DESEMBOQUE |
SERTÃO DA FARINHA PODRE, fato curioso e folclórico que marcou para sempre estas paragens, um saco de farinha deixado como reserva para a volta de uma expedição exploradora por volta dos finais do séc. XVII ou início do séc. XVIII, que encontrado estragado, tornou conhecida esta grande mesopotâmia hoje nosso Triângulo Mineiro. Compreendia terras férteis e numerosos e caudalosos cursos d’água, onde vislumbrava-se promessa de muitas riquezas através dos metais e pedras preciosas, habitada por diversas tribos indígenas e grandes e resistentes quilombos.
“Entre os diversos povos indígenas que habitavam essa região citam-se os Bororo, Pareci, Karajá, Araxá e, principalmente os Kaiapó, que maior resistência ofereceu à colonização. Esses povos Kaiapó, classificados por Darcy Ribeiro como meridionais, eram de família Jê e se dividiam em numerosas tribos, ocupando um vasto território denominado Caiapônia.” (Ribeiro, Darcy in Século 30. 1989).
Nas primeiras décadas do século XVIII, descobriu-se o ouro Goiano e, já em 1722, estava aberta a estrada que ficou conhecida pelo nome de Anhanguera, por ter sido este bandeirante um dos primeiros a penetrar aquelas remotas paragens. O caminho abre espaço para o afluxo de levas de aventureiros, atraídos pela possibilidade da riqueza fácil propiciada pela posse do precioso metal. (PONTES, 1970)
Afamados sertanistas trilharam tais caminhos, a exemplo de Antônio Pires de Campos, cujo nome se liga a descoberta da região. Já em 1718 esses bandeirantes atingiram o Rio Cuiabá, no Mato Grosso, em expedição de caça aos índios, com ele empreendendo grandes combates e tentativas de organização e controle de aldeias.
Outro famoso bandeirante, Bartolomeu Bueno da Silva, o filho de Anhanguera, atravessara o Jeticaí (Rio Grande), fazendo escala pela Ilha da Espinha, e alcançando as terras da Farinha Podre, em território Kaiapó, transpõe o vau do roncador, no Uberaba legítimo, em direção ao Rio das Abelhas, costeia a picada de Goiás Paulista, atingindo o Rio das Pedras, e daí o Paranaíba. (PONTES, 1970)
A exploração efetiva do território, porém, somente se deu a partir de meados do século XVIII. A fixação do Arraial de Nossa Senhora do Desterro das cabeceiras do Rio das Velhas, (atual Rio Araguari), desempenha papel capital nesse processo, tendo resultado do assentamento de colonizadores e exploradores provenientes, principalmente, da Capitania de Minas.
A povoação constituiu o grande pólo irradiador de expedições colonizadoras para toda extensão da Farinha Podre e seu surgimento ligou-se não somente à exploração de ouro e diamantes ali encontrados, mas também a necessidade de um ponto estratégico que facilitasse a ligação e o comércio com a capitania de Goiás.
“Entre os diversos povos indígenas que habitavam essa região citam-se os Bororo, Pareci, Karajá, Araxá e, principalmente os Kaiapó, que maior resistência ofereceu à colonização. Esses povos Kaiapó, classificados por Darcy Ribeiro como meridionais, eram de família Jê e se dividiam em numerosas tribos, ocupando um vasto território denominado Caiapônia.” (Ribeiro, Darcy in Século 30. 1989).
Nas primeiras décadas do século XVIII, descobriu-se o ouro Goiano e, já em 1722, estava aberta a estrada que ficou conhecida pelo nome de Anhanguera, por ter sido este bandeirante um dos primeiros a penetrar aquelas remotas paragens. O caminho abre espaço para o afluxo de levas de aventureiros, atraídos pela possibilidade da riqueza fácil propiciada pela posse do precioso metal. (PONTES, 1970)
Afamados sertanistas trilharam tais caminhos, a exemplo de Antônio Pires de Campos, cujo nome se liga a descoberta da região. Já em 1718 esses bandeirantes atingiram o Rio Cuiabá, no Mato Grosso, em expedição de caça aos índios, com ele empreendendo grandes combates e tentativas de organização e controle de aldeias.
Outro famoso bandeirante, Bartolomeu Bueno da Silva, o filho de Anhanguera, atravessara o Jeticaí (Rio Grande), fazendo escala pela Ilha da Espinha, e alcançando as terras da Farinha Podre, em território Kaiapó, transpõe o vau do roncador, no Uberaba legítimo, em direção ao Rio das Abelhas, costeia a picada de Goiás Paulista, atingindo o Rio das Pedras, e daí o Paranaíba. (PONTES, 1970)
A exploração efetiva do território, porém, somente se deu a partir de meados do século XVIII. A fixação do Arraial de Nossa Senhora do Desterro das cabeceiras do Rio das Velhas, (atual Rio Araguari), desempenha papel capital nesse processo, tendo resultado do assentamento de colonizadores e exploradores provenientes, principalmente, da Capitania de Minas.
A povoação constituiu o grande pólo irradiador de expedições colonizadoras para toda extensão da Farinha Podre e seu surgimento ligou-se não somente à exploração de ouro e diamantes ali encontrados, mas também a necessidade de um ponto estratégico que facilitasse a ligação e o comércio com a capitania de Goiás.
Distrito de Desemboque em 1966, (Matriz de N. Sra do Desterro).
Fotografia do acervo de Jorge Alberto Nabut
(Arquivo Público de Uberaba)