... e vem mais um.
E fica difícil pensar em anseios pessoais, muitas vezes superficiais, quando a tela da televisão nos mostra as tragédias provocadas pelas chuvas em tantas regiões do Brasil, e tantas em Minas Gerais.
Enquanto o Brasil comemora o Natal e o início do Ano Novo, milhares de irmãos nossos amargam a perda de familiares, a perda de suas casas e de tudo que nelas estava.
Imaginemos a situação: você está em sua moradia, boa ou não, mas com um teto que proteja do sol, da chuva, das maldades humanas e, de repente, se vê num mar de lama e de água, sozinho com seu corpo, sem ter onde se abrigar, como se perdido na direção da vida. Imaginemos a dificuldade para os mais carentes em comprar uma geladeira, um fogão, uma televisão, gêneros alimentícios, roupas e tudo o mais de que uma família necessita! E, de repente, tudo rodopia nas impiedosas águas que devoram rapidamente o que cai em seu bojo.
Não podemos precisar as causas todas: os mais experientes dizem que é a reação da natureza contra o desrespeito que o ser humano tem praticado em relação a ela. Pode ser! Difícil, mesmo, é ver as consequências e lidar com elas. Mas a vida é mesmo “um milagre”: em meio aos escombros e à lama, a oferta de brinquedos às crianças consegue despertar sorrisos de alegria. É a vida se renovando em si mesma.
Apesar de tudo, é preciso também que nos voltemos ao nosso interior. Bem ou mal, é hora de revisão. Revisão de valores. O que fiz ou tenho feito por meu crescimento interior, e pelo crescimento dos que estão à minha volta? Estou apenas presa à minha realidade, ou me preocupo com a realidade também do outro, tantas vezes amargado por problemas de ordem tanto externa quanto interna?
Queiramos ou não, é preciso repensar valores. Repensar que um Menino renasceu para nos apontar o verdadeiro Caminho. E nem sempre queremos segui-lO, com nossa pseudoaura de autossuficiência: eu tudo posso, eu tudo sei, eu tudo quero. O outro que resolva seus problemas.
Em meio ao consumismo exacerbado de final de ano, precisamos, todos nós, sair de dentro de nós mesmos, de nosso mundinho egoísta, e dar uma espiada no mundo lá fora, e ver e refletir em que posso ser útil para melhorar, minimamente que seja, alguma situação, lembrando, sempre, que, aqui, estamos apenas de passagem.
Aos meus queridos familiares, amigas e amigas, de coração, desejo que 2014 venha escorado em valores permanentes que promovam o crescimento de cada um, em direção a si mesmo, mas também, e principalmente, em direção ao outro.
29 de dezembro de 2013
Terezinha Hueb de Menezes