Foto: Autora desconhecida |
A
história de Uberaba inicia-se no século XVIII, a partir da exploração do interior
brasileiro, na busca do ouro. A Estrada do Anhanguera, localizada entre o Rio
Grande e o Paranaíba, foi a primeira entrada, no Triângulo Mineiro, comandada
pelo bandeirante Bartolomeu Bueno. Aberta em 1722, tornou-se, por ordem régia
posterior, o único caminho permitido para o transporte do ouro até Goiás.
Bem
próximo ao local onde hoje está Uberaba, iniciou-se a extração do ouro, num
lugarejo conhecido como Desemboque e, mais de meio século depois, ocorreu o
esgotamento das minas.
o
início do século XIX, Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, o Major Eustáquio,
morador do local, resolveu explorar a região e encontrou água em abundância e
pastagens naturais do cerrado, condições muito propícias para a criação de gado
e, consequentemente, uma saída econômica para o fim da mineração.
No
Império, o governo doava as terras não cultivadas, num sistema conhecido por
sesmarias. Após o extermínio e a expulsão dos caiapós, acompanhando o Major
Eustáquio, algumas famílias estabeleceram-se na região, depois de receberam
terras por esse sistema. Assim, formou-se o Arraial de Santo Antônio e São
Sebastião.
O
registro da vida do Arraial se dava na Igreja Matriz, instituição que
documentava nascimentos, batizados, casamentos ou quaisquer outros acontecidos.
Em 1836, o governo imperial determinou que se construísse o prédio da Câmara
Municipal e o primeiro agente-executivo (termo equivalente à palavra
“prefeito”) foi Capitão Domingos, irmão de Major Eustáquio.
No
início, a atividade econômica mais relevante era a criação do gado chamado “pé
duro” ou “curraleiro”. Como um dos importantes componentes da alimentação desse
gado era o sal, rotas salineiras foram estabelecidas. Carros-de-boi traziam o
sal e outras mercadorias, oriundas de São Paulo e Rio de Janeiro e levavam produtos
da região, do Mato Grosso e de Goiás. Uberaba transformou-se em um entreposto
comercial e surgiu uma outra atividade, fundamental para o desenvolvimento da
cidade: o comércio. Tanto movimento justificou a chegada do trem de ferro, em
1889. Os trilhos vinham de Ribeirão Preto e acompanhavam as fazendas de café.
A
cidade se desenvolveu e passou a abrigar – além das casas comerciais – bancos,
livraria, cinemas, teatro, hotéis e escolas. Vieram os imigrantes e, dentre
eles, arquitetos cujos estilos marcaram uma época de grande desenvolvimento.
Como
é próprio do sistema capitalista, a estrada de ferro prosseguiu e seus trilhos
alcançaram Goiás, Mato Grosso e outros centros comerciais. O comércio na cidade
perdeu um pouco sua força e iniciou-se a criação de gado zebu. Uberabenses
foram até a Índia buscar os animais e aqui aprimoraram a raça, com trabalho
genético e exposições do zebu que evidenciam o município no cenário nacional.
Hoje,
na cidade, a diversidade econômica que engloba a pecuária, a indústria, o
comércio e a agricultura com igual nível de importância é fator essencial. Vale
salientar também que a produção de grãos se destaca, em números, em toda Minas
Gerais.
Uberaba
organizou seu espaço a partir da Praça Rui Barbosa. A principal avenida, a Leopoldino
de Oliveira, localiza-se na parte baixa (sobre o córrego das Lajes) e dela se
ramificam as colinas que formam os bairros. Por isso costuma-se falar “vou
descer para o centro.” ou “vou subir para casa”. As antigas colinas eram: Boa
Vista, Estados Unidos, Misericórdia, Matriz, Cuiabá e Barro Preto, destacadas
pelo escritor Borges Sampaio, agente executivo de 1878 a 1883.
Fonte: Acervo Público de Uberaba