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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

“NENÊ MAMÁ”, BALUARTE DO UBERABA SPORT

“Nenê Mamá”, baluarte do Uberaba Sport

Essa foto foi tirada em cerimônia de entrega de título de cidadania ao Nenê Mamá – Waldomiro Campos, baluarte do Uberaba Sport Club, título este concedido pelo então vereador João Adalberto de Andrade em 1981
(Foto cedida por João Adalberto de Andrade de seu arquivo pessoal)

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

ESSA HISTORINHA ACONTECEU NO FINAL DA DÉCADA DE 50, NUMA ANTEVÉSPERA DO NATAL. PERSONAGENS QUERIDAS E MUITO CONHECIDAS NA CIDADE. OTO SABINO ARAÚJO JR.(OTINHO),

Essa historinha aconteceu no final da década de 50, numa antevéspera do Natal. Personagens queridas e muito conhecidas na cidade. Oto Sabino Araújo Jr.(Otinho), tinha barbearia no início da Artur Machado, hoje, calçadão. Mulherengo inveterado, adorava a noite. Tinha “rapariga por conta” na rua S.Miguel, a Abadia. Morena bonita, magra, cabelos longos e “corpo de violão”. Otinho era o “coronel” e “bancava” a moça na pensão da Negrinha. Casado, raramente dormia a noite inteira na “zona”. Leite Neto, um dos melhores narradores do rádio esportivo brasileiro, fazia sucesso na saudosa P.R.E.-5. Altão, cabelos crespos, porte atlético, sempre bem vestido, também gostava da boemia. Enamorou-se da Abadia, mesmo sabendo que ela “era” do Otinho. O sempre lembrado e folclórico Nenê Mamá, diretor do USC. Amigo de Otinho, “andava” com a “Nenenzão”, mulata de 2 metros de altura, amiga da Abadiinha, como gostava de ser chamada. “Nenenzão” deu a “senha” para Nenê, que logo alertou Otinho. – “Tem boi na linha. Fica de olho, amigão.” Na semana seguinte, Otinho resolveu dormir com a Abadiinha, pois a família tinha viajado…

Leite Neto, o “gigolô”, não sabia. Como sempre fazia, naquela noite esperou que o “coronel” fosse embora. 3 da manhã, nada. Deu 4, 4 e meia, entrou em desespero. Na rua, chuva fina e o frio chegando e ele ali na marquise do Cassino Brasil. Na esquina da praça Frei Eugênio, Shin recolhia as últimas mesas, enquanto o cunhado Antônio, fazia o “caixa” da noite movimentada do “Tabu”. Sem chance do Otinho ir embora. Leite Neto, criou coragem:-“vou resolver essa parada agora”, pensou. Entrou na casa da Negrinha e começou a bater na porta. –“Abadiinha, Abadiinha, sou eu, o Leite, abra por favor, estou com frio”. Otinho acordado e a mulher apavorada.-“Será que ele tem arma? Revólver? Faca? E o Leite Neto, quase esmurrando a porta. –“Abadiinha, abra pelo amor de Deus”, dizia com voz suplicante: “é o Leite”. Abadiinha, tremendo de medo, volta perguntar: ”quem é?” . Do lado de fora, voz grossa e forte: “É o Leite”. Otinho, sarcasticamente, responde: -“Deixa só um litro. Depois do Natal, vem buscar o dinheiro”…


Luiz Gonzaga de Oliveira

NENÊ MAMÁ ERA DE UMA FIDELIDADE CANINA AOS SEUS AMIGOS

Nenê Mamá era de uma fidelidade canina aos seus amigos. Certa ocasião, atendendo ao apelo do amigo Artur Teixeira, candidato à prefeito, aceitou pleitear à vereança municipal, segundo ele, pelo “PSD veio de guerra”, como costumava dizer. Distribuiu panfletos, entregou “santinhos”, visitou amigos(as), fez discurso, onde pudesse apresentar seu nome. A campanha municipal pegando fogo. Celso Rodrigues da Cunha e Jorge Furtado, disputavam com Artur Teixeira, palmo a palmo, o voto dos uberabenses. Campanha acirrada. Xingatório daqui, resposta de lá; denúncia de cá, revide do outro lado, coisas próprias dos embates políticos. Oradores brilhantes não faltavam nos palanques. A tradição familiar do grupo da UDN, o discurso progressista do PTB, a maneira mineira de fazer política, davam a tônica da campanha. A fala erudita da “eterna vigilância”(UDN), o tom agressivo dos trabalhistas (PTB) e o discurso moderador , coluna do meio,dos pessedistas(PSD), a campanha entrou na sua reta final. Finalzinho de setembro. Grandioso comício marcado para a Abadia, maior contingente eleitoral da cidade, mas, o mais carente em melhorias. Poucas ruas calçadas, esgoto a céu aberto, iluminação super precária, água de cisterna e outras carências da periferia urbana. PSD em peso no caminhão. Artur Teixeira, José Bilharinho, Rafael Angotti, Álvaro Barra Pontes, Nagib Cecilio, Lauro Fontoura, Ranulfo Borges e outros “caciques” do partido. A praça da Abadia, apinhada de gente. Primeiros discursos dos candidatos a vereador, entre eles, Nenê Mamá. Araudio Pereira Melo, o saudoso Xin, apresentador oficial dos comícios do PSD, preparava para anunciar o nosso Nenê, que cochichou ao ouvido do amigo: -“Capricha na minha apresentação, ta?”.Xin, caprichou. Falou do grande desportista, do diretor do USC., do rei Momo que ele representava e outros adjetivos mais.Aplaudido, Nenê começou o discurso:
-Povo querido da minha Abadia! Quero ajudar a acabar com o sofrimento de vocês! Vou fazer algumas perguntas e quero respostas ultra sinceras
– Vocês tem água encanada aqui?
O povão a uma só voz:
Não!
Vocês tem energia elétrica para iluminar suas casas?
O povão:
-Não
-Tem ruas calçadas ?
-Não!
Tem esgoto?
-Não!
Nenê Mamá não se conteve e soltou a frase lapidar da sua vida:
-E por que ‘oceis num muda daqui, cambada !”
Depois do comício, o PSD agradeceu a “colaboração” do Nenê e retirou-lhe a candidatura….
À propósito, Artur Teixeira, ganhou as eleições e foi prefeito por quatro anos…



Luiz Gonzaga de Oliveira

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O SAUDOSO E SEMPRE BEM LEMBRADO ABEL DOS SANTOS ANJO

Ontem, narrei-lhes lembranças do “Zé Pereira”, entrada dos roceiros e outras festas mais. Hoje, lembro figuras conhecidas, famosas por que não dizer? que deram brilho enorme ao carnaval de rua de Uberaba. O saudoso e sempre bem lembrado Abel dos Santos Anjo, (pai do também lembrado advogado Nelson Santos Anjo), animou por anos a fio os festejos carnavalescos da terrinha. Nos idos de 50/60, quisesse brincar no Carnaval, que se arranjasse às próprias custas. Sem essa mordomia que escolas de samba, rei momo, rainha do Carnaval, recebessem verbas do município, bancando a folia. “Neca de pitibiribas”, como dizia o comendador Nestor.Brincasse quem quisesse, com o seu dinheiro, fazendo a sua fantasia…Abel Santos Anjo, foi um par de anos,Rei Momo, às suas expensas. Os acompanhantes também. Alugava um caminhãozinho , carroceria curta, ele mesmo enfeitava, colocava som e saía, alegremente, pelas ruas da cidade, visitando clubes, muito confete, serpentina e lança-perfume.Aliás, naquele tempo, lança-perfume era para se jogar em moça bonita, inicio de “paquera” ou coisa parecida.Agora, desviaram o seu uso, aspiração desmedida do éter cheiroso. A sua proibição tinha que acontecer. Bem, depois do Abel, outros vestiram a farda da realeza de sua Majestade, Rei Momo, Primeiro e Único, como, pomposamente, a imprensa se referia ao personagem .Três deles figuram ainda na lembrança dos foliões. Embora por apenas dois anos, Wanderley Martinelli, fez sucesso. À época, pesava mais de 150 quilos. Sorriso largo, a alegria em pessoa. Só perdia o semblante real, quando alguém gritava: Rei “Maisena!”. Ele perdia a compostura e soltava o seu conhecido bordão:”Vai a puta que o pariu”! Ninguém continha as gargalhadas… Depois, o gordo e bonachão Allan Kardec. Massagista na hora de folga. Lidava com os cadáveres da Federal de Medicina, onde era lotado na seção de anatomia. Seu reinado, é muito lembrado. Mas. Waldomiro Campos, o lendário Nenê Mamà, deixou indelével saudade. Nenê, era a alegria em pessoa, figura altamente carismática. Super popular na cidade, foi a grande e grata revelação dos nossos velhos carnavais. Desempenhou com indisfarçável competência, o seu papel. Rainhas e princesas que com ele conviveram nos folguedos carnavalescos, lembram, até hoje , a alegria jovem do velho Nenê Mamá. Os tempos mudaram. O carnaval também e com ele a alegria inocente dos que queriam brincar o Carnaval sua verdadeira essência. Se é bom ou ruim, só o verdadeiro, o autêntico carnavalesco, pode dar o seu depoimento. O meu tempo já passou…
Amanhã, relembro a alegria das nossas escolas de samba, ta bom?

Luiz Gonzaga de Oliveira

domingo, 1 de janeiro de 2017

HOJE, O “CAUSO” É INTERNACIONAL…

O médico Antônio Sabino de Freitas Júnior, educado, competente e muito simpático, além da profissão inicial, dividia-se como gerente da única – até então – gerência da Caixa Econômica Federal – onde aposentou-se – e a presidência do Uberaba Tênis Clube. Membro atuante do PSD, “véio de guerra”, sua filha residindo em Miami (EE.UU.), comprou um carro último modelo e precisava trazê-lo para o Brasil e, mais propriamente, para Uberaba. Documentação emperrada, burocracia mais ainda, estava difícil regularizar a papelada, além de outros impedimentos legais. Dr,Antônio Sabino recorreu ao amigo e correligionário, prefeito Artur Teixeira, de quem Nenê Mamá, era motorista. Conhecendo as matreirices e competência do amigo, pediu-lhe que “entrasse no circuito”, tentasse resolver a situação e trouxesse o carro para o Brasil.
Dinheiro no bolso, lá se vai Nenê Mamá. Primeiro, no Rio de Janeiro, onde afirmava “ter amigos prá quebrar qualquer galho”. Depois, era tirar o passaporte, avião, Miami e …trazer o carro. Nenê, sempre teve uma filosofia muito prática e própria “dinheiro é como azeite; onde passa, tudo amolece”, Sem falar um “ok” em inglês, mas com dólares no bolso, nosso herói está em Miami…
“- Foram 10 dias de muito sofrimento”, lembrava sempre. –“Com fome eu fazia gestos com as mãos e a boca, mostrava o dólar e eles me davam um “hot-dog”. Dava sede, a mesma coisa”.
Passado período, conseguiu regularizar a documentação, “louco” de vontade em retornar ao Brasil. Malas prontas, no elevador do hotel onde estava hospedado, Nenê Mamá percebeu, constrangido, uma senhora de meia idade, a fitá-lo com insistência. Por todo lado que se mexia, a mulher não tirava os olhos dele. “Saco cheio”, contou depois, não se conteve e soltou num bom português:
-“Véia feia, chata, enjoada, nojenta, manqueba, que será que ta me olhando assim, uai”.
A mulher arregalou os olhos de espanto e num misto de decepção e surpresa, respondeu:
-“O senhor e muito mal educado, viu? Sou brasileira, de Ribeirão Preto e conheço o senhor lá de Uberaba”…
Nada mais foi dito e nem lhe perguntado…. 


Luiz Gonzaga de Oliveira