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domingo, 1 de janeiro de 2017

ACORDA UBERABA ! UAI, ELA ESTÁ DORMINDO? CULPA DE QUEM ?

Amigos, eu fui e vi. Com esses olhos que a terra há de comer. Juro que vi. Nenhuma data histórica daquelas que se comemora com feriado. Juro que não era. Nem vinda de Presidente da República, inaugurar a saudosa Exposição. Não, juro. Nem o Corinthians prá jogar no inacabado “Uberabão”. Juro que não. Nem passeata pelo título de campeão mineiro do Uberaba ou Nacional(sic). Juro, não. O povão se aglomerando em toda a extensão da “Leopoldino”. Do Uberabão aos Correios. Velhos, muitos. Crianças, às pencas. Jovens, demais da conta. Casais, demais da conta… Apitos, charanga, cavalos, carros de boi (por quê, não?), motos, bicicletas e gente. Muita gente. Do centro, dos bairros, vilas e afins dos confins. Foguetório de ensurdecer. A avenida cheinha de uberabenses. Camisas verdes, amarelas, verde-amarelas, calça comprida, bermudas.. Gente para todos os gostos e faixas etárias. Cartazes dos mais variados matizes e dizeres. Tinha até trio elétrico. Frases de protesto. “Fora isso”. “Ladrão”. “Abaixo aquilo”.”Presidenta fuleira”. “Lugar de ladrão é na cadeia”. “Cadê a saúde?”. “ E a Educação?”. “Povo unido jamais será vencido”. !… cachaceiro, devolve o meu dinheiro”. “Petrolão nunca mais”. “E o gasoduto?”. “E a fábrica de amônia?”. “Cadê o gás total?”. De repente, nãos mais que de repente, um mar de gente, começa a deslocar-se na “Leopoldino”. Com aquela cerca horrível, nojenta, ridícula, fora de propósito, a cortar Uberaba no meio. Uma parte “oriente” e a outra “ocidente”. Cerca misteriosa que ninguém sabe quanto custou…Aquela multidão, tropeçando em pedaços de asfalto, enfiando o pé nos buracos ali deixados pelos ônibus da BRT. O inesquecível Leopoldino de Oliveira, deve remoer no túmulo, pela burrice dos incompetentes. A massa chega à praça Henrique Kruger, figura lendária na medicina da cidade. Novas cercas estúpidas de um e outro lado. O povo passa cantando o !Hino Nacional. Dos prédios , bandeiras verde-amarelas saudando a passeata. O povão, fazendo festa. O cortejo entra na “Fidélis Reis”, nome de outro uberabense de cepa. Degraus bem acima dos nossos políticos atuais. A massa aumentando. Jovens, idosos, pretos, brancos, altos, baixos, patrões e empregados. Todos irmanados em fé. Protesto? Por que não? Embora sem saber o que é Estado e Nação. Estado de grande aparato e estrutura jurídico-político. Corroída, uma pena! Nação, o povão consciente da sua identidade. Caminhando entre música, turba ordeira, gente como a gente mesmo. E os políticos, onde estão? Ninguém vai encarar a massa ignara . Político na hora “H”, foge como o diabo da cruz. Juro, estava lá. Velhão, sadio, esbelto e faceiro, espírito juvenil, segurando um cartaz. O que estava escrito? Sei lá. O ato me bastava. Era a minha vontade…
Verdade: governantes, legisladores e companhia bela, tão logo assumem cargos públicos, deixam de ser povo. Tornam-se “autoridades”. Com exageradas pompas, plumas e paetês..Regalias e mordomias. Automóvel com motorista, dia e noite. Do carnaval ao Natal. Melhores restaurantes , “diárias” maiores que o salário mínimo do trabalhador. Tudo às nossas custas. Viraram políticos profissionais para não dizer vitalícios. Mentem, iludem, tapeam, sacaneiam e prometem…Camaleões, isto sim… Fazem pacto com as” jararacas”, refastelam-se nas negociatas. Lutam, com unhas e dentes, para não voltar a ser Nação, povão. O brasileiro sensato acordou para acabar com a mamata. Foi à rua pedir mudança, Justiça e Bem Estar. Melhorar a nossa democracia e que os “vendilhões do templo”, sejam punidos. Devolver ao brasileiro, o que foi dele roubado. O 13 de março de 2016 em Uberaba, conheceu uma passeata ordeira, cívica e pacifica, contundente , justa e o alerta do “basta” à roubalheira do dinheiro público.
Aos que tiveram a paciência da leitura, o meu muito obrigado.

Luiz Gonzaga de Oliveira