Hildebrando de Araújo Pontes é considerado, na escala do tempo, o terceiro historiador-cronista de Uberaba, depois de Vigário Silva (1826) e Antônio Borges Sampaio, que viveu em Uberaba de 1.847 a 1.908. Pontes registrou a evolução histórico-econômico-político e social de Uberaba entre os anos de 1.900 a 1.940. Produziu grande quantidade de pesquisas. Nesta obra, que as enfeixa, principia por apresentar a corografia do município - confrontações, população, situação física, sistema fluvial, etc. Escreve sobre ensino, cultura, teatros e cinematógrafos, melhoramentos públicos, como a inauguração da luz elétrica, sobre a Lavoura e criação, contando sobre a epopéia do zebu, sobre a chegada do automóvel, sobre transporte, tal como os trabalhos para a exploração da navegação no Rio Grande, sobre a ligação de Uberaba com Belo Horizonte através dos trilhos da Ferrovia Centro-Oeste, sobre o desenvolvimento urbano da cidade, sobre a administração e os partidos políticos, dando ênfase às lutas políticas pelo Poder Municipal e pela representação da região do Triângulo Mineiro na Assembléia Legislativa e na Câmara Federal, sobre a evolução do futebol, da educação, do comércio e da indústria.Apresenta relação das escolas e dos jornais, bem como cita os nomes dos intelectuais e de suas obra, bem como dos vereadores de 1837 a 1930. No final da obra, traz um ementário das leis , resoluções, portarias e decretos do Poder Legislativo Municipal de 1892 a 1.934.
O autor Hildebrando de Araújo Pontes nasceu no Distrito de Jubaí, Conquista, (MG), no ano de 1879. Filho de José Vieira Pontes e Joana Nepomuceno de Araújo. Foi um dos oito formados da única turma de Engenharia Agronômica, do Instituto Zootécnico de Uberaba.Atuou em diversas áreas:política, administração,jornalismo e história.Utilizava métodos pedagógicos próprios e, como jornalista, colaborou com a imprensa do interior e das capitais. Observou e pesquisou o desenvolvimento da região com critérios científicos. Suas obras históricas são importantes fontes da consulta e pesquisa para historiadores e para a administração municipal.
História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central
Ano: 1970
Nº de Páginas: 570 pp.
Editora: Academia de Letras do Triângulo Mineiro
Seus principais trabalhos publicados foram: História de Uberaba e a Civilização do Brasil Central, História do Futebol em Uberaba, O Dialeto Capiau, Fauna do Triângulo Mineiro, A Imprensa em Uberaba, A Influência do Negro na Formação Etnográfica do Brasil e Vida, Casos e Perfis. O alcance de suas obras lhe garantiu prestigio e o reconhecimento de vários institutos de pesquisa do Brasil e do exterior. Entre eles destacam-se os convites para os seguintes cargos: Presidente do “Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais” e da “Sociedade Mineira de Agricultura” (Belo Horizonte), membro da “Comissão de Lavoura Araxaense Pró-Congresso Comercial, Industrial e Agrícola do Estado de Minas Gerias”; oficial da “Academia Físico-Química Italiana de Palerno” (Itália); membro de “La Societá Academique de I’Histoire Internationale”, de Paris (França), entre outros.Com o objetivo de tornar o Triângulo Mineiro um estado independente, criou o “Clube Separatista” (1906). Suas ações enquanto vereador proporcionou melhorias na cidade e chamam a atenção do governo federal. Entre elas podemos destacar: instalação de pontes e de agência bancária, criação de escola e a volta do Batalhão da Polícia.Presidiu a Câmara e exerceu o cargo de Agente Executivo. Pretendia adquirir a Companhia de Força e Luz para adaptá-la as necessidades de Uberaba ou substituí-la por outra empresa. Por manobra política de Caldeira Júnior - um dos proprietários da Companhia - foi impedido e afastado do cargo de Agente Executivo, em 1915. Renunciou e Silvino Pacheco Araújo, outro sócio da empresa de Força e Luz, o substituiu.Faleceu em Uberaba em 1940.
Cidade de Uberaba