Quem foi Carlos Gomes |
“Antônio Carlos Gomes nasceu em 1836, em Campinas (SP).
Filho de Manuel José Gomes, mestre de música na então Vila Real de Campinas, com quem Carlos Gomes, ainda menino, se iniciou na aprendizagem da arte musical.
Até pouco mais de 20 anos, juntamente com seu irmão Manuel de Sant’Ana Gomes, realizou festivais e concertos nos salões de sua cidade natal. Por essa época, já compunha música religiosa, fantasias e romances.
Encorajado pelos amigos, deixou São Paulo e chegou ao Rio de janeiro em 1860, com o objetivo de solicitar de D. Pedro II os meios para ingressar no Conservatório de Música, dirigido na época pelo maestro Francisco Manuel.
Depois de um ano no conservatório, estreou sua primeira ópera A Noite do Castelo (1861), libreto de Fernandes dos Reis, no Teatro da Ópera Nacional do Rio de janeiro. A segunda ópera surgiu em 1863, Joana de Flandres, com libreto de Salvador de Mendonça.
Impressionado com o talento de Carlos Gomes, o imperador enviou-o à Itália (1864), para estudar no conservatório de Milão, onde foi discípulo de Lauro Rossi e se tornou maestro compositor em 1866.
Seu maior triunfo surgiu em 1870 com a ópera 0 Guarani, libreto do poeta Antônio Scalvini, baseado no romance de José de Alencar. A peça foi bem recebida no teatro Scala de Milão e teria sido louvada por Verdi. No entanto, noutros países Carlos Gomes não foi devidamente apreciado.Hoje é considerado como o primeiro compositor do Brasil cuja arte atravessou fronteiras. Os libretos de Carlos Gomes são redigidos em italiano, segundo o costume da época. A música pertence à escola de Verdi.
Todavia, e não só pela escolha dos temas, Carlos Gomes é um compositor nacional. Mário de Andrade demonstrou que, mesmo na música, há inconfundíveis traços brasileiros. Sobretudo as modinhas, tão ao gosto do II Reinado, são de autêntica inspiração nacional, sendo exemplo disso a mais famosa Quem sabe? de 1859.
Suas óperas principais são 0 Guarani (1870), Fosca (1873), Salvador Rosa (1874) e o Escravo (1889). A melhor música de Carlos Gomes é a do Escravo, mas a melhor ópera é a Fosca, em que fez uso, inclusive, do Leitmotiv. Carlos Gomes, que sofreu duras campanhas por se haver fixado na Itália, morreu pobre.
No fim da vida foi nomeado diretor do Conservatório do Pará. Já minado pela doença, não chegou a tomar posse. Tinha pretendido organizar em Belém uma escola de música padrão. Faleceu em 1896, com 60 anos, em Belém PA.”
(CICCI, 2000.)