Edgar Rodrigues da Cunha,
com engenheiros, operários nas obras do Uberabão
na década de 1960.
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Edgar Rodrigues da Cunha,
pode não ter sido o melhor presidente do Uberaba Sport Club de todos os tempos.
Mas, tenho certeza, foi o desportista uberabense com maior visão empresarial da
santa e sagrada terrinha . Disso, não tenho a menor dúvida.Foi inigualável !
Advogado brilhante,
professor emérito, pecuarista evoluído, empresário de extraordinária visão( é
dele a criação dos Produtos Céres,Trilã, Fábrica de ração animal,
confecções...).Nos anos 60, adquiriu uma enorme área , final da avenida
Leopoldino de Oliveira,confrontando com a Fazenda “Modelo” e o Quartel da
Policia Militar, no Fabrício, que a terrinha conhecia como “pasto do
Pereira”.Área de vegetação baixa, cheia de “altos e baixos”, íngreme e de serventia
duvidosa. Edgard, visionário, ao adquirir o pasto, era Presidente do USC. Tinha
como sonho e meta principal, construir ali, o futuro estádio do “seu”Uberaba
Sport Club. E os meios para construir a obra? Edgard, tinha em mente , a venda
de “cadeiras cativas”, área “vip”, assim como, daria ao Uberaba, uma
porcentagem sólida ao clube, na comercialização dos terrenos em derredor do
futuro estádio, pois pretendia edificar no restante do terreno, uma moderna
área residencial, a poucos metros do centro da cidade, além de outras fontes
alternativas, que, segundo estudos, serviriam para bancar o custo das obras.
Edgard, chegou a
apresentar aos uberabenses, o ousado projeto do famoso arquiteto brasileiro,
Ícaro de Castro Melo, do tão sonhado estádio do Uberaba Sport Club. A renda da
venda de “carnês”,serviu para a primeira arrancada: o arcabouço das
arquibancadas e o leito do futuro gramado, o fosso do campo de futebol e o
contorno, em elipse, do estádio. Obra inacabada. Edgard, ficou sozinho no
empreendimento. Ciumeira? Sei lá... pode ser.
Setores importantes do
clube e a nossa sociedade, cruzaram os braços e negaram apoio e ajuda ao
magnífico empreendimento. Resultado: triste, magoado, lágrimas nos olhos tanto
chorar ( meninos, eu vi!...)por não poder concluir sonho tão sonhado e
acalentado, Edgard Rodrigues da Cunha, conheceu o fenecer de tão dourado
desejo...
Por anos a fio, ficou
aquele “buracão” no pasto do “Pereira”, tal qual filho enjeitado, aleijado e
sem cuidados especiais. Edgard, chorava de tristeza, ainda que vendo prosperar
as finas e ricas mansões em derredor daquela obra que, um dia, sonhou em doar ao
“seu”amado Uberaba...
Luiz Gonzaga de Oliveira