Bancário é uma profissão que está pertinho de cair em desuso. A era da informática me leva a essa conclusão. Caixa eletrônico, pagamento via internet, etc . e tal corroboram o meu entendimento. Além de mal remunerado, normalmente, o bancário passa por dificuldade financeira, é obrigado a andar bem vestido, bem calçado e barbeado, cabelos nunca em desalinho. Já houve tempo em que bancário era obrigado a trabalhar de gravata! (sim senhor!), perguntem aos mais antigos… Das 9 da manhã, às 7 da noite, era um duro danado e que acabava fortalecendo uma grande amizade entre eles. No inicio da minha puberdade, trabalhei em banco. O ex-Triângulo, cuja sede era aqui, capital uberabense e fundado por nossos industriais, comerciantes e fazendeiros. Capitaneado pelo sempre lembrado Fidélis Reis, uberabense grau 10, marcou época na economia regional. Trabalhei com Euclides Prata dos Santos, José Sexto Batista de Andrade, Armando Silva, José Pinot Clávis, Geraldo Santos Rosa,José Uberabino Ferreira, Dioclécio Campos, Walter Paiva, Luiz Dorça, Wilson de Paiva, Hélio Tarquinio, Zezinho Matos, Jose dos Santos Rosa, Orcílio Fernandes, Sherlock Marinho, homens probos, conduta ilibada e profissionais do mais alto teor. Tive a felicidade de partilhar a companhia dessa figuras simpáticas, que tenho saudades enormes. Em 1956, aconteceu um fato que não esqueço.Véspera do dia dos Pais, o gerente, “seo” Batista para fomentar ainda mais o companheirismo entre os funcionários, promoveu uma “enquete” a saber qual o companheiro que tinha mais filhos. Apurado o levantamento, José Francisco,.Encarregado da limpeza do banco e a quem, carinhosamente, chamávamos “Zé Faxineiro”, venceu disparado:10 filhos! Na entrega do prêmio, sempre educado, o gerente, “seo” Batista, derramou fartos elogios ao “Zé Faxineiro”:
-“José, você é um herói, nossos parabéns pela grande prole!”
Humilde, meio desajeitado, mas, feliz, agradece:
-“Que nada, chefe.A minha prole é tamanho normal, 14 centimetros quando está dura”.
Gargalhada geral. Nada mais foi dito e nem lhe foi perguntado.
Luiz Gonzaga de Oliveira