, e finaliza na praça Coronel Manuel Terra. Fica no alto
Estados Unidos. É atravessada pela rua Segismundo Mendes. Foi a primeira a se
asfaltar […].
Em
1855 denominava-se rua ‘Manuel Antônio’, posteriormente, do ‘Sobradinho’, de
‘Santa Rita’, abrangendo com êste nome tôda a atual Saldanha Marinho. Em 1880,
tomou o nome de rua da ‘Imperatriz’ que conservou até 1900, quando mudou-o para
‘Bandeirantes’. Em 1929, sem lhes arrancar as respectivas placas passou a
denominar-se ‘Comendador Quintino’.
Pela
Portaria nº 74, de 02 de novembro de 1930, o Govêrno Civil resolveu mudar o
antigo nome da rua dos ‘Bandeirantes’ para ‘Alaor Prata’, voltando o de
‘Comendador Quintino’ a denominar a praça em cujo centro está o Grupo Escolar
Brasil, como dantes era. (PONTES, 1978, p.278).”
(Arquivo
Público de Uberaba)
Quem
foi Alaor Prata
“Alaor
Prata Soares, nasceu em 17/06/1882 em Uberaba.
Era
um dos 4 filhos do primeiro matrimônio de Major Melânio Feliciano Soares e
Mathilde Prata Soares. Iniciou os seus estudos em Uberaba. Cursou Humanidades
no “Colégio Uberabense”, dirigido pelo Sr. Manoel Joaquim Bernardes; e, em
1899, matriculou-se no “Instituto Zootécnico de Uberaba”, lá permanecendo até
que o governo Estadual suspendesse, via telegrama, as atividades daquela
Instituição de Ensino.
Em
seguida, matriculou-se na “Escola Politécnica de São Paulo” tornando-se
engenheiro geógrafo e civil, em 1906. Atuou na imprensa local, dirigindo os
Jornais “O Triângulo”; e a “Gazeta de Uberaba”, periódico no qual assinava a
coluna ‘Fonografadas’.
No
“Lavoura e Comércio” respondia por ‘cartas’, sob o pseudônimo SAP, – iniciais
do seu nome.
O
seu bom desempenho acadêmico lhe rendeu um emprego na linha da Mogiana Estrada
de Ferro, ramal Monte Alegre – Socorro, oferecido pelo governo paulista.
Retornou
a Uberaba, em 1907, ocasião em que foi comissionado por um grupo de fazendeiros
locais para buscar Zebu na Índia.
Naquele
período, 1907-1908, centenas de reprodutores zebuínos deram entrada no Brasil,
através do incentivo do Governo Mineiro, numa iniciativa das casas comerciais:
Político
ativo, era filiado ao Partido Republicano Mineiro, iniciando a sua vida pública
como Vereador Especial pelo Distrito de São Miguel de Veríssimo, em 01/01/1908,
tendo integrado, naquela gestão, a Comissão de Obras Públicas. Atuou na Câmara
até 21 de janeiro de 1909, data em que solicitou renúncia do seu mandato,
alegando incompatibilidade com o seu eleitorado, mesmo que sob protesto dos
seus pares.
Naquele
mesmo ano, graças ao Coronel Artur Baptista Machado, foi indicado candidato à
Câmara Federal, como representante de Minas. Deputado eleito, exerceu os seus
mandatos no período de 03/05/1909 à 15/11/1922 e 03/05/1927 a 23/10/1930.
Abraçou
causas do interesse de Minas, em especial a do Triângulo e de Uberaba.
Vencendo
as dificuldades das importações, Alaor Prata foi capaz de obter aprovação das
leis que estabeleciam auxílios e subvenções aos que por elas se interessam.
Afastou-se
da Câmara Federal, para exercer o cargo de Prefeito da cidade do Rio de
Janeiro, no período de 15/01/1922 a 15/11/1926, cuja gestão foi caracterizada
por reconstrução de finanças daquele Distrito Federal.
Foi
Secretário Estadual da Agricultura, Viação e Obras Públicas de Minas Gerais, no
governo de Olegário Maciel, entre 7 de setembro a 26 de novembro de 1930. Além
das produções para a imprensa local e nacional, Prata Soares publicou “Questões
Pecuárias”, em 1919, uma pequena obra em defesa do Zebu, que vinha sendo muito
combatido, naquele período, em todo o País; “Caso de telefones: mensagem do
Prefeito do Distrito Federal”, Rio de Janeiro, 1923-1926; “Cartas Anônimas. Ao
tempo da Ditadura”, Rio de Janeiro, sob o pseudônimo Erastro.
Em
1958, publicou “Recordações de Vida Pública”, um relato sobre as condições em
que ele e seu antecessor exerceram o cargo de Prefeito do então Distrito
Federal, o que considerou “invocação de irrefutável direito de defesa”.
Desportista,
foi o 12º Presidente do Fluminense Futebol Clube, no período de 1936 a 1940.
Assinou, em outubro de 1943, o Manifesto dos Mineiros, um movimento nacional,
que defendia a redemocratização do Brasil. Afastando-se da vida pública,
dedicou-se exclusivamente à atividade industrial, no ramo de tecido, fixando
residência na cidade do Rio de Janeiro, onde faleceu, em 19 de setembro de
1964.”
(Arquivo Público de Uberaba)