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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O FATO ACONTECEU NO ÚLTIMO DIA DO ANO DE 70. ERA COSTUMEIRA A PRESENÇA DOS “3 MOSQUETEIROS, QUE ERAM QUATRO, NO “BURACO DA ONÇA”

O fato aconteceu no último dia do ano de 70. Era costumeira a presença dos “3 mosqueteiros, que eram quatro, no “Buraco da Onça”, bar tradicional da Leopoldino, ao lado do cine “Metrópole”. O dono, Romeu Ribeiro, pai do Cebolinha, Didi e Paulinho Churanha, era o típico dono de bar…”Xis”, “Ipisilon”, “Zê” e o “Novesfora”, eram assíduos frequentadores. Figuras conhecidas da sociedade uberabense, executivos bem sucedidos, filhos de fazendeiros, formavam a “roda”. Não dispensavam a cervejinha do sábado, mormente “aquele”, do último dia do ano… Antes do meio dia, um deles deu a “dica”: -Chegou menina nova no puteiro da Deide”. Foi a senha. –“Vamos dar uma chegadinha lá”?. Aquiescência geral.. Foram e gostaram. Lá pelas tantas, olharam no relógio: 5 da tarde! Angustiados, os 4 amigos, começaram a bolar a desculpa que dariam em casa pelo atraso. O “Zê”, o mais folgado deles, foi logo dizendo. “seja o que Deus quiser”… Em lá chegando, desconfiado, viu a mulher bordando pano de prato, assistindo o programa do Antônio Augusto, na falecida TV-Uberaba, sentadinha no sofá. Deu-lhe um beijinho de longe, tratou de deitar ao seu lado, colocando a cabeça no seu colo. Ela, quieta, calada, entretida no bordão. Quis acariciá-la. Sem reação. Passou-lhe a mão no rosto, ela, impávida. De repente, não mais que de repente, ela abaixou-se. Ombro no rosto do marido, desceu até a camisa, colocou a mão no nariz e, voz firme, como ele nunca havia visto antes, falou maus alto que de costume:

-“Hummm! Ocê ta numa catiiiiiinga de rapariga! Vai tomar banho, vai.”

Ele deu salto mortal do sofá e, em segundos, entrou no banheiro onde permaneceu por mais de meia hora. À noite, a mulher com os filhos, foram para o “réveillon” do Jockey Club, na praça Rui Barbosa. Ele, coitado, foi dormir no quarto de hóspede, pois a casa era grande…


Luiz Gonzaga de Oliveira