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sexta-feira, 5 de julho de 2019

O LIVRO

O Insustentável Peso do Papel


O livro, formado de palavras, que traduzem conceitos, é indestrutível, imperecível. Concreto e manuseável tem sido seu suporte desde as tábuas de pedra (Moisés), passando pelos pergaminhos (de peles de caprino ou ovino) e papiros (da planta cyperus papyrus e, posteriormente, de couro curtido de bovinos) para, finalmente, atingir o papel (consta inventado na China 105 anos depois de Cristo) utilizado na invenção de Gutemberg (1398-1468) efetivada por volta de 1439.

Cada um desses suportes representou considerável progresso em relação ao anterior, mesmo que pergaminhos e papiros tenham sido utilizados simultaneamente.

Até há pouco tempo - antes da invenção do computador , da internet, da plataforma eletrônica, enfim - tinha-se que o papel impresso seria insuperável e eterno. As citadas invenções vieram provar que não e, mais importante, provar que a impressão em papel é dispendiosa e que, com constante multiplicação de livros, vem exigindo cada vez maior espaço para guardá-los e conservá-los, o que também se traduz em permanente e múltipla despesa de aquisição, sustentação e manutenção espacial e cuidados de limpeza e desinfecção.

Enfim, biblioteca livresca, hoje, já se tornou tormento e motivo de angústias várias.

Além disso, a formação de biblioteca é questão pessoal de preferência que, após a morte de seu organizador, perde sua motivação e interesse.

Por isso, livros já estão sendo descartados até em lixões por falta de espaço nas bibliotecas públicas e privadas.

Ademais disso, dada a falta de espaços nos apartamentos e nas residências cada vez menores, a aquisição e reunião de livros de papel vêm sendo cada vez mais restringidas, mesmo contra a vontade das pessoas.

Diante disso, mesmo assim, os aficcionados no livro de papel, condicionados e habituados desde a infância a utilizá-los à falta de outras opções, consideram e afirmam categoricamente que “o livro não vai acabar”, no que estão certos. Mas, que livro?

O livro, como construção intelectual constituída e formalizada por palavras, ideias e conceitos, não vai acabar, pelo menos enquanto existir vida humana na terra e a própria terra.

O que vai acabar - e já está acabando pouco a pouco - é seu atual suporte de papel, submetido à paulatina substituição pelo suporte eletrônico. Este não pesa, não ocupa espaço e não necessita de transporte físico e dispendioso para sua distribuição e difusão, a não ser em proporções mínimas de aquisição de smartfones, que podem ser transportados em bolsas e bolsos.

Não se limitam só a essas as vantagens e virtualidades do suporte eletrônico, acrescentando-se ainda sua difusão instantânea para todo o planeta, acesso gratuito e tradução por meio de aplicativo próprio.
Nesse contexto, ainda é de se levar em conta os aperfeiçoamentos a que vem sendo submetido, tornando seu uso e manuseio cada vez mais práticos, fáceis e acessíveis.

Além de que, as novas e futuras gerações, ao nascerem, já encontram e vão encontrar tudo isso disponível e cada vez mais aperfeiçoado. Resistir quem há de? 

(Guido Bilharinho)





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