Guido Bilharinho
Pedro de Moura formou-se, em 1925, pela Escola de Minas de Ouro Preto, indo trabalhar no Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil. À semelhança do conterrâneo Avelino Inácio de Oliveira, também esteve na Amazônia, efetuando mapeamento das jazidas de carvão e de petróleo, sendo o primeiro a fazê-lo, e tanto e tão intensamente trabalhou na região que contraiu malária 12 (doze) vezes.
Pesquisou também a geologia e os recursos auríferos do Gurupi, dedicando-se por fim à geologia e à prospecção de petróleo no Brasil, sendo não só pioneiro de sua exploração, como, também, pioneiro no mapeamento geológico de carvão e petróleo na Amazônia, perfurando o primeiro campo comercial de petróleo do país, o campo de Candeias, havendo foto com o presidente Vargas com as mãos sujas de petróleo.
Relevante ainda foi sua atuação na Petrobrás, onde começou a trabalhar em 1954. Chefiou seus escritórios de Nova Iorque e Paris, sendo posteriormente superintendente (gerente executivo) de exploração da Petrobrás, onde, além de outras inúmeras medidas, promoveu a substituição de técnicos estrangeiros por técnicos nacionais, tendo, ainda, decisiva participação para que a estatal explorasse petróleo no mar.
Esteve na linha de frente contra as tendenciosas conclusões do Relatório Link (geólogo estadunidense Walter K. Link), que afirmou não existir petróleo no Brasil.
Pedro de Moura, na questão do petróleo, não atuou apenas na esfera estatal. Numa época em que no Brasil ainda se debatia se havia ou não petróleo no país (Monteiro Lobato desde a década de 1930 afirmava que havia), vendeu imóveis da família para investir em prospecções na Amazônia.
Entre ensaios técnicos e outros ensaios, Pedro de Moura é coautor, juntamente com Felisberto Carneiro, do livro “Em Busca do Petróleo Brasileiro” (1976), cujo título e tema já indicam seu propósito, significação e pioneirismo.
Sua contribuição à geografia no Brasil também foi assinalada pelo geógrafo José Veríssimo da Costa Pereira no livro e ensaio referidos no artigo anterior.
Por seu pioneirismo, ativa participação, contribuição e efetivação da prospecção, descoberta e exploração do petróleo no Brasil, Pedro de Moura vem sendo lembrado, cultuado e homenageado. Exemplo disso constitui a inauguração do Memorial Pedro de Moura – com a presença, entre outros, de seus filhos Ivã Lobato de Moura e Carlos Eduardo Lobato de Moura – em 08 de junho de 2001, na província petrolífera do rio Urucu, no Alto Solimões, a 600 (seiscentos) quilômetros de Manaus, passando, também, a partir de então a Base de Operações do Urucu ser denominada Base Geólogo Pedro de Moura.
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Guido Bilharinho - Advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, fotografia, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/