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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

UBERABA TÊNIS, ALGUNS LANCES DOS VELHOS CARNAVAIS DE UBERABA

Lembrarei, a partir de hoje, a pedido do meu amigo José Natale, do Uberaba Tênis, alguns lances dos velhos carnavais de Uberaba, das décadas 50/60. 0não vivi os áureos tempos dos grandes corsos, das baratinhas carregando as moças bonitas da terrinha, profusão de lança-perfumes, confetes e serpentinas à rodo, colorindo as principais ruas e avenidas da cidade de alegria, euforia e a natural confraternização que só uma festa popular como o carnaval pode atrair. Saudade dos carnavais dos anos 60, onde a banda da Maria Giriza era uma das principais atrações de rua de Uberaba, a “entrada dos roceiros” com o “casamento caipira” e o “Zé Pereira”, antecedendo aos dias do carnaval, davam o sinal certo como iriam transcorrer os folguedos. Roil Cussi, Márcio Perigoso, Rafael “Bolão” Angotti, Caio Guarda, Joel Lóes, Reynildo Chaves Mendes, preparavam com carinho, a entrada do “Zé Pereira” com as máscaras, as fantasias de Pierrot, Arlequim, os palhaços, homens vestidos de mulher, no melhor estilo, antecediam o carnaval . A banda do Langerton, enxertada com músicos do Batalhão, os caminhos alugados, a relação dos foliões entregues à Delegacia para aprovação, a casa do Caio Guarda, nos fundos da rua São Miguel, quartel general para o “ponche amigo”( mistura de cachaça, rum, guaraná e um pouco de groselha para dar cor), a turma chegando, a bebidinha amiga, vestidos espalhafatosos, aguardando a ordem do Bolão e do Reynildo à subir nas carrocerias de três caminhões , um com os músicos e os outros dois com os foliões fantasiados… A farra era boa e bem carnavalesca. Da rua Santo Antônio, chegando à Vigário Silva, a primeira parada era na porta do “Lavoura e Comércio” para as fotos de praxe. Dalí, a pé, praça Ruy Barbosa.Na esquina da Artur Machado, o bar “Indubrasil”, dos irmãos Salim e parada “fica Farah Zaidan. A descida na Artur Machado, era apoteótica! Próxima parada, bar Marabá, do Renatinho Frateschi. Gritos, alegria, confeti, serpentina, a farra carnavalesca era contagiante. Derradeira “esticada”, bar da “Viuva”. Fara Zaidan , Renatinho Frateschi, Felipinho e Gilberto Vasques, sabiam para quem estavam vendendo. Os foliões eram todos conhecidos…Sabiam quem se ocultava debaixo daquelas horrendas máscaras, vestidos nas canelas cabeludas , sutiãs e seios recheados de panos… Eram duas semanas de intensa alegria e um “código de ética”, era proibido delatar nomes de companheiros.. Eram quatro as nossas saídas. Sexta e sábado do pré carnaval e, sexta e sábado de carnaval. Começava às quatro da tarde e só terminava quando algum companheiro, gostando da brincadeira, resolvia ficar na “São Miguel”, mostrando às inquilinas das casas, os seus “dotes femininos”…

Luiz Gonzaga de Oliveira