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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

UBERABA SEMPRE TEVE FAMA DE CIDADE BOÊMIA

O episódio aconteceu a uns 40 anos, mais ou menos. Mais prá mais que prá menos. Uberaba sempre teve fama de cidade boêmia, alegre, responsável por grandes programas de homens casados e (i)responsáveis. Era só a família viajar e a freqüência das “casas” da Deide, Lêda, Carolina, “Dentinho de Ouro”, Cida, Ivete. Sônia, Vailda e outras menos votadas, fazer a alegria e movimento das supra citadas. Mocinhas bonitas do “fundão” do Triângulo, Goiás e Mato Grosso, virem para Uberaba atraídas pela fama de cidade rica para “fazer a vida”, era usual. “Gente nova na praça”, família em férias, dinheiro no bolso, a alegria da “homaiada casada” era geral. Bertolino, gerente de banco, reuniu os amigos e foi prá noite. Bebeu, comeu, dançou, brincou, trepou, divertiu a valer. Em sua homenagem, Zenilda, nada lhe cobrou. Nada, “modus in rebus”,dizia um amigo meu, queria apenas um pequeno empréstimo no banco onde ele era gerente. – “Empresto sim. Vai lá amanhã”, sorriu. Zenilda, no outro dia, mal esperou o banco abrir. Roupa discreta, sem pintura, lenço nos cabelos, sandália “rasteirinha”, humildemente, senta-se frente do gerente. Sem graça, camisa engomada, gravata discreta, sério, cumprimenta-a formalmente, abre a gaveta e mostra-lhe um telegrama da matriz do banco, suspendendo a carteira de empréstimos. – “Sinto muito”, lamentou. Decepcionada e abatida, volta prá casa. Em lá chegando, colocou em prática a vingança. Dias depois, voltou ao banco. Cabelos produzidos em salão de beleza, rosto maquiado, lábios borrocados de um reluzente batom vermelho, sapatos salto alto, mini saia provocante que deixava à mostra suas lisas e roliças coxas.”bustiê” super generoso, destacando parte dos fartos seios e……uma nota fiscal às mãos. Lá no fundo, Bertolino, pálido, quase gelado, assiste a cena. Zenilda, sem se perturbar, vai direto ao caixa e pede:- “Por favor, pague-me esta nota. Foi despesa do gerente lá em casa, anteontem, com uma das minhas “Camélias”. Vanderlino, o caixa, foi direto ao gerente. O “visto, pague-se”. Saiu em segundos. Dinheiro na bolsa à tiracolo,Zenilda olhou o gerente, deu-lhe uma piscadinha marota, num rebolado provocativo, deixou a agência, Sem olha prá trás.

Juram os amigos do Bertolino que, querer pé de briga é chamar o gerente para ir na “zona”.


Luiz Gonzaga de Oliveira