Oi, turma!
( Cuidado para não confundir “ Zé germano “ com gênero humano... )
O pai, Luiz . A mãe, Niza. O casal só teve um filho que o pai, deu o nome do avô: Ataliba. Filho único, era simplesmente Netinho. O diminutivo, integrou-se ao nome. Netinho, era bom na escola (Marista Diocesano); bom de bola também. Jogou, ainda jovem, com os adultos. Sabia jogar. Os pais, queriam o filho doutor. Foi estudar no Rio de Janeiro. Lá, morando nas Laranjeiras, ficou perto do Fluminense, sua paixão desde criança. Foi a conta. Optou pela bola ao invés dos estudos. Envergou a camisa tricolor. A diretoria queria profissionalizá-lo. Os pais ficaram sabendo e trouxeram o filho de volta...
Netinho “ralou” na loja do pai, na Artur Machado. Porém, não esqueceu a bola .Deu “show” com a camisa vermelha do Uberaba e com a azul do Independente. Jogava prá “caraca”. Criou fama. Medroso ? Coisa nenhuma...Sabia jogar “ sem bola” que os críticos não sabiam o que era. Extrovertido, bem falante, despertou com o convite do Raul Jardim e foi trabalhar na PRE-5, a única emissora da cidade. Dalí para o “Lavoura e Comércio”, foi um pulo. Falava bem e escrevia melhor ainda. Com a família Jardim, ficou enquanto esteve vivo.
O “cavalo passou arreado” um punhado de vezes. Ofertas nas grandes rádios e jornais das capitais. “Neca”. Seu amor por Uberaba., não tinha preço. “Daqui não saio. Daqui ninguém me tira”... A volta à democracia, depois da ditadura getuliana, no apogeu dos 20 e poucos anos, na UDN (União Democrática Nacional) que tanto amava, convidado, elegeu-se vereador com expressiva votação. Na tribuna, embora na oposição, foi um sucesso ! Comedido, mas, corajoso, valente ! Despontava como o grande nome do partido, apoio dos amigos, à Deputado Estadual. Sua eleição era tida como “ barbada”, apesar da família ser contra . Deu “zebra”... Já, já,eu conto.
Tive com Netinho, sólida e fraterna amizade, durante 40 anos. Amigo leal, sincero, digno e honesto. Sua inteligência saia pelos poros. Seu improviso, empolgava multidões. O que escrevia e falava, era lei na terrinha. Com a mais absoluta justiça. Devotava a Uberaba, amor inexcedível ! Poucos jornalistas no Brasil, tinham o seu talento. Desprezou todos os convites que recebeu para deixar Uberaba. Recusou sempre. Vida simples, Netinho, até hoje, faz muita falta Uberaba.Sua correção, compostura e conduta moral, deixaram uma enorme saudade.
Volto a sua pré-candidatura à Deputado Estadual. Na convenção da UDN, seu nome era tido como unanimidade. Foi quando aconteceu a grande “ rasteira”. A “maracutaia” armada. O diretório da UDN, a “eterna vigilância”, nos porões da covardia,sem justificativa aceitável, indica o nome de Max Nordeau de Rezende Alvim, o candidato à deputado estadual. Netinho e seus amigos, boquiabertos, além de indignados, tiveram que “engolir” aquela ”facada “.
Passados alguns dias, o Secretário Geral do partido, eis passeando, livre, leve e solto pelas ruas da cidade num “jeep” novinho em folha. Havia “vendido” a candidatura de Netinho por aquele vistoso veículo... A amargura daquele gesto, mexeu com os brios do meu saudoso amigo. Daquele dia em diante, recusou todos os convites políticos. Dizia sempre:- “A melhor política da minha vida, foi deixar a política”.
Vitorioso na comunicação, Minas ganhou o seu mais notável apresentador, reinou absoluto no rádio, jornal e TV , no Estado. Episódio que a “ jovem guarda”não conhecia, nos meandros da podre política que se pratica em Uberaba. Há muitos anos... Tchau ! “Marquez do Cassú".
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