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segunda-feira, 21 de junho de 2021

A propósito de um aniversário

“Grande Hotel e Cine Metrópole: o maior edifício do Brasil Central.” Essa é uma das legendas encontradas no Álbum de Uberaba, publicado por Gabriel Toti em 1956

“Grande Hotel e Cine Metrópole: o maior edifício do Brasil Central.” Essa é uma das legendas encontradas no Álbum de Uberaba, publicado por Gabriel Toti em 1956, ano em que Uberaba completou 100 anos como cidade. Outros destaques eram o Cine Vera Cruz e o Cine Royal.

Toti mostra uma pujante cidade, com a economia exercendo intensa influência nas localidades próximas, graças à sua força no comércio, indústria e pecuária. A prova disso é que, então, a cidade possuía 215 ruas, 16 praças, duas travessas e dez avenidas.

As muitas fotos que ilustram a obra mostram o desenvolvimento estrondoso por que o município tinha passado nesse primeiro século de vida. Frondosas palmeiras decoravam a praça Rui Barbosa. O fórum estava em construção. Os Correios e Telégrafos inauguravam seu prédio. Foi fundada a Associação Comercial e Industrial de Uberaba, cuja sede fora construída por Santos Guido, na gestão de Fidélis Reis.

Essa época dourada também repercutia nos anúncios de lojas e fábricas que fazem parte da memória afetiva do uberabense: Casa Aliança, Hawai Café, Casa Guimarães, Casa Molinar, Barros & Borges (com quatro lojas), Farmácia Cruzeiro, Notre Dame de Paris, Produtos Espéria, Relojoaria Gaia, Relojoaria Cardoso, Companhia Têxtil, Banco do Triângulo Mineiro, Casa Victor (discos, rádios, vitrolas), Loja São Geraldo, A Futurista, Fábrica de Cigarros Pachola, Livraria e Papelaria A Escolar, Lojas Riachuelo, Drogasil, Casas Pernambucanas, Sociedade Derenusson, Livraria ABC Papelaria, Loja Síria, Minerva, Joalheria Mundim, Casa de Couros Irmãos Dornfeld, Comércio João Scussel & Filhos, A Nova Ótica, Confeitaria Vasques, Casa da Sogra, Casa das Meias, Casa do Pintor, A Noiva, Sapataria Mirandinha e tantas outras...

Além desse rol, Toti fez um esboço histórico do município, computou dados geográficos, divisão judiciária e divisão eclesiástica. Também enumerou todos os jornais que circularam no município, num total de 234 publicações, como o Lavoura e Comércio, fundado em 1899, e o Correio Católico, de 1897, que se tornou este Jornal da Manhã.

Fidélis Reis, Nicanor de Sousa, Frei Eugênio de Gênova, Coronel Antônio Borges Sampaio e Hildebrando Pontes são alguns dos nomes enumerados na lista Homens de Uberaba, um dos pontos altos do álbum.

Uma das histórias mais curiosas do centenário, no entanto, foi passada apenas oralmente: Na noite do centenário, o prefeito Artur de Mello Teixeira, cujo mandato iria de 1955 a 1959, pretendia ler o discurso feito pelo secretário Lúcio Mendonça de Azevedo. Porém caiu uma tempestade na cidade e a festa foi remarcada para o dia seguinte. Dizem que, ao meio-dia, na praça central, o prefeito começou a ler o discurso: “Nesta noite memorável...”

Mario Salvador / Uma primeira versão desse texto foi publicada no Jornal da Manhã em 02/03/2010)

domingo, 26 de julho de 2020

Vista aérea do Centro da Cidade de Uberaba na década de 1930

Na década de 1930, os aviões do Correio Aéreo Militar da Aviação do Exército (mais tarde renomeado Correio Aéreo Nacional) visitavam com regularidade a cidade de Uberaba, que fazia parte da "Rota do Tocantins", rumo ao norte do Brasil. Nas passagens pela nossa cidade, produziram algumas fotos aéreas, que agora estão nos arquivos do Musal, o Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.


Centro de Uberaba visto a partir do Alto da Boa Vista.


No primeiro plano aparece a linha de trem da Companhia Mogiana, com a antiga estação e as oficinas situadas na atual Rua Menelick de Carvalho.

Praça Rui Barbosa e a Catedral.

Seguindo a Rua Artur Machado, chega-se ao centro da cidade, onde se vê a Praça Rui Barbosa e a Catedral. Mais ao fundo, o prédio do Senai (que na época da foto alojava o 4º Batalhão da Força Pública Mineira). A Avenida Leopoldino de Oliveira estava tendo seu primeiro quarteirão aberto, com o córrego canalizado a céu aberto. O Grande Hotel e o Cine Metrópole seriam construídos poucos anos depois.

Colégio Diocesano e os currais da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro.

No canto superior direito da foto, o Colégio Diocesano e os currais da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro (antecessora da ABCZ) onde aconteciam as Exposições de Gado Zebu antes da inauguração do Parque Fernando Costa.

Estação da Mogiana na atual Rua Menelick de Carvalho

Detalhe da Estação da Mogiana na atual Rua Menelick de Carvalho, com a rotunda das locomotivas, oficinas e armazens. Curioso notar que antiga Praça da Gameleira (onde hoje fica a Concha Acústica) era um pequeno bosque na época.

A rotunda de locomotivas da Mogiana em Uberaba.


Uberaba visto a partir do Alto da Boa Vista.

Na década de 1930, os aviões do Correio Aéreo Militar da Aviação do Exército (mais tarde renomeado Correio Aéreo Nacional) visitavam com regularidade a cidade de Uberaba, que fazia parte da "Rota do Tocantins", rumo ao norte do Brasil. Nas passagens pela nossa cidade, produziram algumas fotos aéreas, que agora estão nos arquivos do Musal, o Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.

Vamos publicar algumas delas, começando por essa foto feita em junho de 1937, que mostra o centro de Uberaba visto a partir do Alto da Boa Vista. No primeiro plano aparece a linha de trem da Companhia Mogiana, com a antiga estação e as oficinas situadas na atual Rua Menelick de Carvalho.
Nos comentários estão alguns detalhes ampliados da imagem, para facilitar a identificação.


No canto superior direito da foto, o Colégio Diocesano e os currais da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro (antecessora da ABCZ) onde aconteciam as Exposições de Gado Zebu antes da inauguração do Parque Fernando Costa.


Praça Santa Terezinha, em cartão postal da década de 1930. Essa igreja, inaugurada em 1929, deu lugar a uma maior, construída nos anos 1960.



Praça Santa Terezinha, fotografada em 1937. A igreja que aparece na imagem, inaugurada em 1929, deu lugar a uma nova construída nos anos 1960.Fonte: Musal: Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.



     Prédio da Santa Casa de Misericórdia, em foto aérea tirada em 4 de junho de 1935. Fonte: Musal - Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro. 

Mercado Municipal, Penitenciária e Colégio Nossa Senhora das Dores, em foto aérea tirada em 4 de junho de 1935.
Fonte: Musal - Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.

Detalhe da foto destacando a Fábrica de Tecidos e o terreno da antiga Associação Atlética do Triângulo em 1º de junho de 1935
Foto acervo do Musal – Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.



Ampliando um detalhe dessa foto, dá para ver o prédio do terminal velho do Aeroporto, que foi construído por volta de 1940 (não sei a data exata) e tinha até um pequeno restaurante. Ele foi demolido logo depois da inauguração do terminal novo.


Vista aérea do Campo de Aviação de Uberaba, em junho de 1937
Foto do acervo do Musal: Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.


Matéria da Revista Fru-Fru


Matéria da Revista Fru-Fru publicada na edição de junho de 1934, sobre a inauguração dos voos da VASP em Uberaba, ainda com os aviões Monospar. Aparentemente o hangar ainda não existia. Os primeiros pousos da VASP na cidade foram em fevereiro de 1934, mas os voos comerciais só começaram em 31 de março.




O Campo de Aviação visto por outro ângulo, provavelmente em outubro de 1934 quando a VASP passou a fazer os voos com o DH-84 Dragon. Notem que, em comparação com a foto de 1937, algumas construções ainda não existem, nem o nome da cidade sobre o telhado do hangar.


Detalhe da vista aérea do Campo de Aviação de Uberaba, em junho de 1937. Foto do acervo do Musal: Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro

Detalhe da foto aérea do Rio Grande em junho de 1937, mostrando a ponte rodoferroviária da Companhia Mogiana, entre as cidades de Delta-MG e Igarapava-SP Foto do acervo do Musal: Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.


Foto aérea do Rio Grande, na divisa dos Estados de Minas Gerais e São Paulo, em junho de 1937. Ao fundo, a cidade de Igarapava.
Foto do acervo do Musal: Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro



Detalhe da arquibancada do Hipódromo do Jockey Clube e da estação ferroviária da Cia Oeste de Minas em 1º de junho de 1935

Foto do acervo do Musal – Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro. 


Foto aérea do Bairro de São Benedito, com o Hipódromo do Jockey Clube e a estação ferroviária da Cia Oeste de Minas em 1º de junho de 1935


Foto do acervo do Musal – Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.


Mais uma foto aérea de Uberaba, essa realizada no dia 6 de janeiro de 1935, pelos pilotos do Correio Aéreo Nacional.

A imagem mostra de cima o antigo hipódromo de Uberaba, conhecido como "Prado de São Benedito" que, nessa época, pertencia ao Jockey Clube. Aberto no início do século, no ano de 1911 sediou a primeira grande Exposição de Zebu realizada em Uberaba. Até a inauguração do Campo de Aviação em 1934 (onde hoje é o Aeroporto) esse hipódromo funcionou como campo de pouso para os aviões que visitavam a cidade.

Contornando em uma grande curva o hipódromo está a linha férrea da Companhia Oeste de Minas (depois renomeada Rede Mineira de Viação) que seguia pelo traçado da atual Av. Francisco Pagliaro até chegar em uma estação precária (pouco mais que um barracão) que ficava ao lado de onde está hoje a Rodoviária de Uberaba.

No primeiro detalhe ampliado, é possível ver a arquibancada do hipódromo, os armazéns da Estação e a linha do trem.

Na parte de cima da foto (ampliada no segundo detalhe), aparece o prédio antigo da Fábrica de Tecidos (onde hoje funciona a loja Casas do Babá) e, do outro lado da Av. Alberto Martins Fontoura Borges, um enorme terreno onde, na década anterior à essa foto, funcionava a sede e o campo de futebol da Associação Atlética do Triângulo (sucessora do time Red & White).


Estação de Trem da Oeste de Minas
Existem pouquíssimas imagens da Estação de Trem da Oeste de Minas. Segundo a imprensa da época, era pouco mais que um casebre. Foi demolida no início dos anos 1970.








O campo da Associação Atlética do Triângulo em 1921.

A arquibancada do Prado de São Benedito, por volta de 1920.


A Fábrica de Tecidos, por volta de 1930.


Detalhe da foto aérea destacando a Fábrica de Tecidos e o terreno da antiga Associação Atlética do Triângulo em 1º de junho de 1935
Foto do acervo do Musal – Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.


Detalhe da arquibancada do Hipódromo do Jockey Clube e da estação ferroviária da Cia Oeste de Minas em 1º de junho de 1935
Foto do acervo do Musal – Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.


Foto aérea do Bairro de São Benedito, com o Hipódromo do Jockey Clube e a estação ferroviária da Cia Oeste de Minas em 1º de junho de 1935

Foto do acervo do Musal – Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.




Mais uma foto aérea de Uberaba, essa realizada no dia 6 de janeiro de 1935, pelos pilotos do Correio Aéreo Nacional.

A imagem mostra de cima o antigo hipódromo de Uberaba, conhecido como "Prado de São Benedito" que, nessa época, pertencia ao Jockey Clube. Aberto no início do século, no ano de 1911 sediou a primeira grande Exposição de Zebu realizada em Uberaba. Até a inauguração do Campo de Aviação em 1934 (onde hoje é o Aeroporto) esse hipódromo funcionou como campo de pouso para os aviões que visitavam a cidade.

Contornando em uma grande curva o hipódromo está a linha férrea da Companhia Oeste de Minas (depois renomeada Rede Mineira de Viação) que seguia pelo traçado da atual Av. Francisco Pagliaro até chegar em uma estação precária (pouco mais que um barracão) que ficava ao lado de onde está hoje a Rodoviária de Uberaba.

No primeiro detalhe ampliado, é possível ver a arquibancada do hipódromo, os armazéns da Estação e a linha do trem.

Na parte de cima da foto (ampliada no segundo detalhe), aparece o prédio antigo da Fábrica de Tecidos (onde hoje funciona a loja Casas do Babá) e, do outro lado da Av. Alberto Martins Fontoura Borges, um enorme terreno onde, na década anterior à essa foto, funcionava a sede e o campo de futebol da Associação Atlética do Triângulo (sucessora do time Red & White).


(André Borges Lopes)


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quarta-feira, 3 de junho de 2020

UBERABA SOB OLHAR CARIOCA

COMO disse ontem no Tapete Voador, o pesquisador André Borges Lopes está se aventurando, com resultados excelentes, pelas histórias do cinema em Uberaba. Já encontrou documentos raros, desde 1907, ano mais remoto a que chegou. Enquanto vasculha os primórdios, não dá trégua ao tempo presente. Entre lá e cá, entre preciosidades de todos os tipos, uma delas, que não se limita ao cinema, merece nosso desfrute. Trata-se de reportagem feita pela revista Cinelândia, do Rio de Janeiro, na edição de 29 de maio de 1949, assinada por certo Pedro Lima. De sabor inigualável, a matéria, de nome Snapshot de Uberaba, nos eleva ao patamar top do país. O texto é também uma crônica da cidade daquela época e vem completo somente na edição online.

A pandemia nos permite retroagir ao passado, em larga escala.

• “Uberaba é uma cidade de Minas Gerais, conhecida no mundo, tanto quanto o Rio de Janeiro ou São Paulo. Possui uma população de cerca de 70 mil almas, sem contar os zebus. A religião predominante é o ‘zebuísta’, dividida em quatro cismas: a Nelore, a Gir a Guzerá e a Indubrasil.
Não se fala outra língua que não a do ‘plantel de animais’. Possui um clima ameno e é uma terra de mulheres belas, de porte esbelto e de sorriso mais bonito que os lábios deixam ver através de dentes alvos e uniformes.”

• “São quatro os cinemas de Uberaba. Dois deles, o Metrópole e o Vera Cruz, estariam melhor na Cinelândia carioca. São casas amplas, bonitas e as preferidas de todos do lugar e forasteiros. Pertencem à Empresa São Luís, que, apenas do nome, não tem nada com o trust que domina a maioria dos cinemas do país.”

• “O cinema Metrópole talvez seja o único do Brasil que oferece matinées dançantes aos domingos e feriados. As moças chegam uma hora mais cedo e, antes do início da sessão, uma orquestra na sala de espera embala os pares ao som das músicas mais modernas. De quando em vez, um cantor faz ouvir sua voz ao microfone e, por tudo isso, muita gente desejaria que as exibições começassem atrasadas...”

• “Outro costume interessante: todas as moças nas sessões em que não se dança entram com a revista O Cruzeiro na mão; é chic, na sala de espera, folhear a revista, até que a sineta marque que a sessão vai principiar. Depois do programa, que consta de uma única função, meia hora de footing na calçada do cinema, onde, no mesmo prédio, funciona o Grande Hotel, e a cidade volta ao sossego, exceto para os grupinhos que fazem roda separadamente, não para falar da vida alheia e de política, mas do zebu.”

• “Vendo-se as moças de Uberaba, conhecendo-se as fazendas, pelas suas belezas naturais e pelos ricos plantéis de gado, fica-se admirado porque nossos produtores ainda não se lembraram de fazer filmes com um material tão nosso e tão rico, ao invés de fitinhas com cheiro de suor, sambinhas e sambistas, piadas de Otelo e de Oscarito, para só se falar no que temos de melhor.”

• “Vimos alguns filmes projetados nas telas dos grandes cinemas locais. Os da Warner, então, estão em péssimo estado. Faltam cenas, estão arranhados, deixam muito a desejar. Vimos, lá, Os Últimos Dias de Pompéia, da RKO Rádio. Parece um filme salvo do terremoto de Pompeia, depois do Vesúvio.”

• “E o que falar, então, dos shorts nacionais. Até pura propaganda é exibida dentro da obrigatoriedade. Alguns filmezinhos ‘novos’ apresentam o presidente Getúlio sob o regime Dipearo (relativo ao DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda do governo Vargas).”

• “Uberaba, afinal de contas, é uma cidade que não pertence a Minas, porque é um dos orgulhos da pecuária nacional que atrai os estrangeiros para o Brasil, com seus plantéis de zebu que fizeram cair o queixo dos ganadeiros e do ministro da Venezuela.”


Jorge Alberto Nabut
Escritor e colunista/Uma primeira versão desse texto foi publicada no da Jornal da Manhã em 03/06/2020)


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Cidade de Uberaba

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Vista aérea de Uberaba em 1956.

Vista aérea de Uberaba em 1956. No centro da imagem observa-se o primeiro edifício verticalizado da cidade, o Grande Hotel (A). A esquerda avista-se a Igreja São Domingos (B) e, à direita, o prédio dos Correios e Telégrafos de Uberaba (C), este último próximo à região onde seria erguido o Hospital Dr. Hélio Angotti. (Foto Acervo do Arquivo Público de Uberaba)




OS NOMES DE UBERABA


Há três versões distintas para a origem do nome da nossa cidade:

1. De acordo com Xavier Fernandes, na obra TOPÔNIMOS E GENTÍLICOS, Volume II, página 69, Uberaba é uma palavra indígena, citada no vocabulário jesuíta, que significa água brilhante, pois o U traduz-se por água e VERAVA, por resplandecente.


2. Para Augusto de Lima Júnior, em artigo publicado na revista de HISTÓRIA E ARTE, volume 3 e 4, na página 70, "Uberabaé" é o nome como os índios Caiapós[1] denominavam uma ave palmípede peralta colorida, muito comum na região, naquela época.


3. Von Martius, no livro GLOSSARIA LINGUARUM BRASSILIENSIUM, página 517, dá uma interpretação diferente e afirma que o nome deriva de "Obayroba" (Oba = palmito e Yroba = amargosa), ou seja, a planta tradicionalmente conhecida como gariroba.


Atualmente, a versão mais aceita para o nome da cidade é a primeira, podendo-se traduzir por rio de águas claras e cristalinas ou rio claro.


Até 1820, o arraial era conhecido como Santo Antônio do Beraba, conforme verificado no proclama de casamento de Antônio Joaquim da Silva e Anna Josefa Reis, fixado, em 1816, na porta da Capela de “Santo Antônio do Beraba”, (atual Centro de Cultura José Maria Barra). Comprova-se assim que o nome já era utilizado antes mesmo de Uberaba ser elevada à condição de Freguesia, em 1820.


De 1820 a 1836, passou a se chamar Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba. De 1836 a 1856, chamou-se Vila de Santo Antônio de Uberaba e, finalmente, Uberaba, a partir da elevação à cidade, em 1856. (Superintendência do Arquivo Público de Uberaba)


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Cidade de Uberaba

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO GRANDE HOTEL - UBERABA

INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO GRANDE HOTEL,EM UBERABA

Construído em 15 meses, o prédio do Grande Hotel e Cine Metrópole de Uberaba, empreendimento arrojado para a época e primeiro prédio do Triângulo Mineiro, foi inaugurado em 12 de fevereiro de 1941. Luxuoso edifício dotado de todos os requisitos modernos de conforto, o Grande Hotel está sendo reformado aos poucos. “É uma casa belíssima e estamos estudando a reabertura do restaurante Cine Metrópole de Uberaba, . Também estamos reformando o salão de café. Entendo que havendo negócio teremos mais capital para investir na empresa. Vamos dispor desse recurso no Grande Hotel para preservar uma obra importante”, conta.

Hugo diz que é importante preservar o complexo do Grande Hotel, porque tem uma fachada antiga, que foi projetada e executada por uma firma alemã. “É um bloco respeitável, temos muito conforto, sala de chá, copa, apartamentos espaçosos. Além disso, tem uma grande história, como a mesa que o então presidente Getúlio Vargas se sentava durante os banquetes que oferecia a governadores”, recorda.

Hugo Rodrigues diz que decidiu fechar a abóbada e levar o restaurante para o andar de cima, fez nova portaria, sala de estar e Centro de Convenções. Tudo para oferecer conforto para o hóspede. Uma das idéias é aumentar o capital da empresa, para entrar sangue novo. Enquanto isso não vem, continuam os projetos de reforma.


Acervo: Grande Hotel



Cidade de Uberaba


terça-feira, 17 de janeiro de 2017

AVENIDA LEOPOLDINO DE OLIVEIRA COM A RUA SEGISMUNDO MENDES


Grande Hotel e a Associação Comercial Industrial de Uberaba – ACIU


Década: 1940



Avenida Leopoldino de Oliveira com a Rua Segismundo Mendes.



Em destaque o Grande Hotel e a Associação Comercial Industrial de Uberaba – ACIU



Foto acervo pessoal de Valéria Cunha

GRANDE HOTEL E CINE METRÓPOLE

GRANDE HOTEL E CINE METRÓPOLE

“Dois grandes melhoramentos, da mais indiscutível utilidade pública, assinalam bem o progresso da cidade de Uberaba, o espírito dinâmico e realizador dos seus filhos. Aludimos à inauguração, alí, no dia 8 de março, do GRANDE HOTEL e do CINE METRÓPOLE, fato esse que abre novas possibilidades ao futuro da florescente e tão amável cidade mineira. (…) Às 16 horas daquele dia, presentes ainda outras pessoas de relevo na vida local, foi servido um fino “cocktail”no luxuosíssimo salão de refeições (…) De fato está o GRANDE HOTEL à altura de qualquer cidade civilizada. Nada lhe falta. Há, em tudo, um conforto completo. Dispõe a modelar casa de hospedagem de esplêndidas instalações, ótimos quartos para casais e solteiros, quartos com sala de banhos, apartamentos simples e de luxo. Em todas as suas dependências encontra o hóspede água fria e quente, havendo uma rede telefônica interna.

Dispõe o CINE-METRÓPOLE de uma elegante sala de espera e de um grande salão de projeções, sendo a melhor a sua instalação sonora, último modelo 1941, sistema Western Electric, Super Wide Range. Daí produzir uma projeção nitidíssima, perfeita em todas as suas minúcias. As poltronas em imbuia são muito elegantes, atestando os surpreendentes progressos da indústria nacional. Os espetáculos do CINE-METRÓPOLE serão organizados com os melhores filmes do mercado, escolhidos dentre o que melhor possuem a Metro G. Mayer, Fox Film do Brasil, Warner Bross, First Nacional, Universal Pictures, United Artists, Paramount Films e Columbia Pictures do Brasil.”


Foto editada por Marcellino Guimarães

Década: 1950


(André Borges Lopes)



Cidade de Uberaba

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

HOTÉIS A PREÇOS MÓDICOS EM 1941?

HOTÉIS A PREÇOS MÓDICOS EM 1941?





Esse anúncio, publicado no jornal Estadão em agosto de 1941, nos informa que o viajante ou turista que chegasse em Uberaba poderia dispor do “máximo de confôrto no seu moderno e luxuoso Grande Hotel”, recém inaugurado no coração da cidade.
Mas quanto custava ficar hospedado num dos “100 apartamentos ricamente mobiliados” do Grande Hotel? Pelo anúncio, os apartamentos custavam a partir de 12 mil-réis e as diárias a partir de 20 mil-réis (eu suponho essas incluíam as refeições). A dificuldade é saber, tanto tempo depois, se isso era caro ou barato.
Tomando como referência o salário mínimo da época (240 mil-réis) e corrigindo pelo valor do salário mínimo atual (R$ 724,00) os apartamentos custariam o equivalente a R$ 36 e as diárias o equivalente a R$ 60 – o que seria um verdadeira pechincha. Mas isso nos mostra, principalmente, o quanto o salário mínimo de 1941 era melhor do que o de hoje, apesar dos aumentos dos últimos anos.
Outra forma de fazer essa conta é comparando com o preço de capa do jornal de então (400 réis) com o que se cobra nos dias de hoje por um Estadão na banca (R$ 3,00). Por esse critério os apartamentos custavam o equivalente a R$ 90 e as diárias R$ 150 – o que ainda é barato para um hotel de luxo, mesmo no interior, embora um pouco mais realista.
Mas o valor mais assombroso eu encontrei fazendo a correção monetária com uso da “calculadora do cidadão” disponível no site do Banco Central. O índice de correção mais antigo disponível é o IPC-SP da FIPE, que existe desde novembro de 1942 (data em que o Mil-réis foi rebatizado Cruzeiro). Supondo que os preços do Grande Hotel tenham sido pouco alterados até o fim de 1942 (o salário mínimo seguia o mesmo), converti os Cr$ 12,00 de novembro de 1942 e obtive exatos R$ 12,06 em fevereiro de 2014 — quase uma equivalência nominal — o que colocaria os apartamentos do Grande Hotel em preço de banana e o Estadão nas bancas a meros 40 centavos.
Ah, os economistas e suas planilhas… E não é eu que até confiava nesse tal IPC da FIPE?

(André Borges Lopes)

sábado, 14 de janeiro de 2017

VISTA PARCIAL DE UBERABA

Vista parcial de Uberaba



 Década de 1940

Vê-se o único arranha-céu – Grande Hotel de Uberaba no início de 1940 - Uberaba

Foto: Autoria desconhecida

 Arquivo Público de Uberaba

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Grande Hotel de Uberaba

Grande Hotel de Uberaba





Década de 1960



Avenida Leopoldino de Oliveira


Foto: Autoria desconhecida



Arquivo Público de Uberaba

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O FATO QUE VOU NARRAR, ACONTECEU NUMA ANTE VÉSPERA DE FIM DE ANO. 74|75, POR AÍ. LOCAL: BAR “TIP-TOP”

O fato que vou narrar, aconteceu numa ante véspera de fim de ano. 74|75, por aí. Local: bar “Tip-Top”,um dos mais tradicionais de Uberaba em todos os tempos, ficava no prédio da ACIU, na Leopoldino de Oliveira, quase ao lado do saudoso Grande Hotel. Ponto obrigatório dos uberabenses, o “Tip-Top”, abrigava também tipos populares. Um ficou famoso no “pedaço”: baixinho, falante, roupa limpa, embora não fosse muito amante de um bom banho, bebia como gente grande. Mãe, servente do “Grupo Brasil”. O pai, coitado, morreu cedo. Nasceu José Antônio Costa, “Totinho”, o apelido, pegou como visgo. Ligado aos meios de comunicação, os amigos eram da área. Trabalhou em rádio, depois TV, era um “faz tudo”. Baixinho de tambor grande, “Totinho” era bom de copo. Cerveja, uísque, cachaça, vinho, vodca, conhaque, rabo de galo, o que viesse, traça. Só não bebia “chumbo derretido”, avisava.

No pré-reveillon, sozinho, entrou no “Tip-Top”. Mais “prá lá do que prá cá”. O sempre lembrado, Quinzinho Maia, dono do bar, depois de um dia-noite estafante, fecha a casa e vai para o seu merecido descanso. 2 da manhã, tilinta o telefone na cabeceira da cama do Quinzinho. Sonolento, atende:- Alô”. Do outro lado da linha, uma voz pergunta:- “Aqui é o Totinho. A que horas V. vai abrir o bar amanhã?” Quinzinho, desesperou: -“Ah! Não Totinho, me amolando às 2 da manhã”…

Puft..bate o telefone e vira pro canto, “morto” de sono. 4 da madrugada, o telefone toca novamente. Desconfiado, Quinzinho, sai nos berros:-“Alô, não vai falar que é o Totinho novamente…”Era e pergunta, voz suplicante:- “Quinzinho, por favor, a que horas V. vai abrir o bar?”. Quinzinho, solta uma saraivada de palavrões e desliga o telefone. 7 da manhã, banho tomado, barba feita, café na mesa, toca o telefone. Mais calmo, atende:-“alô”. Voz rouquenha do outro lado:- “Quinzinho, me desculpe, a que horas V. vai abrir o bar?”. Segurando o riso, não se furta á clássica pergunta:”Totinho, não é possível. 7 da manhã e já querendo tomar a primeira do dia, faça-me o favor”…

Veio então a grande resposta- surpresa do Totinho:-“Não Quinzinho, não é isso não. Eu dormi debaixo da mesa, quando acordei, V. já tinha fechado o bar. Eu só quero ir embora prá casa”…
Quinzinho, correu pro “Tip-Top”, soltou o Totinho que, aliviado do susto que passou, correu prá casa para curtir a ressaca…


Luiz Gonzaga de Oliveira

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

BÊBADO É A FIGURA MAIS CHATA E INCONVENIENTE QUE SE TEM NO MUNDO

Bêbado é a figura mais chata e inconveniente que se tem no mundo. O bêbado, rico, pobre,alto, baixo, preto, branco, mulato,amarelo, gordo, magro, é sempre um chato de galocha. Agora, chato mesmo é você, sóbrio, tolerar um bêbado O bêbado nunca “se acha” bêbado.É o famoso “ desmancha roda”, sabe de tudo, conta segredos, dá palpite, interfere na conversa dos outros,dá aquelas mal cheiradas baforadas de cigarro barato, pisa no seu pé, ou pior ainda! ,derrama o copo da cerveja na sua calça e camisa novinhas que sua mulher passou com tanto cuidado!Pior que suportar bêbado só mesmo “papo” de político. Esses também são “dose”, fingidos e falsos até não mais poder. Deixa prá lá. Voltemos aos bêbados…que ainda são melhores que os políticos, principalmente os da terrinha… Bêbado enjoado é pleonasmo.Bêbado adora azucrinar o garçom. Se serve cerveja gelada, ele quer, estupidamente, gelada. Se pede uísque, ele deseja o “choro”, se for “caipirinha”, ele quer mais limão. Se é chope, pede com o “colarinho” bem alto. O “tira gosto” se não vem quente, reclama. Bêbado e político, são , nojentamente, chatos!
Nos anos 60, auge do restaurante “Galo de Ouro”, o “Buraco da Onça”, era ante-sala. O aperitivo era com o Romeu e o filho Cebola. Ali era o “foco” dos diaristas bêbados. O fato que narro em seguida, é verdadeiro. Seguinte:
Acreditado advogado uberabense, morava no “Grande Hotel”, aperitivava no “Buraco da Onça” e jantava no “Galo de Ouro”. O saudoso Jesuino, era o seu garçom preferido. Mais prá do que prá cá, ziguezagueando até chegar à mesa, pediu o “rango”. O prato chegou e figura notou algo passeando pelo prato da sopa pedida.
-“Jesuino, por favor, venha cá”.-“Às ordens, doutor, em que posso servi-lo?””-
-“Amigo, que mancha grande é essa na minha sopa?”
Malandramente, Jesuino respondeu: “Uai, doutor, é desenho do prato, num ta vendo?”
-“Vendo até que estou. Só que ele ta mexendo”…
Jesuino, sem perder a pose , mãos às costas, de supetão, respondeu:
-“È desenho animado, doutor”.
O restaurante, aquela noite, fechou mais cedo……

Luiz Gonzaga de Oliveira