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domingo, 3 de janeiro de 2021

Catedral Metropolitana lança livro para celebrar seus 200 anos de criação

No último 22 de dezembro, a Catedral Metropolitana realizou a cerimônia de lançamento do livro “200+ da Matriz à Catedral de Uberaba”, em ocasião dos 200 anos da criação da Paróquia de Santo Antônio e de São Sebastião, primeiro título dado a Catedral. O evento contou com a presença dos cinco autores, Amanda Oliveira, Cida Manzan, Daniela Viana, Lucimira Reis e Matheus Medeiros, do idealizador do livro e pároco da Catedral, Monsenhor Valmir Ribeiro, além de autoridades municipais e religiosas, representando as instituições que apoiaram e financiaram o projeto, dentre eles, o Arcebispo Metropolitano Dom Paulo Mendes Peixoto, o prefeito Paulo Piau, a primeira-dama Heloísa Piau, e o vereador Rubério Santos. Os cantores Marília Bartolomeu e Henrique Botelho, e o organista Daniel Lopes abrilhantaram a cerimônia com belíssimas apresentações musicais.

Durante os anos de 2019 e 2020, uma equipe coordenada por Monsenhor Valmir Ribeiro, se empenhou para dar origem ao livro, alusivo à comemoração do jubileu dos 200 anos de criação da Paróquia de Santo Antônio e de São Sebastião, celebrado em 2 de março de 2020. Fruto de um extenso trabalho desenvolvido há mais de quatro anos, o livro conta com uma análise histórica, arquitetônica, social e religiosa que traz ao leitor uma compreensão do desenvolvimento simultâneo da sociedade uberabense e a sua religiosidade, os aspectos religiosos, pastorais e também um histórico dos padres, bispos e arcebispos que marcaram a história da Catedral.

Composto por 5 capítulos, o volume de 288 páginas é repleto de ilustrações que transportam o leitor para a conhecida Igreja Matriz e o leva a uma experiência transcendental, e de fotos que destacam a beleza arquitetônica e iconográfica da Paróquia. Alguns desses registros foram concedidos pelo Arquivo Público e pela Arquidiocese, outros foram clicados por quatro fotógrafos uberabenses: Antônio Luiz Ferreira, Ana Luísa Andrade, Ricardo Henrique de Paiva e Ruth Gobbo. A tiragem da primeira edição foi de 1.000 exemplares, e serão distribuídos para diversos locais públicos da cidade de Uberaba, tais como Escolas, Universidades, Bibliotecas, Arquivo Público, Paróquias e Casas Religiosas.

Confira um breve resumo da obra escrito por uma das autoras, Daniela Viana: “Mais que um edifício. O que se comemora vai além da data. Envolve mais que dados. A cidade tem na construção da igreja no alto do morro um começo matricial. A matriz é o lugar onde algo é gerado. Isso vale para a língua portuguesa e para a cidade também. As ruas que levam ao edifício recebem os nomes dos padroeiros originais. São Sebastião e Santo Antônio indicam o caminho geograficamente. São eles também que apontam referências para as crenças mais íntimas dos pioneiros dessa terra. A análise da arquitetura e da iconografia depende de reflexões sobre o povo que a produziu.

As escolhas estéticas de cada detalhe assinalam a cultura da região. A construção que viria a ser identificada como a Catedral é antes disso a matriz que origina e serve de fonte para a formação da cidade. Metropolitana que é, representa materialmente as origens do grupo civil, do núcleo inicial. Hoje tão expandida, a população urbana pode ter mudado suas percepções simbólicas e religiosas, mas mantém o contato com essa genitora. Sabe que ali está erguida a matriz há́ 200 anos. Os primeiros 200 anos de muitos mais”.


(Artigo publicado originalmente do Jornal de Uberaba, em 29/12/2020) 


sábado, 26 de dezembro de 2020

Fundação Cultural e Catedral lançam livro sobre os 200 anos de Uberaba

Como mais uma ação do ‘Uberaba 200 Anos’, a história da Igreja Matriz de Uberaba foi registrada em livro que será lançado nesta terça-feira (22), às 19h30 na Catedral Metropolitana. A obra retrata a história do surgimento da cidade a partir de análise histórica científica, os momentos do povoamento do Sertão da Farinha Podre e a instalação das primeiras famílias com a presença do cristianismo. Passa pelo surgimento da Matriz, apresentando estudos arquitetônicos e párocos que estiveram na Igreja, chegando à atualidade, contando as ações da paróquia. A ação está sendo desenvolvida pela Fundação Cultural de Uberaba Antônio Carlos Marques e Catedral Metropolitana em parceria com a Câmara Municipal de Uberaba.

De acordo com o presidente da Fundação Marcelo Palis, é uma grande oportunidade dos uberabenses saberem sobre os patrimônios de Uberaba. “O prefeito Paulo Piau acatou a ideia, pois o livro não traz só a história da Catedral, mas também, o contexto social. A Prefeitura Municipal de Uberaba apoia ações que beneficiam todos os segmentos, como por exemplo, temos o Memorial Chico Xavier e a Igreja Metodista, ambos em processo de reforma, e agora o lançamento desse livro”.

O pároco da Catedral Monsenhor Valmir explicou sobre a necessidade dessa obra para Uberaba. “Mais que um edifício. O que se comemora, vai além da data. Envolve mais que dados. A cidade tem na construção da igreja no alto do morro, um começo matricial. A matriz é o lugar onde algo é gerado. Isso vale para a língua portuguesa e para a cidade também. As ruas que levam ao edifício recebem os nomes dos padroeiros originais. São Sebastião e Santo Antônio indicam o caminho geograficamente. São eles também que apontam referências para as crenças mais íntimas dos pioneiros dessa terra. A análise da arquitetura e da iconografia depende de reflexões sobre o povo que a produziu. As escolhas estéticas de cada detalhe assinalam a cultura da região. A construção que viria a ser identificada como a Catedral, é antes disso, a matriz que origina e serve de fonte para a formação da cidade. Metropolitana que é, representa materialmente as origens do grupo civil, do núcleo inicial. Hoje, tão expandida, a população urbana pode ter mudado suas percepções simbólicas e religiosas, mas mantém o contato com essa genitora. Sabe que ali está erguida a matriz há 200 anos. Os primeiros 200 anos de muitos mais”.

O livro terá 280 páginas, trazendo fatos de 1885 a 2020, com imagens. Foi escrito por vários historiadores, coordenados pela historiadora Cida Manzan.

Jorn. Izabel Durynek
Assessoria de Comunicação – FCU


domingo, 28 de julho de 2019

CADA COISA...

Oi, turma!

( O que é da onça, o lobo não come...)


Jovens leitores me perguntam onde ficava a rua São Miguel. Era bem central. Atrás da Catedral Metropolitana, no comecinho da Capitão Manoel Prata, trecho conhecido naqueles tempos, por “mijadouro”, onde os homens “vertiam água”, antes de chegar à zona. Na entrada, à esquerda, esquina da praça Frei Eugênio, o lendário “Tabú” ( com acento), do Antônio, gerenciado pelo cunhado, Shin Kikuichi. Na outra ponta, a venda do “seo” Armando Angotti . Depois, lado direito, as iluminadas casas da Tonica, Amelinha, Negrinha, Jovita, Tia Moça, antes de chegar na travessa Ernesto Pena, toda esburacada que a molecada chamava de “ beco dos aflitos”...Mais em baixo, descendo o morro, a “pensão” da Sudária.

Do lado esquerdo, a casa da Erotildes, “Casino Brasil”, Tubertina, Nena, Isolina e quase chegando na Vigário Silva, o bar “Boca da Onça”, do Caio “Guarda” ( favor não confundir com o “Buraco da Onça, né, Cebolinha?). O”Boca” não tinha portas. Ficava aberto dia e noite e era o refúgio dos pobres pinguços...

A rua São Miguel, já lhes contei, era o “espelho boêmio” de Uberaba. Referência da alegria, das noites indormidas, desespero de mães aflitas que rezavam pela volta do filho perdido na putaria. Fato não confirmado, mas, muito divulgado à época, afirmava que, lideradas por uma distinta dama da nossa sociedade, ela arrecadava dinheiro com as amigas e entregava para a líder do “Centrão da São Miguel”, para que as “ meninas” fossem sempre medicadas e assim, evitar doenças venéreas nos seus filhos e futuras noras...

A “São Miguel”, era o “ponto chic”, mormente para os viajantes. Cumpriam suas jornadas regionais e, 6ª.feira, aportavam na terrinha.Os “abonados”, ficavam no Grande Hotel, Regina e Pálace. Os “ casca dura” como eram chamados, hospedavam-se nas pensões. Certa vez, o Cacildo (nome fictício), cansado da viagem, vindo de Goiânia, banho tomado, fim de tarde, foi “aperitivar-se” no ‘Buraco da Onça”. Dalí, o jantar no “Galo de Ouro”, eram 3 passos...

Junho, fazia muito frio. Pediu uma sopa de macarrão. Jesuíno, o garçom solícito, atendeu. Sopa servida e o aceno do Cacildo:- “Jesuíno, que papelão. Olha aqui !” Mostra-lhe um enorme cabelo preto na sopa... Jesuíno, corou de vergonha. Chamou o Galileu, chefe da cozinha e o Alaor, gerente do Hotel e do “Galo de Ouro”. Os três, morrendo de vergonha, se desculparam e lhe ofereceram outro prato. Cacildo, agradeceu e foi embora.

Restaurante fechado, Jesuíno, como sempre fazia, deu um “ pulinho” na rua São Miguel. Em lá chegando, aquele alvoroço na casa da Negrinha. No quarto da Dorinha, menina recém chegada, um cara fazia o maior sexo oral . Pela buraco da fechadura da porta, era aquele “troca-´troca” total. Todo mundo vendo a cena. Na sua vez, Jesuíno não se conteve! Era o Cacildo, o figurante ! “Você me paga pela vergonha que passei”, pensou. Pediu uma cerveja, sentou bem defronte a porta do quarto e aguardou a saída do freguês.

Ao abrir a porta, todo arrumadinho, Cacildo, deu de cara, tom ameaçador, com o Jesuíno. –“Então, seu malandro, com escrúpulo na sopa e agora, todo mundo viu, praticando sexo oral! ‘cê num tem vergonha, não ?!” Calmamente, Cacildo, imperturbável, sentenciou:- “ Calma, Jesuíno, cada coisa no seu devido lugar. Imaginou , eu “lenhando” naquela floresta, encontrasse um “spaghetti?” Pano rápido. Beberam mais algumas cervejas e continuaram amigos...Marquez do Cassú.





Cidade de Uberaba


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Paroquiato de Padre Jacinto Fagundes (1935 – 1941)

Paroquiato de Padre Jacinto Fagundes 


Dando prosseguimento a nossa pretensão de caminhar pela história conduzido pelas biografias dos sacerdotes que, em algum momento de suas vidas, tiveram a dignidade de ser páracos da Catedral Metropolitana – ou Curas da Sé, como então eram referidos -, propomos uma discussão preliminar que aponte as possibilidades de crescimento cultural que este estudo histórico em particular propicia a nossos caros leitores.
A matéria-prima da história, por excelência, são as relações humanas estabelecidas ao Longo do tempo ou, como afirma o padre e historiador francês Michel DeCertau,”sobre o corte entre  um passado, que é seu objeto, e um presente, que é o lugar de sua prática, a história não para de encontrar o presente em seu objeto, e o passado, em suas práticas”. Partindo, então, do pressuposto de que a Igreja Católica esta condicionada a Cristo cujos exemplos e ensinamentos estão repletos do sentido da coletividade – em detrimento de qualquer espirito individualista – como quando ele afirma que onde estiverem reunidos dois ou três em Seu nome, aí Ele se fará presente (cf Mt 18,20),ressaltando a necessidade apostólica de comunhão e união entre os homens,entedemos que a história da Igreja – e daqueles que a integram – é também de certo modo, parte da história de todas as cidades, países  e continentes em que ela se faz presente.
Assim sendo, quando da saída de Padre Alaor Porfírio para Uberlândia em 1934,a autoridade diocesana decidiu que o então Secretário do Bispado Mons. Joaquim Thiago dos Santos, nascido em 06/08/1881 e ordenado em 19/09/1909, iria assumir interinamente a Catedral até que um nome apropriado fosse encontrado, o que somente aconteceria um ano depois, em1935.A escolha por Mons. Joaquim não era de surpreender, visto que o experiente sacerdote, com seus 53 anos, já ocupava diversas funções administrativas no episcopado de Dom Luiz Maria de Sant’Ana, como Diretor e Redator-Chefe do jornal diocesano, o Correio Católico, como  Diretor Espiritual e Ecônomo do Seminário Menor e,finalmente,como Chantre do Cabido Diocesano (assessor para questões pertinentes  à musica sacra e litúrgica).Após  servir um ano interinamente na Catedral,Mon.Joaquim haveria de ter seu bom trabalho reconhecido com sua nomeação simultânea como Vigário-geral e Juiz Oficial do Tribunal Ordinário.
O próximo titular da Catedral assumiria ainda em 1935, após ser transferido da Paroquia de São Pedro de Alcantra, em Ibiá (MG). O Padre Jacinto Fagundes nasceu em 12 de setembro de 1904 e foi ordenado aos 27 anos em 006/12/31 sendo, portanto, um dos mais jovens párocos da Catedral, com apenas 31 anos. Sua juventude não impediu que o bispo lhe confiasse o governo da Catedral e o nomeasse também para ser o mestre de cerimonia diocesano, diretor da Federação Mariana em Uberaba Promotor de Justiça do Tribunal Eclesiástico.
Como fatos notáveis que ocorreram enquanto Padre Jacinto foi o Páracos da Catedral, destacamos a trágica situação da saúde publica em Uberaba, que vivia a verdadeira situação de caos com surtos generalizados de tuberculose, tifo e febre amarela. Como tentativa de conter essa questão, o governo diocesano, em parceria com a sociedade civil, inaugurou em 1935 a Santa Casa de Misericórdia, contribuindo decisivamente para a contensão do adoecimento da população. Foi igualmente notável a missa campal realizada em 22 de fevereiro de 1936, na Praça Rui Barbosa, marcando participação da Igreja na comemoração do centenário de Uberaba.
Em abril de 1938, deu-se a noticia da transferência do bispo Dom Luiz de Sant’Ana para Botucatu/SP e a chegada de  Dom  Alexandre Gonçalves do Amaral, o que naturalmente implicava uma restruturação da administração diocesana e transferência de sacerdotes  das paroquiassem que se encontravam. Quando Padre Jacinto foi transferido da Catedral, em 1941, deixou um legado de aproximadamente 5.500 batizados e 1000 casamentos.
Apontamos que foi durante esse período que o presidente Getúlio  Vargas suspendeu as liberdades democráticas  e instaurou a Ditadura  do  Estado Novo (1937 – 1945),sendo em 1939 eclodiu a ll Guerra Mundial na Europa com a invasão da Polônia  pela Alemanha ,trazendo muitos imigrantes dos países envolvidos para Brasil  e,consequentemente,para Uberaba.
Vitor Lacerda – Historiador