Minhas palavras ditas há uma semana ficaram velhas como eu havia previsto. Não lhes peço para torna-las sem efeito, mas solicito que carreguem a dose porque as previsões que fiz, além de superadas tiveram alguns elementos a mais e não há como ignorá-los: a cisma e o medo fazem a festa nas mentes indefesas. É o Coronavírus!
Lembro-me como se fosse hoje, na década de cinquenta, quando um boato “viralizou” dando conta de que o mundo iria acabar! Num belo domingo, certo asteroide(!?!) riscou o céu deixando mega imagem vertical. O jornal Lavoura e Comércio mostrou a foto em primeira página. “De um mil, passamos, mas a dois não chagaríamos”, segundo Nostradamus. Estávamos a menos de 50 anos do ano 2000! Espertos deitavam e rolavam.
Religiosos visitavam casas, Bíblias eram vendidas, terços rezados em profusão, novenas idem, cartomantes vendiam suas visões, etc., e o assunto proliferava de mamando a caducando. Houve pessoas que chegaram à loucura, tal a força do vírus mental disseminado na massa.
O Coronavírus aí está e os fatos, guardando as devidas proporções ou alcances, se repetem, com um detalhe: o bichinho invisível rasga o mundo em segundos! Ou seja; a cisma e o medo de contraí-lo cobrem a terra. Daí seja necessária a vigília mental.
E o que é vigília mental? É evitar o assunto? Ignorar a letalidade do Coronavírus? Fazer de conta que não é comigo? Ser indiferente? Ou é tudo isso ao contrário? Sim, tudo ao contrário, exatamente.
Há os que só falam do assunto. Há os que o ignoram. Outros fazem de conta que não é com eles e há os indiferentes. Todos estão nos extremos, que são perniciosos. Aí é que mora o perigo, pois as portas de entrada do vírus mental podem estar abertas e ocorrer auto caos. Nessas portas devemos colocar agentes mentais vigilantes encarregados da defesa. A casa mental, sob ordens de um pensamento-autoridade, proporciona excelente grau de consciência. Um fortíssimo pensamento a ser barrado é o do pânico. Dominá-lo e não o passar à frente é a melhor técnica.
Os idosos estão merecendo capítulo especial. Filhos e netos os assediam para que se cuidem preventivamente. Há males que vêm pra bem e, não fosse o Coronavírus, muitos vovôs e vovós estariam esquecidos.
Que possamos extrair dessa experiência sombria os elementos positivos para convivermos melhor em família e na comunidade.
(*) - João Eurípedes Sabino.
Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Uberaba/MG/Brasil.
Cidade de Uberaba