Recordemos os fotógrafos de Uberaba
nos últimos 50 anos. Se me lembro deles? Claro!Um dos “cabeças coroadas” das
fotos-cinematográficas e lídimo representante da colônia alemã da cidade e
muito enobreceu o nome de Uberaba, sem errar, João Schodren Jr., o “Joãozinho
Alemão” como era conhecido. A colônia espanhola terá que ser eternamente
lembrada com a figura maiúscula de Ângelo Prieto. O saudoso, equilibrado e
sempre ponderado “Lavoura e Comércio”, contou, diáriamente, em suas páginas com
a marca Prieto. Não fosse ele, presente desde os campos de futebol amador,
festas e acontecimentos importantes de Uberaba, talvez não tivéssemos o
repositório registrado nos anais históricos da cidade. Prieto, ao seu tempo,
agiu mais que um repórter: foi figura obrigatória onde o fato acontecia. Ângelo
Prieto, era também um enxadrista de primeira, fundador e presidente , até
quando pôde, do Clube de Xadrez de Uberaba, hoje nas calendas… Para felicidade
nossa, quando o “velho” deixou essa terra, a tradição fotográfica de Uberaba,
não sofreu solução de continuidade. Nos últimos 60 anos, graças a Deus,vivo e
são, residindo em S.Paulo com os filhos, sempre alegre, bonachão e cabelos
desgrenhados caindo sobre a testa, Ricardo Prieto, encarna com fidelidade
absoluta, a figura do pai. Quando em atividade, qualquer festa, ganhava mais
qualidade, mais presença, robustez, quando estava a “clicar” a tudo e a todos,
o nosso “jovem” Prieto… Carnaval, desfile de moda, acidente, aniversário,
casamento, noivado, batizado, faziam parte do seu trabalho.
Outros
nomes marcaram passagem pela fotografia das coisas, fatos e atos da nossa
Uberaba.José Sacco,Leite, Paulo Nogueira, no falecido “Correio Católico”; Luiz
Roberto, o “Quiabo” e Peixotinho, no extinto “Lavoura”. Um pouco mais atrás no
túnel do tempo, na rua Artur Machado, o “atellier” do Zuza Fotografo; na mesma
rua, mais à frente, os estúdios fotográficos do Kasuo Oshio, Akira Komatsuda e
Adolfo Nomelini. Na Tristão de Castro, o Amado,virou cirurgião-dentista. Na
praça do terminal rodoviário, o moreno Abádio ( ele fica bravo se alguém chamá-lo
de Abadío…) que, nas horas vagas, vende carnês, loteria e “outros” jogos mais…
Na Vigário Silva, quase esquina da Segismundo Mendes, Lindomar Rogério.Seu
irmão, Itamar, excelente profissional, morreu novo, em acidente de carro. Alí
no trecho, Sebastião Santos, mostra o seu talento. Na foto-reportagem,
inesquecível é a lembrança de Cicero Ricardo, vindo de BH, para “O Triângulo”,
que lembrarei em pouco tempo, ao lado de Reinaldo Chaves, o “Nau” e Saul
Mendes, que marcaram época na profissão. Devo ter esquecido outros. Perdoem-me.
Contudo, a lembrança dos fotógrafos da santa terrinha não está completa se eu
não citar os “lambe-lambe” da praça Rui Barbosa e o mais conhecido de todos, o
alegre “Biquinho”.
A
arte de fotografar está super-ultramoderna. Mas, não podemos esquecer da “velha
guarda” dos retratista de Uberaba. Aqueles que registraram o casamento dos
nossos pais e as nossas primeiras fotos “ peladinhos da silva” e com
dedicatória para os nossos avós…
Luiz Gonzaga de Oliveira