De 1995 até hoje as
faculdade de Medicina, menos de 100, são mais de 200.
Em Minas Gerais as FACS
passam de 10 (1.000 médicos/ano) para 30 (2.700 médicos/ano) e serão 35 (3.100
médicos/ano) com as autorizadas. O aumento em Minas Gerais foi de 20, com 4
públicas e 16 privadas, e serão mais 4 públicas e 1 privada.
Em São Paulo passam de 20
(1.600 médicos/ano) para 30 (2.300 médicos/ano) e serão 36 (2.800 médicos/ano)
com as autorizadas. Em SP o aumento é com uma pública com 40 vagas, e o
restante todas privadas.
Em Minas Gerais a
população é próxima de 20 milhões de habitantes e no Estado de São Paulo mais
de 40 milhões de habitantes.
As mensalidades das
faculdades são sempre acima de 4 mil/mês e quem paga tem que estar contribuindo
com o Imposto de Renda na maior alíquota, e o dedução para a educação menos de
3 mil por ano.
Em todas as entidades de
ensino, com serviço próprio ou conveniado com outros órgãos públicos ou
privados, em suas cidades e regiões, são tratados pacientes do SUS, amenizando
a chaga social.
No inicio do ano de 2012
o governo reduziu a metade o salário dos médicos no serviço publico por “mero
engano”, medida revertida pela reação da classe, já era parte da agressão a
imagem do médico.
Nos governos passados
circulou uma noticia do compromisso de trazer cerca de 2 mil médicos de Cuba,
sem a regularização legal pelo REVALIDA. Recentemente há o retorno do assunto,
sendo divulgado a “necessidade” de importar 6 mil médicos, por negociação do
Ministro das Relações Exteriores... O Ministro da Saúde só compartilhou com a
idéia por seus motivos, ele que fora de bom relacionamento com as lideranças
médicas... E neste panorama o Ministro da Educação ficou alienado na operação e
dispensado das reações provocadas, se é que compartilhou...
Todo este caminho de
deteriorização do medico teve importante etapa no decreto 7562 de 15/12/2011
que descaracterizou a Comissão Nacional de Residência Médica, a qual ficou
refém do governo e de seus interesses. A autonomia da Universidade garantia
Constitucional está fortemente abalada, e refém de interesses demagógicos.
Modalidades de Medicina
praticadas em outros Países são sempre citadas parcialmente, conforme
conveniência e sem esclarecer totalmente as peculiaridades, o investimento e a
gestão, atendendo a outros critérios imediatistas, satisfazendo o gerador de
notícias.
A PEC nº 29, de longa
discussão, foi aprovada este ano, descaracterizada, foi mantida a participação
de 15% dos municípios, 12% dos estados e a responsabilidade do setor federal
que seria de 10% do orçamento ficou sem parâmetro definido de participação. Se
fosse 10% ainda seria pouco.
Curiosamente, até o
último verão, o salário no serviço público não chegava a R$ 2.000,00 (dois mil
reais) e atualmente surgem noticias bombásticas de salários de R$ 10.000,00
(dez mil reais) e/ou incentivos e bônus de R$ 8.000,00 (oito mil reais) entre
outros, mas não tocam no aspecto de reconhecimento da carreira de médico com
segurança. São, portanto, imediatistas, inconsequentes e midiáticos.
Em época de turbulência
expõem ao público o Ato de Médico, fruto de larga discussão e acertos. Isso
ocorre com a conotação de agressão a classe, a única que não tinha
regulamentação, sendo que o assunto fora objeto de ampla depreciação pelo
políticos populistas.
O curso de Medicina tem
7.200 horas (MEC), mas chega a 8.000/9.000 horas ou mais.
Todos os outros cursos
têm até 4.000 horas, sendo a maioria de 3.600 horas.
O Ato de Médico é de
natureza personalíssima e sempre carrega a responsabilidade inerente,
peculiaridades que superam em ônus proporcionalmente as demais profissões.
A Constituição Federal
determina que a saúde é um direito do povo e um dever do Estado, é possível
atender bem com gerenciamento, recursos, e isenção de interesses, mas é
impossível fornecer todos os itens (exames,...) necessários ou não a todos
aleatoriamente. É possível identificar as prioridades e isso é administração.
Com boa atuação só cerca
de 20% dos atendimentos iriam em busca do especialista, tendo a maioria
resolução no nível primário, com organização e sem abuso de tecnicismo.
A carreira de Médico no
serviço público, com plano de cargos e salários, que está proposto não foi
sequer discutida pelo Governo, e se vier acontecer seria por meio de Ação
Popular.
O que falta é verba,
gestão e determinação, ou opção de governo. Nada é impossível ou tudo é
possível.
Vai chegar a
primavera...e com ela as cores... Será médica?
Nelson Hely Mikael Barsam
Ortopedista e Traumatologista
(Uberaba – MG) 13 de
julho de 2013