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domingo, 6 de março de 2022

JORGE & FARAH ZAIDAN

Os irmãos Jorge e Farah Zaidan nasceram em Ituverava, SP. Jorge em 10/10/1928 e Farah em 9/5/1930. Os pais, Habib Zaidan e Salma Jorge Zaidan, vieram do Líbano, em 23/11/1923, provenientes da cidade de Kashua e diretamente para o interior paulista. Em 1944 a família transferiu-se em definitivo para Uberaba.

Jorge e Farah Zaidan - 
Foto: Uberaba em Fotos.

Jorge Zaidan concluiu curso de técnico em contabilidade, formou-se em odontologia e em direito, foi gerente local e regional da Minas Caixa, locutor esportivo na PRE-5, jornalista do O Triângulo, redator-chefe no Correio Católico, gerente da Rádio Difusora, sócio fundador da Rádio 7 Colinas, diretor e apresentador na Tv Uberaba e professor universitário na antiga Fista, bem como diretor social dos clubes Uberaba Tênis e Sírio Libanês.

Farah Zaidan trabalhou e aposentou-se como funcionário dos Correios e foi também cronista nos jornais Correio Católico e Lavoura e Comércio, narrador, apresentador e comentarista da Tv Uberaba e nas rádios Difusora, PRE-5 e Sete Colinas, sendo nessa última um dos sócios fundadores.
Jorge Zaidan faleceu no dia 5/7/1996 deixando viúva, 5 filhos(as), 12 netos e 8 bisnetos. Já Farah Zaidan faleceu em 23/6/2002 deixando viúva, 2 filhos, 4 netos e 1 bisneto.

Tive a felicidade de conviver e trabalhar com os dois, ambos extremamente gentis, educados e afáveis no trato, versáteis e hábeis comentaristas nos programas que participavam.
Deles guardo boas lembranças, da época em que fomos colegas na Tv Uberaba. Do jeito calmo e sem alardes no trato com as pessoas. No profícuo exemplo de suas existências. Até parece que tinham por lema o célebre dito de Bob Marley:

“Não viva para que sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida.”
Figuras humanas como os irmãos Jorge e Farah Zaidan fazem muita falta em tempos de insensatez, loucura e estupidez como os ora vividos em nosso país.

Moacir Silveira

domingo, 3 de janeiro de 2021

SUPLEMENTO CULTURAL DO CORREIO CATÓLICO

Em 1º de julho de 1968 foi publicado o primeiro dos quarenta números do “Suplemento Cultural do Correio Católico”, em forma de tabloide anexo ao jornal diário da Cúria Metropolitana da Igreja Católica da então diocese de Uberaba, jornal que anteriormente, ainda nessa década de 1960, mantivera excelente página cultural, criada e dirigida pelo jornalista César Vanucci, então redator do jornal.

A partir de sua fundação e no decorrer dos quatro anos seguintes, o Suplemento erigiu-se em espaço, o único em Uberaba e na região do Triângulo, para manifestação da intelectualidade uberabense, notadamente nas áreas de literatura (contos, poemas, crítica literária e artigos em geral), cinema (artigos, reportagens e noticiário), teatro (depoimentos de diretores teatrais) e permanente noticiário cultural geral.

Em torno do Suplemento reuniu-se e consolidou-se articulado grupo de intelectuais oriundos do Cine Clube de Uberaba que, sem ele, sem seu espaço de manifestação e, automaticamente, de incentivo e chamamento, não teriam se dedicado à criação e à produção artística, pelo menos na intensidade e modernidade manifestadas.

O grupo, com isso e a partir daí mais se estratificou, atingindo autonomia, que o encerramento quatro anos depois do Suplemento não o abalou nem afetou. Ao contrário, propiciou a criação de novo espaço cultural nas edições da revista “Convergência”, da ALTM, de seus números 2 a 7, de 1972 a 1976, daí se projetando e atuando, por seus poetas, por duas décadas nas páginas da revista de poesia “Dimensão” (1980-2000), culminando com edição, em 2003, da antologia-ensaio “A Poesia em Uberaba: Do Modernismo à Vanguarda”.

O Suplemento, porém, não se caracterizou e se destacou apenas pelo espaço cultural que estabeleceu e nem pela reunião, articulação, participação e produção daí em diante do referido grupo de intelectuais.

Além disso e da atualização do pensamento intelectual uberabense, o Suplemento propiciou, permitiu, incentivou e suscitou a descoberta e o interesse pela “História de Uberaba”, descortinando e enfatizando sua importância no que antes era somente cultivado e sabido por três ou quatro historiadores e desconhecido, ignorado e até desprezado pelos professores secundaristas de História, que, por sua vez, em sua própria formação, nunca tiveram orientação e informação nesse sentido e nem esse tema era objeto dos currículos escolares.

Essa contribuição se deu mediante a publicação e destaque propiciado ao capítulo “O Intelectualismo em Uberaba”, extraído diretamente dos originais manuscritos da notável “História de Uberaba”, de Hildebrando Pontes, guardados na Secretaria da Prefeitura, detentora dos direitos autorais desde 1934, sem que ninguém, no curso das décadas seguintes, tomasse a iniciativa de publicá-los. Nem mesmo, o que é surpreendente, por ocasião das entusiásticas comemorações, em 1956, do centenário de elevação da vila de Uberaba à categoria de cidade.

Contudo, essa publicação e sua repercussão chamaram a atenção para a referida obra e desencadearam interesse e tratativas entre a editoria do Suplemento, a ALTM, na pessoa de Edson Prata, e o então prefeito João Guido para proceder sua edição após 36 (trinta e seis anos) esquecida e relegada aos escaninhos da Prefeitura.

Por sua vez, numa reação em cadeia, a publicação do livro em 1970 provocou série de outras iniciativas na área dos estudos históricos e criação de órgãos públicos municipais de natureza cultural, a exemplo da Fundação Cultural e do Arquivo Público de Uberaba.

Percebe-se, pois, que sem a existência do Suplemento – cuja coleção completa consta do blog bibliografiasobreuberaba.blogspot. - o desenvolvimento cultural e artístico uberabense desde sua implementação em 1968 seria diferente e, certamente, menos produtivo e qualificado.


Guido Bilharinho - Advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, fotografia, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no bloghttps://guidobilharinho.blogspot.com.br/


terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Jornal Gazeta de Uberaba

Acervo: 1879 a 1912 

A Imprensa no Brasil: 


Os jornais são referências fundamentais para as pesquisas historiográficas por garantirem acesso à informação e revelarem ideologias diferenciadas, as tradições, os usos, os costumes, as atividades comerciais, os aspectos políticos, sociais, culturais e econômicos, que marcaram a trajetória de um povo. 

No Brasil, qualquer atividade de imprensa era proibida antes de 1808 e, consequentemente a imprensa brasileira nasceu tardiamente, assim como o ensino superior, as manufaturas, a própria independência política e a abolição da escravatura. 

Ao contrário dos principais países latino-americanos, o Brasil entrou no século XIX sem tipografia, sem jornais e sem universidades, inviabilizando a formação do público leitor. Isso gerou um legado de analfabetismo, sentido até hoje. 

A primeira tipografia a funcionar de forma duradoura no País viria a bordo da nau Medusa, integrante da esquadra que transferiu a Corte Portuguesa para o Brasil em 1808, fugindo das tropas napoleônicas. Utilizando-se desse material tipográfico o príncipe D. João baixou um decreto em 13 de maio de 1808, determinando a instalação da Impressão Régia no Rio de Janeiro, com a ressalva de que nela “se imprimam exclusivamente toda a legislação e papéis diplomáticos que emanarem de qualquer repartição do meu real serviço, e se possam imprimir todas e quaisquer obras, ficando inteiramente pertencendo seu governo e administração à mesma Secretaria”. 

Tobias Rosa foi um dos dirigentes do Jornal Gazeta de Uberaba. Imagem do final do século XIX.
 Acervo: Superintendência do Arquivo Público de Uberaba.


A imprensa brasileira tem como marcos fundadores: o lançamento, em Londres, do Correio Braziliense, em 1º de junho, e a criação da Gazeta do Rio de Janeiro, em 10 de setembro, ambos de 1808. 

Apesar dos percalços e limitações, a imprensa brasileira conquistou espaço em sua trajetória histórica e possui um número apreciável de jornais que têm revelado notável capacidade de inovação técnica e editorial, o que lhes permitem vencer todos os desafios surgidos até hoje. 

A Imprensa em Uberaba: 

Em Uberaba, a imprensa surgiu em fins do século XIX e desde então revela fatos importantes que marcaram a história da cidade e do Brasil. Os jornais fundados na cidade tiveram o desafio de construir um jornalismo informativo, crítico e esclarecedor. 

O primeiro jornal impresso que se tem notícia no Triângulo Mineiro surgiu em Uberaba, intitulado O Paranaíba, que segundo o pesquisador Hildebrando Pontes[1], foi criado pelo médico francês Henriques Raimundo des Genettes em 01 de outubro de 1874. 

Hildebrando Pontes revela que a maioria dos primeiros impressos obedecia a fins políticos, “daí ser a política uma das causas que mais eficazmente contribuíram para o progressivo desenvolvimento da imprensa entre nós” [2]. Lembra que por estes impressos manterem posicionamentos políticos em suas abordagens, alguns jornalistas sofreram violências das partes ofendidas. 

Segundo Hildebrando Pontes, em boa parte era graças aos jornais que a civilização ganhava força: “Hoje, graças ao benemérito influxo da civilização, cuja maior parte se deve à imprensa, a leitura de jornais é tão necessária ao espírito como o alimento que da vida e força ao organismo. Um fato parece não ter importância se dele não se ocupa a imprensa”. 

Jornal Gazeta de Uberaba: 


Com a preocupação em viabilizar para o público o acesso às informações pertinentes à imprensa de Uberaba, a Superintendência do Arquivo Público tem como um dos objetivos recuperar acervos documentais. Diante disso, intermediou junto a Arnaldo Rosa Prata, ex-prefeito de Uberaba, a disponibilização do Jornal Gazeta Uberaba para ser digitalizado e disponibilizando via internet para o público. 

O Gazeta de Uberaba foi distribuído pela primeira vez em 1875 e teve como primeiro diretor e redator José Alexandre de Paiva Teixeira. Na primeira etapa de sua existência foi publicado até fevereiro de 1876. 

Em 27 de abril de 1879 o mesmo jornal foi recriado por João Caetano e Tobias Rosa (tio de Arnaldo Rosa Prata) e nessa época o impresso manteve uma atuação político-partidária oponente ao Partido Liberal que era representado por outro jornal com o título de Correio Uberabense. 

O Jornal Gazeta de Uberaba foi o quarto periódico criado em Uberaba. 

Arnaldo Rosa Prata resguarda o acervo há anos e gentilmente emprestou os jornais para serem digitalizados pela Superintendência do Arquivo Público de Uberaba. Um acervo de grande importância para a história do município e região e se refere ao período de 27 de abril de 1879 a 1912. 

O Gazeta de Uberaba era um periódico semanal, que após 30 de novembro de 1894 passou a circular seis vezes por mês. Em 1º de janeiro de 1903, a circulação passou a ser diária e tornou-se o primeiro jornal diário que Uberaba teve. 

Nas oficinas montadas com capricho, na Rua Tristão de Castro, nº 2, executavam-se excelentes trabalhos de arte tipográfica. A sua tiragem era de 1.200 exemplares impressos em 4 a 6 páginas. Na sua existência de aproximadamente meio século de circulação, o Gazeta de Uberaba contava com um numeroso corpo de colaboradores representados por distintos jornalistas nacionais e estrangeiros. 

Em 1891 assumiu a direção do jornal o professor Alexandre Barbosa, sucedido pelo promotor de justiça pública de Uberaba, Joaquim José Saraiva Júnior, que também não permaneceu por muito tempo na direção, uma vez que foi transferido para a Promotoria de Monte Alegre. Sendo assim, a coordenação e redação passaram para as mãos de Chrispiniano Tavares, José Maria Teixeira de Azevedo e outros. Quando entrou em cena a República, a aderência política afeita pela folha ajustou-se ao Partido Republicano Mineiro (PRM). 

Já no ano de 1895, o então proprietário do jornal Gazeta de Uberaba, Tobias Antônio Rosa, mudou-se para o município de Ribeirão Preto, levando consigo o jornal, que passou a ser intitulado São Paulo e Minas. Em 1897 Tobias Antônio Rosa voltou para Uberaba e reabriu as portas da redação do jornal com o seu nome anterior, Gazeta de Uberaba. 

Na sucessão da presidência do Estado de Minas Gerais, de Bias Fortes, para Silviano Brandão, surgiu em Uberaba o Partido da Lavoura e Comércio, entidade que representava os interesses de segmentos econômicos da região que eram contrários às taxações cobradas em detrimento aos seus interesses financeiros. Assim nasceu também o jornal Lavoura e Comércio, em 1889, de propriedade de Antônio Garcia de Adjunto. O embate de interesses políticos na região ficou marcado claramente nas linhas editorias dos dois jornais: de um lado estava o Gazeta de Uberaba, alinhado com as proposições políticas do governo de Minas Gerais, de Silviano Brandão; do outro lado, o Lavoura e Comércio, entrincheirando os interesses classistas locais. 

A oposição do jornal Gazeta de Uberaba ao jornal Lavoura e Comércio se deu até a fusão do Partido da Lavoura e Comércio com o Partido Republicano Mineiro, em janeiro de 1903. Após esse período o Gazeta de Uberaba centrou-se noutras questões de interesses gerais como relata Pontes[3]. 

Hildebrando Pontes, mostra no seu estudo sobre a imprensa de Uberaba que, o Gazeta de Uberaba, a partir de 1909, ajustou seu enfoque editorial à defesa do recém-criado Partido Civilista, contrário a indicação feita pela convenção nacional ao pleito da Presidência da República. Hildebrando Pontes ainda conta que o jornal tomou outra linha absolutamente diferente pela marcada até então, quando: 

[...] Entretanto por transação de 21 de janeiro do ano seguinte, entre os diretores os senhores Tobias Rosa e Filho e o Coronel Américo Brasileiro Fleury, passou a ser, a Gazeta de Uberaba, desse dia em diante propriedade do último. Essa transação inverteu diametralmente, os pólos de defesa política do jornal, que passou a ser agora, órgão francamente hermista, politicamente redigida pelo deputado Afrânio de Mello Franco, e literariamente redigido pelo José Afonso de Azevedo, figurando, ainda, no seu corpo de colaboradores, além de outros, o Dr. José Julio de Freitas Coutinho, Juiz Municipal de Uberaba. Cessada a campanha hermista, continuou como órgão do PRM, redactoriado pelos doutores Lauro de Oliveira Borges, Alaor Prata Soares e José Julio de Freitas Coutinho. (PONTES, JORNAL CORREIO CATÓLICO, 1931. n/p). 

A partir de 24 de janeiro de 1911, o jornal Gazeta de Uberaba tornou-se “Propriedade de uma Associação”, dirigida pelos mesmos senhores, menos o Dr. Coutinho, que se retirou. 

No entanto, o Jornal Gazeta de Uberaba teve suas atividades interrompidas em 1912. 

Em novembro de 1913, o coronel Tobias Rosa, fundou a Gazeta do Triângulo, uma associação que defendia os interesses do PRM – Democrata. 

Em 1915 rearticulou a volta do Gazeta de Uberaba, que dessa vez atendia aos interesses do “Partido da Concentração Municipal de Uberaba”. Desse modo, o Gazeta de Uberaba funcionou até 1917, ano em que faleceu o coronel Tobias Antônio Rosa. 


Marta Zednik de Casanova 

Superintendente do Arquivo Público de Uberaba 



[1] PONTES, Hildebrando. A Imprensa de Uberaba. JORNAL CORREIO CATÓLICO, 21 de mar. 1931. n/p. nº 360. 

[2] Id. Ibid. n/p. [3] PONTES, Hildebrando. A Imprensa de Uberaba. JORNAL CORREIO CATÓLICO, 21 de mar. 1931. n/p. nº 360. n/p.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

ECOS DA REVOLUÇÃO/64

O movimento de 1964, deixou seqüelas profundas no seio da sociedade uberabense. As prisões acontecidas, principalmente entre os católicos praticantes de uma linha socialista da época. O Arcebispo Metropolita, D.Alexandre Gonçalves Amaral, com indômita coragem, encarou os militares sem fraquejar à defesa de suas “ovelhas”, vitimas dos “dedos-duros” do movimento revolucionário. Na perseguição aos jornalistas do “Correio Católico” e dos padres da Arquidiocese, com a fortaleza moral que possuía, depois de um “ entrevero” com o então Comandante do 4º.Batalhão, Tte. Cel. Nazaré, “ zarpou” para Belo Horizonte e num áspero diálogo com o Governador Magalhães Pinto, Comandante Civil da Revolução, expôs-lhe as arbitrariedades que estavam acontecendo em Uberaba, solicitou a troca do comando local.

Magalhães Pinto, não esperava aquela reação da autoridade-mor do catolicismo regional. Não só atendeu d. Alexandre, como designou para o comando do 4º.BPM, um oficial que servia ao Corpo de Bombeiros da capital, católico fervoroso, Tte,Cel.José Vicente Bracarense. Profissional e disciplinador, veio para acalmar o perigoso atrito que envolvia Igreja x Militares. Bracarense, não só conquistou a tropa, como também, a sociedade uberabense. Credita-lhe uma série de melhorias à unidade. Aquisição da residência oficial para o Comandante, hoje, sede do 5º. CRM. , construiu, com praças e soldados, o prédio do “Colégio Tiradentes” e recursos dos soldados e oficiais; conseguiu o asfalto do páteo interno do Batalhão e a área fronteiriça ao Batalhão; hoje, praça Magalhães Pinto. Construiu também, com o auxilio de seus comandados, a Capela de São Sebastião e criou o “ rancho alegre”, local de lazer para militares e seus familiares.

Entre os fatos que marcaram sua atuação no comando, uma, foi digna de registro. Contou-me depois de anos, o saudoso sub-tenente Oscar Lage , que numa formatura de soldados, a tropa perfilada , o comandante Bracarense à postos, ao seu lado, ajudante de ordens e secretário, o seu filho, também militar José Hamilton de Jesus Bracarense. Nesse momento, chega ao palanque, o tenente Espírito Santo e entrega um documento à Bracarense. A tropa, em posição de sentido, aguardava apenas a ordem de iniciar o desfile. Foi nesse instante que um soldado, dizem , o mais gozador da tropa e com tudo fazia galhofa, “entortando” a boca para não ser percebido, comenta, baixinho, com o companheiro à sua direita:- Pronto ! Agora tá tudo certo ! A Santíssima Trindade, está reunida ! O pai, o filho e o Espirito Santo “... Quem ouviu não resistiu ao sorriso e a tropa desfilou, sorrindo, em todo o seu percurso...

Quando soube do que acontecera, bem humorado, o Comandante Bracarense, quis saber o “autor” da façanha. Como num código de guerra, ninguém delatou o companheiro... No QOR- Quadro de Oficiais da Reserva- , já Coronel, Bracarense “fincou” raízes em Uberaba e não retornou para sua doce São João Del Rey, onde nasceu. Tive o prazer de ser seu colega na administração Hugo Rodrigues da Cunha ( 1973/77) . Excepcional companheiro !

Tenho mais histórias da “revolução/64. Conto-lhes amanhã. Abraços do “Marquez do Cassú”.


Luiz Gonzaga de Oliveira




Cidade de Uberaba