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terça-feira, 30 de agosto de 2022

José Estanislau de Jesus era conhecido como "FUMANCHU".

Fumanchu tinha alguns cachorros, mas um era lhe especial, o “Brinquinho”, e eles ajudavam a vigiar a Biblioteca.

Fumanchu adoeceu e foi levado para o Hospital Escola. Chegou a voltar, mas dias depois veio a falecer, com problemas cardíacos. Logo em seguida, seu cachorro preferido, morreu também, atropelado na Avenida Leopoldino de Oliveira. Após a morte do Fumanchu, o mato cresceu, o jardim sumiu e a Biblioteca foi assaltada várias vezes.

José Estanislau de Jesus era conhecido como 
"FUMANCHU".

Fumanchu e estagiárias do Lavoura e Comércio. Elas eram estudantes de jornalismo
 e se formaram em julho de 1979. 

Deixou saudades, fez muita falta a todos nós. Deve estar cuidando de “algum jardim lá no céu...”. Maria Elena Carvalho Ex-funcionária da Biblioteca “José Estanislau de Jesus era conhecido como FUMANCHU, Torcedor do Uberaba Sport Club, trabalhava como engraxate na Rua Manoel Borges.

Em 1º de maio de 1980 tive o prazer de conhecê-lo e tornar- me sua amiga. A partir desta data, convivi com ele anos e anos. Era um homem humilde de muito respeito, que morava nos fundos da Biblioteca Municipal na Rua Alaor Prata. Trabalhava em troca de moradia, era devoto de Medalha Milagrosa, Santa Bárbara e do Menino do Pastoreio.

Devido à sua fé, nada lhe faltava. Ele recebia alimentação de uma senhora caridosa, todos os dias. Ele tinha dois cachorros de estimação. Os comerciantes do Mercado Municipal davam alimento para seus cães.

FUMANCHU era alcoólatra, mas não prejudicava ninguém. Ficava alegre e conversava muito. Deixou seus pais quando ainda era criança. Os seus pais conviveram com o regime de escravidão e ele herdou deles a comemoração da data de 13 de maio.

Foi um uberabense que deveria ser lembrado, mas foi esquecido. Gostava de agradar às pessoas com flores e frutas que ele plantava. Quando faleceu em janeiro de 1988, senti muito a sua perda e sempre trago suas lembranças”. Marivone Fernandes Matias Ex-funcionária da Biblioteca

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

DEFESA PRÁ LÁ DE BEM FEITA

Uberaba sempre foi pródiga em tipos populares que perambulavam pelas ruas da cidade.A maioria inofensiva e muito benquista pela população.”Maria Carrapato”, “Irmão da Padaria”, “Coronel Delcides”, “Maria Boneca”, “Babinha” ( o terror dos bebuns...),”Violão”, “Chupa Ovo” e outras tantas singulares figuras. Porém, um deles, “Fumanchu”, marcou época. Conto-lhes :

José Estanislau de Jesus - "Fumanchu"-
Foto/Uberaba em Fotos.

Num distante domingo de sol do ano de 1977, era tradição dar “uma voltinha” no centro da cidade, principalmente quando havia jogo do Uberaba pelo campeonato brasileiro. Orgulhosamente,àquele tempo, o Uberaba participava.Era o esperado Uberaba x Santos F.C.Mal os jogadores santistas acordavam dos seus aposentos no finado “Grande Hotel”, um barulho infernal de sopros, buzinas ,bumbos e “caixas”, invadia a área central da terrinha.Uma meia dúzia de chiques e confortáveis ônibus,”despejava” bem defronte ao falecido”Metrópole”, à porta do saudoso”Buraco da Onça”, a barulhenta torcida do Santos.A “Sangue santista”,”Força Jovem”e “Garra Peixe”, desfilavam com os bumbos,taróis,tamborins e reco-reco e alguns outros instrumentos de sopro, começaram a grande batucada, infernizando o Romeu e o jovem “Cebolinha”,no atendimento aos fregueses habituais do “Buraco da Onça”, na cervejinha dominical.

Ao tempo,nesse momento, descendo a Artur Machado,em direção à Leopoldino, onde estavam,além do “Buraco”, o “Guarani” e o “Tip-Top”,bares tradicionais da cidade, passos lentos e cambaleantes,aparece o “Fumanchu”,”negrão” forte,engraxate nas horas vagas, educado,bem falante,embora vivesse sozinho,ninguém soube onde nascera e de onde viera.O certo é que tomou-se de amores por Uberaba ,aqui “sentou praça”e nunca mais saiu.Até morrer !

De megafone em punho,tradição por ele ostentada,voz rouca e cansada pelos pileques a madrugada,como fazia,costumeiramente, em jogos do Uberaba,gritava a plenos pulmões:- “Hoje tem Uberaba no “Uberabão”.Tem zebu comendo o Peixão(apelido do Santos)”.A rima, as vezes “quebrada” era a que ele mais gostava...Foi nada não.Ao passar pela torcida do Santos,desfilando sua propaganda”Hoje tem Uberaba...” foi a gota d’água.Furiosos,torcedores santistas partiram pra cima do indefeso “Fumanchu”, aos socos,pontapés e empurrões.

A revolta no “Buraco a Onça”,foi instantânea.Walter Bruce Fonseca,advogado conceituado no nosso foro,interveio,pedindo calma aos santistas.Ao dialogar,ganhou uma estrepitosa vaia.A “fala” mais bonita que ouviu foi:”vai à puta que pariu!”. Bruce, encostou na parede do antigo Banco Real,mangas arregaçadas,lançou o ultimato:-“Vagabundos,façam fila que vou bater em cada um de vocês”.Sem se intimidarem,os santistas partiram prá cima do então jovem, Bruce.A surpresa veio na hora.Um a um, foram, ficando pela calçada, devido as “pancadas” do nosso herói.Muitos sangrando, foram se afastando..eles não sabiam que Walter Bruce, moço,foi campeão de judô...Até hoje, vivo e são, conta a história.-“Bati nuns 15 torcedores, até que a Policia chegasse”...

Sem ligar para o “rififi” que estava acontecendo,”Fumanchu” seguiu avenida afora, andando em cambaleio, anunciando”hoje tem futebol no Uberabão.O Uberaba vai comer o Peixão”...À tarde, no jogo, não deu outra.Vitória do Uberaba 4x1 ! e delírio da torcida e do “Fumanchu”...


Luiz Gonzaga de Oliveira