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domingo, 18 de agosto de 2019

A PRIMEIRA PONTE FERROVIÁRIA DO TRIÂNGULO MINEIRO

Quase todo mundo em Uberaba conhece a velha ponte metálica sobre o Rio Grande que liga a cidade de Delta a Igarapava. Ela foi, por décadas, uma ponte rodoferroviária: por ali passavam os trens da Cia Mogiana (mais tarde Fepasa) entre 1915 e 1977, mas também os carros, caminhões e ônibus da BR-050. Até 2001, quando foi inaugurada uma ponte nova na rodovia.

     Trem de passageiros da Cia Mogiana cruzando o Rio Grande sobre a ponte de Jaguara. Foto sem data, do acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Bem menos gente sabe da existência uma outra ponte ferroviária, quase trinta anos mais antiga, que atravessa o Rio Grande em Jaguara (num trecho coberto de pedras, um pouco abaixo da barragem da usina hidroelétrica de mesmo nome). Inaugurada em maio de 1888, ainda no tempo do Império, foi a primeira ligação entre o norte da então “Província de São Paulo” com o Triângulo Mineiro. Mais estreita que a estrutura de Igarapava, só dava passagem a trens ou pedestres. Cruzando essa ponte, chegou em Minas Gerais a primeira linha de trens da Cia Mogiana, que vinha de Ribeirão Preto por Batatais, Franca e Rifaina. Depois de cruzar o rio, a ferrovia acompanhava a baixada do vale até as proximidades de Sacramento, cruzava a cidade de Conquista e chegava a Uberaba passando pela estação de Peirópolis (na época chamada "Paineiras").

     Detalhe de um mapa do Ministério da Viação e Obras Públicas mostrando as ferrovias paulistas em dezembro de 1913. É possivel ver o traçado das duas linhas da Cia Mogiana que chegavam a Uberaba: a mais antiga por Jaguara e a nova (ainda em construção) por Igarapava.

Com a inauguração (em outubro de 1915) da variante de Igarapava, mais curta e moderna, a velha linha férrea de Jaguara foi perdendo movimento e importância. Mas, nas revoluções de 1930 e 1932, as duas pontes foram palco de combates entre tropas mineiras e paulistas. Em meados dos anos 1960, o lago da represa de Jaguara inundou a antiga cidade de Rifaina e interrompeu alguns quilômetros da linha no lado paulista.

      Cartão Postal da Ponte de Jaguara da Cia Mogiana no início do Seculo XX. Foto dos arquivos da Agência Turismo Rifaina (www.turismorifaina.com.br)

A Mogiana não se interessou em refazer a ferrovia em novo traçado, e desativou o tráfego na ponte. O trecho Uberaba-Jaguara foi transformado em um ramal – que ainda operou precariamente por alguns anos. Hoje, 131 anos depois de aberta, a velha ponte de metal ainda segue de pé, embora em ruínas.

     A ponte em ruínas, em foto recente do Google Earth. Ao fundo, a barragem da usina hidroelétrica de Jaguara.

Os créditos das imagens estão nas legendas das fotos.

(André Borges Lopes)






Cidade de Uberaba


quarta-feira, 14 de agosto de 2019

CONSTRUTORES DE PONTES

Imagens resgatadas dos arquivos da Companhia Mogiana.


A primeira é bastante conhecida: mostra as obras da ponte rodoferroviária sobre o Rio Grande, ligando Igarapava (SP) e Delta (MG), na época ainda pertencente ao município de Uberaba.

Nessa versão em alta resolução é possível ver alguns detalhes do processo de construção e, principalmente, os destemidos trabalhadores que erguiam as estruturas, sem qualquer preocupação com a segurança individual – algo impensável nos dias de hoje. A legenda original nos revela a data (20 de abril de 1915) e o também nome do fotógrafo: O. Pasetto.

Construção da ponte rodoferroviária da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro entre Igarapava (SP) e  Delta (MG) em 20/04/1915. Crédito: O. Pasetto./ acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo

  Detalhe da construção da ponte rodoferroviária da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro entre Igarapava (SP) e Delta (MG) em 20/04/1915.

   Construção da ponte ferroviária da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro sobre o Rio Uberaba no trecho entre entre Uberaba e Uberlândia (MG), circa 1894.

 Detalhe da construção da ponte ferroviária da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro sobre o Rio Uberaba no trecho entre entre Uberaba e Uberlândia (MG), circa 1894. 

   Ponte ferroviária da antiga Cia. Mogiana de Estradas de Ferro sobre o Rio Uberaba no trecho entre entre Uberaba e Uberlândia (MG). Foto de 2016. Crédito: Google Earth.

Nota-se ainda um detalhe curioso, que pouca gente conhece: a falta do último vão metálico do lado de Igarapava. A Cia Mogiana mudou o traçado da ferrovia depois que a estrutura da ponte já havia sido encomendada na Europa. No novo local de travessia, o rio era ligeiramente mais largo e foi preciso adicionar um quinto vão à ponte. Com o início da 1ª Guerra Mundial, foi impossível comprar essa estrutura extra, e a ponte teve de ser inaugurada (em outubro de 1915) com um vão provisório, feito em madeira. Só depois de 1919 ele foi substituído pela estrutura metálica (um pouco menor que as outras quatro) que está lá até hoje.

A segunda imagem é mais antiga e bem menos conhecida: mostra a construção da ponte sobre o Rio Uberaba, já no trecho Uberaba-Uberlândia da ferrovia. A foto não tem data, mas deve ter sido tirada por volta de 1894, quando esse prolongamento estava sendo construído (foi inaugurado em 1895). É possível que seja a mesma ponte que se encontra lá até hoje, cruzando o rio logo atrás da pedreira da empresa Jasfalto, e que pode ser vista do alto no Google Earth.

Não achei na Internet fotos recentes dessa ponte. Que não deve ser confundida com a outra que passa sobre o Córrego Alegria (um afluente do Rio Uberaba) na antiga linha Uberaba-Ibiá, inaugurada em 1925 – onde aconteceu o famoso acidente que deixou a cidade sem água por semanas em 2003.

Crédito das imagens PB: acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

(André Borges Lopes)

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Em 1971, a antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro foi incorporada à empresa estatal paulista Fepasa. Na década de 1990, todas as linhas de longo curso remanescentes da Fepasa foram transferidas para a Rede Ferroviária Federal e, em seguida, divididas em lotes e privatizadas. O Arquivo Público do Estado de São Paulo, conseguiu que os acervos históricos das antigas empresas ferroviárias paulistas ficassem sob sua guarda. Nesse acervo, encontrei algumas fotos originais das linhas de trem da Cia Mogiana no Triângulo Mineiro.


Fanpage:  https://www.facebook.com/UberabaemFotos/

Instagram: instagram.com/uberaba_em_fotos


Cidade de Uberaba

segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Em 1971, a antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro foi incorporada à empresa estatal paulista Fepasa - Uberaba

Em 1971, a antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro foi incorporada à empresa estatal paulista Fepasa. Na década de 1990, todas as linhas de longo curso remanescentes da Fepasa foram transferidas para a Rede Ferroviária Federal e, em seguida, divididas em lotes e privatizadas.

Por sorte, o Arquivo Público do Estado de São Paulo, conseguiu que os acervos históricos das antigas empresas ferroviárias paulistas ficassem sob sua guarda. Pesquisando nesse acervo, encontrei algumas fotos originais das linhas de trem da Cia Mogiana no Triângulo Mineiro.

A primeira imagem mostra os trilhos e a plataforma primeira estação de Uberaba (inaugurada em 1889, onde hoje está a rua Menelick de Carvalho, junto ao final da rua Artur Machado). É, ao menos para mim, uma imagem inédita. No detalhe, vemos funcionários da estação e outras pessoas não identificadas.

A segunda imagem já é mais conhecida. Mostra a garagem de locomotivas (rotunda) que havia nas oficinas de Uberaba, localizadas nas imediações da estação. O detalhe permite ver quatro locomotivas a vapor nas garagens.

As duas fotos não têm data, mas devem ter sido feitas por volta de 1900. No final da década de 1940, o traçado da linha da Mogiana foi afastado do centro da cidade para a posição atual, no Alto da Boa Vista. Os prédios das fotos foram demolidos. Resta hoje apenas um armazém na rua Menelick de Carvalho. Talvez seja o mesmo que se vê bem ao fundo, na foto da estação.

(André Borges Lopes)

Crédito das imagens: acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo


Estação Ferroviária de Uberaba da Companhia Mogiana de Estadas de Ferro. Circa 1900.
Crédito: acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo

Estação Ferroviária de Uberaba da Companhia Mogiana de Estadas de Ferro. Circa 1900.
Crédito: acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo.


Garagem de locomotivas (rotunda) e oficinas da Companhia Mogiana de Estadas de Ferro em Uberaba. Circa 1900. Crédito: acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O TREM DA MOGIANA

Há mais de 20 anos minha mulher e eu, caminhamos, matinalmente, na praça da Mojiana. A saudosa Mojiana, mais tarde FEPASA, hoje, VLI-Atlântica, antigas são as recordações. Custa-me acreditar que acabaram com o”trem de passageiros”, daqui para Campinas. As viagens até quase o fim do século passado, não dá para esquecer tão cedo. A Mojiana, chegou no final do século XIX e foi de capital importância para o progresso da nossa região, trazendo e levando riquezas, transformando a vida e os costumes de uma cidade em estágio avançado de crescimento. “Viajar” de trem de ferro, era o sonho de toda criança, como é, hoje, visitar e brincar na Disneylândia...

A implantação das rodovias, o asfalto, as fábricas de carros, ônibus e caminhões, acabou tornando obsoleto o transporte de passageiros por via férrea. É como burro de carga; depois de trabalhar a vida inteira, o dono o despreza e o deixa morrer em qualquer canto da fazenda, onde um dia, prestou inestimáveis serviços. O brasileiro como sempre, sem memória, abandonou a ferrovia, tão usada nos países desenvolvidos e civilizados; berços de humanidade, cultura, história e progresso. Nos países da Europa, é o meio principal , o mais turístico e alegre, além de seguro e rápido. No Japão, apenas para lembrar, “viajar no trem bala”, é privilégio e lembrança que não se apaga. No Brasil, infelizmente, suprimiram o “trem de passageiros”, sonho imorredouro da minha infância...

A descaracterização do trem de ferro, em mais de 90% no país, deveria receber a repulsa enérgica da sociedade, das lideranças classistas, empresariais e políticas. Aceitou-se, pacifica e covardemente, uma decisão governamental para atender interesses escusos, que contraría princípios, violenta nossa história e depõe contra os nossos foros de civilização e cultura. Uma simples “ canetada”, uma argumentação frágil, “matou” o “trem de passageiros”, com a esdrúxula desculpa que ele não era mais rentável às empresas . E o Brasil, aceitou...

Nos primórdios da civilização regional, as estradas de ferro, “Mojiana” e “Paulista”, cobiçavam o rico potencial do Triângulo. Uberaba, era o alvo preferido. A “Paulista”, oferecia melhor condição de “frete”. A “Mojiana”, com o bafejo dos “barões do café”, de Ribeirão Preto, levou a melhor. A ânsia de chegada do progresso, foi tão expressiva que os uberabenses, proprietários do trajeto onde iam correr os trilhos, nada cobraram de indenização pelas áreas e pedreiras necessárias à construção da linha...

A “velha” Mojiana, do “tronco” ao “ramal” , duas linhas que saiam da terrinha, iam, uma via, Igarapava, Aramina, Ituverava, S.Joaquim da Barra, Orlândia , Ribeirão Preto. A outra ,o “ramal”, servia Conquista, “cipó”(Sacramento), Rifaina, Igaçaba, Pedregulho, Franca, Batatais e Ribeirão Preto. Quem, da “velha guarda”, não viajou até “ Barrinha” e de lá, em trecho eletrificado, desembarcou na estação da Luz, em São Paulo ?...

Foi marcante o episódio de um gavião que sabia o horário infalível da sua “refeição”. O cozinheiro do “carro restaurante”, religiosamente, lhe guardava a comida. À hora aprazada, o gavião lá estava como se tivesse relógio para receber a sua ração... O gavião, morreu. O “carro restaurante”, também. Os vagões de 1ª. E 2ª.classes, idem. O “ chefe” da estação, o apito do trem e o “conferente”, acompanharam. Restou a “303”, a “Maria Fumaça”, na praça da Mojiana. Está moribunda, suja, furada, maltrapilha, mato alto ao seu redor, servindo de vaso sanitário e mictório aos vândalos e de motel das estrelas, aos mais apressadinhos. Quando passo e olho aquele espectro de progresso de ontem, custo a conter as lágrimas... “ Marquez do Cassú”.



Luiz Gonzaga de Oliveira




Cidade de Uberaba

domingo, 8 de janeiro de 2017

A ESTAÇÃO DE BURITI FOI INAUGURADA EM 1895. EM 1986, AINDA ESTAVA EM FUNCIONAMENTO

Estação de Buriti


A estação de Buriti foi inaugurada em 1895. Em 1986, ainda estava em funcionamento. Em 2013, estava abandonada. Ainda existia ali na antiga vila uma capela, uma casa antiga (que não parecia ser a do chefe de estação) e duas caixas d’água de ferro fundido justapostas (uma de 1902 e outra de 1903). A cobertura da plataforma foi retirada por ser de altura incompatível com as atuais composições. Coordenadas: 19°20’23.12″S 48° 1’54.94″W


(Fontes: Leonardo Fonseca Figueiredo; Fernando Picarelli; Glaucio Henrique Chaves; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986; Cia. Mogiana: relatórios anuais, 1890-1969; IBGE, 1957)


Foto: Autoria desconhecida/década de 80.


Acervo: Arquivo Público de Uberaba



sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1930-1971). FEPASA (1971-1980)

Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1930-1971).
FEPASA (1971-1980)

Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1930-1971).
FEPASA (1971-1980)
AMOROSO COSTA (antiga POSTO OESTE)
Município de Uberaba, MG.
Linha do Catalão – km 601,684 (1938) MG-2527
Variante Entroncamento-Amoroso Costa – km 589,741 (1986) Inauguração: 01.06.1930
Uso atual: demolida com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolida)
HISTÓRICO DA LINHA: A linha do Catalão foi construída entre 1888 e 1889 até Uberaba, tendo chegado em 1895 a Uberabinha (Uberlândia) e 1896 a Araguari. Continuação da linha do Rio Grande a partir da estação de Jaguara, às margens do rio Grande e já em território mineiro, a idéia da Mogiana era alcançar Catalão, em Goiás (daí o nome) e dali seguir para Belém do Pará, coisa que nunca aconteceu. Na verdade, a E. F. de Goiás acabou por construir esse trecho, chegando até Goiânia e Brasília. Em 1915, o ramal de Igarapava foi prolongado para além de Igarapava de forma a alcançar a linha do Catalão um pouco antes de Uberaba, em Rodolfo Paixão. A nova linha provou ser mais econômica do que o trecho da linha do Catalão entre o rio Grande e Uberaba, trecho este que foi abandonado definitivamente em 1976, depois de ser separado da linha do Rio Grande em 1970 por causa da construção da represa de Jaguara. O trecho a partir de Uberaba foi, então, incorporado ao ramal de Igarapava e, em 1979, totalmente retificado a partir de Ribeirão Preto até Araguari. Trens de passageiros percorreram o trecho até 1979 e depois o trecho retificado até 1997, quando foram suprimidos, já pela Fepasa.
A ESTAÇÃO: A estação foi aberta como Posto Oeste, em 1930, segundo os relatórios oficiais da Cia. Mogiana. (NOTA: Segundo o Arquivo Público de Uberaba, o nome original da estação era Triângulo). Em 1932, já se chamava Amoroso Costa, nome de um filósofo brasileiro (1885-1928). Muito próxima à estação de Rodolfo Paixão (menos de três quilômetros), tinha a função de servir de entroncamento para a linha do Catalão e a linha da Rede Mineira de Viação. Isto acabou por desativar a estação de Rodolfo Paixão, entroncamento da linha do Catalão e do ramal de Igarapava, ambos da Mogiana; antes de 1940, essa estação já estava desativada. Com a construção da variante Entroncamento-Amoroso Costa, entregue em 1979, passou a fazer parte dessa variante, já que o trecho do ramal de Catalão entre Uberaba e Jaguara já era definitivo. Segundo Paulo Cury, a estação de Amoroso Costa já havia sido demolida na época da entrega da variante que levava o seu nome. Ainda segundo o Arquivo Público de Uberaba, a estação era de madeira, tinha duas plataformas – uma para cada ferrovia (Mogiana e RMV) – e foi demolida “depois de 1971”. Em volta dela formou-se o bairro do mesmo nome, hoje zona urbana de Uberaba. “Em Amoroso Costa tinha uma lagoa muito bonita. Sempre que possível íamos nadar por lá. Hoje Amoroso Costa é um bairro de Uberaba e totalmente descaracterizado do que foi tempos atrás” (Sergio Scussel, 10/2004). Da estação não sobre mais absolutamente nada: “onde existia a estação e sua plataforma não tem mais nada e ela ficava na esquina de duas ruas, Mario R. Cação e Helena Manzan Rodrigues, onde hoje é entrada de um conjunto habitacional de nome “Tita Resende”. A plataforma da estação Amoroso Costa foi retirada no ano de 1991 por alguns tratores. O prédio era realmente de madeira e, entre o piso do antigo armazém e ela, existia um curral também da Mogiana onde embarcavam gado em vagões-gaiolas” (Marcelo Nomellini, 30/8/2011). Não há resquício algum da estação, plataforma, nada, apenas um loteamento residencial.
(Fontes: Demilton Dib; Rodrigo José Matos; Marcelo Nomellini; Paulo Cury; Domingos Tiveron Filho; Sergio Scussel; Arquivo Público de Uberaba; Cia. Mogiana: relatórios, 1890-1969; IBGE, 1957).
Foto: Autoria desconhecida
(Foto acervo pessoal de Demilton Dib)
 Texto – Ralph Mennucci Giesbrecht

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

A PONTE DE JAGUARA SOBRE O RIO GRANDE, EM 1913, NA DIVISA SÃO PAULO/MINAS GERAIS

 A ponte de Jaguara sobre o rio Grande
   
A ponte de Jaguara sobre o rio Grande, em 1913, na divisa São Paulo/Minas Gerais Foto: Autoria desconhecida.
HISTORICO DA LINHA: A linha do Catalão foi construída entre 1888 e 1889 até Uberaba, tendo chegado em 1895 a Uberabinha (Uberlândia) e 1896 a Araguari. Continuação da linha do Rio Grande a partir da estação de Jaguara, às margens do rio Grande e já em território mineiro, a ideia da Mogiana era alcançar Catalão, em Goiás (daí o nome) e dali seguir para Belém do Pará, coisa que nunca aconteceu. Na verdade, a E. F. de Goiás acabou por construir esse trecho, chegando até Goiânia e Brasília. Em 1915, o ramal de Igarapava foi prolongado para além de Igarapava de forma a alcançar a linha do Catalão um pouco antes de Uberaba, em Rodolfo Paixão. A nova linha provou ser mais econômica do que o trecho da linha do Catalão entre o rio Grande e Uberaba, trecho este que foi abandonado definitivamente em 1976, depois de ser separado da linha do Rio Grande em 1970 por causa da construção da represa de Jaguara. O trecho a partir de Uberaba foi, então, incorporado ao ramal de Igarapava e, em 1979, totalmente retificado a partir de Ribeirão Preto até Araguari. Trens de passageiros percorreram o trecho até 1979 e depois o trecho retificado até 1997, quando foram suprimidos, já pela Fepasa.
A ESTAÇÃO: A estação de Uberaba foi aberta em 1889 pela Mogiana. Por algum tempo estava essa estação designada para ser a saída da estrada de ferro que a ligaria a Cuiabá, no Mato Grosso. Com a inauguração da E. F. Noroeste do Brasil, em 1906, a partir de Bauru, o projeto foi cancelado. Em 1948, a estação foi transferida de local, quando se construiu uma segunda estação, na linha nova, abandonando-se a original, demolida mais tarde. “É entregue ao tráfego na linha tronco a retificação do traçado compreendendo Rodolfo Paixão a Mangabeira, retirando da região central de Uberaba os trilhos da estrada de ferro” (relatório da Mogiana, 1948). “No entanto, ainda restou o prédio referente ao depósito de mercadorias da referida estação. Hoje, nesse prédio, funciona uma empresa credenciada pela CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais S. A.). Infelizmente, não tive acesso ao interior do prédio. Nota-se a descaracterização de sua bela arquitetura original, muito provavelmente como conseqüência do descaso atual em relação à cultura e à história como um todo. Uma pena! O prédio se localiza na Rua Menelick de Carvalho, no Bairro Boa Vista, a algumas quadras ao Sul da terceira e atual estação de trens de Uberaba” (Flávio de Faria Careta, 04/2008). A segunda estação permaneceu ativa apenas por 14 anos, e em 1962 foi outra vez mudada de lugar, transformando-se em depósito, mas permanecendo junto à linha. Uma terceira estação foi construída, que é a que funciona até hoje.
Ralph Mennucci Giesbrecht.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

CHICO XAVIER E ROBERTO CARLOS EM 2 DE JANEIRO DE 1973 EM SHOW BENEFICENTE.




Notícias do Lavoura e Comércio: Em 1973 destacava-se numa mesma página do diário dois entre importantes símbolos da memória de Uberaba – Chico Xavier e o Zebu


A semana passada Uberaba foi destaque por duas importantes notícias que tomaram conta do noticiário da imprensa mineira e nacional, um foi a inauguração do Memorial Chico Xavier e a entrega da Comenda Chico Xavier e a outra foi a realização da maior exportação da história de Minas Gerais de bovinos vivos para a Turquia, uma logística enorme que envolveu o transporte de 4750 animais em 160 a 180 caminhões de Uberaba até o Porto de São Sebastião.


Estes dois assuntos foram pauta logo no início de novo ano de 1973, pois em 2 de janeiro, o jornal diário uberabense Lavoura e Comércio, destacava-se um show promovido em São Paulo pelo cantor Roberto Carlos em parceria com o médium Chico Xavier, cuja renda seria revertida a assistência de pessoas carentes pela Comunhão Espírita Uberabense.


A outra notícia dava conta de uma exportação de Uberaba para a Bolívia de 380 zebuínos das raças Gir e Nelore em vagões da antiga Fepasa.


Fonte:Lavoura e Comércio