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sábado, 8 de junho de 2019

Wilson Pinheiro


UM ASSOCIATIVISTA NATO


NÃO TINHA COMO ESCAPAR. UM SORRISO ABERTO ALIADO A UMA VOZ CATIVANTE DERRUBAVAM AS MURALHAS LEVANTADAS


Não tinha como escapar. Um sorriso aberto aliado a uma voz cativante derrubavam as muralhas levantadas pelos que o procuravam para ver, sem compromissos, um veículo. Sempre terminava em mais um negócio fechado. Mais um carro emplacado. Mais um amigo conquistado. 

Assim era a rotina de Wilson Pinheiro, das décadas de 1960 a 1980, enquanto diretor de vendas da empresa Distrive, maior concessionária de veículos desta região, sob a administração do grande empresário Joaquim dos Santos Martins.

Pragmático, Pinheiro criou o Consórcio Triângulo, que deu à empresa a condição de líder de vendas do setor de veículos e que o alçou, em 1979, à condição de presidente da Uniminas - Associação dos Revendedores de Volkswagen nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. 

Wilson Pinheiro. Foto: Acervo da família.

Nascido em 07/07/1941, em Uberaba, Pinheiro, que na juventude trabalhava na Brasil Companhia de Seguros, conseguiu, através de seus próprios méritos, galgar relevantes posições nas administrações pública e privada. 

Recebeu em 1966 o diploma de Bacharel em Direito através da Faculdade de Direito do Triângulo Mineiro, hoje Uniube, e 1974, o diploma de Economista, através da FCETM – Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro. Segundo a viúva de Wilson, Bernadete Pinheiro, ele ainda cursou outras duas graduações, também pela FCETM: Contabilidade e Administração.

Em 1984, a convite do juiz federal Ari Rocha, Pinheiro assumiu o cargo de juiz classista dos empregadores/ empresas na Junta de Conciliação e Julgamento da Justiça do Trabalho de Uberaba, oportunidade que seu espírito conciliador e com o dom de conversar e resolver na paz, contribuiu para solução amigável de centenas de processos reclamatórios.

Era filho de Orlando e Maria de Souza Pinheiro e irmão de Pedro Júlio, ex-gerente do Banco do Brasil e comerciante em Suzano (SP), Célia, viúva de Juarez Fortes e Aparecida Maria Pinheiro, hoje viúva de Aráudio Pereira Melo, ex-vereador em Uberaba.

Wilson Pinheiro era casado com Bernadete de Lourdes Prata Rocha Pinheiro, com quem teve três filhos: Adriana Maria Rocha Pinheiro, atualmente administradora de empresa e publicitária, casada com Marcello Frossard Duarte, advogado, pais de Marcella; Andréa Maria Rocha Pinheiro, advogada e corretora de imóveis, casada com Antônio Carlos Guimarães Júnior, promotor de Justiça em Rio Claro (SP), pais do casal Maria Luiza e Mateus; Christiano Rocha Pinheiro, engenheiro, advogado e auditor da Receita Federal em Belo Horizonte, casado com Sandra Mara Adjafre Sindeux, advogada, pais de Camila e Arthur.

Wilson Pinheiro é um dos mais belos e ilustres exemplos do associativismo. Grande parte de sua vida foi dedicada aos interesses comunitários, sempre participando dos movimentos sociais, artísticos e culturais. Entre as entidades que contaram com sua participação ativa e afetiva, podem ser destacadas: a presidência do Rotary Club Uberaba – Sul, em 1978/1979 e sua participação na fundação do Rotary Uberaba – Norte; a presidência da Feti – Fundação de Ensino Técnico Intensivo -, em 1976, onde teve destacada atuação no governo Hugo Rodrigues da Cunha; a presidência da Associação dos Surdos e Mudos; a participação como primeiro secretário e presidente do Sindicato Rural de Uberaba.

Idealizou e cofundou o Sinhores – Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes e Similares de Uberaba -, do qual assumiu a presidência por três gestões. Em sua administração, se criou o fundo para aquisição da sede própria bem como o Seguro de Vida dos Associados e Funcionários das Empresas vinculadas; a vice-presidência da Facemg – Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais -, em 1977.

Participou em diversas diretorias da Aciu, da qual assumiu a presidência nas gestões de 1976/1977; foi nesse período que Wilson Pinheiro e sua diretoria se destacaram pelas suas atividades, entre elas a realização do IV Encontro Regional da Indústria com repercussão nacional; a transferência da FCETM do prédio da Aciu para o Colégio Nossa Senhora das Dores; a ampliação do SPC - Serviço de Proteção ao Crédito - e reforma geral da sede da Aciu; a participação ativa em 1976 na campanha para ampliação do Colégio Eleitoral de Uberaba. 

Foi também em sua gestão que a Aciu, após muitas lutas de gestões anteriores, conseguiu ser reconhecida através da Lei Estadual 7045 de 01/08/1977, governo Aureliano Chaves, o título de “Entidade de Utilidade Pública”. 

Tivemos o prazer de conhecer o Wilson Pinheiro na década de 1960 e estar ao seu lado na Aciu como conselheiro fiscal em sua gestão e conselheiro consultivo nos anos subsequentes bem como seu parceiro na criação e direção do Sinhores.

Foi na área empresarial que Wilson Pinheiro se revelou como um grande administrador, revolucionando o conceito de serviços em restaurantes através da empresa Solar 17 implantada no bonito e imponente casarão da rua São Sebastião, onde permaneceu à frente da administração até o seu falecimento.

Por muitos anos, só se conseguia reserva de mesas com bastante antecipação pela grande demanda da sociedade. Em respeito à arte e à cultura, Pinheiro contratou a renomada pianista Nininha Rocha para abrilhantar com seu piano as animadas noites no American Bar do Solar 17.

Nas palavras de Bernadete Pinheiro, “Wilson Pinheiro foi o melhor parceiro, marido e pai. Trabalhava incansavelmente sempre querendo ajudar os outros. Pessoa extremamente querida e solicitada perante a categoria e sociedade, isso devido ao seu espírito de paz e harmonia”.

A história do empreendimento é também contada por Bernadete: “A ideia da criação do Solar 17 surgiu durante um bate-papo entre amigos, entre eles Luís Carlos Souza Campos, que viria a ser o decorador e primeiro sócio, ficou no futuro com o comando do Wilson, pois ele gostava de festas, reuniões, pessoas felizes e amigos, era como ele mesmo, sempre comunicativo e entusiasmado. Durante 35 anos trabalhou como proprietário do restaurante, buffet e American Bar Solar 17 onde, com carinho, realizava jantares, reuniões, festas de casamento, aniversário, bodas e formaturas. Foi um dos pontos de reunião e jantares das famílias uberabenses. 

Por todos os caminhos percorridos por Wilson, sempre encontramos seriedade, companheirismo, transparência e paz”.

Wilson Pinheiro faleceu em 09 de fevereiro de 2012. É hoje nome de rua localizada no conjunto habitacional Rio de Janeiro. É também saudade eterna junto a seus familiares, amigos e parceiros que estiveram a seu lado na luta pelo desenvolvimento de Uberaba. 


Fontes: Aciu, Bernadete e Adriana Pinheiro 

Gilberto Andrade Rezende.
(*) Membro da Academia de Letras – Ex-presidente e conselheiro da Aciu e do Cigra.



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