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segunda-feira, 25 de outubro de 2021

"O Marques do Cassu"

Não é tarefa fácil classificar o cidadão Luiz Gonzaga de Oliveira, o "Marques do Cassu".Era assim que eu cumprimentava, ou melhor, que reverenciava. O caminho menos penoso seria rotulá-lo de jornalista, pela paixão que devota à profissão. Soube dar conta do recado, colaborando, informando, registrando acontecimento e opinando construtivamente sobre a vida social uberabense. Mas o cronista, o desportista, o escritor, o advogado, o professor, o botafoguense, o zelo que sempre demonstrou para com toda a família e amigos, o amante apaixonado da música, da literatura e da natureza.

Luiz Gonzaga de Oliveira, o "Marques do Cassu" Foto/Divulgação.

O cumprimento, sempre respeitoso e afetivo, era fruto da minha admiração por aquela figura serena, bem-humorada, que parecia se divertir com o mundo onde conseguia enxergar a natureza em toda a sua plenitude.

Desde que o conheci, admirei nele essa postura sábia diante da vida. Refletida sempre no rosto iluminado por um suave sorriso de acolhimento, a sintetizar o propósito maior da transcendência de ser, no minimalismo de cada gesto. Via o que os outros não veem e era capaz de fazer uma crônica.

Dizem que o tempo passa rápido – e passa mesmo. Principalmente nos dias atuais, de vida corrida, quase frenética. Apenas os muito jovens talvez não sintam essa rapidez do tempo, tão cheios de futuro estão os que ainda não sentiram o peso da existência. Ter saudade é bom. Só o ser humano tem saudade.

 Saudade é fome de presença. Imenso Gonzaga. Mestre na mistura de palavras com sentimento. Cá do fim da fila, o meu aplauso permanente. Estaremos em sintonia nas melhores frequência.

A toda a família e amigos, nossas mais elevadas vibrações de paz, amor e luz. Uberaba, 23 de outubro de 2021.

Antônio Carlos Prata

segunda-feira, 21 de junho de 2021

HOMENAGEM A LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA

Um velho e querido amigo que, usando sua prodigiosa memória, vivia contando a história de nossa terra, acaba de entrar para as páginas da história de Uberaba. Um valoroso companheiro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro que enriqueceu com sua vasta cultura, lacunas históricas de nosso cotidiano, usando apenas o seu grande talento, foi o último dos jornalistas da velha guarda.

Gonzaga - Divulgação.

Deixa como legado, não apenas o amor que tinha pela cidade, não apenas o exemplo de dedicação à sua terra, mas um acervo imenso construído através de seus livros, de suas manifestações na rádio 7 Colinas, nas colunas do jornal “A Cidade”, nas suas manifestações na TV Uberaba, e agora, principalmente, através de suas páginas na rede social.

Luiz Gonzaga de Oliveira foi, reconhecidamente, um dos grandes comunicadores que já passou por Uberaba, reverenciado por diversas gerações.

Foi um dos mais atuantes presidentes que já passou pela Fundação Cultural de Uberaba.
A sua partida consternou a todos seus amigos, familiares e admiradores. Dá a impressão, contudo, de que apenas partiu primeiro deixando imensos sentimentos e muitas saudades, mas com a certeza de que todos nós ainda vamos nos reunir na eternidade.

(Gilberto Rezende)

terça-feira, 15 de junho de 2021

Calou-se o marquês do Cassu

QUE TRISTE TARDE

 Tomei conhecimento de sua partida meu amigo irmão.

A nossa cidade que vc tanto amou perde hoje o seu defensor.

Quis o cruel destino (maktub) que fosse vc acometido desse mau terrível junto com Marilia, a filha que sempre esteve ao seu lado.

Walter Bruce da Fonseca e Luiz Gonzaga de Oliveira.
 (Foto do acervo pessoal de Walter B.da Fonseca)

Internados os dois ela foi embora antes para enfeitar a sua chegada, ornamentando com abraços enternecidos o seu novo lar.

Felizmente quis a sorte benfazeja que ela foi sem você saber para a surpresa de abraça-lo na chegada.

Você foi a voz de Uberaba com seus arroubos de amor e a sua lembrança viva em seus escritos, onde se lia como se fosse ao vivo e a cores, personagens que por essas ruas perambulavam, hoje e antigamente, ressuscitados por sua memoria prodigiosa.

Lembro-me do seu inicio na antiga igrejinha de São Benedito no serviço de alto falantes na praça da velha rodoviária.

Era você e o Vicente Paula oliveira (o maior declamador de Catulo da Paixão Cearense) sendo que o Vicente já se foi de há muito e estará também presente na sua chegada.

As quermesses com seus correios elegantes faziam a alegria de nosso povo.

Lembro-me de quando você leu o correio elegante de um poeta desconhecido que respondendo a uma gentil e linda senhorita lascou: “eu quisera ser uma lagrima para em seus olhos nascer, por sua face correr, e em sua boca morrer”.

Você falou que o poeta casou e não mais fez versos!

Dai você foi galgando os degraus da trajetória iluminada que o traria ate hoje, passando por radio, televisão e jornais. 

Quando quiseram por motivos outros, mudar a data de nascimento de sua terra amada o mundo veio abaixo.

Veio á tona uma sua faceta por nós desconhecida, de um denodado e valente defensor do berço.

 O brilhante lutador fez de sua pena espada, e partiu para o confronto.

Essa peleja açodada pela peça teatral de Luigi Pirandello ”ASSIM E SE LHE PARECE” iria chegar a lugar nenhum, mas ficou no limbo para ser interpretada de acordo com a ideologia ou conveniência de cada um.

Você Gonzaga foi um grande amigo e ser amigo é muito difícil, e a gente quando encontra um, tem que dar valor, e quando estamos juntos jamais dar motivos para sair da roda e ir embora e você se foi.

Mas esse adeus provocado por essa maldita síndrome não irá impedir um reencontro no andar de cima.

 A nossa cumplicidade em somar tristezas e dividir alegrias com o nosso Botafogo expulsava os resquícios de quaisquer malsinados pensamentos de que um dia haveria essa dolorosa despedida

A dor do amigo que perde um companheiro não é pouca.

 As tardes no Filó para espancar a solidão e nunca acreditar que um dia haveria essa triste separação.

Disse-lhe eu uma vez que os personagens da terra que não eram ficção, e sim protagonistas viventes como Dora Doida, Maria Boneca, Maria Carrapata, Coronel Delcides e Alicate que se dizia filho de Heleno de Freitas do nosso Botafogo, que poderiam ser figuras de um romance regional que nos levaria a viver de novo emoções passadas e a vc a gloria nacional na literatura, já que aqui vc e exponencial.

Você lutou para vencer a Covid, mas vencido fez uma cidade inteira chorar, e foi sem se despedir, mas deixou pra todos: o testemunho de seu grande amor por UBERABA!

A Vânia com certeza devia  sentir-se enciumada por tanto amor a nossa Uberaba, mas ela tinha o coração nas alturas e jamais deixaria de incentivar tão extremada paixão pela nossa terra.

Terra que hoje se sentirá agradecida por servir de agasalho pro seu corpo frio.

O seu corpo Gonzaga hoje volta ao ventre amado, feliz pelo fruto tão produtivo em versos e prosas que você nos legou.

Nosso rincão amado jamais será o mesmo sem a presença pujante de sua pena-espada valente a nos defender.

 Somos todos órfãos de sua presença física, mas temos a certeza inexorável de que você onde estiver com a força da experiência de vida que teve jamais nos esquecera na morte.

Siga com Deus nobre MARQUE DO CASSU!

* Walter Bruce da Fonseca, 14/06/2021




BANDEIRA A MEIO MASTRO

Sim, Bandeira a Meio Mastro.

Ontem -14/06/2021- no início da noite cumpri a mais árdua missão: subi as escadarias da sede do nosso Sodalício Triangulino de Letras e, lá encima, baixei o Pavilhão Nacional deixando-o a meio mastro. 

A tristeza invadiu-me e tive que ampliar minhas  forças para materializar o meu intento: homenagear nosso  herói que de nós se despediu para sempre, vítima da Covid-19, deixando vazia a Cadeira número 15.

A missão do presidente é extremamente árdua  quando se trata de comunicar à sociedade que a Academia de Letras do Triângulo Mineiro perde um de seus diletos  membros. Aí se apresenta o Pavilhão Nacional com seu silêncio mudo e, literalmente imóvel, emite a mensagem que vale por milhares de palavras: “Aqui estou para representar o luto. Minhas quatro cores (verde, amarelo, azul e branco) se transformam numa só; o preto, cor que traduz o luto”.

LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA faz as cortinas do show se fecharem e o ciclo dos combatentes por Uberaba se encerra. Quem lutou tanto por sua terra quanto ele? Nenhum outro filho, se buscarmos em nossa história que começa oficialmente no século XIX.

De Borges Sampaio, passando por Hildebrando Pontes, José Mendonça e outros autores até os dias de hoje, todos escreveram bem a história das Sete Colinas, mas LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA vestiu uma nova roupagem na história e a contou de forma a despertar no uberabense o amor pela sua terra e inadmitir a sua classificação em 

lugares longe do primeiro.

Aí está o tributo que sempre estaremos em débito com LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA. 

Segue amigo Gonzaga. A sua imortalidade se inicia agora e nós aqui ficamos para consagrar o seu bendito nome.

Abraço fraterno.

João Eurípedes Sabino. 

Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. 

Uberaba/MG/Brasil 

15/06/2021



segunda-feira, 14 de junho de 2021

Grande perda para nossa cidade, o Gonzaga era parte da memória viva de Uberaba.

Uberaba perde uma de suas mais ilustres figuras do jornalismo e um dos pioneiros das transmissões de televisão em nossa cidade – famoso criador do bordão "Oi Turma", com o qual começava seus programas no rádio e na TV. Grande memorialista da região do Triângulo, escrevia artigos bem humorados com o pseudônimo "Marques do Cassú", contando "causos" da cidade, dos quais se recordava com memória prodigiosa.

É com profunda tristeza e uma dor imensa no coração que comunicamos o falecimento do jornalista Luiz Gonzaga de Oliveira, aos 85 anos. Luiz Gonzaga esteve internado no Hospital São Domingos durante quase um mês, onde lutou bravamente contra a Covid-19. Infelizmente, a doença o venceu na manhã desta segunda-feira, 14 de junho.

 Luiz Gonzaga de Oliveira- Foto/Divulgação.

Seu exemplo de ética, de profissionalismo, de dedicação ao jornalismo e de amor à família e à vida nos enchem de orgulho e nos guiarão a partir de agora. Que Deus conforte a família e os amigos, e lhes dê a força e união necessárias para superar esse momento.

Por outro lado, já tendo visto a situação lastimável em que retornaram para casa alguns conhecidos (bem mais jovens que o Gonzaga) após ficarem semanas entubados em hospitais com Covid, eu fico em dúvida se, para os mais idosos acometidos pelo quadro grave da doença, a morte não é por vezes uma benção. No caso dele, agravado pela situação de ter que lidar com a morte da filha, que é daquelas dores inimagináveis.

Que descanse em paz. Viveu uma vida plena.

O sepultamento ocorrerá às 09h do dia 15/06/2021, no Cemitério Memorial Parque. Rua João Batista Ribeiro, 2555 - Distrito Industrial I. Uberaba - MG.

domingo, 30 de maio de 2021

AOS FAMILIARES DO AMIGO LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA

A  Academia de Letras do Triângulo Mineiro desde os primeiros instantes em que tomou conhecimento das dificuldades pelas quais vem passando o nosso confrade LUIZ GONZAGA DE OLIVEIRA e sua família, está em vigília na esperança de vê-los vivendo dias melhores.

O passamento da filha Marília nos comoveu a todos e tenham a certeza de que estamos irmanados no mesmo sentimento de união, fator esse de extrema importância para todos nós.

Deus como sempre faz, há de conceder forças à estimada família Gonzaga de Oliveira e assim, poderão superar esse momento tão delicado.

Esta Academia está e estará sempre pronta, a qualquer hora do dia ou da noite, não obstante exista a pandemia do Coronavírus, para atuar de forma solidária junto à esposa de Luiz Gonzaga, D. Vânia, às filhas Adriana e Joice, bem como somar forças com os demais familiares. – 28/05/2021.

João Eurípedes Sabino. 

Presidente da ALTM.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Estádio Engenheiro João Guido - “Uberabão”

Três grandes azes da comunicação de Uberaba, Luiz Gonzaga de Oliveira, Raul Jardim e Jorge Zaidan, acompanhando o Dr. Edgar Rodrigues da Cunha em vistoria ao terreno onde estava sendo implantando o “Uberabão”, (Estádio Engenheiro João Guido).

Luiz Gonzaga de Oliveira, Edgar Rodrigues da Cunha, Raul Jardim, Jorge Zaidan. 
Foto pessoal de Gilberto Rezende - Casa do Folclore.


O Luiz Gonzaga está contando esta história em sua página do Face, fazendo uma retrospectiva da euforia que contaminava a todos não somente por esta construção mas também pela TV que um dia foi nossa. 

Um esclarecimento para a juventude - Edgar Rodrigues da Cunha, criador da empresa “Produtos Ceres” e ex-presidente do USC, foi o idealizador deste estádio e o doador do terreno. 

Jorge Zaidan foi radialista e cofundador da rádio 7 Colinas. Raul Jardim, jornalista e um dos proprietários do jornal Lavoura e Comércio. Luiz Gonzaga, o único remanescente do grupo, é escritor, historiador, ex-presidente da Fundação Cultural de Uberaba e um dos responsáveis pelo sucesso da TV Uberaba que tanto orgulho trouxe para a cidade.

Gilberto Rezende



UBERABA! QUERIDA UBERABA !

Zé Eduardo, o nosso querido “J.Edu Som”, surpreendeu e deu vida às noites uberabenses. Ontem, premiou a terrinha com uma viagem inesquecível, trafegando pelas nossas principais, ruas, praças e avenidas. Num “carrão à moda antiga”, conversível, “americano último modelo”, mostrou a modernidade e progresso da santa terrinha. Foram quatro horas de música jovem, embalando a todos quantos curtem a amada Uberaba. O talento do “Zé”, uma vez mais aflorou. Um “passeio” que ninguém vai esquecer tão cedo; ficou gravado na nossa memória...

“Zé Eduardo” gritava, de pé, no dorso do conversível: ”Uberaba, meu amor !” Verdade. Uberaba, a gente não sabe se é sede de amor, ou sede de amar ! Tudo começou no vente de nossas mães, no esperma dos nossos pais. Uberaba, a gente ama com tanta intensidade, difícil é descrever a imensidão desse amor inexcedível. Amor que nasce nas entranhas dos lares, ricos, pobres, remediados, casas simples ou palacetes, onde quer fomos concebidos. Estamos, umbilicalmente, ligados a Uberaba de todos nós, sem “nós” e muito menos, amarras...

As derrotas que os inimigos nos impingiram, Uberaba soube, galharda e heroicamente, resistir. Nem a contabilidade histórica do tempo, 164 anos de CIDADE, longe da farsa e mentira dos ““200 anos”, a ela apregoada, os momentos felizes superaram com sobras, as sofridas horas de débito que os adversários, covardemente, nos submeteram. Uberaba, cidade amada ! Muitos de nós ( suas bênçãos, Netinho, Raul Jardim, Jorge e Farah Zaidan, Ramon Rodrigues), bem que tentaram nos seduzir à ganhar novas paragens, navegar em outros rios, cavalgar em novas campinas... qual nada!

O “canto da sereia” não nos comoveu. O acendrado amor a sacra terrinha, falou mais alto. Não permitiu que montássemos no cavalo arreado. Aqui é a nossa terra, semente plantada, nasceu, cresceu, floresceu, viveu e agora, “aquela geração”, começa a murchar...Destino da vida. E daí? Uberaba é a nossa terra. Chão firme! Possessivamente nossa ! Com todos os defeitos, percalços, ingratidões que a vida nos impõe, não há como desistir! Nem os encantos da “fada madrinha”...

Enxugamos nossos olhos turvos de lágrimas, nunca esmorecemos, nem fraquejamos, enfrentamos as merdas que na terrinha fizeram, afrontamos os que ousam destruir a terra bendita e amada. Nem a corda bamba que a vida sacode, sempre soubemos nos equilibrar. Uberaba, nosso amor nasceu ainda na barriga das nossas mães. Hoje, fervilha a esperança...

Uberaba, sempre foi e será uma linda mulher! Cobiçada, desejada por todos os homens. Decentes e indecentes; honestos e desonestos; corretos e incorretos; capazes e incapazes. De moral e imorais. Uberaba, é a mãe que a todos acolhe. Até os pústulas que aqui tomaram assento. Uma coisa ficou imutável: o inefável amor que devotamos a Uberaba, nossa cidade!

“Zé Eduardo”, querido “J.Edu Som”, obrigado pelo domingo inesquecível! Valeu! 
Bom início de semana e o uberabensemente abraço do (Luiz Gonzaga de Oliveira).


sábado, 25 de julho de 2020

ABANDONO

Noite dessas resolvi dar um “rolê” pelo centro da cidade. Queria lembrar a minha Uberaba dos anos 60; rua Artur Machado, avenida Leopoldino, os bares e restaurantes que freqüentava com os amigos, muitos deles, hoje, já no plano espiritual, ao lado direito do Criador. Queria sentir um pouco de saudade, reminiscências dos longos “bate papos”, as casas comerciais, ver de novo, a vitrine iluminada de “A Noiva”, do Primo Ribeiro, o “vai e vem” chamado “footing” das lindas moças de sorriso aberto, cabelos esvoaçantes, subindo e virando para o Metrópole, os moços na beirada da calçada, dirigindo-lhes frenéticos e saudáveis elogios... a pequena parada no bilhar “Atlântico”, do Valdemar Vieira, subir as escadarias da Associação Esportiva e Cultural; descer e saborear o cheiroso cafezinho do “Café Uberaba”, fazer a “ rodinha” no “Ramon Rodrigues, ” e gozar da alegre companhia do Renatinho Frateschi, “barman” por excelência.

Pensei:-“ Viro a esquina, cumprimento o Toninho e o Ernani Camanho, no “Guarani” e faço uma pequena parada no “Buraco da Onça”, encontro o Perigoso, o Netinho e o Zito Sabino , “encho o saco” do Romeu e dou um “cascudinho” no “Cebolinha”. Dou uma olhada no “Galo de Ouro”, sempre cheio, cumprimento os garçons, Jesuino, Zezinho e Cacildo, dou um “alô” para o Alaor Carlos, cinqüenta anos, gerenciando as firmas do Hugo Rodrigues da Cunha (Cinema, restaurante e hotel). Sigo em frente, abraço o “Quinzinho, do Tip-Top”, bebo a “Antártica” que o Drumond sabe que eu gosto, sento com o Ramon Rodrigues, que me espera já com a “Caracu” pela metade...No Metrópole, acaba e filme e o comentário é a beleza da Gina Lollobrigida...

Meu Deus ! vocês já foram no“calçadão” e Leopoldino, depois das oito da noite ?Que decepção! A Artur Machado ,outrora fulgurante,fervilhante e iluminada, gente prá lá e prá cá, bares abertos, ficou apenas nos meus pensamentos. O “calçadão” ,à noite, é de dar medo!

Um convite a depressão .Fiquei desesperado!... Parecia um lugar de fantasmas! Nenhuma “viv’alma” nem pra cumprimentar O lixo amontoado no inicio do “calçadão”, a iluminação parecia “tomate seco”. A solidão fez morada no trecho. Assustado, vejo tudo fechado ! De repente, passa um carro na avenida. Freia rápido, um grande “quebra molas”, liga a avenida a Artur Machado. Ninguém por perto. O “pisca-pisca” do farol, me alerta. Vem chegando um ônibus. É o tal de BRT. No meio da avenida, uma ”cerca de fazenda”, divide aquele trecho...

Não tem “Marabá”,”Guarani”,Buraco da Onça”, “Galo de Ouro”,”Tip-Top”, “Metrópole”, “A Noiva”,Bilhar Atlântico”...nada ! O córrego sumiu, o balaustre acabou, o “footing’, já era... Em seu lugar, um “monstrengo” tubular, escuro, sem ninguém dentro. Estação BRT, me contaram. Passos largos e apressados, cheguei na praça dos Correios. Era um “miolo” de cidade assustada, prédios pichados , alguns poucos coitados, “noiados”, me pedem uns trocados . De táxi, um único estacionado na praça, me leva prá casa. Sem querer, enxuguei as lágrimas que corriam no meu rosto. Decepção ? Mais que isso. Fui no centro da cidade, que tanto amo e que não era mais a minha Uberaba, meu amor... (Luiz Gonzaga de Oliveira)

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Cidade de Uberaba

OS NOMES E OS APELIDOS

Encerro, temporariamente, os “papos de boteco”. Lembranças me vem à mente, sobre apelidos de uberabenses, famosos ou populares e que marcaram a santa terrinha. Faltou falar no fulano de tal... Em verdade, não esquecí, embora saibam, contei com o valioso auxilio dos amigos. Desde as figuras mais populares, aos que ocuparam cargos de projeção. Pausadamente e bem devagarinho para que se lembre e associe o apelido ao nome de batismo da pessoa: Zote, Pica-Fumo, Fuscão Preto, Zé Rita, Luizim do Doca, Carlim Babão, Toninho 10 por cento, Zé da Egua, Belzinho, Bolão, Piau, Cachorro doido, Parentinha, Butão, Sapinho, Panela, Perigoso, Cafuringa, Zé Catorze, Ticoco, Farofa, Chefão, Batatinha, Bodinho, Xuranha, Cebolinha, Bulico, Canadá, Caúdo, Coca-Cola, Piroca, Sapo, Pé de Ferro, Come-Quieto, Ticha, Rosquinha, Reco-Reco, Pinguinha, Mocorongo, Marruco, Tché-Tché, Perdido, Dentão, Miudinho, Teleleco, Ganso, Morto, Mão de Onça, Pé de Gancho, Pão Creoulo, Bilula, Tunim Buqueta, Cabeção, Bitruis, Bá, Badú, Buzina, Cabeça, Prego, Soninho, Toquinho, Rosquinha e uma infinidade de outros famosos e “queridos” apelidos, tão pródigos na terrinha...

Apelido é um negócio que se o cara der bronca, fica pior. O apelido “pega”mesmo...Todos os apelidos acima enunciados, são verdadeiros. Se um não conhece, outro, sabe quem é. Mas, um apelido marcou época em Uberaba. Figura querida na terrinha, falecido, “ honrou” a fama do apelido: Wanderlei Martinelli, brasileiro, maior de idade, ex-gordo, bancário, diretor de disciplina de colégio e apaixonado torcedor do Uberaba Sport Clube. Nos áureos tempos do nosso futebol, “Uberabão” apinhado de torcedores, era ele “colocar os pés” no estádio e a massa inteira, entoava e gritava o apelido:- “Maizena ! “, “Maizena!”. Ele, no primeiro degrau da arquibancada, entoava seu grito de guerra, alto e bom som:”Maizena é a puta que pariu !”.

A torcida delirava. Onde quer que estivesse; na rua, bar, no caixa do banco, passeando com a família, quando ouvia alguém gritar: “Ai, Maizena!”, vinha o indefectível “ vai a puta que pariu “. Nos velhos e saudosos tempos da falecida TV-Uberaba, ele foi entrevistado. Não resistí a tentação de lhe perguntar porque se incomodava tanto com o apelido. Calmamente, disse: - “Sabe, Gonzaga, Me chamar de Maizena, não me incomodo. O diabo é a sequência que dão à brincadeira. Agora, toda a minha família ganhou apelido, sabia?”

Fingí de morto e perguntei:-“Como assim, Maizena ?”. Franziu a testa e me respondeu:- “O meu filho, estão chamando de “Pó Royal” e a coitadinha da minha mãe, virou “Avéia Quaker”.É muita esculhambação, não ?” Fiz um tremendo esforço para não dar uma sonora gargalhada...

Luiz Gonzaga de Oliveira

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Cidade de Uberaba

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

VILA DOS CONFINS

Oi, turma!

(Demoraram a acreditar que “ Inês é morta”...)

O livro foi publicado em 1956. Dezenas de edições. O romance-depoimento , nasceu de um pequeno relatório sobre uma campanha política e acabou num “baita”romance que deu à Mário Palmério, cadeira de “ imortal” na Academia Brasileira de Letras. “Vila dos Confins” relata, com indescritível crueza, a história de uma eleição num lugarejo perdido nos confins brasileiros. Alí, Palmério, conta com um delicioso sabor sertanejo, aspectos da vida nesse Brasilzão sem fronteiras. Entre caçadas, pescarias, reuniões e comícios, “causos’ que o “coronel” político, “ manda- chuva” da currutela, comanda as eleições, suas artimanhas e as promessas feitas. Mário Palmério, condensa sua experiência relatada na obra que se tornou “best-seller” nacional...

Misturando realidade com ficção, “Vila dos Confins”, é de uma atualidade incrível, pureza verdadeira, passados mais de 65 anos de sua publicação inicial. As “peripécias” narradas por Palmério, faz do livro, um apanágio do comportamento dos “ coronéis”, começando pela figura do “ deputado Paulo Santos”, apoiando o candidato “João Soares”. Outras personagens como “Xixi Piriá”, mascateava lá pelas bandas dos “Confins”, “Gerôncio”, amigo e compadre do “Paulo Santos”, apaixonado por pescaria, sem contar o “Jorge Turco”, “vendeiro” do lugarejo, preguiçoso que só ele, ficava a “ contar estrelas”, o “ velho” Aurélio, tio do “ Paulo Santos”, responsável pelo seu ingresso na política, sem contar a liderança da “Almira”, que mandava no Prefeito...

“Vila dos Confins”, traz crítica política e social, fatos que permeiam a narrativa do texto no campo das batalhas surgidas na “campanha”, envolvendo a luta pelo Poder. Mário Palmério, dá voz à minoria, denuncía desigualdades, revela um contexto de absoluta opressão que o “adversários”, os que não comungavam com as ideias do “coronel”, eram sumariamente, excluídos e esquecidos, num linguajar bem matuto, embora altamente dignificante. Engraçado, a “ Vila” continua bem atual...

Confesso, não consigo dissociar ”Vila dos Confins” com a cidade que me viu nascer, crescer e a certeza que morrerei por ela. Figuras folclóricas da “ currutela”, narradas por Palmério, me vem à mente, toda hora. Gente que vejo, todo dia, nas rádios, jornais e TVs. da terrinha. Quando falam em conquista ( não confundir com a nossa simpática vizinha...), estampo a figura do “Xixi Piriá”, “vendendo” ilusões ( planta de amônia, gasoduto, ZPE, aeroporto internacional..), o ”deputado Paulo l Santos”, acobertado pelo “tio”, o “velho Aurélio” que morria de vontade ser advogado para ocupar a Procuradoria do município...

Vejo o “Gerôncio”, “dono da venda”, com cargo na Prefeitura, pois amigo do “Paulo Santos”, recebendo sem trabalhar, bons “caraminguás”, o “Jorge Turco”, adorando as “ estrelas’ que andam, falam e rebolam, o “João Soares’”, dono do alto falante da” currutela”, apadrinhado do deputado “Paulo Santos”, sem esquecer a única mulher da tropa, a “ Almira”, que manda no Prefeito...

“Vila dos Confins”, foi tão famosa como a minha cidade. Coitada ! Perdeu-se no tempo ! Não tem mais Mário Pamério, seu autor...Ainda assim, continua resistindo ao tempo. É charmosa, doce e delicada, embora os “ moradores da Vila “ foram morrendo; outros mudando por falta de emprego. Os filhos e netos que ficaram, não estão dando conta do recado. Chegaram os forasteiros e fizeram “ a festa”. São os novos donos da terrinha. Até quando ? Não se sabe...outubro vem aí....Tudo pode acontecer...(Luiz Gonzaga de Oliveira)


Cidade de Uberaba


terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

“DOCA”... SEMPRE ELE...

(O rabo não pode balançar o cachorro. Os homens de bem estão desaparecendo...)

Algumas pinceladas sobre o livro proscrito, “Terra Madrasta”, escrito por Orlando Ferreira, o temível “Doca”, excomungado pela Igreja Católica, na metade do século passado. Abordando assuntos até então não publicados pela imprensa local, “Doca, deixou boa parte dos políticos locais de “cabelos em pé”. Um trecho do livro que aborda a política que aqui se praticava , escreve:-“A política de Uberaba é um acervo de misérias, futricas, futilidades, desonestidade. Tudo que é de mal e prejudicial aqui se pratica”. Prossegue:- “A política local é um contato impuro e imoral que prostituiu também a Justiça. Aqui não se deseja independência de caráter; educa mal o homem “.

Ao comentar sobre eleições, “Doca’, é contundente:- “Não são livres . Sempre campeou a imoralidade, a mais pérfida corrupção. Os chefes políticos são todos cretinos e idiotas. A única aptidão é que são mandões, usam a violência , o suborno, a compra de votos, a covarde traição. Funcionários públicos, partidários deles, não vacilam em prostituir , se no cargo que ocupa, seja para agradar o “ chefe”.
Sobre os partidos políticos, “Doca”, foi claro , direto e taxativo:- “ Sempre foram compostos por indivíduos sem honra, sem patriotismo, sem cidadania, sem instrução e de uma ignorância apavorante, autênticos boçais”. “Doca”, além de irreverente, era também bastante cáustico . Está lá no “Terra Madrasta”:- Uberaba não deve à chefe político nenhum favor; só tem a lamentar as desgraças por eles ocasionadas “.

Esses pequenos trechos do livro, comentários e opiniões, “Doca” escreveu há 90 ( noventa) anos. A sua antevisão e ou qualquer premonição , semelhança com os dias atuais, não é mera coincidência...

(Luiz Gonzaga de Oliveira)

Cidade de Uberaba

O tradicionalismo das famílias em Uberaba

(Nada de novo surgirá na política se escolhermos sempre os mesmos...)

SÁBIO CONSELHO


O tradicionalismo das famílias em Uberaba, merece elogios. Estamos acostumados a reverenciar tradições. Respeitar dogmas, costumes, tudo que não fira ou atropele as famílias que tem na tradição, o seu maior tesouro. Uberaba, conhecem, é modelo nesse quesito. A ser apresentado a um respeitado “figurão” da terrinha, o jovem recebe, de cara, a indefectível pergunta:- “ Você é filho de quem ? A que família pertence ?”. Se o garoto tem raízes tradicionais, desfila o seu “ rosário” familiar . Se não pertencer a um dos clãs da cidade...

Estou a recordar uma família libanesa que chegou a Uberaba na metade dos anos 40, do século passado. A família Zaidan, ”seo” Habib, dona Salma e os filhos, Salim, João, Elias, Ramza, Jorge e Farah. Uma pequena estada em São Benedito da Cachoeirinha, se estabeleceu na doce e simpática Ituverava, paixão, até hoje, da exemplar família. O “velho” Habib, sabedoria árabe , notável experiência de vida, escolheu, com a aquiescência da família, transferir domicilio. A cidade escolhida, Uberaba, totalmente desconhecida dos filhos.

O natural desejo de crescimento, educação para os filhos , oportunidade de trabalho e estabilidade financeira, foram determinantes à mudança de vida, amigos e parentes que lá deixaram. Rua Vigário Silva, primeira morada . “Seo” Habib, experiente, pesquisou, sondou, maneiras, modo de vida e conduta dos uberabenses. Queria conhecer o comportamento, a tradição tão comentada dos uberabenses.

Certa tarde, reuniu os filhos na enorme sala de jantar. Com gestos, palavras e conselhos da milenar sabedoria árabe, foi falando:- “Filhos meus, estamos em terra estranha. Gente boa , mas, todo cuidado é pouco. Não quero ver e nem ouvir dizer, envolvido em nenhum tipo de briga. Uberaba, tem muita tradição familiar . É preciso ter muito cuidado com o que escreve, fala, discute, negocia. Afaste de qualquer desavença. Uberaba que escolhemos para morar, é´muito acolhedora. As famílias são muito ligadas”. Jorge, o filho do meio, quis saber mais detalhes. “Seo” Habib, continuou:

-“Filho meu, toma nota. Rodrigues da Cunha, é primo dos Borges. Borges, é cunhado dos Prata .Prata é casado com Oliveira, descendente dos Pena, aparentados dos Oliveira. Oliveira, casado com Marinho, aparentado dos Sabino, primo-irmão dos Freitas. Freitas é afilhado dos Adriano. Adriano é da família dos Machado.  tem filhos casados com os Rodrigues da Cunha e laços de parentesco com os Soares Azevedo, muito ligados aos Pontes...

Os ensinamentos e conselhos , dizia sempre o Elias Zaidan, “solteirão” da família, calhou de muita utilidade à família. Jamais um Zaidan, teve problema. Exceto João e Ramza, os outros casaram-se na terrinha e aqui fincaram raízes. Perpetuaram suas vidas incorporadas à santa terra . Os irmãos Zaidan, me adotaram como “irmão” que muito me honra e orgulha . Eles deixaram um legado de trabalho, seriedade e honradez.


(Luiz Gonzaga de Oliveira)


Cidade de Uberaba

A “RUA SÃO MIGUEL” E OS POLÍTICOS...

(Quanto mais você agacha, mais a bunda aparece...)

Pornográfico? Não ! Texto realista ? Sim ! Chega de “ puta véia”. Elas não “ dão mais caldo”, nem nos representam “.. A pedida da vez, as meninas que perderam a virgindade a pouco tempo...”Respeitosamente, esse era o “papo” dos boêmios frequentadores da famosa rua “São Miguel”, “baculerê” da saudosa Uberaba dos anos 50 do século passado. ( Tempos que não voltam mais...) .Incrustada no centro da cidade, atrás da Catedral Metropolitana, inicio da praça Frei Eugênio, direção ao bairro d’Abadia, a “ rua São Miguel”, era famosa no Brasil inteiro. Macho que visitasse Uberaba e não conhecesse a “ rua do santo”, não conheceu a sagrada terrinha..

As “ putas véias” daquele tempo, Amelinha, Negrinha, Jovita, “tia Moça” ( que era velha...), Tubertina, Isolina, Nena, além de outras menos votadas. A moçada da época queria “ficar” com as “meninas novas”, procedentes de Goiás, Mato Grosso e interiores de Minas e São Paulo... Na “São Miguel”, abrigavam eleitores de todos os partidos políticos sediados na terrinha.. Não existiam muitas legendas partidárias. . Eram o PTB, de Mário Palmério, a UDN, dos Rodrigues da Cunha, o PSP, de Boulanger Pucci e Antônio Próspero, o PR, do Tatí Prata e Homero Vieira de Freitas, o PSD, do Coronel Ranulfo e Lauro Fontoura, PCB, do Durval da Farmácia. Nada mais!

Quem era “abonado”($$$), jantava no Tabú, com as “ primas”. A plebe rude, se fartava com o churrasquinho do Jaime, à porta do Tabú. “Bebum”, sem grana, “fazia ponto” na “Boca da Onça”, do Caio Guarda. Os “shows” no “Casino Brasil” , comandado pelo Paulo da Negrinha, “estreladosera “fresco” ou “viado”. Motel não existia. O máximo que se permitia, alguns “esconderijos” para encontros furtivos, tinha o pomposo nome de “rendez-vouz”..

Hoje, a “coisa’ está mudada. “Zona do meretrício”, virou “zona eleitoral”, “michê” chama-se “propina”, “gigolô” é assessor, “bate-pau”, é “segurança”... “Puta véia”, políticos que não querem abandonar as “bocas”; “Rendez-vouz”, ou “casas de prostituição”, conhecidas como Câmara, Senado, Assembléias, Palácios e Prefeituras. “Donas de bordel”, políticos corruptos, agarrados ao Poder. “Rua São Miguel”, mudou de endereço... “Meninas novas no puteiro”, os jovens, ingressando na vida publica. Frequentadores do “puteiro”, eleitores que votam por dinheiro, cargo público, sem concurso..Esperando sempre por uma “ boquinha”....

Ao frequentar as “ ruas das eleições”, procure “ficar” com “puta nova”. Neca de “puta véia”. Política não é prostíbulo. Os políticos é que frequentam a “ casa errada”. As “Negrinhas’, “tia Moças, “, “Tubertinas”, “Nenas” e “Isolinas” da nossa política ,não devem ser reconduzidas às “velhas pensões’. São “putas véias”; não dão mais caldo”. São “bananeiras que deram cacho”. O eleitor quer “ puta nova”, recém chegada, limpinha, no “ bordel”...


Luiz Gonzaga de Oliveira


Cidade de Uberaba


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

GETÚLIO E JUSCELINO

A Exposição do zebu sempre foi a grande festa popular de Uberaba. A cidade se enfeitava em todos os cantos, na primeira dezena de maio, no embalo dos grandes acontecimentos que a santa terrinha era palco. Gente de todas as partes do Brasil, fazendeiros latino americanos, aportavam em Uberaba para conhecer os avanços da nossa pecuária. De algum tempo, ate recentemente, elitizaram a festa. O povão ficou alijado de participar da festa da cidade.

  Presidente Getúlio Vargas, Governador Juscelino Kubitscheck e autoridades na sacada da Prefeitura Municipal de Uberaba. Praça Rui Barbosa. Foto: Arquivo Publico de Uberaba. 

Agora, voltaram a abrir os portões do parque “Fernando Costa”. Ainda bem. A Exposição, sempre extrapolou o desejo dos pecuaristas. A festa sempre foi da cidade. Nada porque negar. Embora o 3 de maio deixasse de a muito, ser a data inaugural da mostra zebuína. Uberaba, era uma cidade alegre. Dia e noite. No parque e fora dele. Hoje, impera a tecnologia das raças. A genética ocupa uma primeira plana. A qualidade do rebanho , melhora a cada ano. A vinda dos políticos de renome nacional, não mais acontece. Presidentes e governadores, assíduos em velhos tempos, estão recolhidos... Raramente um ou outro, dá o “ar da graça”...

Os “ti-ti-tis” e as “fofocas”políticas, fugiram do noticiário nacional. Os grandes e pomposos bailes do “Presidente” e do “Governador”, dormem no baú da saudade. Jockey Clube e Uberaba Tênis, disputavam com sadia rivalidade , esses eventos sociais e recebiam o “grand monde” da sociedade local e visitantes ilustres,hoje, recolhidos apenas nas suas gloriosas histórias. O chique das madames e mocinhas, os “summers” e “black-tyes” dos homens, faziam inveja aos tradicionais bailes do Copacabana Palace, do Rio de Janeiro, tamanha a pompa.

Getúlio Vargas, era presença certa. Hóspede do casal Adalberto Rodrigues da Cunha, presidente da então S.R.T.M., mandou construir no seu palacete da Leopoldino de Oliveira, uma sacada, no andar superior, para que Getúlio Vargas, pudesse saudar os milhares de uberabenses e visitantes que queriam vê-lo e receber dele, pelo menos, um aceno de mãos.

Juscelino, o imortal J.K. não faltava. Na agenda presidencial, dias 3 e 4 de maio, apenas Uberaba ! Seu anfitrião, Marico Rodrigues da Cunha, recepcionava o seu convidado no aristocrático palacete da Olegário Maciel, hoje, um belo hotel. Bom dançarino, “pé de valsa” juramentado, mal a orquestra começava a tocar, formava-se a fila das mocinhas da terra, terem a honra da contradança com o Presidente.Ele atendia a todas...

As revistas “ O Cruzeiro”, “Manchete” e “Fatos e Fotos”, em edições seguintes, enalteciam a festa da Exposição de Uberaba. O comércio, faturava alto. A rua São Miguel, feéricamente iluminada, era o paraíso dos ricos fazendeiros solteiros e os “ sem as esposas”... As putas bonitas vinham de São Paulo, Rio, Goiânia , Campo Grande e Cuiabá, para “fazer a vida” na terrinha. Uberaba, respirava progresso. Maio , antecedia Dezembro para gáudio dos comerciantes.. Ninguém reclamava nada. O sucesso estava consolidado.

Lembro-me, inicio dos anos 50, os “coronéis do PSD, véio de guerra”, dominavam a cidade. Aproveitaram a estada de J.K., companheiro e líder maior do partido, pediram-lhe verba para reforma do “cadeião” da praça do Mercado. Juscelino, fitou-os, firme serenamente e acenou, negativamente, com a cabeça. –“Não vou dar a minha Uberaba, remodelação de cadeia nenhuma !”. A turma do PSD.ficou estática. Pasmados e incrédulos, com a negativa. Juscelino, com um largo sorriso, levantou os braços e num gesto característico de político vencedor, em voz alta, falou:- “Em vez de dar a Uberaba uma cadeia, darei a essa cidade que muito gosto, uma Faculdade de Medicina !”. Foi ali, naquele momento que a cidade ganhou uma Faculdade e fechou uma cadeia !”.

(Luiz Gonzaga de Oliveira)






Cidade de Uberaba

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A ESTRELA QUE BRILHA! JOÃO MENEZES!

Oi, turma!

( O sabor da vitória é um dom divino...)


Estrela é uma esfera luminosa mantida pela gravidade. As estrelas tem milhões de anos. A “minha” estrela é nova. Saiu dos cueiros, recentemente.. .A estrela que mais brilha perto da Terra, é o Sol, fonte maior de energia do planeta. A “minha” estrela, brilha perto de nós e irradia luz mundo afora. A constelação de estrelas é visível à noite, com ou sema Lua. A “minha” estrela , é vista a qualquer hora. Sempre iluminada. Dia e noite. Estrelas ganham nomes. A “minha” tem nome de santo. Estrelas brilhantes transmitem intrépida energia. A “minha” estrela, tem luz própria. As estrela gravitam no espaço, A “minha” estrela”, dança nas quadras do mundo. As estrelas giram no espaço sideral. A “minha” estrela gira perto da gente... A “minha” estrela sorri, chora, canta, encanta, luta, esforça, combate e vence ! Estrelas cintilam nos céus. A “minha” estrela cintila na Terra, espargindo alegria, gosto de vitória ! As estrelas emitem cores, verde, amarelo, azul, branco, vermelho, laranja... A “minha” estrela , preferiu o verde, amarelo, azul e branco , cores da nossa bandeira. A “minha” estrela é brasileira , nascida aqui na terrinha. As estrelas dão sinal de vida. A “minha” estrela, dá mostras de sucesso, vitória, paixão, bravura, mãos firmes que sabem conduzir e conquistar títulos ! Determinada é séria na carreira que, vitoriosamente, encarna.

João Menezes celebra vitória sobre chileno Tomas Barrios - Foto: Ivan Alvarado / Reuters.

A ”minha” estrela é tudo isso e mais um pouco. “Minha” estrela é papável, alegre, jovem, de carne e osso, sorridente, bravo, valente ! “Minha” estrela, dá luminosidade aos que com ele convivem. “Minha” estrela, é homem ! Mente sã, corpo sadio. “Minha” estrela “acendeu” para o mundo e é hoje, a estrela mais fulgurante dessa Uberaba que tanto amamos ! Chama-se JOÃO ! Poderia ser Antônio, Pedro, Joaquim, José, Fabiano, Murilo ou Aluízio. Aliás, esses três últimos são familiares à “minha” estrela... Ontem, quando subiu no “podium” dos vencedores e a “medalha de ouro” no peito, como melhor tenista latino-americano, a Bandeira Brasileira tremulando no mastro da vitória, “minha” estrela não conteve as lágrimas, cantando chorando e eu, cá de longe, da santa terrinha que o viu nascer, chorei junto.

Murilo Pacheco de Menezes e Terezinha Hueb de Menezes (avós in memoriam) Foto pessoal da família.

Vi o JOÃO ontem, pela vez primeira. Amigos meus o conhecem há anos. Vou lá atrás. Conheço as famílias. Paterna e materna. Do lado do pai, Fabiano, os avós Terezinha e Murilo, exemplos de dignidade e trabalho. No céu, aplaudiram a grande vitória do neto. Em vida, aqui pertinho de casa, Fernanda, a mãe, junto aos avós, José Aluízio (alô, “Sogrão”!) e Marília, orgulhosos com o neto “ herói nacional “. Nesse mundão perdido, onde parte dos jovens não estudam, nem trabalham, perdidos nas drogas do dia a dia, é maravilhoso saber que a grande parcela da nossa juventude sabe honrar Deus, Pátria e Família! JOÃO, é o nosso ídolo!

Fabiano Menezes (pai) e João Menezes. Foto pessoal da família.

Do vazio dos homens vazios que pululam em Uberaba, JOÃO é o nome que honra e orgulha UBERABA ! Ao arrepio da letargia que atinge em cheio a santa terrinha, JOÃO alegra e dignifica nossos corações uberabenses. Ao subir nos píncaros da glória, uma vitória do “João Sem Medo” e gritar EU SOU DE UBERABA ! vale mais que qualquer fábrica, qualquer mentira que estamos vendo e ouvindo nos dias atuais. JOÃO, minha “estrela”, redescobriu a nossa auto-estima tão em baixa nos últimos anos. 

Espero que a sua vitória, o pedestal que atingiu, elevando o nome da cidade, seja devidamente homenageado com as honras de estilo que é merecedor. O JOÃO é nosso ! Patrimônio da cidade tão vazia, atualmente, de personalidades. JOÃO, é nosso orgulho! Abraço feliz do “ Marquez do Cassú “.

Luiz Gonzaga de Oliveira


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Cidade de Uberaba


terça-feira, 2 de julho de 2019

VIDA E MORTE DE JOÃO PEDRO

João Pedro, era um homem alegre, risonho e franco. Alfaiate de mão cheia, um dos preferidos pelos ricaços da terrinha, no tempo em que “ terno” era feito pelas mãos, tesoura e agulhas milagrosas de grandes profissionais. Hoje, a profissão está escasseando. As máquinas modernas se encarregam de confeccionar as roupas da moda. De repente, João Pedro, contente na sua tenda de trabalho, ouve o chamado de um amigo: -“Você seria um excelente Prefeito de Uberaba !”. João “bobo”, perdão, João Pedro, acreditou no “ canto da sereia”...

Inicio da década de 70 do século passado, Uberaba vivia um clima de esplendor! Nossa auto – estima, lá em cima “. Rosa Prata, o prefeito, canalizava os córregos do centro d cidade, a plástica urbana, linda. Inaugurava-se,”meia boca”, o “Uberabão”, com jogo da seleção tri- campeã do mundo; a TV-Uberaba, inaugurada, ruas e avenidas, eram asfaltadas, um novo Terminal Rodoviário, construído. A turma da ARENA 1, se deliciava na mais plena euforia!

-“Quem o Arnaldo indicar, pode mandar fazer o terno de posse”, afirmavam os amigos aos quão cantos da cidade. A ARENA, segundo o governador de Minas, Francelino Pereira, “ era o maior partido do Ocidente”. Só que tinha defecções na terrinha. Um grupo de empresários , tendo à frente Gilberto Rezende, Joaquim da “Distrive”, Marcelo Palmério, entre outros, não pensava assim. 

Meio “ na moita”, lançaram Hugo Rodrigues da Cunha, à enfrentar Fúlvio Fontoura, cujo pai, Lauro, houvera sido Prefeito em épocas passadas. Fúlvio, era o preferido da “situação” e do “Lavoura e Comércio”, o jornal mais tradicional da cidade. Os “manda-chuvas” não se incomodaram. “-Vamos dar uma surra neles”, apregoavam. Em 15 de novembro/72, abertas as urnas, Hugo, deu “ um banho de votos”, em Fúlvio. Eleitores da ARENA 2, gritavam nas ruas da cidade “ nunca menosprezem o adversário”...

O PMDB, coitado, esfacelado com a morte do seu principal líder, Chico Veludo, lançou João Pedro de Souza. Poucos amigos leais a ele e ao partido, o acompanharam. Meu respeito, caro Paulo Afonso Silveira... Na TV- Uberaba, pela primeira vez, o palanque eletrônico. Fulvio e Hugo, esmeraram-se nas produções televisivas. João Pedro, com a “ cara e a coragem”, varinha de bambu às mãos, mostrava com resolver o problema da falta d’água na cidade. Transportaria do rio Grande, o precioso líquido que iria abastecer a cidade.

Foi uma gozação generalizada.-“Só se for com cano de bambu”, diziam às gargalhadas o pessoal das ARENAS 1 e 2. –“Esse homem é louco. Tem que internar no hospício do dr.Inácio”, referiam-se ao Hospital Espirita... João Pedro, era de se esperar, não teve mil votos e virou motivo de chacota na cidade. Triste, aborrecido, com vergonha, viu seus falsos amigos sumirem. Endividado na campanha política, entrou na mais terrível das doenças, a depressão ! Não suportava tamanha difamação, desprezo, abandono. Por onde andava, só ouvia risos...

Um belo dia, a mirar-se nas águas do rio Grande, em cima da ponte de ferro que liga Minas- São Paulo, a tentação do demônio foi maior e invencível. João Pedro, num gesto tresloucado, se atirou nas águas caudalosas do grande rio, que queria abastecer as torneiras da terrinha . Sua morte, pouco comentada. Nem sei se é nome de rua em Uberaba. Nem missa de 7º. dia, foi celebrada. Anos depois, aqueles mesmo políticos que tanto menosprezaram a campanha de João Pedro, foram aos órgãos internacionais, pedindo empréstimos para trazer água do rio Grande para abastecer a nossa Uberaba. Triste ironia do destino, não ?...


Luiz Gonzaga de Oliveira

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Cidade de Uberaba

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Estádio Engenheiro João Guido “Uberabão”

Três grandes azes da comunicação de Uberaba, Luiz Gonzaga de Oliveira, Raul Jardim e Jorge Zaidan, acompanhando o Dr. Edgar Rodrigues da Cunha em vistoria ao terreno onde estava sendo implantando o “Uberabão”, (Estádio Engenheiro João Guido).

O Luiz Gonzaga está contando esta história em sua página do Face, fazendo uma retrospectiva da euforia que contaminava a todos não somente por esta construção mas também pela TV que um dia foi nossa.

“Uberabão”, (Estádio Engenheiro João Guido).  Foto: Autoria desconhecida. Acervo: Casa do Folclore.

Um esclarecimento para a juventude - Edgar Rodrigues da Cunha, criador da empresa “Produtos Ceres” e ex-presidente do USC, foi o idealizador deste estádio e o doador do terreno. 

Jorge Zaidan foi radialista e cofundador da rádio 7 Colinas. Raul Jardim, jornalista e um dos proprietários do jornal Lavoura e Comércio. Luiz Gonzaga, o único remanescente do grupo, é escritor, historiador, ex-presidente da Fundação Cultural de Uberaba e um dos responsáveis pelo sucesso da TV Uberaba que tanto orgulho trouxe para a cidade.


Gilberto Andrade Rezende.
(*) Membro da Academia de Letras – Ex-presidente e conselheiro da Aciu e do Cigra.



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Cidade de Uberaba


sábado, 8 de junho de 2019

Hildebrando Pontes e a descendência familiar

Uberaba, realmente é uma cidade que prima pelos contrastes, pela incoerência e falta de conhecimento histórico. Seus verdadeiros historiadores e políticos , vão “ do céu ao fundo mar”. Homens e mulheres responsáveis pela guarda da nossa memória-história , cometem “gafes” que o mais leigo observador da nossa santa terrinha, duvida. Uberaba, homenageia, hoje, com intensidade histórica, embora atrasada no tempo, neto e bisneta de um dos maiores nomes da literatura e história da cidade, o imortal Hildebrando Pontes.

Hildebrando de Araújo Pontes - Foto: Arquivo Público de Uberaba.

Hildebrando Pontes Neto, escritor e advogado brilhante, herdou do meu saudoso e querido amigo, Alberto Pontes, nome respeitado no foro jurídico brasileiro, a verve oratória do pai e o talento de escritor do avô. Alessandra Pontes Roscoe, jornalista e escritora de méritos, filha dos saudosos amigos Sérgio Roscoe e Romilda Pontes, a garra e o talento dos pais, avós e bisavô. Há anos, figuras de projeção em Belo Horizonte e Brasilia, lançam, na terrinha, seus novos livros. Será sucesso tenho absoluta certeza. O sangue literário esta impregnado na inteligência de ambos. “O Velho Carrossel” e a “Arvore Voadora” se juntam a outras obras dos autores. Eles herdaram do eminente e saudoso Hildebrando Pontes, a veia literária familiar. Uberaba, muito se orgulha da hereditariedade e dinastia brilhantes.

Embora com tardia homenagem a um dos seus filhos mais importantes, a Prefeitura de Uberaba, vai dar o nome de “Hildebrando Pontes” ao seu arquivo publico. Justiça, reconhecimento e valor, o legado de livros publicados sobre a historia da terrinha .”História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central “,” História do Futebol de Uberaba”,” Vida, Casos e Perfis”, são obras antológicas sobre a santa terrinha. Engenheiro agrônomo, editor da “Revista Agricola”, Vereador, Presidente e agente executivo, hoje, o cargo chama-se Prefeito, Hildebrando Pontes, não só escreveu, mas fez história.

A Ignorância histórica dos “historiadores” de Uberaba, se fez sentir em 1994 , quando num ato impensado, fora de propósito e com objetivos escusos, o então prefeito Luiz Guarita Neto, com a conivência da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Ademir Vicente da Silveira, com a simples justificativa da funcionaria do APU, Aparecida , em obediência ao prefeito Luiz Neto, apresentou um relato duvidoso, sem citar os historiadores locais, Hildebrando Pontes, José Mendonça, Edelweis Teixeira e Guido Bilharinho, entre outros, apresentou projeto alterando o “registro de nascimento” da CIDADE de Uberaba, não citando em nenhum momento esses renomados historiadores, especialmente o grande Hildebrando Pontes.

Com o “parecer contrario” da douta Assessoria Jurídica da Câmara Municipal, os vereadores optaram pela simples “justificativa” da sra. Manzan, que não deve ter lido, pois, nem citou a obra de Hildebrando Pontes, que no livro “ História de Uberaba....”, à página 84, escreve sobre a “Freguesia de 2 de março de 1820” e à página 86, do mesmo livro, registra que “ Uberaba foi elevada a categoria de CIDADE, pela Lei no.759, e 2 de maio de 1856”. Teria sido ignorância histórica da sra. Manzan, ou má fé, ou coisa que o valha, do prefeito Luiz Guaritá Neto e votos favoráveis dos excelentíssimos senhores vereadores?

Por justiça e um preito de homenagem e gratidão àquele que, hoje, recebe o nome do nosso Arquivo Público, repositório da história de Uberaba e a civilização regional, é mais do que coerente, Uberaba retome o seu normal “ registro de nascimento” como CIDADE e apague, de vez, a conotação de Freguesia, que não representa a nossa realidade. Do seu sacratíssimo mausoléu, Hildebrando Pontes, ficaria eternamente grato.


Luiz Gonzaga de Oliveira



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Cidade de Uberaba

quinta-feira, 23 de maio de 2019

LEMBRANDO AINDA...

Homenagear, figuras marcantes da vida social, classista e assistencial da nossa tão querida terrinha. Aqueles que despertaram com inefável amor, doar a Uberaba seu magnífico quinhão
Depois de lembrar empresas e instituições, não é justo deixar de registrar e comentar, além de de cidade culta, civilizada, ordeira e progressista. Não é saudosismo piegas, mas, sim, um preito de gratidão e reverência àqueles que enalteceram, com galhardia, a nossa terra. 

Mário Palmério e Fidélis Reis, figuram na “galeria de honra” pelo que representaram na política. Hildebrando Pontes e José Mendonça, cultores maiores da nossa história. Jose´Humberto e João Gilberto Rodrigues da Cunha, Henrique Kruger, Humberto Ferreira, Hélio Angotti e José Soares Bilharinho, na avançada medicina de Uberaba. Louvores à Pelegrino Esselin, Eliseu Batista, Hitler Pimenta, Edmundo R. Cunha Filho, expoentes máximos da nossa Odontologia. Junto a eles, Secundino Lóes e Ferreira Tuka.

Registre-se a têmpera empresarial de Pedro Salomão e Toniquinho Martins, precursores do nosso empreendedorismo na construção civil. Como não homenagear professores do gabarito de um George Calapodopulus, Pepão, Pepinho, José Geraldo Guimarães, no ensino médio. E lembrar de donas Hilda Martins, Esmeralda Bunazar, Adilia França e Gláucia, no ensino primário... Nas artes plásticas, não se pode olvidar de Antenógenes Magalhães e Ovidio Fernandes. Na música, as figuras exponenciais de Joubert de Carvalho e Antenógenes Silva.

Não dá para esquecer o talento de Augusto César Vanucci na TV brasileira . Na Assistência Social, rendemos homenagens à Aparecida Conceição Ferreira e Aspásia Cunha Campos. No futebol, a saga do médico e jogador da seleção brasileira de 38, Álvaro Lopes Cançado, o Nariz e Gilberto Perez, o único uberabense campeão sulamericano com a camisa da seleção “canarinho”. O mundo conheceu a mediunidade de Chico Xavier, mais de 400 livros escritos. Chico imortal !

Engenheiros do porte de Carlos Simoneck e Wilson Nassif, engrandeceram a profissão na santa terrinha. Na comunicação, jamais serão esquecidas as figuras maiúsculas de Ataliba Guaritá Neto (Netinho), pai e filho, Quintiliano e Raul Jardim, os irmãos Jorge e Farah Zaidan, os três Ruis famosos, Mesquita, Miranda e Novaes, Ramon Rodrigues, Joel Lóes, Toninho e o filho, Edinho Quirino, marcaram época.

No catolicismo, Juvenal Arduini, D.Alexandre Amaral e Padre Thomaz Prata, o Pratinha, são inesquecíveis, assim como, no espiritismo, dr. Inácio Ferreira, Celso Afonso, José Ribeiro, Antusa Martins e Maria Modesto. Uberaba, árvore frondosa que sempre produziu bons frutos. À sua sombra, abrigam figuras maravilhosas. Por mais que tentem prostituí-la, ela mantém-se altiva, impune às impurezas, aos ataques que lhes são dirigidos.

Uberaba, forte,altaneira, imbatível, resistente; não se abate por mais que insistam em derrubá-la. A era dos “ postiços”, está chegando ao fim. O tempo é inexorável...


Luiz Gonzaga de Oliveira


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Cidade de Uberaba