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sexta-feira, 23 de junho de 2017

O sonho de Edgar Rodrigues da Cunha

Edgar Rodrigues da Cunha, com engenheiros, operários nas obras do Uberabão
na década de 1960.

Edgar Rodrigues da Cunha, pode não ter sido o melhor presidente do Uberaba Sport Club de todos os tempos. Mas, tenho certeza, foi o desportista uberabense com maior visão empresarial da santa e sagrada terrinha . Disso, não tenho a menor dúvida.Foi inigualável !


Advogado brilhante, professor emérito, pecuarista evoluído, empresário de extraordinária visão( é dele a criação dos Produtos Céres,Trilã, Fábrica de ração animal, confecções...).Nos anos 60, adquiriu uma enorme área , final da avenida Leopoldino de Oliveira,confrontando com a Fazenda “Modelo” e o Quartel da Policia Militar, no Fabrício, que a terrinha conhecia como “pasto do Pereira”.Área de vegetação baixa, cheia de “altos e baixos”, íngreme e de serventia duvidosa. Edgard, visionário, ao adquirir o pasto, era Presidente do USC. Tinha como sonho e meta principal, construir ali, o futuro estádio do “seu”Uberaba Sport Club. E os meios para construir a obra? Edgard, tinha em mente , a venda de “cadeiras cativas”, área “vip”, assim como, daria ao Uberaba, uma porcentagem sólida ao clube, na comercialização dos terrenos em derredor do futuro estádio, pois pretendia edificar no restante do terreno, uma moderna área residencial, a poucos metros do centro da cidade, além de outras fontes alternativas, que, segundo estudos, serviriam para bancar o custo das obras.

Edgard, chegou a apresentar aos uberabenses, o ousado projeto do famoso arquiteto brasileiro, Ícaro de Castro Melo, do tão sonhado estádio do Uberaba Sport Club. A renda da venda de “carnês”,serviu para a primeira arrancada: o arcabouço das arquibancadas e o leito do futuro gramado, o fosso do campo de futebol e o contorno, em elipse, do estádio. Obra inacabada. Edgard, ficou sozinho no empreendimento. Ciumeira? Sei lá... pode ser.

Setores importantes do clube e a nossa sociedade, cruzaram os braços e negaram apoio e ajuda ao magnífico empreendimento. Resultado: triste, magoado, lágrimas nos olhos tanto chorar ( meninos, eu vi!...)por não poder concluir sonho tão sonhado e acalentado, Edgard Rodrigues da Cunha, conheceu o fenecer de tão dourado desejo...

Por anos a fio, ficou aquele “buracão” no pasto do “Pereira”, tal qual filho enjeitado, aleijado e sem cuidados especiais. Edgard, chorava de tristeza, ainda que vendo prosperar as finas e ricas mansões em derredor daquela obra que, um dia, sonhou em doar ao “seu”amado Uberaba...


Luiz Gonzaga de Oliveira