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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

LUÍS FILIPE MARIA FERNANDO GASTÃO DE ORLÉANS, CONDE D’EU EM VISITA A UBERABA

LUÍS FILIPE MARIA FERNANDO GASTÃO DE ORLÉANS, CONDE D’EU EM VISITA A UBERABA


Ainda a Mojiana. A visita do Conde d’Eu a Uberaba para a inauguração da Mojiana, ensejou a fundação do Partido Republicano- “Clube 20 de março”-, que agrupava os opositores do regime imperial e tinha como adeptos figuras ligadas às atividades comerciais da cidade. A estrada de ferro Mojiana, marcou o apogeu do comércio, deixando traços profundos na vida econômica da cidade. Como se tratava de uma empresa paulista, a dependência de Uberaba à São Paulo tornou-se evidente. A Mojiana foi o ponto de confirmação das relações comerciais entre Minas e São Paulo. Em verdade, isso já foi cantado em verso e prosa . Uberaba sempre manteve pouco contato com Belo Horizonte, a bela capital mineira, restringindo apenas às comunicações oficiais, embora o contato nas últimas décadas tenha melhorado, não muito…Os interesses econômicos divergentes, meios de comunicação apenas razoáveis e, diga-se, pouco confiáveis. Por essas e outras razões, não é de hoje que,” vira e mexe”, surgem movimentos visando separar o Triângulo Mineiro do resto de Minas…A história conta que um dos grandes incentivadores desse movimento foi o Dr.Henrique Desgenetes e os poucos jornais da época a defender a separação do Triângulo e, inclusive, dando “nome ao novo estado: Província Entre Rios”. Em 1906,devido a posição francamente hostil do governo de Minas para com a nossa região, vários uberabenses, liderados por Lauro Borges, acirraram na defesa da separação. A vinda da Mojiana, o movimento comercial da cidade multiplicando-se, a população do município aumentando com a chegada de imigrantes, principalmente os italianos, nem a Proclamação da República, mesmo com a vinda da Mojiana, provocou mudanças no cotidiano da cidade. Uberaba desenvolvia-se sob a égide do comércio, embora a atividade agropastoril, extensiva e criatória, fosse , em parte, responsável inicialmente pelo apogeu comercial da cidade e continuasse a canalizar os interesses de uma grande camada da população. O comércio acelerado pela facilidade das transações comerciais, tanto as capitalistas, quanto as bancárias, pela melhoria dos transportes e crescente ampliação do mercado consumidor, concentrou, momentaneamente, as atenções e o interesse da população. A implantação da ferrovia, o comércio avolumou-se de tal forma e tornou-se o elo interiorano e o mundo capitalista. A visão, felizmente, dos nossos antepassados, era bem maior que muitos dos de hoje. Assim é que não havia interesse do nosso empresariado, que a ferrovia terminasse em Uberaba. Era necessário seguir os trilhos. Assim em dezembro de 1895, alcançava a então pequena São Pedro do Uberabinha e, no ano seguinte, 96, Araguari. Se o progresso por um lado pedia, o prolongamento dos trilhos fez com que o comércio de Uberaba, entrasse em crise. Relato da historiadora Eliana Mendonça Marquez de Rezende, que, em detalhada exposição explica o porquê dessa queda e a razão que os comerciantes uberabenses fundaram o seu jornal que tinha um nome esquisito: “Lavoura e Comércio”.




Luiz Gonzaga de Oliveira