Sabem quantos cemitérios existiram em Uberaba antes dos atuais “S.João Batista” e “C”? Vamos lá: o primeiro campo santo da terrinha foi construído onde está instalado o SENAI e o “Grupo Escolar Minas Gerais”. Como a cidade ia crescendo, jogaram para mais longe a terra dos mortos. Construiram o cemitério São Francisco de Assis, onde está instalado o Hospital de Clínicas da UFTM , tomando toda a área da rua Frei Paulino , rua Getúlio Guaritá e parte da rua Constituição.A cidade continuou crescendo pelos lados do “Badião”. Tiveram que mudar, outra vez, a área onde descansam os mortos...
Atentem para esse episódio: no cemitério São Francisco de Assis e o fato é narrado nos livros da história antiga de Uberaba, foram construídas duas “carneiras” para sepultar um fazendeirão rico das vizinhanças de Uberaba. Muito rico, não queria , quando morresse, seu cadáver ficasse na terra ( para ele) impura. “Carneira”, todos conhecem, é uma caixa feita de cimento,muito usada nos sepultamentos hoje em dia, conquanto àquele tempo, era “coisa só para rico”. Morto o fazendeirão, caixão colocado na “carneira”, eis que, anos mais tarde, quando se falava novamente na mudança do cemitério, abriram a “carneira” e... cadê? “neca” do defunto lá dentro. Seus ossos, registra a história, foram furtados por feiticeiros da cidade e o que fizeram com os “ossos do barão”, ninguém soube...Mistério até hoje...
Voltemos aos cemitérios. Desmanchado o cemitério São Francisco de Assis, do antigo “largo da Misericórdia”, o campo santo volta, outra vez, para perto do SENAI. Mais bonito ( se é que cemitério é bonito...), muros altos e seguros, “abrigou” entre outras personalidades ilustres de Uberaba, o seu próprio fundador ,Frei Eugênio Maria de Gênova, padre Francisco Rocha, famoso na terrinha, além de Frei Vicente Lacoste, padre Hermógenes de Araújo e padre Ângelo Severo, figuras conhecidas do clero brasileiro e a quem Uberaba muito deve.
O mais antigo cemitério de Uberaba ,S.João Batista, no começo do século passado, chamava-se cemitério do” brejinho “ e era bem distante do centro da cidade. ( 3 kms.aproximadamente). O mestre de obras, Daniel Bertoldi foi o responsável pela sua construção, inaugurado em maio de 1890, pelo então “agente executivo” (hoje prefeito), dr.Gabriel Junqueira. Com mais de 130 anos de funcionamento, Uberaba merecia ter mais cemitérios. A cidade que cresce, o povo que chega, a criança que nasce, o homem que morre... Só mais tarde, no final do século passado, tivemos a construção do outro cemitério da terrinha, terreno da antiga “Fazenda Modelo”, com o nome “Candongas”, rebatizado, hoje, de “Medalha Milagrosa”. Fala-se tanto em um novo cemitério e nada. Nem público, nem privado. Só promessas...Até quando? A necessidade é urgente. Moderno? Dizem... crematório? Daqui a 100 kms...
Luiz Gonzaga de Oliveira
