Oi, turma !
(Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante...)
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Uberaba já teve homens de brio, de grande valor. Políticos que se interessavam pela grandeza da cidade e não para encher os bolsos. Eméritos, destemidos, empreendedores, além de peritos inovadores, visando o crescimento da terrinha. A epopéia do zebu, foi um marco real . Nos negócios, relembro um pioneiro: Alexandre Campos. Dono de uma grande drogaria, moderna para a época, o cliente encontrava sempre o remédio procurado. Foi mais longe. Instalou a primeira empresa telefônica da região. Incipiente, dificuldades mil, mão de obra pouco qualificada, o máximo que a telefonia atingia fora de Uberaba, era Veríssimo ( 50 kms.). O tempo passando, Uberaba crescendo, Alexandre envelhecendo, esperando a morte chegar.
Empresa Telefônica de Uberaba (ETUSA), na Rua Governador Valadares.
Trecho entre a Avenida Doutor Fidélis Reis e Rua Artur Machado. Atual CTBC - Algar Telecom. Foto: J. Schroden. Década: 1940
Trecho entre a Avenida Doutor Fidélis Reis e Rua Artur Machado. Atual CTBC - Algar Telecom. Foto: J. Schroden. Década: 1940
Sylvio, José, Joaquim e Anita, os filhos, assumiram o comando das empresas. Pequenas, não suportava o sustento de todos eles. Joaquim, sempre doente. Sylvio, José e Anita, no comando. José e Anita, “bateram asas”, foram para São Paulo. Sylvio, ficou à frente do negócio. Educação esmerada, fino trato, cavalheiro, conduta séria e ilibada, doou-se, com amor, à empresa. Uberaba crescendo e com ela, aumentando as dificuldades. A telefonia, sem investimento, financiamento difícil, doenças na família, debilitaram o então forte Sylvio . José e Anita, juntaram-se novamente ao irmão em dificuldade. Numa reunião familiar, decidiram pela transferência da empresa. De preferência para um grupo empresarial da cidade.
ETUSA - Empresa Telefônica de Uberaba S/A.
Rua: Governador Valadares - Ano:1974
Rua: Governador Valadares - Ano:1974
José, empatia mútua e o filho, Alexandre Neto, tornamo-nos bons amigos. A relação com Anita e Sylvio, leal e respeitosa. Encarregado por José, fiz contatos e visitas á diretores da Associação Comercial e Industrial de Uberaba. Disse aos uberabenses ricos, o desejo da família que o controle societário da empresa, ficasse com gente da terrinha. Ninguém se interessou. Um deles, que não declino o nome por respeito à família, foi lacônico:-“Jogar sal em carne podre, jamais !” . Relatei o fato a José. Foi a gota d’água. Autorizou-me o contato com Alexandrino Garcia, dono da CTBC, em Uberlândia.
Luiz Alberto, seu filho, meu colega de bancos escolares no Diocesano, gerente do grupo, levou a demanda ao pai. Alexandrino, adorava ser chamado de “Comendador”, comenda que havia recebido, não acreditou no que chegava aos seus ouvidos. Teria dito, segundo o filho, Luiz Alberto, “ não acredito que o José e a Anita, estão dispostos a desfazer da ETUSA (Empresa Telefônica de Uberaba)”. Em pouco tempo a transação estava consumada.
Empresários uberabenses, o “Lavoura e Comércio”, jornal porta-voz do município, ao tomarem conhecimento, “ caíram de pau”:- “Logo para Uberlândia ! É um absurdo vender um patrimônio desses! Já não basta o tanto que já levaram de Uberaba ? “. O “chororô” alvoroçou a cidade. Na rádio Difusora, onde trabalhava, não vacilei em contar toda a história. O pouco caso, a falta de interesse, o sarcasmo com que fui recebido, a essa altura de nada adiantavam os lamentos; a operação estava concluída. Não do jeito que a família pretendia...
Se tiver algum diretor da ACIU daquele tempo, vivo e que queira me contestar , estou às ordens e se precisar, invoco o testemunho do Dr. Luiz Alberto Garcia, “manager” da Algar- Telecom, vivo e são, em Uberlândia... Depois, alguns setores de Uberaba, ficam a lamentar o que perdemos... Amanhã, relembro mais conquistas importantes que tivemos. “ Marquez do Cassú”.
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Cidade de Uberaba