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sábado, 26 de dezembro de 2020

Escultura de dinossauro é inaugurada no Geossítio Santa Rita, em Uberaba

A Prefeitura de Uberaba, por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, inaugurou na manhã desta terça-feira (22) a escultura em cimento de um dinossauro do grupo dos maniraptoras, espécie encontrada em rochas de 65 milhões de anos do cretáceo. Em 2004, em Peirópolis foi escavada uma garra da mão do animal e estudos posteriores revelaram que se tratava de um dinossauro carnívoro de cerca de dois metros de comprimento que possuía plumas e pertencia ao grupo de dinossauros que deram origem às aves, parente dos velociraptores.

 Paleoartista Rodolfo Nogueira - Foto Antonio Carlos Prata.


A escultura que recebeu o nome de 'Alice' representa uma fêmea zelando pelo seu ninho e faz correspondência com outra escultura de um macho que se encontra no museu dos dinossauros em Peirópolis. A escultura é obra do paleoartista Rodolfo Nogueira e integra o Geossítio Santa Rita, localizado no centro histórico da Cidade. O paleoartista é graduado em desenho industrial pela Unesp em Bauru. Ele desenvolveu e publicou metodologia científica para reconstituir animais extintos, a Paleodesign, e possui trabalhos em museus do Brasil, Argentina, Espanha, Estados Unidos, Portugal, Alemanha e Geórgia. É o criador do design dos espaços e identidade visual do Projeto Geopark Uberaba – Terra de Gigantes.

Com 20 anos de experiência em ilustração artística e 10 em ilustração científica, ministrou cursos e palestras para mais de cinco mil pessoas. Possui trabalhos em livros didáticos, em revistas científicas (Nature, Cretaceous Research, Journal of Vertebrate Paleontology, etc) e em revistas e jornais de divulgação científica (Scientific American, Folha de São Paulo, Superinteressante, BBC, National Geographic).

O monumento é uma das ações de revitalização do centro histórico e da divulgação da vocação paleontológica de Uberaba.

A diretora de Turismo, Feiras e Eventos, Maria Aparecida Basílio destacou a importância da iniciativa. “É mais uma ação que demonstra a nossa relevância geológica e pode colocar o Geopark de Uberaba como forte candidato à chancela da Unesco”, destacou.

A secretária adjunta de Desenvolvimento Econômico, Anne Florence Marie Roy Nóbrega disse que essa é a primeira de três réplicas que serão construídas nas praças turísticas do centro histórico. “Teremos réplica na Praça Manoel Terra, que vai indicar a direção do Geossíto Santa Rita e marcar o início desse circuito que levará o turista para a Praça Comendador Quintino, onde teremos outra réplica de um filhote de dinossauro. E a terceira será construída na Praça Rui Barbosa, em frente à Catedral Metropolitana”, informou.

O prefeito Paulo Piau lembrou que em várias partes do mundo é comum a colocação de esculturas em locais públicos para destacar alguma característica de uma cidade. “Essa exposição em praça pública retrata o que se passou em Uberaba a milhões de anos atrás. E com isso, estamos preparando a nossa cidade para se tornar um centro de visitação turística. Sabemos que o turismo gera muitas divisas para um município”, ressaltou Piau.

Jorn. Marconi Lima


Peirópolis recebe extensão da rede elétrica para colocação de LED

Avenida Nonô Prata, que faz parte do eixão, também está sendo contemplada com a nova iluminação

Começou o trabalho de extensão da rede de energia elétrica no bairro rural de Peirópolis, para instalação da iluminação pública pelo moderno sistema de LED no Rio de Janeiro. A avenida Nonô Prata, na Univerdecidade também receberá o sistema de LED.

Em Peiróplis, a rede foi instalada a partir da BR 262 até a entrada do bairro rural. No total, são 108 pontos de iluminação no bairro rural, de acordo com o Diretor da Diretoria de Iluminação Pública e Telegestão da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e Obras (Sesurb) Alisson Carramilo.

Já na avenida Nonô Prata, são 86 os pontos de iluminação que receberão a iluminação de LED. “Vai ligar a BR 050 a avenida Randolfo Borges. A previsão de encerramento dos trabalhos é no mês de janeiro”, destacou Alisson Carramilo.

Aproximadamente 70% dos pontos em toda a cidade já passaram por substituição. Mais de 100 bairros em toda a cidade já foram atendidos pelo Programa de Eficientização da Iluminação Pública. Também foram contempladas as avenidas Nenê Sabino, Santos Dumont, Djalma Castro Alves, São Paulo, Randolfo Borges, Apolônio Sales, Afrânio de Azevedo e Nossa Senhora do Desterro. E na Rua Ituiutaba.

Os bairros rurais Capelinha do Barreiro e Ponte Alta também já foram contemplados e ainda as praças Pio XII, Catru, Santa Terezinha, São Judas, Carlos Gomes, Jorge Frange e outras.

Além da área urbana, a zona rural também está sendo atendida de acordo com o cronograma de execução sob a responsabilidade do Consórcio Concip, vencedor do processo licitatório, e acompanhado pela equipe de iluminação pública da Secretaria de Serviços Urbanos e Obras (Sesurb).

A estimativa da Diretoria de Iluminação Pública e Telegestão é que sejam trocadas até o final de 2020 aproximadamente 40 mil pontos de luz, correspondente a 80% de todo o parque.


Jorn. Marconi Lima


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

TRAGÉDIA NO TREM DE CONQUISTA

A história trágica de um acidente que, em 1970, marcou a vida de muitas famílias às vésperas das festas de Ano Novo. Eu era criança ainda mas lembro que meu falecido pai, médico legista em Uberaba, passou a noite e a madrugada daquele fatídico 26 de dezembro liberando os corpos e tentando consolar as famílias da vítimas.

Ao que eu saiba, as causas e as responsabilidades desse acidente nunca foram completamente esclarecidas, ao menos para a população. Como os mortos e feridos eram quase todos lavradores humildes e seus familiares, tampouco houve grande empenho para punir os responsáveis.

Em anexo, um mapa com o traçado da velha linha marcando o lugar aproximado onde a locomotiva estancou e o local do acidente. Não consegui descobri qual foi a exatamente a locomotiva envolvida (os jornais da época a denominam como M.U.-1), mas era provavelmente uma das diesel-elétricas GE Cooper Bessemer 64T de 600 HP compradas em 1952, como essa da foto, que hoje está no acervo da ABPF da Campinas.

Final de ano é uma época associada a festas e comemorações. Quando acontece algum infortúnio nesse período, a tragédia fica marcada na memória das pessoas. Foi o que ocorreu entre o Natal e o Ano Novo de 1970, quando um grave acidente ferroviário marcou para sempre as vidas de muitas famílias uberabenses.

Para entendê-lo, é preciso falar da linha de trem da Cia Mogiana, que chegou em Uberaba no século XIX. Essa ferrovia saía de Ribeirão Preto, passava pela cidade de Franca e descia para o o Rio Grande na altura de Rifaina. Num trecho estreito, cruzava o rio em uma ponte que sobrevive até hoje, em ruínas, abaixo da barragem da hidrelétrica. Já em território mineiro, havia a estação de Jaguara, com dois grandes armazéns. Por alguns anos, a Mogiana chegou a ter ali um porto fluvial e dois barcos a vapor, que recolhiam produtos para a ferrovia.

A linha seguia então para o oeste, acompanhando o rio até a estação do Cipó, de onde partia uma linha de bondes elétricos rumo a Sacramento. Dali o trem subia as encostas do vale rumo a Conquista, de onde vinha para Uberaba passando antes por Guaxima e Peirópolis – entre outras estações no trajeto. Esse trecho montanhoso sempre foi difícil e demorado: os trens levavam cerca de três horas para cumprir todo o percurso.

A linha de Jaguara perdeu importância em 1915, quando foi aberto o Ramal de Igarapava – ligação mais rápida entre Ribeirão Preto e o Triângulo. A partir de 1930, a crise financeira da Cia. Mogiana agravou a decadência. Mas o tiro de misericórdia foi dado em 1970: o lago da hidrelétrica inundou Rifaina e alguns quilômetros da ferrovia. A Mogiana não se interessou em fazer um novo trajeto e, a partir de então, restou no lado paulista o “Ramal de Franca” e no lado mineiro o “Ramal de Jaguara”.

O mapa da antiga linha de Jaguara da Cia Mogiana.

A locomotiva marca o lugar aproximado da parada do trem, no alto da subida. A estrela é o local do acidente, ao lado do Ribeirão dos Dourados.

  Locomotiva GE Cooper Bessemer 64T modelo 1952, nas cores da Cia Mogiana, restaurada pela ABPF de Campinas. Foto: Dominique Torquato/AAN.

Com pouco movimento, o ramal de Jaguara durou ainda alguns anos transportando cargas e passageiros em trens mistos. Atendiam as populações dos povoados que haviam junto as estações e algumas empresas da região. Muitos usuários se queixavam dos trens velhos, da demora e do descumprimento dos horários. Mas era uma alternativa de transporte barato, numa época em que as estradas não eram asfaltadas e ficavam impraticáveis com as chuvas.

Na manhã do sábado, 26 de dezembro de 1970, o maquinista João Peralta se surpreendeu quando encontrou 100 pessoas aguardando o trem que iria de Uberaba a Jaguara. Normalmente, havia poucos passageiros. Dois casamentos a serem realizados naquele dia – um em Guaxima e outro em Conquista – explicavam a grande procura. Junto no trem, seguiriam dois vagões carregando 1200 sacas de cimento destinadas às obras da hidrelétrica de Jaguara. Peralta e seu ajudante, Carmo Reis Terra, acionaram uma antiga locomotiva diesel-elétrica e deram início a viagem.

Adiante da estação Eng. Lisboa, a 50 km de Uberaba, a ferrovia começava uma longa subida de três quilômetros para transpor a Serrinha dos Dourados. Chovia e a velha locomotiva arrastou-se com dificuldade morro acima até que, no alto da subida, o motor parou de funcionar. Alguns minutos depois, Peralta desistiu de tentar religá-la e pediu a Carmo que voltasse a pé até a estação para pedir socorro. Com o calor, muitos passageiros desceram dos carros que estavam no fim da composição. Foi quando se deu a fatalidade.

Uma falha nos freios e o trem começou a voltar de ré. O maquinista acionou o freio de emergência, que também não funcionou. Pressentindo o perigo, algumas pessoas saltaram, mas cerca de 60 passageiros continuaram nos dois carros que desceram descontrolados ganhando velocidade morro abaixo. No fim da descida, a mais de 100 km/h, o trem não conseguiu fazer uma curva e precipitou-se na ribanceira ao lado do Ribeirão dos Dourados. Sobre os carros dos passageiros desabaram 60 toneladas de cimento e a locomotiva desgovernada.

No saldo final da tragédia, mais de 20 mortos e cerca de 30 feridos graves. Foi o maior acidente da história da Cia Mogiana, e acabou de vez com a confiança dos usuários na linha. Menos de cinco anos depois, o ramal seria desativado também para cargas.


(André Borges Lopes)






Cidade de Uberaba



domingo, 18 de agosto de 2019

A PRIMEIRA PONTE FERROVIÁRIA DO TRIÂNGULO MINEIRO

Quase todo mundo em Uberaba conhece a velha ponte metálica sobre o Rio Grande que liga a cidade de Delta a Igarapava. Ela foi, por décadas, uma ponte rodoferroviária: por ali passavam os trens da Cia Mogiana (mais tarde Fepasa) entre 1915 e 1977, mas também os carros, caminhões e ônibus da BR-050. Até 2001, quando foi inaugurada uma ponte nova na rodovia.

     Trem de passageiros da Cia Mogiana cruzando o Rio Grande sobre a ponte de Jaguara. Foto sem data, do acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Bem menos gente sabe da existência uma outra ponte ferroviária, quase trinta anos mais antiga, que atravessa o Rio Grande em Jaguara (num trecho coberto de pedras, um pouco abaixo da barragem da usina hidroelétrica de mesmo nome). Inaugurada em maio de 1888, ainda no tempo do Império, foi a primeira ligação entre o norte da então “Província de São Paulo” com o Triângulo Mineiro. Mais estreita que a estrutura de Igarapava, só dava passagem a trens ou pedestres. Cruzando essa ponte, chegou em Minas Gerais a primeira linha de trens da Cia Mogiana, que vinha de Ribeirão Preto por Batatais, Franca e Rifaina. Depois de cruzar o rio, a ferrovia acompanhava a baixada do vale até as proximidades de Sacramento, cruzava a cidade de Conquista e chegava a Uberaba passando pela estação de Peirópolis (na época chamada "Paineiras").

     Detalhe de um mapa do Ministério da Viação e Obras Públicas mostrando as ferrovias paulistas em dezembro de 1913. É possivel ver o traçado das duas linhas da Cia Mogiana que chegavam a Uberaba: a mais antiga por Jaguara e a nova (ainda em construção) por Igarapava.

Com a inauguração (em outubro de 1915) da variante de Igarapava, mais curta e moderna, a velha linha férrea de Jaguara foi perdendo movimento e importância. Mas, nas revoluções de 1930 e 1932, as duas pontes foram palco de combates entre tropas mineiras e paulistas. Em meados dos anos 1960, o lago da represa de Jaguara inundou a antiga cidade de Rifaina e interrompeu alguns quilômetros da linha no lado paulista.

      Cartão Postal da Ponte de Jaguara da Cia Mogiana no início do Seculo XX. Foto dos arquivos da Agência Turismo Rifaina (www.turismorifaina.com.br)

A Mogiana não se interessou em refazer a ferrovia em novo traçado, e desativou o tráfego na ponte. O trecho Uberaba-Jaguara foi transformado em um ramal – que ainda operou precariamente por alguns anos. Hoje, 131 anos depois de aberta, a velha ponte de metal ainda segue de pé, embora em ruínas.

     A ponte em ruínas, em foto recente do Google Earth. Ao fundo, a barragem da usina hidroelétrica de Jaguara.

Os créditos das imagens estão nas legendas das fotos.

(André Borges Lopes)






Cidade de Uberaba


sábado, 16 de fevereiro de 2019

Programa Viação Cipó - Uberaba - Minas Gerais.

Conhecido em todo estado de Minas Gerais, o programa "Viação Cipó" da TV Alterosa, afiliada do SBT em Belo Horizonte - dedicou uma edição exclusiva sobre o município de Uberaba. Foi destaque o patrimônio cultural: exibindo histórias, lugares, personagens, arquitetura, música, religiosidade, culinária - nas tradições do modo de ser, fazer e viver deste povo do Triângulo Mineiro.



Os três principais símbolos de Uberaba: "O Zebu, os Dinossauros e as reminiscências sobre a figura de Chico Xavier" não poderiam ficar de fora do programa. O apresentador Otávio Di Toledo visitou o Museu do Zebu no Parque Fernando Costa, sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ, onde destacou o papel do Zebu na história - demonstrando os principais motivos que fazem do Brasil um líder em tecnologias aplicadas a Pecuária, o que o coloca como maior produtor de carne no Mundo. Toledo também esteve na charmosa Peirópolis com seus Dinossauros e no Memorial Chico Xavier, que em breve será inaugurado com um amplo local para dar destaque a importância de Chico Xavier no imaginário social e religioso do espiritismo brasileiro.

O programa mostra ainda o Mercado Municipal, um lugar que aguça os sentidos e a imaginação, remetendo os visitantes ao passado pela sua arquitetura, além do artesanato e os deliciosos sabores de queijos, cachaças, doces, pastéis... As praças, escolas, os sobrados dos pioneiros do Zebu, igrejas - com ênfase na bela igrejinha de Santa Rita do século XIX, o único bem tombado na categoria Patrimônio Nacional no Triângulo Mineiro pelo Iphan - Instituto do Patrimônio Artístico Nacional, são alguns dos lugares apresentados.

História, causos e memória: acesse https://www.facebook.com/UberabaemFotos/


Cidade de Uberaba